01 - scooter grubbs


Capítulo um :
scooter grubbs with grady-white? never.






O interruptor não funcionou. As luzes não se acenderam naquela manhã.

Eram exatas oito e quarenta e sete da manhã quando Mackenzell tentou ligar as luzes de seu quarto, apertando os botões do interruptor pela terceira, quarta e quinta vez, falhando.

——— Pare de apertar isso, não está funcionando, não vê? — Ambrie foi quem disse, sua irmã mais nova, encostada ao batente da porta, bem ao lado de Mackenzell que brigava com o interruptor.

Seus cabelos amendoados, lisos e compridos batiam contra suas costas, enquanto ela adentrava o ambiente, chutando sua saia longa verde musgo de cintura baixa e seus coturnos de exército. Ambrie tinha um ano e meio a menos que sua irmã, porém pesava quase a metade de seu peso, e era muito mais alta. Poderia-se dizer, que as irmãs Kook eram o oposto uma da outra.

— Eu sei, eu só estou irritada com esse estúpido furacão. — Mackenzell desistiu de sua batalha e deixou que seu corpo caísse sobre seus lençóis em sua cama de casal acolchoada.

— Papai me disse que até a tarde os novos geradores já estarão sendo ligados. — A magra caminhou pelo quarto, deslizando a mão gentilmente pela dobradiça da cama da irmã, indo de encontro com a sua enorme janela, que dava vista ao vasto jardim de trás, que antes poderia ser vendida como a vista mais cara e mais bonita de Figure 8 , e que agora se parecia mais como uma bagunça de galhos, pequenas embarcações atracadas, árvores caídas e sua piscina imunda e inundada de sujeira.

Encarando o lado de fora, Ambrie pôde ver, aproximadamente vinte pessoas tratando de retirar as árvores e empecilhos de dentro de seu jardim. E o instinto a fez perceber que eram empregados do Corte.

— Está tão calor. — Mackenzell fez birra na própria cama.

Então, segundos depois se levantou, arrancando seu moletom de dormir por cima dos ombros, ficando com torço e seios expostos. O clima de Outer Banks se escalava normalmente, sempre em tons quentes, coisa nunca preocupou alguém que tinha dinheiro para comprar quantos ar-condicionados quisesse.

Porém a tempestade que veio de brinde do furacão Ágata que tinha destruído a cidade pela noite, trouxe de presente também uma frente fria inesperada pelas noites, e durante o dia, as ondas de calor estavam descontroladas. Retirar o próprio moletom, fez Mackenzell se lembrar da noite anterior. Como ela tinha saído correndo da casa dos Cameron, somente usando um biquíni, e jeans, implorando aos céus que nenhum relâmpago caísse antes que colocasse os pés em casa, e em minutos de caminhada, a garota estava encharcada, assustada e com frio.

— O que está pensando em fazer hoje? — Ambrie se virou e disse, retirando a menina de seus devaneios, enquanto a mesma se sentava no batente da janela.

— Não é como se Outer Banks fosse um point de diversão. — Respondeu Mackenzell, ácida.

Prontamente, a garota se levantou, e começou a retirar o restante de suas roupas e procurar algo que lhe agradasse em seu closet.

— Ainda mais esse furacão, que chegou estragando tudo. — Ambrie disse, agora muito mais alto, para que fosse ouvida de longe, então seu olhar se voltou a janela observando os trabalhadores no andar de baixo. — Imagina o quanto deve ter sido difícil pra eles saírem de lá hoje?

— Com certeza, eles são pobres. — riu malvada.

Mackenzell não estava prestando atenção, porque ela não se importava.
Ela vestia uma mini saia jeans preta e um cropped fino e sem mangas. Mackenzell saiu do closet, andando em direção ao seu espelho de corpo inteiro, e passou os dedos por seus cabelos e franja, os ajeitando.

— Acho que papai devia pagar o transporte deles de volta, — Ambrie ignorou o tom malvado na doce voz de Mackenzell, e continuou a dizer : — O que você acha? A barca e o mangue devem estar às traças depois dessa tempestade.

— Eu acho, — Ela largou o gloss que estava em mãos, e o jogou em cima da cama. — que você deveria ir lá sugerir isso para ele. — Mackenzell sorriu, e a irmã mais nova não percebeu o ar de maldade em seus olhos. Porque afinal, ela tinha dito o que Ambrie queria ouvir.

Então ela saiu da suíte sorrindo, e desceu até o quintal, onde seu pai estaria.

Mackenzell voltou a se observar em frente ao espelho.
Seu corpo era magro, a menina devia vestir trinta e seis, e a saia que usava estava abaixo de sua fina cintura. Ela deu uma volta, e encarou a saia mais uma vez, declarando que o problema era ela, não a saia. Então abriu o zíper, deixando que a saia escorresse por suas pernas.

Apenas de calcinha e cropped, ela andou pelo próprio closet, esperando que encontrasse algo entre todas as suas roupas de grife que magicamente concertasse o que ela via de errado consigo mesma. Mudando tudo, ela colocou um vestido de malha sem mangas, somente finas alças e fresco, verde limão que cobria até parte de suas coxas.

Com fones sem fio nos ouvidos, a garota de olhos verdes desceu as escadas vazadas de concreto de sua mansão, e pisou forte com seus saltos em direção a saída dos fundos da casa, esbarrando com vários trabalhadores,saindo pelo jardim de inverno.

— Zell!

Percebendo que tinha sido chamada, retirou um dos fones de suas orelhas e se virou e, direção à voz. Encontrando sua irmã abraçada em seu pai como um carrapato em pet de madame.

— Papai. — ela sorriu, em um comprimento de bom dia. E ele tocou seu ombro, delicadamente.

— Onde está indo tão cedo? — Ele questionou, tirando o braço do redor de sua irmã.

— Vou na Sarah. — disse simples.

— Vai fazer o que na casa dos Cameron's depois de um furacão eminente? — Ele franziu a testa, deixando suas quase rugas à mostra, e sorrindo a procura de uma resposta convincente.

— Vou ver se precisam de ajuda com algo, sei como Sr. Ward fica quando algo sai dos trilhos, e eu realmente queria ver a Sarah. — Ele sorriu. Aquela era definitivamente a resposta correta.

Então Reece Kook se soltou da filha mais nova como se não lembrasse de sua existência por um segundo. Ele se aproximou da primogênita, sua mão esquerda foi em direção ao seu rosto, e agora estavam bem perto um do outro, quando ele começou a falar.

— Como ficou pela noite, meu amor? Eu não consegui parar pra te ver.

— Tudo bem. — Mackenzell disse, cruzando os braços.

— Mackenzell. — Ele repreendeu. — Você dormiu?

— Pessoas sobrevivem à noites sem sono. — Ela deu de ombros como se não se importasse. — Não é como se fosse chover todo dia...

— Você sabe que se precisar, o remédio está na gaveta da minha cabeceira, e

— Papai, papai. — Ela o interrompeu. — Está tudo bem, estou bem. — Então ela se aproximou mais uma vez, agora com os braços em seu pescoço e o puxando para um abraço rápido.

— Certo. — Reece se calou por um segundo, sabendo que aquele era fim do assunto. — Não demore, vamos almoçar no clube hoje. — Ele se aproximou da filha, selando um beijo em sua testa. Mackenzell se afastou do pai aos poucos, ainda mantendo o vasto sorriso no rosto. — Ah, uma coisa. — Ele a parou. Kenzell se virou. — Se vir Rafe...—

— Eu sei.

Mackenzell se virou e saiu pela cerca traseira da casa.





John B saiu pela porta de madeira da frente de sua casa, encarando a catástrofe Ágata em seu quintal. Árvores caídas, em várias partes e um acúmulo de galhos em cima de seu HMS Pogue. O barco de todos eles.

——— A Ágata fez muito estrago? — Um JJ sem camisa saiu de dentro do Castelo, falando de maneira arrastada de sono, e um segundo depois dando uma bicada em sua nova latinha de cerveja que tinha encontrado em algum lugar da casa.

John B se questionou por um segundo se tinha o visto entrar na noite anterior, ou se sequer tinha o convidado, porém se lembrou de como seria possivelmente uma merda pra ele, se abrigar uma noite inteira de chuva com o próprio pai.

— Fez muito, com certeza. — John respondeu simples, e puxou enormes galhos de dentro de seu precioso barco a motor.

JJ desceu as escadas da varanda, e se aproximou dele, pisando descalço no cascalhos pela grama.

— No que está pensando? — Ele devagou, se encostando no HMS.

— Você conversou com ela depois que ela voltou? — John B tinha pensado muito antes de fazer aquela pergunta, e depois de respirar fundo, ele tirou dele o peso que tinha em suas costas.

— Com quem, minha mãe? — JJ soltou, tentando ser engraçado, e John B soltou uma risada fraca. Porém seus olhos insistentes fizeram JJ se concentrar. — Não, eu não falei. — Deu de ombros. — E acho que ela está namorando, sei lá. Não me importo.

Mentira.

— Eu também não, Kie muito menos. — John B pegou cascalhos de debaixo do barco, e os jogou longe. — Mas, ontem, depois de surfar na tempestade, eu... na verdade, sabia que ela tem medo de chuva?

Então os olhos do Maybank se abriram em surpresa, como se ele tivesse tido um grande deja vu, deixando que um filme do verão anterior passasse por detrás de suas têmporas, se lembrando de tudo muito bem. Não era só chuva, era pânico da água, o oceano em geral.

— Eu a encontrei na calçada da praia, tendo uma dessas crises ontem. E cara... — John B coçou sua nuca. — Ela tava tão assustada, eu a entreguei meu casaco e a levei pra casa.

— O que ela fazia no meio da praia, perto de um furacão? — Seu tom era mais preocupado do que ele gostaria de aparentar.

— Não sei — Ele suspirou, se encostando no hms. — ,ela disse que se perdeu. Eu não sei, ela pareceu tão frágil e desnorteada. Nunca a vi assim, ela me pediu desculpas por não ligar pra gente quando foi embora. Eu aceitei, não sei cara, pensei nisso a manhã toda. — admitiu.

— Não desperdice seus pensamentos, ela não vale a pena. Sorte a sua que ela não teve tempo de te chamar de pobre imundo. Se estava desnorteada deve ser de tanta coca que Rafe Cameron cheira perto dela. — JJ abusou de seu tom mais cruel.

— Falando assim, você quem parece o Kook babaca. — Então a cara de JJ se fechou. — Tudo bem, — John B levantou os braços em rendição, tentando melhorar o clima. — O que está pensando pra hoje?

— Não sei.

— Bom, eu estou pensando que a tempestade empurrou todos os caranguejos para o manguezal. Os peixes vão caçar caranguejo. — John B subiu na plataforma de ferro que matinha o barco em seu lugar e jogou longe mais alguns galhos secos.

— O juizado de menores não vinha hoje? — JJ questionou, espremendo os próprios olhos para enchergar o melhor amigo através do sol.

— Não, eu duvido que eles peguem a balsa. — John B pulou para dentro do barco, arrancando o último e mais pesado galho que tinha nele.
JJ franziu o cenho, pensando.

— Se liga, irmão. É Deus nos mandando pescar.






JJ e John B julgavam todo e qualquer barco atracado ou naufragado a que eles passavam em meio a catástrofe que ficou o mar.
Os dois apostavam entre si, qual o valor do prejuízo de cada um deles.

—— Espero que o barco da Terry Gufdy não tenha afundado, ela não tem seguro. — John B alcovitou, como uma idosa fofoqueira.

— Bom dia Sta. Ammy! — Disse JJ animado, em relação a mulher que acenava pra ele do cais.

— Sobreviveram? — John B brincou com outro marinheiro, enquanto a pequena e velha lancha do HMS movia-se lentamente.

— Ela super me fitou, você viu, não viu? — JJ ajeitou a própria pose na frente do barco, com seu ego inflado.

— Com certeza eu vi. — Ele sorriu para o amigo dando-lhe confiança. — Caralho, olha só esse lugar. — Ele apontou para as centenas de amontoados de lixo que se formavam na água.

— Ágata, você não perdoa. — JJ assobiou.

— Olha a sujeira que isso provocou. — John B disse quando se aproximavam do cais de Pope. — Vai levar o verão inteiro para limpar.

— Olha só o que temos aqui! — JJ esbravejou animado quando viu Pope se aproximar no cais.

— Temos uma reunião de segurança, onde sua presença é obrigatória. — John B fingiu conversar com um rádios em seu ombro, para chamar a atenção de Pope.

—Ah, desculpa gente, não vai rolar, meu pai não quer que eu saia hoje. — O garoto disse, mostrando a mangueira que ele levava nas mãos.

— Seu pai é um cuzão, câmbio. — Sem limites, JJ disse, fingindo usar o mesmo rádio ficticio que John B.

— Eu ouvi isso. Seu sem educação. — Heyward se aproximou do cais, com uma vassoura entre as mãos, irritado, como sempre.

— Nós precisamos do seu filho. — John B afirmou, expressando sua feição mais angelical.

— São regras da ilha, um dia depois do furacão todo mundo tira o dia de folga. — JJ testou o poder de sua lábia, com os braços abertos na beirada da lancha.

— Quem diabos inventou isso? — Heyward franziu o cenho, e Pope quase pulou para dentro da lancha naquele segundo.

— Acho que foi o Pentágono. Nós temos autorização de segurança. Eu tenho um cartão aqui se você quiser. — O loiro disse sério, fingindo procurar nos bolsos de sua bermuda.

— O Pentágono, é sério? Vocês acham que eu sou idiota? — Heyward tentou não dar risada com o absurdo que ouvia.

— Pai, pai, eu faço isso amanhã. Eu te prometo. — Pope celou uma decisão, já se despedindo.

— Não, não! Amanhã não, você vai fazer isso agora! — O pai de Pope tentou se aproximar, porém John B sussurrou para que o mesmo pulasse dentro do barco, e ele o fez.

— Pai, eu te prometo que amanhã eu vou fazer! Eu te prometo. — Pope suplicou.

— Quando você voltar, você vai limpar camarão, vai limpar peixe, vai limpar seu quarto imundo! Vai limpar tudo!

— Um beijo pai! — John B gritou, quando o barco já estava longe o suficiente para o homem de meia idade não poder mais contestar.

— Eu odeio seus amigos! — O pai de Pope gritou, quando eles estavam longe o suficiente para não ouvi-lo.

Minutos depois, o hms Pogue parou no cais antes límpido, e agora nojento, da casa Kook de Kiara, onde a garota já os esperava.

— Bom dia, gatinha. — JJ afirmou, quando viu a morena caminhar pelo cais amadeirado.

— Bom dia meninos. — Ela se aproximou da borda.

— O que tem aí? — JJ provocou, encarando o cooler em suas mãos. — Suco de caixinha?

— Ah, uns iogurtes, cenourinhas. — Ela entrou no sarcasmo.

— Está afim de um coquitel no seu suquinho? — Ele riu, quando segurou a mão dela, a ajudando a entrar no barco.

— Quero, quero sim. — Ela sorriu, e se sentou no apertado HMS.



——— tudo bem, vou tentar de novo. — Jay disse, indo em direção a parte da frente do barco, apoiando seus pés um na frente do outro, tentando tomar estabilidade.

— De novo isso? Já tentamos mil vezes, não vai dar certo. — Pope reclamou do volante.

— Não não, dessa vez vai dar certo, eu estou pronto pra mostrar pro mundo meus talentos. — O loiro soou confiante ao pedir para o amigo acelerar.

— Vai começar isso de novo? Eu vou até sair da frente. — John B foi para a parte traseira da lancha, se escondendo atrás de Pope.

JJ levantou a cabeça ao céu, de começou a tentar derramar o líquido amarelo e viscoso em sua garganta enquanto o barco corria.

— Porra, JJ. Jogou cerveja no meu cabelo. — Kie ao seu lado reclamou, quando tomou um banho do álcool que voou contra o vento.

Um tranco fez com que o barco se chocasse com algo, fazendo todo a lancha sacudir, e JJ voar em um salto para fora do barco, caindo na água do mangue.

— Caramba, Pope! — Kiara contestou o amigo no volante. John B tentou se levantar depois de bater a própria cabeça no banco duro que estava a sua frente.

— Você está legal, JJ? — O moreno no volante gritou preocupado, quando o corpo do Maybank vôo para cima boiando, porém respirando.

— Eu acho que meu calcanhar foi parar na nuca. — Ele reclamou, de forma arrastada enquanto boiava na água do manguezal.— Pope, que porra você fez, hein? — Ele nadou em direção ao barco.

— É um banco de areia. O canal mudou.

— Porra, não brinca.

— A enchente deve ter zoado tudo por aqui. — John B afirmou, sentado na borda do barco, agora ancorado.

— Aí, pelo menos eu salvei a cerveja. — JJ riu, dentro d'água.

— Parabéns Jay, foda-se. — John B esbravejou.

— Gente, espera, espera. — Pope, o único em pé, afirmou, encarando a água cinzenta. — Tem um barco afundado ali.

— Não fode. — JJ disse, boiando na água.

— O que? Brincadeira. — John B questionou.

— Espera, é verdade! — Kiara se levantou para analisar.

Todos eles retiraram suas roupas da forma mais corriqueira possível, indo acompanhar JJ dentro d'água.

John B afundou em baixo d'água primeiro, sendo acompanhado respectivamente por cada um deles, os Pogues desceram na altitude do barco, e o encararam até faltarem com o próprio ar e subirem eufóricos ao mesmo tempo.

— Vocês viram aquilo, não é? — JJ disse respirando pela boca.

— Sim! É um barco novo! — a única garota do grupo se pronunciou.

— Você viu? — John B empurrou o braço do amigo loiro.

— É um Grady-White! Um barco desse novo está custando uns $500 mil, fácil. — JJ disse, nadando em direção a pequena lancha Pogue.

— Ele é de primeira. — Pope afirmou, quando todos já estavam dentro do HMS.

— É, é o barco que eu vi quando surfei na tempestade. Talvez tenha se soltado do Píer.

— Você surfou na tempestade? — Kiara questionou e JB afirmou com a cabeça.

— Esse é o meu garoto, surfe de Pogue! — JJ deu um um tapa amigável no ombro do melhor amigo.

— Alguém pelo menos sabe de quem é o barco? — Pope questionou.

— É isso que nós vamos descobrir. — JB se abaixou, puxando a âncora do HMS, pronto para pular na água de novo.

— O que? Não volto lá em baixo. — Kiara se sentou, cobrindo o corpo com os braços.

— É um pouco fundo, não acha? — Uma pontada de senso recaiu sobre JJ

— Ah, para de ser covarde, JJ.

— Não vou te ressuscitar. Só quero deixar isso bem claro. — JJ cruzou os braços.

— 'Deixa comigo, 'ta tranquilo. — JB se gabou.

— Então vai. — O loiro o empurrou contra a água.


——— O que encontrou? — JJ disse eufórico quando depois de muitos minutos submerso, John B resurgiu.

— Você demorou de mais! — A menina afirmou.

— Algum cadáver? — Foi a vez de Pope.

— Não encontrei nada. — John B lamentou. — Só essa chave de motel. — O moreno balançou o molho de chaves com um aviso de quarto amarelo pendurado.

— Só uma chave? — Reclamou Pope.

— Sim, Pope, só uma chave. — Ele se esgueirado na beirada do barco, dando impulso para subir.

— Ótimo, você quase morreu afogado por uma chave de motel.

Então os Pogues passaram a tarde em busca de quem seria o dono da chave. Acabando por decidirem ir no motel, e testar se ela abriria mesmo o quarto indicado, chegando lá, só encontraram uma cama desarrumada, dinheiro de contrabando, e uma arma. Uma arma que JJ guardou no cós da calça jeans.













——— Você tem certeza de que não viu mais ele? — Ward Cameron questionou à mulher ao seu lado, enquanto andavam por seu quintal destruído.

— Não o vejo desde antes da tempestade.

— E o que a polícia disse?

— Me disseram que eu tenho que esperar vinte e quatro horas para alertar o sumiço. Mas eu sei que tem algo de errado! — A mulher se estatura baixa se esforçava para pegar o ritmo de passos do homem.

— Não há nada de errado. Você conhece o Scooter. Ele sabe lidar com tempestades. — Ward disse, quando se aproximavam da parte de trás da propriedade dele.

— Tudo bem, mas quando foi a última vez que você o viu? — ela rebateu.

— Bom... — Ele tentou se lembrar. — Eu acho que a última vez que o vi, ele estava preparando Druthers com a Sarah e a Mackenzell.

— Sarah! — Ele chamou a filha em tom de voz alto, quando adentrava a mansão, com a mesma mulher em seu encalso.

— Você viu a minha princesa? — Ele questionou a Rose, sua esposa.

— A vi no quintal de trás com a Cook. — A loira segurava um copo com uma bebida forte desconhecida, enquanto subia as escadas.

Um barulho repentino assolou o ambiente e as luzes foram acesas.

— Parece que finalmente ligaram os geradores. — Ward comentou, com um sorriso orgulhoso.

— Finalmente, estava me sentindo na Nicarágua. — Rose comentou ácida, e subiu as escadas em desprazer.

— Olha que horror. — Ward atravessou o seu quintal dos fundos, encarando sua vasta piscina e jardins destruídos pela tempestade. — A chuva o levou para dentro da piscina. — Ele comentou sobre o artefato artístico chamativo que estavam deslocando de dentro da piscina que antes fora uma estátua. — Cuidado com isso, se quebrar mais ainda, a Rose me mata. — Ele brigou com os serventes, que ao se desculparem, começaram a retirá-lo com mais delicadeza. — Eu não quero nem saber quanto isso custou. — Ele riu, e a senhora atrás dele torceu o nariz.

— Pai o Wi-fi não está funcionando, e eu não consigo posta nada! — Wheezie reclamou, do outro lado da piscina.

— Wheezie, houve um furacão, meu amor. Pelo amor de Deus.

— Não, Não!! — Sarah gritava e pulava como uma louca com uma raquete de tênis, tentando afastar os pássaros das tocas de ratinhos que antes da chuva, ficavam em baixo da grama alta.

— O que sua irmã tá fazendo? — Ward franziu o cenho envergonhado.

— Salvando ratos. — Wheezie revirou os olhos, e os trouxe novamente para a tela do celular.

— O que que é isso... Me desculpe. — Ele encarou Lana Grubbs. — Sarah! — interviu.

— Estou ocupada! — Gritou, em um pulo, acertando um pássaro que vôo direto para o chão.

— O que você está fazendo?

— As tocas inudaram pela tempestade. Os pássaros estão atacando eles! — A loira correu de um lado para o outro pela grama, tentando os assustar.

— Os pássaros também devem comer, Sarah! — Ele se aproximou da filha.

— Não! Se não nosso quintal vai virar um genocídio de ratos! — girou a raquete de um lado para ou outro bruscamente.

— É o clico da vida, querida. Agora vamos. — Ele a chamou, mais uma vez.

— Não posso permitir isso! Primeiro eles vem atrás dos ratos e depois... — Ela se calou, ao perceber a presença da mulher a sua frente.

— Tudo bem, mas temos um ser humano aqui de verdade, qual você pode ajudar. — Ele a introduziu na conversa.

— Aí meu Deus. — Ela correu em direção aos dois, com o braço estendido para comprimenta-la. — Oi! Eu sou a Sarah, sinto muito.

— Essa é Lana Grubbs, esposa do Scooter.

— Não, com certeza, sei quem é sim. — ela sorriu para Lana.

— Estavam se preparando para a tempestade com ele, não? Onde está a Kenzell?

— No quarto do Rafe. — Sarah disse, despretensiosa. — Sim, ele me ajudou a lacrar a cabine do Druthers ontem a noite. A Kenzie foi embora muito mais cedo, estava com medo da tempestade. Mesmo eu deixando claro que ela poderia ficar no meu quarto. Você sabe como ela é com a chuva.

— Tudo isso ontem a noite? — Ele colocou as mãos em seus bolsos laterais.

— Sim.

— E ele saiu depois disso? — Questionou, Lana.

— Daqui? — Sarah soou confusa. — Não, com certeza não, está louco? Foi um furacão.

— Ele por acaso disse aonde ia? — A voz de Lana era angustiante. — Rebeceu alguma ligação ou mencionou algo?

— Ele não me disse nada... — Sarah de aproximou da morena, receosa. — Me desculpa, eu sinto muito mesmo, ele está bem?

— Ah, ele deve estar bem! — Ward colocou a mão na coluna de Lana, a fazendo andar. — Ele só deve ter se abrigado em algum lugar. Vamos acha-lo. — Tentou aliviar a situação.

— Eu sinto muito. — Repetiu a loira, enquanto eles se afastavam. — Se precisar de ajuda... — Ela não estava mais sendo ouvida.

Às quatro e meia daquela mesma tarde de verão, o corpo de Scooter Grubbs foi encontrado em Mason Outlet, com o corpo quase irreconhecível após uma festa de corvos.

— Quem é? — John B questionou a uma Pogue no cais, enquanto a perícia levava embora o corpo do ruivo de meia idade.

— É o Scooter Grubbs. Estava no mar durante a tempestade. — A loira disse, entusiasmada. — Olhem a foto que eu tirei. — Ela posicionou o celular, dando aos Pogues a visão perfeita do corpo. — É um cadáver!

— Que nojo. — Reclamou, Kie.

— Estão todos procurando o barco dele. — Ela sorriu, ao perceber que teve a atenção de John B.

— Qual era o barco dele? — JJ questionou, se recostando na pilastra atrás dele.

— Não sei como aquele Zé-ninguém tinha conseguido um Grady-White novinho, mas tá sendo uma caça enorme. — JJ se remexeu no lugar, e John B pensou na arma que estava na cintura de JJ, que agora sabiam ser de Scooter.


Pope entrou pela porta mosquiteira da varanda do Castelo, ofegando.

——— Ok, ninguém aqui viu nada, nós não sabemos de nada, precisamos ter uma amnésia coletiva total. — respirando pela boca, ele se sentou no sofá velho ao de Kie.

— Na real, Pope está certo, pela primeira vez. — Concordou JJ. — A gente nega, nega, e nega.

— Nós não podemos ficar com a grana. — Disse Kiara angustiada, remexendo os anéis em seu anelar.

— Nem todos podem bancar um pacote de dados ilimitados, Kiara. — JJ revirou os olhos, acendendo seu cigarro. Odiando a ideia de abandonar a grana.

— A gente tem que entregar para Lana Grubbs, coitada. Se não é ruim para o nosso Karma. — Ela passou as mãos ao redor do ambiente, tentando fazer algo invisível ir embora.

— Tá bom, mas pior que o "Karma" é se formos envolvidos num caso de homicídio. — Pope agravou a situação, esbravejando, e sem querer afinando a própria voz, no desespero. — Então temos que negar.

— Se isso significa que podemos ficar com a grana, então eu concordo. — JJ tragou, olhando pelas janelas do Castelo.

— Eu não concordo. — JB se afastou, indo em direção ao centro da varanda.

— O que? Por que? — JJ franziu o cenho.

— Cara, pensa comigo. Estamos falando de Scooter Grubbs. O mesmo cara que compra cigarro avarejo no porto. — Ele gesticulava com as mãos, fazendo tudo parecer mais real. — Eu já vi ele pedindo dinheiro no estacionamento para pagar a gasolina. Esse cara é um marinheiro vagabundo que nunca teve mais do que quarenta dólares no bolso, e agora ele tem um Grady-White? Sei lá...

— Pensa você, Pope. Como um rato de cais arranja um Grady-White? — JJ soltou a fumaça em seus pulmões.

— Prostituição. — Pope afirma.

— É maconha, cara. — JB contesta. — Eles passam numa boa, sem chamar atenção ou fiscalização na área. E principalmente não tem vigilância durante um furacão. Agora, o que isso significa? JJ?

— Contrabandistas.

— Contrabando! — Riu animado. — E garanto a vocês, que deve ter muito contrabando naquele naufrágio abnegado.

— Ok, só pra saber, se aquele barco é de contrabandistas, e está cheio de contrabando ilegal dentro, deve pertencer a outra pessoa.

— Esse é um ótimo detalhe. — Kiara concordou.

— O dono vai vir procurar. A gente pegar, seria uma burrice gigantesca.

— Tudo bem, mas burrices, levam à coisas boas o tempo todo. — JJ sorriu, espalhando o dinheiro no rosto de Pope. — A gente só precisa achar um jeito de entrar no porão de carga daquele barco. Até lá, a gente age normalmente, fica de boa.

— Ok, mas como faremos isso? — Pope se rendeu.

— Barril de cerveja?






























4560 words.

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