ii.
Tinha muitos motivos que faziam Tony Stark querer Steve Rogers. O primeiro e mais importante de todos: o desafio. Steve Rogers era um puta desafio para o Stark, e desvirtuar o garotinho virgem do time de futebol era uma das metas da vida dele. O segundo: Steve tinha uma bela bunda. Ele todo era bonito, é verdade, mas puta merda, que bunda era aquela? Deveriam tombar a bunda de Steve Rogers como patrimônio cultural. Ele poderia se lembrar de mais motivos, mas estava completamente chapado quando decidiu que iria pegar o Rogers.
E mesmo não lembrando nem da metade dos motivos que o tinham levado a paquerar o engomadinho da escola, lá estava ele. Andando com as mãos nos bolsos da jeans larga que usava, desviando de jovens adolescentes loucos com copos de bebidas e sendo seguido por Steve Rogers.
O plano era ir até o jardim da casa do Coulson, jogar um papo, um charme e agarrar ele. Howard estava viajando, o que significava que ele poderia ir com Steve até sua casa e descabaçar o menino de ouro.
E como o destino era uma vadia engraçada, True do Spandau Ballet começou a tocar, fazendo Tony rir com o timing do momento.
— E então? — Steve perguntou quando chegaram no jardim, cruzando os braços numa postura defensiva e olhando-o com os olhos cerrados.
Steve gostava de Tony, era verdade. Mas ele sabia que o moreno estava aprontando alguma. Quer dizer, eles nunca tinham se falado mais do que duas palavras, e agora lá estava o Stark querendo bater um papo com ele a sós.
Mas para a completa frustração do Rogers, a única coisa que Tony Stark fez foi parar a uns bons dois passos de distância a sua frente e continuar a olhar para ele com aquele olhar intenso que fazia Steve sentir as pernas tremerem. Os olhos escuros de Stark sempre foram uma atração para o Rogers: pareciam duas joias raras, que escondiam todo o ser verdadeiro dele.
Steve via o olhar triste, com uma camada de humor por cima para encobrir toda a mágoa, todo o sentimento e deixá-lo com aquela pose de quem não se importava com nada.
Tony balançou a cabeça, abrindo um sorriso de lado e totalmente sacana.
— Seus olhos são tão azuis... — Ele murmurou, colocando as mãos no bolso e erguendo os ombros.
As bochechas de Steve adquiriram um tom rosado imediatamente, deixando-o malditamente adorável para Tony.
Tudo bem, ele tinha que admitir: sentia algo, um remexo no estômago, um mal-estar súbito, toda vez que se atrevia em ficar observando o capitão do time de futebol da escola. Olhando-o de longe, sempre tendo que disfarçar para seus amigos.
O único que sabia do que ele sentia sobre Steve Rogers era Thor Odinson, o garoto da Escandinávia que tinha se mudado há pouco tempo. O moleque era animado, adorava uma festa, e era um dos amores das garotas da escola. Infelizmente para elas, ele era loucamente apaixonado pela namorada, Adrien.
Tony tinha o visto na festa, de relance. Os cabelos loiros e até os ombros chamando atenção no aglomerado de gente.
E tirando Thor...
Bem, o irmão adotivo pentelho de Thor também sabia. Loki era terrivelmente intruso nos assuntos dos outros e acabou escutando uma das conversas de Tony com Thor.
— Bem, é... — Steve riu sem-graça. — Meu pai e minha mãe têm olhos azuis, então... É, eu também tenho... — Explicou, alisando um amassado inexistente na camiseta que usava.
— Ah, saquei. — Tony falou, meio áereo. Mas ao olhar para a janela do andar de cima, viu Clint apontar para ele os dois polegares levantados, num sinal de joinha, dando apoio. — Olha, eu não vou enrolar mais, tá legal? É o seguinte: você me chama atenção. — Tomou fôlego. — O que acha de ir comigo numa lanchonete amanhã, uh?
Uau.
Steve paralisou.
Ele tinha ouvido isso mesmo?
De verdade.
Jesus Cristo, ele precisava de um minuto para recuperar o fôlego.
Deus do céu.
Respira, Steve. Respire!
— Claro, pode ser! Depois da escola? — Disparou, gesticulando com as mãos.
— Que tal mais tarde? Eu passo na sua casa te buscar. — Sorriu abertamente, mostrando todos os seus dentes brancos, alinhados em seu sorriso de comercial de pasta de dentes.
— 'Tá certo. — Steve concordou, assentindo. Mas parou por instante, pensando nos prós e contras. — Por que decidiu isso, do nada? Nós nunca conversamos muito. — Falou confuso, inclinando a cabeça para o lado.
Tony riu fraco, comparando-o a um cachorrinho. Um Golden retriever, com o pelo dourado e a carinha de cachorro fofo.
— Relaxa, Rogers. Eu não mordo, a menos que me peça. — Inclinou-se na direção do loiro, dando um sorriso sugestivo e ganhando a versão pimentão-vermelho de Steve Rogers.
Gargalhou, voltando a ficar reto e tirando as mãos do bolso.
— Estou falando sério, Stark.
— E quem disse que eu não estou? — Sorriu zombeteiro.
— Stark. — Steve olhou-o por baixo dos cílios longos, sério e cruzando os braços em uma postura defensiva.
— É só uma lanchonete, Capitão! Eu não vou abusar da sua inocência. Juro de coração. — Pegou seu dedo mindinho e fez um x em cima do seu coração, do lado esquerdo. — Vamos na Bobby's, comemos uns lanches gordurosos e nos conhecemos melhor, que mal há?
— E por que decidiu isso do nada? — Steve perguntou novamente, deixando seu tom de voz mais grosso, praticamente obrigando Tony a responder.
Tony gemeu frustrado, levantando as mãos para cima num sinal de redenção.
— Só quero te conhecer melhor, Caps. Dou minha palavra. — Falou sério. Pelo menos, pelo máximo de tempo que conseguiu, logo abrindo um sorriso de lado. — Qualquer outra coisa que quiser de mim e do meu corpinho, você vai ter que pedir.
— Stark, por favor. — Steve falou, corado.
Deus, estava parecendo uma garotinha!
— Está certo, baby. Passo na sua casa às 18h. Esteja pronto, okay? — Tony falou, sorrindo para Steve e começando a andar em direção a casa, indo para o centro da festa. — Preciso de uma bebida, você quer?
Steve balançou a cabeça, negando. Sentia, no fundo do coração, que ia dar merda.
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