05 - better than revenge
capítulo cinco:
better than revenge.
Heyward descarregou todas as suas mercadorias de dentro de sua loja, as colocando em sacolas plásticas e as entregando na mão do próprio filho, Pope, que já tinha a bancada estabilizada no barco de sua família, colocando todas as compras encomendadas pelos kooks sobre ela.
——— Levem essas compras direto para Figure 8. Mas nada de parada para pescar. Eu prometi que chegariam hoje pela tarde.
O mais velho disse, entregando mais duas sacolas cheias nas mãos do filho.
JJ Maybank, ao lado de Pope no barco, estendeu seus braços, esperando por mais sacolas para ele carregar. O garoto precisava de um novo emprego, agora que tinha sido mandado embora, e mesmo que Heyward empelicasse com ele, Pope sabia que seu pai não deixaria nenhum amigo seu na mão.
— Ah, JJ. Muito obrigado. — Heyward deu um sorriso irônico, e colocou uma sacola em cada braço do garoto. — Falei sério, nada de pescar. Os ricos não aguentam esperar a preguiça de vocês passar.
— Mal parece que um furacão passou por aqui. — Refletiu Pope, na direção do barco, encarando as faixadas das mansões de figure 8. Enquanto JJ rodava seu canivete suíço, sentado sobre a bancada do piloto.
— É sempre assim, cara. Eles tem malditos geradores, e estão dizendo, que no Cute vamos ficar sem energia pelo restante do verão.
JJ retirou seus óculos de sol, e penteou seus cabelos com a mão livre.
— Kooks de merda. — Reclamou Pope, enquanto estacionava na marina.
— Melhor nos separarmos. — JJ disse com um sorriso no rosto ao sair da cabine e ir em direção à mesa com as compras. — Eu entrego as compras do lado sul e você as do norte, acho que fica mais rápido assim.
— Ah, tudo bem. — Pope disse, pegando um engradado de cerveja e mais muitas sacolas.
— Nos encontramos aqui em algumas horas. — JJ disse, uma última vez antes de se afastar.
——— Cara, aquela festa foi uma loucura! — Topper Thornton rodava seu taco de golfe no ar, de forma animada enquanto caminhava para a base na grama, onde sua bola tinha ido parar. — A primeira vez que eu cheirei eu pensei, "cara, eu preciso de mais." — Ele riu.
— Pois é, né? A parada foi uma loucura. — Rafe disse, ao encontrar a bolinha, e brincar com ela com seu taco no solo, e a ajeitando para que pudesse arremessar.
— Mas, cara, você não contou para a Sarah, contou? — Topper perguntou, mordendo o lábio inferior, claramente com medo.
— Está zoando? Do jeito que ela é fofoqueira. — Rafe riu, e olhou para onde iria tacar. — Claro que não.
— Eu não pensei que fosse ver a Mackenzell Kook tão chapada. Puta merda. — Topper começou a rir. — Você tem uma garota do caralho nas suas mãos Rafe, tô falando sério. Ela é a maior maluca, deve fazer de tudo. — Disse de forma maliciosa, e Rafe segurou o taco com mais força, e em segundos, jogou a bola longe, na direção contrária.
— Quem me dera. — Foi a única coisa que Rafe disse, rangendo os dentes.
— O que? — Topper provocou, enquanto cutucava com ombro do amigo. — Como assim? — Insistiu ele querendo saber mais. — Vocês ainda não transaram? Vocês estão o que, a um ano juntos?
— Não estamos juntos. — Rafe evitou a pergunta.
— Caralho... — Topper colocou a mão na boca, como se estivesse surpreso. — Mas vocês já fizeram todas as outras coisas, né? Tipo...
— É, Topper, a gente já fez. — Disse Rafe começando a se afastar para ir em busca de sua bolinha para continuar a partida, mas Topper não parava de falar em seu encalço, o deixando irritadiço, então Rafe parou, e se virou na direção dele. — E sabe eu tava quase enfiando nela ontem naquela porra de festa, quase. Mas ela disse que não tava afim. E eu não sou a porra de um babaca. — Rafe voltou a andar, e começou a descer a pequena rampa de areia do clube, chegando na direção de onde estava o objeto. — O que foi, Topper, cansou de querer detalhes ou também tá afim de saber qual foi a cara quando eu enfiei na boca dela...
— Tá bom! Tudo bem, tudo bem. — Topper o interrompeu, fazendo uma feição de desgosto. — Já entendi, você é um cara reservado. Mas assim, você acha que vai rolar logo?
— Com certeza. — Rafe afirmou, presunçosamente enquanto se abaixou para pegar a bola.
— Você percebeu que ela tá diferente? — Topper disse, colocando uma pulga atrás da orelha de Rafe. — Está falando estranho, agindo estranho. E teve o negócio dos equipamentos. Sarah está agindo assim também.
— Mackenzell é esperta, não compare ela com a minha irmã. — Rafe disse, zombando.
— Não está com medo de que ela volte a falar e agir como os Pogues?
— Topper, a porra do anel no dedo dela vale mais que o seu carro. Se eu estou preocupado com a minha garota virando Pogue? Ela é a personificação de uma Kook. — Olhando ao redor, Rafe parou de andar, empacando Topper atrás dele, ao perceber uma figura estranha em seu caminho. — Ei, ei. —Rafe riu, e colocou seu taco descansando em seu ombro.
— O que foi? — Disse Topper, procurando o que ele via.
— Ele não é membro, é? — Rafe riu, e apertou seu taco com mais força.
— Deixa o cara. — Topper revirou os olhos, e voltou a prestar atenção no jogo ao ver Pope Heyward com diversas sacolas de compra e um engradado de cerveja em mãos, provavelmente trabalhando para seu pai. Qual os pais de Topper já contrataram, então o que ele pensou e disse foi. — Deixe ele trabalhar, vamos voltar a jogar.
— Esses merdas apontaram uma arma pra sua cabeça. — Rafe segurou o taco com tanta força, que seus dedos ficaram brancos. Sentindo a raiva subir por suas veias rapidamente. — Tentaram roubar a minha namorada, porra.
Ele começou a andar, com o taco em mãos, ignorando completamente as reclamações de Topper, implorando para que eles voltassem a jogar.
— E aí, cara? — Rafe chegou perto, falando com um sorriso no rosto. — Quer quanto por uma cerveja? — Então ele empurrou a ponta de seu taco contra o engradado, tentando o derrubar dos braços de Pope.
— Não estão à venda. — Pope disse com cara de poucos amigos, e tentou continuar andando, mas Rafe não permitiu, fazendo seu taco o impedir de continuar.
— Espera, se não está a venda quer dizer que pode nos dar pelo menos uma, né? — Provocou o loiro.
— Ou você pode encomendar, como todo mundo. — Pope reclamou, e Rafe segurou seu ombro com força, e mesmo tentando se desvencilhar, falhou.
— Espera, você não está me ouvindo. Você tem tanta cerveja aí. — Ele riu, e encarou Topper, que começou a entrar no personagem, — E nós não temos nenhuma.
— Nenhuma, poxa. — Disse Topper.
—Não posso, já estão pagas, já compraram.
— Entendi, já estão pagas? — Rafe riu, e se inclinou, colocando a base de seu taco dentro de uma das sacolas e rapidamente a rasgando, deixando que tudo dentro dela caísse no chão e vidro se partisse. — Se pagaram, que droga. Você deve ter roubado essa merda, não é? — Disse agora agressivamente.
— Que porra? — Pope gritou. — Está me devendo por isso! — Então Rafe chutou longe as outras sacolas, e empurrou Pope para trás, o fazendo cambalear.
— A gente só quer umas cervejas cara.
Então Topper começou a puxar de sua mão o engradado, e então desistindo, ele o soltou, fazendo Pope tropeçar e cair no chão, consequentemente batendo seu rosto no chão arenoso, e batendo sua festa contra uma pedra.
— Aí merda! — Disse Topper ao perceber o sangue. — Me desculpe, cara. — Então Pope tanoou voltar a se levantar, pensando que tinha acabado, então se virou para tentar socar alguém, qualquer um deles, porém sua mente já estava desnorteada, e Rafe, percebendo isso, bateu com o taco contra o seu estômago, gritando de raiva, e logo depois contra suas costas, o chutando com força quando ele caiu contra o chão. Sem ouvir as súplicas de Topper para que ele parasse, enquanto Pope se revirava no chão, gemendo de dor, e cuspindo sangue.
— Rafe já chega! — Gritou Topper, quando Rafe iria dar outra tacada em seu estômago, com toda sua força. Porém Topper o empurrou, fazendo o taco parar no chão.
— Fica aí no chão, porra! — Rafe gritou, e Topper voltou a afasta -lo
— Rafe, vamos embora cara, deixa!
— Tá defendendo ele, é? — Rafe gritou, empurrando Topper pra longe, e chutou Pope no chão novamente.
— Sério, Rafe! Me escuta! Deixa ele. — Ele tentou puxar o braço de Rafe mais uma vez.
Rafe se agachou, se aproximando de Pope, que gemia de dor, jogado no chão, e deu três tapinhas em seu rosto, rindo alto.
— Não queremos vocês aqui, entendeu? Fica fora de Figure 8, Pogue. — Ele disse, se levantando. — E que isso sirva de exemplo pro seu amigo, mande-o ficar longe da minha namorada. Ou eu vou atrás dele.
E então Rafe Cameron foi embora, largando Pope no chão, e arrastando Topper, que o seguiu covardemente.
Ambrie Kook correu em direção à porta pesada e alta da entrada de sua mansão em Figure 8. Eram exatas dez da manhã quando ela pegou seu celular no balcão da cozinha enquanto alimentava sua nova tartaruga, que uma ideia veio a sua mente. Fazia algumas semanas desde a trágica noite da festa no Point, e consequentemente umas semanas desde que tinha reparado em Pope Heyward. Com o celular nos dedos, ela se lembrou de parte de sua conversa, e de que seu pai fazia entregas por toda Outer Banks, decidindo assim, comprar várias coisas aleatórias, como um pote de picles, até engradados de cerveja, só para que tivesse a sorte de ver Pope novamente.
Então suas mãos cheias de anéis foram em direção a maçaneta, e quando ela abriu a porta, teve o vislumbre de ver Pope Heyward com um boné cobrindo seu rosto, e de mãos vazias.
——— Pope! Oi! — Ambrie disse, com um sorriso no rosto, até perceber seu desânimo. — O que houve? — Ela questionou, e podia jurar que o tinha ouvido fungar.
— Queria pedir desculpas pela loja do meu pai para a sua família. Não pude trazer suas compras hoje, houveram imprevistos. Até amanhã eu trarei seu dinheiro. Só por favor, peço que vocês não denunciem, a gente...
— Pope! Do que tá falando? — Então ela deu um passo à frente, vendo diversos hematomas por seu rosto. — O que aconteceu com você? — Preocupadíssima, Amber o colocou para dentro de casa, o levando a cozinha e dizendo que só o deixaria sair, quando terminasse de limpar seus ferimentos.
— Me diga o que aconteceu.
A garota magra colocou os cabelos por detrás da orelha, passando um algodão com remédios contra a testa dele.
— Topper e Rafe me atacaram quando eu saía do clube,estava fazendo entregas, deles me atacaram e quebraram as suas compras, que era a última casa que eu ia, por ser a mais longe do centro... Me desculpe, eles disseram que não querem Pogues desse lado da ilha. — Ele disse, tentando se desvencilhar de seu toque.
— Filhos da puta, — Ambrie disse, com toda a sinceridade que tinha no peito. — Não se preocupe com o dinheiro, não importa. Eles vão pagar pelo o que fizeram com você.
— Importa sim, talvez não te faça falta, mas a empresa do meu pai é justa. É digna. Eu devolvo cada centavo, só preciso de um tempo...
— Pope! Não importa.
Ela terminou de limpar sua ferida e jogou a gaze fora. Agora ela tocava sua face, procurando por mais algum machucado, mas só encontrou os olhos doidos de Pope. Ele com certeza tinha chorado.
— Não importa porque eu só comprei porque precisava de uma desculpa para poder te ver de novo. — Ela sorriu,e agora os olhos de Pope estavam fixos nela.
Ambrie passou a mão pela bochecha dele, e o viu corar.
— Me desculpe, — ele olhou para o próprio relógio, nervoso. — eu marquei de encontrar o JJ a meia hora atrás. Eu tenho que ir.
Então Pope se levantou, pronto para ir embora, mas não contava com Ambrie Kook em seu encalço.
— Tudo bem, ele nos ajuda na vinganca. — Ela sorriu docemente, e estendeu o braço a Pope, que cruzou com o dela, aceitando sua ajuda.
——— Malibu 2020, 24-MXC. O melhor wakesatter do mundo. Mais caro, maior número de qualidade e desempenho.
Os três encaravam o barco novo de Topper Thornton parado à beira d'água.
— Isso é guerra, Pope. — Disse JJ, franzindo o cenho. Ainda não entendia o que a garota kook fazia ali, só sabia que ela estava disposta a ajudar na vingança, e que a garota mais zen que ele conhecia, parecia ter sangue nos olhos. — Eles atacam, a gente ataca.
— Eles vão se arrepender. — Ambrie colocou a mão no ombro de Pope, o encorajando.
JJ colocou uma bandana no rosto, pensando que não seria reconhecido, enquanto Ambrie cruzava os braços nervosa contra o peito, ao vê-lo pular na água.
— Como está a sua irmã? — JJ perguntou despretensiosamente, tentando puxar assunto, enquanto via Pope nadar até a lancha e puxar a tampa, que o faria afundar.
— Muito melhor desde que superou todas aquelas coisas maldosas que disse a ela.
— Qual é, faz um ano e meio. — JJ cruzou os braços, — Eu sei que eu falei merda, eu tava chapado.
— Bem esse não é de longe o melhor pedido de desculpas que já ouvi. — Ela riu, tampando as orelhas, dramaticamente. — Mas eu sou uma pacifista, você sabe que eu te perdôo. Mas ela? Mackenzell é dura, e parte disso é sua culpa. Não quero ter essa conversa com você JJ, de verdade.
— Tudo bem, não teremos essa conversa. — Ele fecho seus lábios em uma linha reta, tentando absorver tudo o que ela tinha dito.
Segundos depois, Pope apareceu na escada do barco Heyward, com a tampa do barco de Topper em mãos,com um sorriso no rosto.
— Isso! — Ambrie riu alto,e o abraço, assim que ele pisou no barco, sem se importar de estar todo molhado.
— Porra, eu to tão orgulhoso de você! Puta que pariu. — JJ riu e bateu palmas.
— JJ, não pode contar pra ninguém. — Pope disse, com Ambrie em seus braços.
— Não vou.
— É sério, os dois. Ninguém pode saber. Nem Kie, nem John B, nem Mackenzell, ninguém. — Eledisse alarmado, e os dois confirmaram com a cabeça, jurando.
— Mas isso aqui não terminou.
Ambrie disse, e se despediu no cais, jurando que Rafe Cameron pagaria por toda merda impune que fazia.
Então naquela tarde, sabendo que quando o loiro fosse em busca de sua moto no estacionamento velho de Barry, encontraria sua moto toda arranhada com um "pertence a um filho da puta racista" arranhado em sua traseira.
Porque não se mexia com uma kook indignada.
———
2500 words
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