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CAPÍTULO SEIS:
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Turbilhão de emoções.

A notícia do retorno de Helena Uley a reserva o pegou totalmente desprevenido. Durante longos dois anos tudo o que Paul Lahote teve foram lembranças, lembranças de brigas, discussões de um belo soco na cara, mas também lembranças dos risos soltos e encantadores de Helena, dos seus cabelos indecisos, de todas as vezes que a observara de longe e finalmente, a lembrança incessante do seu último encontro... do seu beijo.

A ausência de Helena na reserva ─ nem mesmo em breves visitas ─ deixou um vazio em seu peito, um gosto amargo nos seus lábios. Sentimentos estes que nem mesmo as jovens que costumava se envolver conseguiam dispersá-los. Era como se seu coração soubesse desde o início que a Uley sempre foi a garota certa para ele.

Seu retorno iminente trazia consigo um turbilhão de emoções ao Lahote. Tentando ao máximo manter-se indiferente a notícia, Paul disfarçou sua ansiedade diante o retorno da jovem para seus colegas de matilha, principalmente ao seu Alfa.

Sam havia deixado suas regras bem claras diante do pequeno grupo de rapazes, impondo limites nas suas interações com a jovem. Helena, ao seu ver, ainda era apenas uma garotinha e ele não estava disposto a vê-la chorar por alguém tão imaturo quanto Paul Lahote, o conhecendo tão bem como conhecia, ele sabia que era apenas questão de tempo para o Lahote tentar seduzi-la.

Mal sabia ele, que em todo aquele tempo, todas aquelas garotas, todas as tentativas falhas de preencher um vazio, tudo era epenas por não ter Helena ao seu alcance, sem sombras de dúvidas, Paul deixaria tudo isso para trás, apenas por uma chance com Helena.

Os dias arrastavam-se lentos para Paul, como se o universo tivesse decidido ganhar mais tempo antes de chegar àquele momento crucial ─ o momento em que tudo mudaria. E então, finalmente, ela estava lá. Ao ouvir sua voz, ele se virou instintivamente para encará-la.

O olhar dos dois se encontraram, e num piscar de olhos, tudo mudou para o Lahote. Diante dele estava o rosto que ele conhecia tão bem, agora mais maduro, porém ainda carregando os mesmos traços que o capturaram desde o início. A sensação era inebriante, como se o tempo tivesse se comprimido e ele visse a mesma garota forte e teimosa que o encantara na juventude.

Todos os fios que o prendiam à sua antiga vida desvaneceram, como se fossem cortados por uma lâmina afiada, libertando-o de todas as amarras que o definiam anteriormente. Os conflitos com o pai, a dor do abandono materno... tudo se desfez diante daquele encontro.

Nada mais importava. Um novo elo se formou entre ele e a garota que ocupava seus sonhos. Uma ligação tão forte como um emaranhado de cabos de aço, resistente e inquebrável. Ela se tornara o epicentro do seu universo, a força motriz por trás de cada batida de seu coração.

A gravidade da Terra parecia perder sua força sobre ele. Helena Uley. Seu nome ecoava em sua mente, preenchendo-o com uma sensação de completude que ele jamais havia experimentado. Ela era a âncora que o mantinha ali, no presente, no momento em que suas vidas se entrelaçavam de forma indissolúvel.

Sam testemunhou tudo em silêncio, com uma mistura de choque e descrença pintados em seu rosto. A atmosfera carregada da cozinha era palpável, com as emoções à flor da pele entre os presentes. Não foi difícil para o alfa entender o que estava acontecendo, e ele não havia gostado nada daquilo.

Na entrada da cozinha, Helena saia do seu próprio topor, confusa com a reação esquisita do Lahote ao vê-la, ao mesmo tempo em que tentava conter a confusão de sentimentos e sensações que se formavam dentro dela própria.

─ Ele tá bem? ─ Helena olhou para o irmão, a procura de uma explicação. ─ Eu sei que estou um caco pela viagem longa, mas também não é pra tanto. ─ Ela brincou, tentando descontrair, mas o clima no cômodo continuou pesado.

─ Foi mal, eu- ─ Paul começou, erguendo-se lentamente, sem quebrar o contato visual com Helena.

Seus olhos continham uma intensidade magnética, como se estivesse prestes a revelar um segredo muito profundo, um mistério que pairava no ar entre eles há muito tempo.

Helena, por sua vez, começava a se sentir desconfortável sob aquele olhar penetrante. Era como se cada pequeno gesto, cada palavra, abrisse uma ferida que ela havia tentado cicatrizar. O fato de Paul a encarar daquela forma, como se nada mais no mundo importasse além dela, mexia com a bagunça de sentimentos que ela preferia manter escondida.

─ Isso só pode ser brincadeira. ─ Sam murmurou mais para si mesmo, encarando a cena incrédulo. Ele iria pagar todos os seus pecados, se fosse esse o caso.

Enquanto isso Jared Cameron observava com olhos atentos toda a confusão que se formava diante dos seus olhos. Aquilo estava melhor do que novela mexicana. Emily não estava muito diferente, ela quase podia ler os pensamentos de Sam naquele momento, não era muito difícil adivinhá-los.

─ Tudo bem, então. ─ Helena os encarou, sua testa franzida em uma mistura de confusão e estranhamento. Todo mundo aqui pirou? Indagou-se a jovem. ─ Sam, ─ Ela se virou para o irmão, ainda sentindo o olhar intenso de Paul sobre si. ─ eu quero ir ver o Embry, se não se importa.

Suas palavras foram como cortes afiados para o Lahote. Como assim ela queria ver outro cara? Ela mal havia chegado. Sentindo seu corpo tremer levemente, Paul tentou manter a calma. Ela não tinha que retribuí-lo na mesma intensidade, de qualquer forma, o seu imprinting já havia provado o que ele sempre soube: Helena Uley é a sua alma gêmea. A pessoa ideal para si.

─ Mas, ─ Sam ponderou, constatando que aquela seria uma ótima oportunidade para ter uma conversa à sós com o Lahote. ─ Tudo bem, claro. ─ Ele sorriu, vendo a empolgação da garota.

Ela se virou para os dois garotos que ainda se mantinham alí, sem querer demora-se muito no Lahote.

─ Tchau pra vocês. ─ Ela acenou e então saiu o mais rápido possível dalí.

Enquanto distanciava-se rapidamente da casa do seu irmão, Helena tentava não se sentir culpada por usar seu melhor amigo como uma desculpa para fugir dos seus verdadeiros sentimentos.

É claro que ela desejava vê-lo o mais rápido possível, nos últimos dois anos Embry Call era uma das coisas que a Uley mais sentia falta na reserva. No entanto, a grande verdade daquele momento era que ela só estava tentando se afastar de tudo o que a presença de Paul foi capaz de reviver em seu coração. Os sentimentos que pensou ter enterrado debaixo de várias camadas de concreto, na verdade, estavam a ponto de emergirem novamente.

Ugh! Era ridículo. Como uma paixãozinha de infância a afetou tanto? Quando esse sentimento tomou tamanha proporção em seu peito?

Na bagunça em que seus pensamentos se encontravam, Helena não parou para pensar que Embry podia ter se mudado da casa em que morava antes de partir. Apenas quando parou diante da porta, agora recém pintada de branco, que o pensamento lhe veio a mente. Eu deveria ter perguntado ao Sam. Lamentou-se internamente, levando a mão a testa.

Surpresa, ela deu um pulinho para trás quando a porta foi aberta, revelando um rapaz muitos centímetros mais alto que ela, seus cabelos até os ombros e um semblante perplexo no rosto.

─ Helena? ─ Embry indagou, surpreso e confuso ao mesmo tempo. Estaria ele, alucinando?

─ Embry? ─ Uley sorriu, sentindo seu coração quentinho ao vê-lo novamente.

Sem mais palavras, ela pulou em seus braços o abraçando enquanto tentava não chorar diante do reencontro. Eles mantinham contato por telefone, mas Helena fez questão de esconder sua vinda para reserva, afim de fazer uma surpresa para o Call.

Finalmente se dando conta de que aquilo não era apenas uma peça pregada por seu subconsciente, Embry a abraçou de volta, apertando-a em seus braços e girando-a no ar.

Ao soltá-la novamente, o Call encarou seu rosto com um sorriso e olhos emocionados. Pegando seu rosto entre suas mãos para ter a certeza que ela era real.

─ Você está mesmo aqui. ─ Ele murmurou, ainda sem acreditar.

─ É, cheguei agora a tarde. ─ Helena sorriu, tão emocionada quanto o garoto a sua frente. ─ Desculpe não ter avisado, eu queria te fazer uma surpresa.

─ E você conseguiu. ─ Eles riram. ─ Meu Deus, eu senti tanto a sua falta. ─ Embry a abraçou novamente, como se o ato pudesse impedi-la de partir uma segunda vez.

Ao longe, Kiara Black observava a cena, sentindo seu coração se apertar, como se algo lhe disesse que aquele era um jogo perdido. Desviando seu olhar para os ingressos de cimena em suas mãos, deixando-os cair em seguida, assim como a lágrima solitária que escorria por sua bochecha direita.

Sem revisão.
Relevem os erros ortográficos.

Oi, amores!
Apareci.

Eu reescrevi o capítulo e mudei algumas coisas, porque como avisei no início da fic, vai ter um crossover entre essa fic e uma fic do Embry e eu acabei cometendo furos, como o Embry já ter se transformado aqui.
Mas, particularmente eu gostei muito mais dessa versão do que da anterior.

Espero que tenham gostado.
Xoxo, e até o próximo!😚👋🏼💖

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