ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ𝗙𝗔𝗠𝗜𝗟𝗬
Hana e Sieun caminhavam lado a lado pelo asfalto silencioso. O vento frio da noite fazia com que Hana esfregasse os braços levemente. O dia havia sido longo, cheio de momentos desgastantes, e tudo o que ela queria era chegar em casa e descansar.
Sieun, ao seu lado, parecia mais calado que o normal, embora já tivesse se desculpado com ela no ônibus. Ainda assim, Hana sabia que ele sempre tinha algo em mente, e provavelmente estava remoendo os acontecimentos do dia.
Eles dobraram uma esquina, atravessando uma rua mais deserta, quando dois homens entraram na frente deles de repente.
── Você é.. ── um deles perguntou, com um olhar avaliador, como se estivesse conferindo se Sieun era mesmo quem procuravam.
Hana imediatamente ficou alerta, seu corpo enrijecendo. Ela lançou um olhar para Sieun, que manteve o rosto neutro, mas ela sabia que ele também havia percebido que algo estava errado.
O segundo homem ergueu um pequeno pacote entre os dedos, balançando-o levemente.
── Essa é a última vez que entregamos para você, pegue. ── estendeu a caixinha para frente.
A confusão passou rapidamente pelo rosto de Sieun, que franziu a testa. Hana estreitou os olhos, sentindo a tensão aumentar no ar.
Foi então que uma terceira voz surgiu.
── Ei. ── A voz era grossa, autoritária.
Hana se virou para ver quem era, enquanto Sieun continuava encarando o homem à sua frente mortalmente.
Um terceiro homem, mais alto e com uma presença intimidadora, estava parado um pouco ao seu lado. Seu olhar era afiado e impaciente.
── Eu disse que era uma menina. ── ele completou, cruzando os braços.
Os dois homens trocaram olhares, agora parecendo um pouco inseguros.
Hana franziu o cenho, sentindo a irritação crescer dentro de si. Eles estavam claramente tentando vender drogas para alguém, e aparentemente a pessoa que deveria receber não era Sieun.
── Então vocês são burros ou analfabetos? ── Hana quebrou o silêncio, sua voz carregada de sarcasmo.
Os três homens se viraram para ela, surpresos com sua ousadia.
── Porque pelo que eu entendi, vocês receberam instruções e ainda assim fizeram merda.
Sieun a olhou de canto de olho. Ele já estava acostumado com o jeito dela.
O homem alto estreitou os olhos para Hana, analisando-a.
── Eu não to gostando desse tom, quer morrer?
Ela cruzou os braços.
── Eu quero ver voce encostar em mim, idiota.
Antes que Hana se aproximasse do garoto, Sieun entrou na frente dela, encarando os dois na sua frente.
── Sai da frente, você tá no nosso caminho.
── O que? ── o homem exclamou, totalmente indignado.
── Você deve tá querendo morrer que nem sua namorada, não é? Também nao gosto desses olhos.
O clima ficou pesado, e Hana observou Sieun se mover tirando uma caneta do bolso.
Namorada?
Ao ouvir aquilo, Hana viu um semblante surpreso no rosto de Sieun.
── Ei, pare de olhar, se não vou esmagar sua cabeça estúpida.
O homem ia se aproximar de Sieun, mas Hana empurrou ele.
── Olha lá, você não vai encostar um dedo nele. E aliás, os olhos dele são lindos, os seus são que nem peixe morto. ── ela ri, se afastando.
O homem maior toma a frente, empurrando o outro para nós passarmos, finalmente.
── Vão.
Hana e Sieun não perderam tempo. Assim que o caminho foi liberado, começaram a andar novamente, mantendo um ritmo apressado. Hana lançou um olhar discreto para Sieun, que ainda segurava a caneta firmemente.
── Desde quando você anda com isso na mão? ── ela perguntou, sua voz mais baixa agora que estavam um pouco mais distantes dos homens.
── Sempre. ── foi a única resposta dele, sem tirar os olhos da rua à frente.
Hana franziu o cenho, mas não insistiu. Sabia que Sieun não era de falar muito quando não queria. E, considerando a situação, ele provavelmente ainda estava analisando tudo o que havia acontecido. No entanto, ela também sentia seu sangue fervendo. Quem aqueles idiotas achavam que eram?
── A gente podia ter quebrado a cara deles. ── murmurou, chutando uma pequena pedra no chão.
── A gente? ── Sieun olhou para ela de canto de olho. ── Você queria brigar com três caras sozinha?
── Eu não estaria sozinha. Você tava lá também. ── ela retrucou, como se fosse óbvio.
Sieun suspirou, balançando a cabeça levemente, mas ele deu um sorriso com os olhos, isso não passou despecebido. Hana percebeu isso e, satisfeita, não disse mais nada. O silêncio entre os dois era confortável agora. Um entendimento silencioso de que ambos estavam bem, apesar do que aconteceu.
Atravessaram mais algumas ruas até que finalmente chegaram a um ponto onde seus caminhos se separavam. Hana morava algumas quadras à direita, enquanto Sieun seguiria reto por mais algumas ruas.
── Vai direto pra casa. ── Sieun disse, finalmente olhando para ela.
Hana ergueu uma sobrancelha.
── Sim, pai. ── brincou, cruzando os braços. ── O mesmo vale pra você.
Sieun assentiu levemente antes de virar as costas e seguir seu caminho. Hana ficou parada por um momento, observando ele se afastar. A noite estava silenciosa, e a cena da rua vazia parecia ainda mais fria do que antes.
Suspirando, ela virou-se e começou a caminhar para casa, sentindo a tensão no corpo finalmente diminuir. No entanto, algo dentro dela dizia que aquele encontro estranho não havia sido um mero engano. Algo estava por trás daquilo, e ela odiava não saber o quê.
Com esse pensamento, apertou o passo, ansiosa para chegar logo em casa e esquecer tudo aquilo, pelo menos por um tempo.
Assim que chegou em frente à porta de casa, Hana respirou fundo antes de girar a maçaneta e entrar. O silêncio na entrada da casa era quase ensurdecedor, mas logo foi quebrado pelo som de vozes exaltadas vindas da sala de estar. Seus pais estavam discutindo mais uma vez.
Ela deixou os sapatos na entrada e caminhou lentamente pelo corredor, parando ao ouvir fragmentos da briga.
Hana revirou os olhos, já acostumada com aquela cena. O peso da exaustão cresceu sobre seus ombros. Ela só queria subir direto para o quarto, mas quando tentou dar mais um passo, a voz afiada de seu pai a chamou.
── E onde você estava até essa hora, Hana?
Ela parou no meio do corredor, respirando fundo antes de se virar para encará-lo.
── No cursinho. Onde mais eu estaria?
Sua mãe cruzou os braços, o olhar rígido sobre ela.
── Você precisa parar de chegar tarde. Isso não é comportamento aceitável para alguém da sua idade. Você precisa levar as coisas a sério!
Hana soltou uma risada sem humor.
── Levar as coisas a sério? Vocês mal sabem o que eu faço no dia a dia.
Seu pai estreitou os olhos.
── O que disse?
Antes que a discussão pudesse se agravar, uma voz suave, mas firme, ecoou pela sala.
── Dá um tempo, tá? ── Eunji surgiu no corredor, os braços cruzados. ── Hana chegou cansada e a primeira coisa que vocês fazem é brigar com ela?
Hana olhou para sua irmã, surpresa, mas grata. Eunji raramente se metia nas discussões, mas ali estava ela, encarando os pais com firmeza.
Sua mãe suspirou pesadamente, passando a mão pelos cabelos antes de murmurar.
── Vão dormir. Não quero mais ouvir nada essa noite.
Hana não esperou mais nada. Apenas se virou e subiu as escadas rapidamente, sentindo o peso do dia inteiro se acumular sobre si.
q ᥙ ᥱ ᥉ t ι ᥆ ᥒ
𝗩ocês gostariam que a Hana
tivesse um par romântico? 𝗤uem?
𝗚ostam da Hana defendendo o Sieun e sendo briguenta?
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