Florescer
Capítulo trinta e dois
Davina
Ciúmes de Maven. Ciúmes. De. Maven. Ele vai tirar sarro de mim para sempre! O coração quer o que quer.
É tudo culpa desses estimulantes naturais. Malditas sejam a dopamina e a norepinefrina, produzidas em quantidades maiores que o usual por conta do Maven!!! Ou talvez os estimulantes não sejam tão ruins assim.
Pela mãe! Ele está me deixando maluca!
— Por que está tão inquieta? — Maven me perguntou preocupado.
Como diabos eu explico que estou inquieta por estar me sentindo atraída por ele?
— Bem... Uh, você sabe que os corpos tem reações à devidas circunstâncias e...
— Eu gosto do seu jeitinho de nerd, mas use palavras que não sejam tão ciência — Maven se virou para mim.
— Certo. Quando eu estava com ciúmes e você... Você sabe — Maven arqueou uma sobrancelha curioso, o maldito estava gostando de me ver enrolada com as palavras — Você me colocou contra a parede. Eu não consigo mais dividir a cama com você porquê agora eu me sinto incrivelmente atraída por você, o que está tudo bem porque eu posso simplesmente dormir no chão — Falei tudo tão rápido que nem eu mesma estava me acompanhando.
Mas Maven parecia estar. Seus olhos brilhavam e um sorriso sincero se formou em seu rosto.
— Você se sente atraída por mim?
— Sim.
— E você não pode dividir uma cama comigo porque gosta de mim? — Ele perguntou me deixando envergonhada.
— Sim.
Joguei o cobertor no chão para depois preparar a minha cama.
Ele me segurou pelo braço e bagunçou seu próprio cabelo antes de me perguntar:
— Para onde você acha que está indo?
— Para o chão?
Ele suspirou e se levantou.
— Durma na cama. Eu fico no chão.
— O que? Não precisa. Eu juro que não me incomodo de dorm...
— Chega! Você não vai dormir no chão.
Dane-se. Quando me dei conta, minhas mãos já estavam ao redor do seu rosto e a dele pousada sobre minha cintura. Puta merda. Ele sempre foi tão cavaleiro. Senti sua outra mão passear pelos meus cabelos, esperando.
— Davina, posso te beijar?
Não respondi. Aproximei meu rosto do dele e colei nossos labios. Nunca fui beijada assim por ninguém. O beijo combinava de uma forma inexplicável como se eu fosse feita para ele e ele para mim. Separamos um pouco por conta do fôlego e seus olhos azuis encaravam os meus.
Ele depositou um beijo na minha testa e arrumou alguns lençóis no chão.
— Boa noite, Davina.
[...]
Acordei com o maldito e estúpido alarme que fazia um maldito e estúpido som. Bufei para o som desagradável. Maven também estava acordado, mas não parecia se incomodar com o alarme.
Levantei com raiva e estava prestes a jogar o relógio no chão quando Maven segurou meu pulso e me olhou com reprovação.
Me admirei com o meu autocontrole por não ter jogado o relógio nele. Com a outra mão, Maven tomou o relógio de mim e pendurou o objeto novamente na parede.
Fui até o banheiro me trocar, estava na hora de trabalhar e até agora Maven não falou nada comigo e nem eu com ele. Saí do quarto sem esperar que ele ficasse pronto.
Prendi um coque usando meu próprio cabelo como xuxinha no caminho do laboratório. Algumas pessoas sorriam para mim enquanto eu passava pelo corredor, outras acenavam e outras, como a guarda Seinfeld, me olhavam com desprezo.
Liguei as luzes do laboratório e fui até o banheiro, que ficava algumas salas ao lado, para poder pegar papel higiênico para mergulhar em algumas soluções. Quando voltei para o laboratório, olhei para minha mesa havia um post-it verde com um bilhete.
"Olá,
Sei da sua capacidade e
precisamos da sua ajuda
caso queira libertar as
pessoas desse lugar.
Obs: assim que ler, responda, saia da sala e vá até o fim do corredor. Quando você voltar terá uma resposta."
Olhei ao redor procurando Maven para dizer que não achei graça dessa brincadeira, mas Maven ainda estava no quarto se arrumando. Coloquei a cabeça para fora da sala e ninguém me parecia suspeito. Peguei a primeira caneta que encontrei e respondi no mesmo papel.
"Quem é você? Que merda
de brincadeira é essa?
E o que você quer?"
Saí do laboratório e fui até o corredor, entrei no banheiro feminino mais uma vez e depois voltei para o laboratório.
"Não posso te dar um nome,
mas lídero a maré verde. Já disse
no último bilhete que quero libertar
esse lugar. Você topa ajudar?"
Haviam dois quadradinhos no fim da folha, um marcando sim e o outro não como no jardim de infância. Marquei o quadrado que dizia "sim".
Hannah estava no fim do corredor e acenou. Fui até ela e conversamos um pouco antes de eu decidir voltar para o laboratório. Quando voltei para o laboratório havia outro bilhete em cima da minha mesa.
"Ótimo, agora saiba que não
tem mais volta. Você precisa
manter isso em segredo se não
os guardas vão descobrir tudo.
Aguarde as instruções. Em breve
meus sentinelas irão se comunicar
com você.
O verde irá florescer."
Que diabos? Maven entrou na sala sorridente e beijou minha bochecha. Escondi o bilhete dentro do bolso do meu jaleco o mais rápido possível.
Ele precisa saber o que aconteceu, mas até eu receber as instruções e saber aonde me meti vou deixar ele fora de qualquer problema.
Não sei se isso não passa de uma armadilha, mas preciso agarrar qualquer chance de libertar meus amigos desse lugar.
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