Sempre apressada.
NAMJOON ON
Eu não nego que estou muito curioso pra saber quem é a pessoa por trás daquele livro, ainda não havia terminado de lê-lo, acabei por ficar distraído com o acontecido da noite anterior.... aqueles olhos me veem a mente quase que imediatamente.... e eu nem sei quem ela é.
- Ah a propósito, o café já está pronto. - Taehyung avisa já na porta.
- Vou tomar um banho e já desço. - Respondo com um sorriso.
Durante toda a manhã não consigo tira-la da cabeça, então descido ir pedalar nas margens do rio Han. Talvez ler um pouco possa me ajudar a por meus pensamentos em ordem.
LIZ ON
Meu sono foi permeado por Kim Namjoon, acabo por acordar tarde me sentindo cansada, tomo um café básico e volto a minha rotina. Tomo um banho e saio para caminhar, faço isso sempre em qualquer lugar que eu vá.
Já as margens do rio, me sento em baixo de uma bela e frondosa árvore e me permito respirar aliviada, fecho meus olhos e respiro fundo.
NAMJOON ON
Andar de bicicleta acalma meus nervos, é como uma terapia pra mim. Depois de pedalar por uns 30 minutos, decido ler um pouco. Para não ser interrompido escolho um cantinho mais escondido e começo a folhar aquele livro que tanto me intriga.
"Os próximos meses foram um pesadelo sem fim, as plantas de minha mãe morreram mesmo meu pai tendo dado todo o amor e atenção a elas, os animais não comiam, alguns morreram e todos os dias ao passar pelo quarto deles, lá estava meu pai lendo e relendo o certidão de óbito dela, ele se lamentava e não entendia oque tinha acontecido, já que a causa da morte foi inconclusiva. Ele estava definhando pouco a pouco e eu via tudo impotente. Um dia ele acordou dizendo que havia sonhado com ela e que estava brava por que ele não está fazendo o trabalho dele direito que era cuidar de mim, a partir desse dia as coisas começaram a melhorar. Aos poucos os animais voltaram a se alimentar, as plantas a crescerem e meu pai a sorrir. 1 ano havia se passado, achei que tudo ficaria bem....... eu estava errada."
Meu coração apertou ao ler aquelas palavras, experimentar a perda de alguém tão próximo sendo tão nova deve ter sido terrível. Quando ergo meus olhos vejo a moça do aeroporto sentada em baixo de uma grande árvore, aparentemente adormecida, tão linda, tão serena. Agora eu me encontrava num dilema. Ia falar com ela ou não?
Apenas a observo de longe enquanto decido.
LIZ ON
Fechei meus olhos e tentei relaxar, mas não importa o quanto eu tente, a imagem dele fica voltando a minha mente. Irritada, tento ocupar a mente com outra coisa.
Vejo algumas flores próximas à mim e lembrei de minha mãe e seu amor por plantas. Ela tinha o que chamamos de dedo verde. Com a lembrança dela em mente, consigo adormecer. Um sono leve, porém muito bem vindo.
Acordo com meu celular tocando. Era Hanna, pra variar, eu havia esquecido que tinha marcado uma reunião com ela e a diretoria da minha editora.
NAMJOON ON
Quando finalmente decido ir falar com ela e lhe dizer que estava com seus papéis, eu a vejo atender o celular e sair correndo.
- Por que você está sempre correndo? - Me pergunto já me levantando e montando na bicicleta afim de alcançá-la, porém o parque começou a ficar movimentado e acabo a perdendo de vista.
Voltei pra casa com um sentimento agridoce.
LIZ ON
Na reunião discutimos sobre a minha "grande" revelação. Aquilo só estava me deixando mais ansiosa. Os dias foram passado e eu tentando me concentrar para reverter o prejuízo das minhas anotações perdidas.
No sábado antes do grande evento, eu estava tão nervosa que decidi ir pedalar. Como o carro da editora só me pegaria a 14 e o evento começaria as 15 horas, tinha tempo de sobra para fazer isso.
Estava tudo correndo bem, porém como se o destino quisesse me pregar uma peça, uma mãe pata e seus filhotes entram na minha frente, o que me fez cair ao desviar deles. Fiquei alguns segundos imóvel para me certificar que não havia quebrado nada e quando ia me levantar, vejo a sobra de alguém me impedindo. Como o sol estava forte e contra meu rosto eu demorei um pouco para reconhecer quem era.
NAMJOON ON
Depois daquele dia, não consegui tirar ela dos meus pensamentos, era uma incógnita pra mim e isso alimentava minha vontade de saber mais.
Sempre que posso saio pra correr e levo as anotações e o livro comigo. Escolho me sentar próximo a ciclovia hoje e ao lago, quase não tem pessoas ainda por aqui. Saco meu livro e me perco em suas páginas.
"Meu pai raramente permitia que eu ficasse sozinha em casa, mas as vezes era inevitável. A filha da vizinha estava de casamento marcado e meu pais sendo o homem gentil que sempre foi, se ofereceu para ser o churrasqueiro durante a festa, por tanto faltando apenas uma semana pra a data do casório, o pai da noiva lhe pediu que o acompanhasse até o salão para verificar se tudo que ele havia pedido para cumprir com aquilo que tinha prometido estava de seu agrado. Saiu cedo naquela manhã , tão cedo que nem o vi, como de costume, levantei fiz meu café, arrumei parte daquela imensa casa e por fim estava me preparando para ir ver os animais e alimenta-los quando escuto alguém chamar na porta da cozinha. Porta essa que era cortada ao meio, a parte de cima abríamos como uma janela enquanto a de baixo podia ficar fechada. Tonta e inocente, eu abri a parte de cima pois havia reconhecido a voz como sendo do filho do vizinho que havia socorrido minha mãe naquele dia. Ali do outro lado daquela porta estava o homem de 26 anos me encarando e perguntado se meu pai estava em casa, pois ele tinha umas ferramentas que precisavam ser amoladas e sabia que meu pai tinha o maquinário necessário. Eu muito boba respondi que ele havia saído e que ele poderia voltar mais tarde, nesse momento tudo se passou muito rápido, o homem agarrou minha nuca tentando me puxar por cima da porta, eu por minha vez travei as duas mãos espalmadas na mesma fazendo força pro lado contrário, quanto mais força eu fazia, mais ele me puxava pra si. Na minha mente só tinha um pensamento.... se ele conseguir me puxar pra fora, ele vai me matar."
Senti uma pontada no meu estômago ao ler aquelas palavras, o livro estava se tornando doloroso demais, me peguei pensando por alguns momentos "como existem homens assim?" me senti sujo. Sou tirado de meus pensamentos quando vejo a moça do aeroporto vindo de encontro com uma família de patos, não tive tempo pra fazer nada a não ser observar o belo tombo que ela levou ao desviar dos mesmos. Por impulso corro em sua direção, a vejo tentar se mexer mais a impeço.
- Não, não se mexe. Fica parada, levou um tombo feio. - Digo largando meus pertences próximo aos dela que haviam se espalhado pelo chão e segurando gentilmente seu ombro no intuito de mante-la quieta. Porém ela se assusta com meu toque.
- ME LARGA! NÃO ME MACHUCA POR FAVOR! - Ela se encolhe no chão.
- Calma, calma. Olha pra mim. Eu não vou te machucar ok?! Só quero ajudar.- Digo tentando me manter o mais tranquilo possível. Ela então ergue os olhos finalmente me enxergando.
- Perdão Namjoon... Eu só fiquei... Confusa... Acho que por causa da queda. - Ela diz já se sentando e verificando seus braços a procura de algum ferimento.
- Então me reconheceu? Temos que parar de nos encontrar assim. - Eu digo dando um sorriso. - Acho melhor você ir para o hospital. Eu vi como caiu, pode ser perigoso. - Completo.
- Não precisa, eu realmente já estou acostumada a esse tipo de acidente. Esperar! E os bichinhos? - Ela questiona se levantando.
- Ei, Ei calma... Estão ali tá vendo?! No lago. - Respondo apontando a direção. Ela então sorri aliviada. - Não é justo sabia? Você sabe meu nome, mais eu ainda não sei o seu. - Brinco erguendo a bicicleta dela.
- É Liz. - Diz de forma simples e sorrindo.
- Sua mão está sangrando. Você realmente deveria ir ao hospital. Olha agora são 12:30 e tem um pertinho daqui. - Digo avaliando o relógio.
- 12:30 ? Ah a Hanna vai me matar se eu me atrasar! - Ela diz apressada pegando seu celular e demais pertences que havia se espalhado com a queda.
- Obrigada pela ajuda Joonie. Como estamos nos esbarrando muito, acho que te vejo por aí. Tenho que ir estou muito, muito atrasada. - Diz montando na bicicleta e me deixando lá confuso.
- Espera eu tenho uma coisa pra te devolver. - Tento chama-la sem sucesso e acabo rindo sozinho.
- Não é atoa que vive causando acidente, tá sempre apressada. Ela me chamou de Joonie? Fofo.
Junto meu livro e meu celular do chão e sigo pra casa, quando chego, almoço, tomo um banho e me arrumo para ir ao evento. Finalmente vou conhecer a autora. O celular toca e quando atendo sou surpreendido com uma pessoa chamada Hanna do outro lado. Leva um certo tempo pra perceber que Liz havia trocado nossos aparelhos e levado o meu por engano. Explico rapidamente o ocorrido e ela logo desliga.
LIZ ON
Me assustei muito no começo, pois não via o rosto de quem me segurava, quem diria que eu iria esbarrar novamente nele e dessa vez a vergonha era ainda maior. Conversamos por alguns minutos, Namjoon é realmente muito gentil e educado, porém como sempre, saio apressada. Havia perdido a hora.
Chego no meu apartamento e me banho, cuido da minha mão ferida e me visto pra ocasião, maquiagem leve e perfume suave. Uma última olhada no espelho. Estranho Hanna não ter ligado ainda e pego o celular para verificar, qual não foi minha surpresa quando percebo que não o meu aparelho.
- Eu não fiz isso... - Me sento na cama, passada olhando pra tela de bloqueio.
Não tenho muito tempo pra pensar em como devolve-lo ao dono e reaver o meu, o carro da editora já estava a minha espera.
NAMOJOON ON
Estava ansioso para conhecer a autora, mas não tirava Liz dos meus pensamentos. Era um salão grande e havia cadeiras dispostas em frente ao palco montado elegantemente. Uma fila já estava formada na porta a espera da anfitriã. Acho meu lugar e me sento esperando ansioso.
- Olá Boa tarde a todos. A muito queríamos apresentar essa mulher talentosa ao mundo, porém tínhamos que respeitar o tempo dela. Hoje temos a honra de tê-la conosco. Como informado anteriormente, serão liberadas perguntas direcionada a ela, seguido de uma sessão de autógrafos e por último um jantar com os convidados. Fiquem à vontade e aproveitem esses momentos com ela. Senhoras e Senhores eu lhes apresento LIZ SANTINI! - Meu coração disparou... Era... Ela.... Era a minha Liz.
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