𝑷𝑹𝑬𝑳𝑼𝑫𝑰𝑶; 𖣓 𝑻𝒉𝒊𝒔 𝒊𝒔 𝑴𝒚 𝑪𝒓𝒆𝒘







— JON B ROUTLEDGE
Monólogo, (season 01, ep. 01)









John B virava a cabeça para o céu, enquanto uma de suas mãos deixava derramar cerveja em sua garganta, o telhado era estreito e ao pisar em falso, deixou que uma telha da enorme casa caísse metros abaixo. Ao se desequilibrar, acabou ficando com um pé para fora da cobertura.

——— É uma queda de três andares até o deque? — Pope questionou retoricamente, do andar de baixo quando encarou o mar calmo a sua frente. — Te dou uma chance em três de sobreviver.

John B riu da previsão do amigo e colocou o dedo indicador na boca, o sugando. Depois o colocou em direção ao céu como se prevesse o tempo.

— Então acho que isso significa que eu devo pular. — Ele sorriu e encarou JJ do outro lado da casa kook em reforma, sentado entre os enormes andaimes com uma cerveja na mão.

— Pode pular, eu atiro em você enquanto cai. — Pope apontou uma furadeira que tinha encontrado pelas caixas de ferramentas Kook e apontou para cima o ameaçando com a pistola.

— Você não atiraria em mim. — John B fez sua melhor cara de lamentação.

— Não duvide.— Pope apontou a pistola e girou, mirando no amigo branco, enquanto os dois riam.

— Eles vão ter privadas japonesas com aquecedor de toalhas. — Kiara disse, ao sair de dentro da casa e acabar na varanda onde os meninos estavam.

— Claro que vão ter, por que não teriam? — JJ disse arrastado e se deitou no andaime deixando suas pernas balançarem contra o vento.

— Isso aqui era um habitat para tartarugas, mas quem se importa com elas, não é? — a morena deu de ombros, em cólera.

— Eu não me importo, não suporto toalhas frias. — JJ esbravejou como um Kook.

— Eu não duvido que essa seja uma segunda, ou terceira casa pra família Kook. Só a mansão no lado nobre não era o suficiente. — Debochou Kiara. — Como eu odeio essa gente.

— Você costumava amar. — provocou, Pope.

— Você pode não se matar? Por favor? — Kiara pôs a mão esquerda para tampar a passagem de sol que entrava diretamente em seus olhos para conseguir ter uma embaçada visão de John B com o pé esquerdo para fora do telhado, tentando se equilibrar. Ignorando totalmente o comentário de Pope.

— Morrer você pode, só não derrama a cerveja. — disse, JJ. — Eu não vou te dar outra.

Então a pequena lata prateada com o símbolo da Coors escorregou das mãos umidas de John B e caiu três metrô de altura se chocando contra no deque.

— Mas que merda, você sempre faz isso! — JJ franziu o cenho, e se levantou irritado com ajudas das astes de ferro do andaime que estava.

— Que legal, ein! — Kiara revirou os olhos.

— Eu acabei de te avisar, tem tipo um segundo. — chiou, JJ.

— Não! — John B lamentava enquanto ignorava as queixas do melhor amigo.

— Gente, o segurança das quatro horas chegou. — Disse Pope ansioso para sair daquele condomínio Kook o mais rápido possível.

— Legal, hora de sair daqui. — JJ desceu do telhado com um pulo, enquanto John B descia do telhado. — Vamos, Humpty Dumpty. — Ele bateu no ombro de John B, quando ele chegou ao solo do deque bagunçado.

— Garry, meu amigo! É você? — JJ gritou em direção ao gordo e idoso segurança, que os via toda semana.

— Você sabe que sim! — O homem gritou, de volta, saindo da viatura.

— Quanto tempo, é tão bom te ver! — JJ gritou de volta, correndo em direção a Kie

— Não o provoque! — Kiara riu, o empurrando para dentro da mansão.

Os Pogues correram e deslizaram pelas pilastras mal acabadas, chocando-se contra alguns andaimes prontos para esbarrar com o segurança Garry no primeiro andar da casa.

JJ, sendo o primeiro a descer as escadas, escorregou, arrastando suas mãos pelo corrimão, porém chocando seus pés contra o chão na descida, conseguindo se permanecer em pé, correu contra o segurança, lançando-o elogios, enquanto os amigos passavam por trás dele para fugirem.

— Corre, Pope, mais rápido! — JJ gritou, empurrando a bunda do amigo para o outro lado da cerca amadeirada.

Por uma fração de segundo, o loiro devagou sobre como aquela cerca devia ter sido mais cara que toda sua residência com sua moto incluída.

Pope pulou a cerca, caindo com o rosto no chão, e JJ atrás dele, puxou seu corpo magro para cima, o motivando a continuar. Enquanto do outro lado da casa John B e Kiara corriam em direção a Kombi de JB, estacionada a um quarteirão da casa Kook.

Correndo pelas largas ruas com casas esplêndidas, JJ e Pope se esbarraram esbravejantes, com Garry a metros atrás deles, indo em direção ao local combinado para entrarem na Kombi e sumirem daquele lado da ilha.

Chegou num certo ponto em que JJ teve certeza de que Garry tinha desistido, então ao virar a esquina da mansão mais rica da ilha na qual ele se distraiu, ao estar na presença da morena mais desejada de todo o Corte ajeitando as mechas entre os dedos em frente a um enorme espelho, dentro de seu quarto. Era Ambrie Kook, se trocando.

Ele não tinha percebido que desacelerado os passos, até ouvir Pope gritar seu nome, o incentivando a cruzar a próxima rua e encontrar John B e Kiara. Saindo do devaneio, JJ percebeu ter se esgueirado um pouco para cima do gramado da mansão, e quando voltou a correr em direção a Pope, bateu em um corpo estranho.

Um líquido correu pelo corpo dele, quando se chocou com algo pequeno, e de linguajar muito inapropriado, que o xingava até sua futura geração.

— Rainha Kook! — Ele sorriu para Mackenzell Kook, que o amaldiçoava por derrubar seu café em cima dela.

— Sai da minha parte da ilha, Maybank! — Ela gritou, apertando o copo de plástico entre os dedos, e o jogando na calçada fria.

— Já estou indo embora meu amor, que pena que não trombamos antes. — Ele deu de ombros, sem se importar com o fato de que Pope já ter sobrado a esquina — Não sabia que tinha voltado, estava morrendo de saudades, princesa. — ele lançou um beijo no ar para a morena, e ela o pegou, e em um ato cênico lançou para ele seu dedo médio.

JJ voltou a correr, e dobrou a quarta rua, encontrando Pope entrando na Kombi, e o empurrou para cima, o jogando la dentro, em em segundos, os quatro amigos estavam saindo do lado rico da ilha.

— O que aconteceu? — Kiara disse eufórica apontando para a camiseta cinza de JJ que agora tinha uma mancha marrom.

— Encontramos com a rainha Kook. — Disse Pope, tentando controlar a própria respiração.

— O que? Mackenzell? — Kiara franziu o cenho.

John B no banco da frente, encarava os amigos pelo retrovisor.

— Sim, essa garota é como um beatlejuice. Só falar que aparece. — JJ tirou o boné da cabeça e passou a mão por seus fios loiros, enquanto respirava forte.

— O que aconteceu? — Disse ela intrigada por saber mais da ex amiga.

— O garanhão aqui, — Pope deu um tapa na coxa do loiro. — Resolveu espiar a irmã dela enquanto fugiamos da polícia. — outro tapa, agora no rosto.

— Calma aí, calma aí. Não me culpe, fiquei hipnotizado! — Ele deixou seu corpo decair em drama em cima de Kiara, que revirou os olhos em desgosto.

— Então, ele nem viu quando pulou na calçada, e adivinha quem estava no telefone com um enorme gelatto em mãos? — Pope pulou no banco animado para de terminar de espalhar a história.

— Não! — Kiara ficou repentinamente animada. — Mackenzell?

— Mackenzell!!

— E ela ficou toda suja de café? — o olhar de Kie caiu sobre seu colo, onde a cabeça de JJ estava.

— Ficou, ficou sim. — o loiro sorriu.

— Isso! — Ela riu genuinamente e deu um beijo na testa de JJ.

— Parem, não dêem risada, assim eu repenso a ideia de entrar praquela família. — ele saiu do colo de Kie, se ajeitando no banco ao lado dela.

— Até parece que a garota dona da maior parte dessa ilha e do nome Kook ia querer você, Jay. — Era perceptível o sorriso de John B pelo retrovisor.

— Ele sonha de mais. — Pope riu, e JJ o ameaçou com o punho.

— Ela é insuportável não sei como vocês ficam tão excitados com garotas ricas que nunca vão olhar pra vocês. — Kiara se recostou no banco da Kombi apertada dando de ombros.

— É exatamente por isso que a gente tem você, Kie! — John B sorriu. — Você é nossa rica de estimação.

Então a face emburrada saiu do rosto da morena, e os dois amigos no banco de trás pularam em cima dela em um abraço.










Só queria te contextualizar um pouco antes de continuarmos,

Eu sou John B Routledge, e eu narro essa história. Porque é a minha.

Certo. Aqui é o Figure Eight, o lado rico da ilha. O lar dos Kooks. Então, adivinhe porque estamos fugindo daqui? Porque é claramente onde não moramos.

Estamos acostumados com o lado sul, ou a periferia, ou o Corte, como preferimos dizer. O lar da classe trabalhadora que se sustenta limpando mesas, lavando iates, fazendo entregas. O hábitat natural de...Rufem os tambores, por favor...

Os Pogues.
Nós.

Pogues, iscas, a ralé, arraias miúdas. A base da cadeia alimentar.

Ok, Hm, a desvantagem de uma vida Pogue? É que somos ignorados e negligênciados. Porém o lado bom da vida Pogue? Somos ignorados e negligênciados. O que significa que fazemos o que queremos, e quando queremos.

O loirinho de boné que quase nos fez ser pegos? Bom esse é o JJ, meu melhor amigo desde a terceira série. Ele é o próprio esteriótipo nativo. O último na linhagem de pescadores bêbados contrabandistas cheios de vingança que vivem do que tiram da água.
O melhor surfista que eu conheço, mas não deixe ele saber disso. Um pouco cleptomaníaco, e com certeza um futuro sonegador de impostos.

A rainha lá atrás, sabe? A morena de olhos verdes, boca furiosa e que obviamente nos despreza? Bom aquela é Mackenzell Kook.
A família dela foi dona de toda a Outer Banks quando foi fundada, ou melhor, a família da mãe dela. Eles eram tão importantes que o apelido Kook vem deles. É como se tivesse sido alguma homenagem rica, qual eu não entendo.
Kook é sinônimo de riqueza.
Porém a mãe dela nunca aparece, tem Pogues que acreditam que seus pais tem um casamento arranjado, porque além de eles nunca aparecerem juntos, aquela família parece que atracou em mil e oitocentos.

Mackenzell andou com a gente por um tempo antes de brigarmos e ela e a irmã fugirem para a Inglaterra no último ano. Acho que tem culpa do JJ nisso, mas não serei eu que vou perguntar.

A irmã dela, Ambrie, que JJ estava espiando, ela é a mais sociável dos Kook's. Cabelos lisos e esbravejados, vegana e ambientalista. Se recusa a frequentar o colégio Kook desde os doze anos por acreditam que não deveria haver colégios pagos. Então eu acredito que ela está na minha turma de álgebra a alguns anos. Ela é bem simpática, mesmo tendo aquela marca Kook que nunca vai sair dela, muito menos de seu sobrenome, ela é uma garota legal.

A nossa Kook de estimação é a Kiara, ou Kie, como eu chamo. Quando ela não está salvando tartarugas nem ouvindo Bob Marley ou fazendo tatuagens de golfinho, ela anda com a gente. Mas eu não sei o porquê. Ela é rica. Tem um pezinho em cada mundo. A família dela é dona do The Wreck, uma instituição de Outer Banks. Um completo chafariz de turistas. Mas não acho que os pais dela gostem da gente.

Sinto que nós três temos uma queda por ela.

E o último, mas nunca menos importante, Pope. O cérebro da operação. Finalista da bolsa de estudos por mérito Lucas T. Vanderhorst.
O cara mais inteligente que eu conheço, e o mais esquisito.
O pai dele é lendário. Heyward. O que você quiser na ilha, ele pode conseguir pra você. E eu não sei se o Heyward entende o filho brilhante que ele tem, mas isso não é importa, ele é um Pogue. Como todos nós.

É isso aí, essa é a minha tribo.






























2018 words

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top