𝙀𝙮𝙚𝙨 𝙖𝙡𝙬𝙖𝙮𝙨 𝙩𝙚𝙡𝙡 𝙩𝙝𝙚 𝙩𝙧𝙪𝙩𝙝

Os olhos sempre dizem a verdade

— Promete para mim que vai voltar logo? — Perguntei enquanto acompanhava Aemond até Vhagar.

— Voltarei o quanto antes, e você? Promete não se colocar em risco? — Disse parando a minha frente e passando a mão de leve na minha barriga. — Olhando bem, você já está com uma barriguinha. — Eu logo sorri para o mais velho o vendo me puxar para um último beijo antes de sua partida.

Eu o vi voar junto do exército Lannister ne uma investida que poderia causar a morte de Daemon e dos Semente de Dragão que restaram. Talvez até mesmo dar um fim nessa guerra, mas apenas negando com a cabeça retornei para dentro do castelo dando de cara com Alicent HighTower que sorriu gentil para mim.

— Não sabe como fiquei feliz com a notícia que está esperando por um neto meu. — A mais velha pegou minha mão começando a me guiar entre os corredores enquanto insistia em continuar conversando sobre gravidez. O que me fazia revirar os olhos. — Mas no fim querida, vai dar tudo certo e você vai ter um principe ou uma princesinha com lindos cabelos prateados.

— Mudando de assunto Alicent, gostaria de saber onde está Jhaehaera? Não ando tendo tempo para ajudar com os filhos de Haelena, soube inclusive que você enviou Maelor para outro lugar... Para onde o enviou? Não era melhor tê-lo mantido conosco? — A mais velha parou o seu caminho e virou para me encarar.

— Eu mandei a Jhaehaera para longe também, é melhor assim, Haelena está sucumbindo em sua dor e Aegon ainda está se recuperando, achei melhor as crianças não terem que ver isso.

— Onde eles estão Alicent? Eu prometi a Haelena que cuidaria deles, você não tinha o direito de fazer isso! — Ela me olhou com olhos pesados e logo pegou minhas mãos novamente.

— Você tem outras prioridades agora Rhaenys, você é a regente do Reino e está com um herdeiro em seu ventre. Sei que você ama sua tia e os filhos dela, Haelena também é minha filha, mas na situação que estamos você não pode perder tempo com isso. — Eu neguei com a cabeça para a mulher que levou sua mão até minha barriga a acariaciando de leve.
— Você já está com um pouco de barriga sabia... Você escondeu bem a sua gravidez, parece estar de uns 2 ou 3 mêses observando bem. — Eu abaixei o olhar encarando sua mão por cima de meu vestido, resmungando mentalmente por ela ser a segunda pessoa a me dizer isso.

— Eu não escondi. Descobri na noite da guerra da Goela, completamente no mesmo dia que todos vocês já que o Aemond fez questão de fazer aquela festa e contar pro Reino todo. — Nós sorrimos lembrando da imagem do Targaryen que fez uma comemoração exagerada a alguns dias atrás para celebrar o vinda de um herdeiro, mas fomos interrompidas por Otto que apareceu no corredor nos fazendo levar nossa atenção até ele.

— O Rei solicitou sua presença em seus aposentos princesa. — Novamente eu troquei olhares com a mulher de verde a minha frente, mas logo assenti indo rumo ao quarto de Aegon.

Assim que cheguei pela grande porta de madeira pude o observar sentado em sua cama, seu rosto tinha uma grande marca de queimadura do lado direito e seu peito desnudo continha diversas lesões e hematomas.

— Não precisa me encarar desse jeito, sei que estou horrivel.

— Me desculpe...— Falei caminhando até ele se sentando ao seu lado. — O que deseja majestade? Admito que fiquei meio surpresa com você me chamando aqui.

— Eu apenas queria conversar com você sobrinha, e lhe dar os parabéns pelo dragãozinho que você espera.

— Obrigada tio. — Agradeçi tentando afastar aquele sentimento de constrangimento que eu estava sentindo. Era um momento meio contrangedor já que em minha vida inteira acho que só realmente conversei com Aegon uma quatro vezes.

— Você será uma bela mãe. Mas me pergunto se meu irmão será um bom pai, ele te abandonou aqui para ir para guerra igual a todos que você ama. Parece que você tem um problema com abandonos sobrinha. — Falou e eu apenas tombei minha cabeça para o lado me levantando para ir embora, não queria ouvir aquelas merdas vindas do platinado, mas ao sentir sua mão segurar forte meu braço me puxando para se sentar novamente eu acabei congelando já pensando no pior. — O seu Rei ordena que fique sentadinha bem ai.

— O que você quer de mim Aegon? Hum? Você vai mesmo tentar conspirar contra o seu próprio irmão? — Perguntei já sentindo a raiva começar a me consumir, tentando não transparecer que eu o temia.

— Por que você sempre preferiu ele Rhaenys? Eu sempre a respeitei, nunca a tratei mal. Então por que preferiu meu irmão a mim? — Eu o encarei sem entender o vendo pegar as minhas mãos. — Seria tudo diferente se tivesse sido com você Rhaenys. Eu me casaria agora com você agora se me pedisse, te faria Rainha dos Sete Reinos, assumiria a criança que você carrega...

— O que deu em você? — Perguntei cortando sua frase.

— A guerra está piorando! Não sei se terei outra oportunidade de falar a verdade a você. Nunca amei a Haelena como esposa. Nunca quis ser Rei. Vamos fugir daqui, vamos embora para Essos, recomeçar, esquecer todas as merdas que essa família nos fez passar.
Vamos ir para as "Terras Do Sempre Verão", teremos ouro para viver como lordes e nunca mais seremos infelizes como somos aqui. — Novamente me levantei, sem dar dessa vez a oportunidade de ele me segurar.

— Aegon tudo isso está fora de cogitação, eu o respeito como tio e Rei, mas eu nunca retribuiria esse tipo de sentimento. Como pode me pedir para fugir? Enquanto a Haelena? Sua mãe? Seus filhos? — Falei séria já pronta para sair do quarto.

— Eles já estão todos mortos Rhaenys! Por que você continua a escolher ele? O que o meu irmão tem que eu não tenho? Estou te dando uma oportunidade que ele nunca teria coragem de lhe ofereçer. Estou te ofereçendo liberdade!

— Eu amo o Aemond. E sei que esses seus sentimentos que você sente não passam apenas de desejo e imprudência Aegon. Eu vi com meus próprios olhos os seus bastardos espalhados por toda a cidade, então mesmo que eu quisesse meu Rei, nunca confiaria em você.
Então lamento ser tão dura em minhas palavras, mas eu não o amo, e nunca fugiria com você, nós nunca teremos nada além do nosso laço famíliar. — Eu nem o deixei me responder, e logo sai do quarto rapidamente sem olhar para trás.

Ele enlouqueceu de vez...

[...]


As semanas passavam rápido e com ela as noticias corriam. O exército de Ormund HighTower estava sendo flaqueado e sendo superado em números na campina. Até a chegada de Daeron com seu dragão Tessarion, vencendo a batalha quando todos acharam que já estava tudo perdido.

Corvos chegavam nos avisando que Cregan Stark estava apoiando minha mãe e estava mobilizando grandes tropas de nortenhos em direção a Harrenhal. Os cães do inverno.

E com um desses pergaminhos em mãos, só restava eu andando de um lado para outro enquanto observava a grande mesa com o mapa de Westeros. Eu posicionava as peças que representavam as Casas uma a uma, pensando e criando estratégias para quem sabe conseguir acabar com essa guerra de vez.
Mas parei bruscamente deixando a peça da Casa Targaryen cair no chão quando Aegon apareceu abrindo as portas com brutalidade.

— Os pretos estão vindo, fomos informados que eles estão vindo por KingsRoad com todos os seus montadores. Precisamos partir agora Rhaenys! — O mais velho veio até mim pegando minha mão para sairmos do castelo, mas eu apenas parei o encarando.

— Nós não podemos fugir Aegon. Precisamos ficar e proteger a capital!

— Proteger com o que Rhaenys? Nossos dragões estão feridos e não vão dar conta de outros cinco montadores. Além do mais minha mãe já tentou mandar mensageiros e corvos a Aemond, mas todos os Mantos Dourados são leais a Daemon.
Não a como lutar contra eles! Fomos burros em deixar King's Landing desprotegida. — Eu soltei sua mão o fazendo me olhar desentendido.

— Eu sou leal a você, mas não irei fugir como uma covarde, ficarei e lutarei pela capital mesmo que me ordene o contrário. — Ele negou com a cabeça e segurou meu ombros.

— Você vai morrer lutando! Larys Strong vai nos tirar da cidade, é nossa última chance, se não consegue fazer isso por si mesma faça por seu filho! Venha comigo... — Dessa vez foi eu quem neguei com a cabeça e ne um até de despedida abraçei o mais velho a minha frente o deixando ainda mais confuso.

— Eu nunca o odiei Aegon, por mais que todas as atitudes que tome sejam sempre bem questionaveis, sei que foi apenas uma vitíma das pessoas que nos criaram. Apesar de tudo você é meu tio, e sei que nos veremos novamente. — Ele abriu a boca para falar algo, mas eu sai de perto do mais velho sem o deixar me impedir.

E chamando os meus guardas pessoais caminhei até os portões da fortaleza já vendo uma barricada de Mantos Dourados bloqueando a saida.

— Eu vou dar uma chance a vocês, ou continuam leal ao Rei e me deixam passar. Ou morrem de uma forma cruel e dolorosa. — Os homens cairam na risada ao ouvir minha frase, retirando seus espadas da cintura e vindo em minha direção.

Mas assim que eles deram um passo a frente a visão da sombra de Canibal nos céus os fizeram parar e olhar para cima assustados.

— Eu avisei. — Sem precisar dizer mais nada o dragão lançou seu fogo esverdeado em direção aos homens que cairam no chão gritando e implorando por ajuda.

O animal pousou a minha frente se abaixando para eu monta-lo, me fazendo segurar suas rédias e fazendo um gentil carinho no animal. Sem dúvidas eu e Canibal eramos um só, eu sentia nossa ligação e sabia que ele pensava o mesmo que eu, eramos almas gêmeas.

Lavantamos voo subindo as alturas nos dando a visão céus limpos, sem dragões por enquanto. Era loucura enfrentar cinco montadores sozinha, a cidade seria destruida se eu o fizesse, pessoas queimariam e tudo daria errado.

O que a gente faz?

Pousamos na muralha da fortaleza que dava a visão de todo povoado, eu não podia coloca-los em risco, eu não sabia oque fazer, os pretos me colocaram ne uma situação que eu não tinha como lidar sem que tudo fosse reduzido a chamas, eles tinham os cidadãos como escudo.

A visão dos montadores logo invadiu meus olhos, e no meio deles estava minha mãe com sua coroa dourada refletindo ao sol.

E naquele momento com os olhos
marejados e com a luz do entardecer em meu rosto, senti o vento levar minha lágrimas quando Canibal voou alto indo na direção da linha de dragões.

Que os Deuses testemunhem e tenham piedade de nós.

[...]

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