Um terço do passado
Uns 4k e pouquinho, sem revisão.
A: meu comentário pessoal no capítulo, ele está pré-revisado e em breve corrijo os erros. Boa leitura.
Um terço do passado
Por Fuyumi,
Eu estou rastreando a Tamayo a tanto tempo que nem acredito que finalmente encontrei o local onde se esconde, a Oni pode até encobrir seus rastros, mas seu cheiro é tão diferente dos outros e ela mesma facilitou minha vida quando utilizou o kekejutsu em Tokio.
-- Sayu eu quero que vá até a mansão do mestre dos caçadores de Oni, Kurono vai te acompanhar até lá. -- Observei minha discípula assentir e seu corvo grasnar lhe indicando o caminho. Senti uma presença ainda mais forte vinda da lateral direita e saquei minha espada, o golpe resvalou na lâmina e a mulher de pele escura e cabelos prateados sorriu.
-- Você parece uma Hashira muito habilidosa. -- Ela não possui aquele cheiro pútrido característico dos Onis, pelo contrário possui um perfume muito suave, misturado ao cheiro de sangue animal.
Respiração da natureza, terceira forma - rebento.
Ela se esquivou.
-- Eu não mato Hashiras, mas os quebro muito bem. Então sugiro que se acalme. -- Se aproximou tão rápido que cheguei a dar passos para trás. A Oni ficou minúscula e se apoiou na ponta da minha espada como se fosse um brinquedo de criança, eu sacudi minha lâmina a observando se balançar como se brincasse em um balanço e resolvi pegá-la, a mesma se afastou retornando a sua forma original.
-- Kekejutsu, marionete. -- O sussurro dela me fez agir rapidamente.
Quarta forma, escudo de madeira
Fique longe do meu caminho bela Hashira, do contrário serei obrigada a brincar com esse corpinho como se fosse uma bonequinha de ventrículo. -- E assim sumiu, porém seu cheiro perceptível ia na mesma direção que eu.
-- Droga! Ela está indo atrás da Tamayo!
Dias antes
Por Ayla,
Essa já é a terceira vila que interrogo a respeito do que o mestre deseja e nada, claro que no caminho matei alguns Onis imprudentes que tentaram me desafiar pelo território isso me deixa com muita raiva, uma bando de seres irracionais que só sabem comer, parece que apenas os Kizukis e aqueles que devoraram muitos humanos conseguem entender com clareza as situações ao seu redor e agora estou no fundo de uma caverna esperando o sol se por o que não demorou muito a acontecer já que estava de tarde, fui até o rio e tirei meu kimono ele está sujo e feio e eu quero uma roupa nova digna da minha beleza, pensando assim me banhei no rio com calma antes de ouvir passos e sentir uma presença forte com um espírito de luta enorme, apenas fui até a ponta apoiei meus braços.
-- Que milagre vê-lo por aqui. O mestre te mandou? -- Ironizei.
-- Tsc. Você é muito descuidada. -- Me ofereceu a mão enquanto segurava meu Kimono e eu aceitei, ao me puxar Akaza desviou o olhar enquanto envolvia meus braços com o kimono. -- Tenho uma missão e você vai me servir.
Ao ouvi-lo sorri de lado, eu adoraria servi-lo de todas as formas possíveis e um estalo ecoou em minha mente.
"Se continuar a corromper meus luas para a sua diversão irei lhe punir, vá com Akaza e depois venha me ver."
-- Tudo bem lua três, o que deseja dessa humilde serva? -- Ironizei.
-- Ayla...
-- Ok-ok. Não está mais aqui quem falou.
-- Vamos a Yoshiwara. -- Tive de sorrir abertamente. -- Tire esse sorriso da cara Ayla iremos á trabalho.
-- Eu sei, mas nada me impede de fazer umas comprinhas. -- Akaza revirou os olhos, claro que eu não deveria ligar para isso, mas que culpa eu tenho se a vida de Oni é tão sem graça?
[...]
Yoshiwara não deu em nada, verificamos sessenta e sete casas de entretenimento antes de Akaza conversar pessoalmente com Gyutaro e agora estou terminando de vestir meu novo Kimono branco com fios de ouro e um belo par de brincos de rubi, cortesia de Daki que me levou ao melhor local para 'comprar' e ainda comi uma pata de urso deliciosa, resolvi trançar meus cabelos quando uma ideia surgiu em minha mente e assim chamei pelo mestre:
"Diga Ayla"
"Mestre e se o caminho para o sol residir na falta de sangue humano?" -- Eu não sei por que disso, mas esse pensamento não para de surgir em minha mente.
"Quero que venha até mim agora."
"Mas mestre eu não estou apresentável o suficiente." -- Ainda nem fechei meu kimono, mas não há como negar algo ao Kibutsuji. O som do biwa tocou e uma porta de abriu abaixo de mim só tive tempo de puxar a faixa da cadeira e quando cai sentada no chão fiquei em posição de reverência ajoelhada até que ele me mandou levantar e assim amarrei a faixa na cintura, meu kimono completamente desalinhado e meu corpo levemente tenso e exposto.
E meu mestre, ah... Meu mestre está tão concentrado em seus experimentos que chega a ser lindo de ver.
-- Então quer dizer que você tem uma ideia de como resistir ao sol? -- Sua voz serena me deixou impaciente, sei que quando ele fala desse jeito provavelmente está com raiva de algo ou alguém. -- Eu não estou com raiva Ayla e pare de me olhar como se eu fosse a sua próxima refeição.
-- Perdão mestre.
-- Agora me diga de onde veio essa ideia.
-- Eu não sei ao certo apenas surgiu em minha mente. -- Ele largou os experimentos e agora me encarava.
-- Entendo, imagino que queira fazer uma experiência para ver até onde está certa. -- Assenti. -- Excelente. -- Meu mestre se aproximou tanto que acabei dando uns passos para trás, a mão esquerda de Muzan foi em minha cintura enquanto a direita apertou meu pescoço com força e engoli em seco, seus dedos se alongaram distribuindo um carinho pela minha bochecha. -- Eu ouço seus pensamentos, acha mesmo que se eu não quisesse ainda estaria viva? -- Ele riu de leve e de lado. (A: Esse fdp gostoso.)
-- Se obtiver sucesso farei de você minha rainha e caminhará ao meu lado durante a luz do sol. Agora se falhar. -- A mão que antes me enforcava segurou minha nuca a arranhando de leve antes de seus dedos furarem minha cabeça e uma dor absurda passar por todo o meu consciente, meu mestre estava procurando por algo, sua boca tocou meu pescoço seu hálito quente eriçando minha pele antes de sentir suas presas se afundando em minha carne e seu olhar encarando o meu. Senti seu sangue correr por todo o meu ser fluindo como uma forte correnteza. -- Se falhar será punida. -- Senti suas presas deixarem meu pescoço e sua língua serpentear pelo local calmamente arrepiando minha pele, aos poucos seus dedos deixaram meu cérebro.
-- Mestre... -- Minha voz saiu falha enquanto ele me largava no chão, caí sentada o observando limpar os lábios com o polegar.
-- Um gosto tanto quanto peculiar e pela grande quantidade de sangue que te dei deveria estar se revirando, hum... Agora minha bela rastreadora eu tenho um alvo para você. -- O olhei enquanto ele se aproximava novamente dessa vez me ofereceu a destra e eu aceitei ficando de pé e sentindo algumas memórias dele em minha mente devido ao seu sangue, mestre Muzan me entregou alguns frascos que pelo líquido carmesim sei que possui seu sangue.
-- Quer que eu a mate?
-- Pelo contrário. -- As mãos dele foram de encontro ao meu kimono ajeitando o laço que fiz apertando com firmeza deixando meu corpo próximo ao seu sussurrando próximo dos meus lábios -- Quero que fique de olho nela.
Apenas meneei com a cabeça imaginando que tipo de punição eu receberia se falhasse e o biwa tocou várias vezes abrindo novamente uma porta abaixo de mim, por fim pude ouvir um riso leve de meu mestre.
-- Talvez você deseje falhar.
Momento atual
Por Tamayo,
Yushiro estava a me observar tratar o oni que Muzan transformou, aos poucos ele adquiria consciência e isso é bom. Um cheiro incomum atingiu a mansão onde estamos e me levantei assim como Yushiro que se pôs a minha frente.
-- Senhorita Tamayo fique aqui é perigoso deixe que eu cuido dela. -- A risada incomum veio da ponta da porta onde pude vê-la, sua aparência sempre inconfundível.
-- Ayla, devo me preocupar por estar aqui?
-- Tamayo se queria mesmo continuar distante não deveria ter trazido esse oni recém transformado com o sangue do mestre, afinal como você acha que te encontrei com tanta facilidade? -- Ayla se aproximou e Yushiro deu um passo a frente.
-- Pare ai agora não permitirei que faça mal a senhorita Tamayo. -- A oni apenas respirou, movendo dois dedos a frente de Yushiro e ele foi parar na parede preso como se fosse um quadro.
-- Não se meta subordinado.
-- Ayla não o machuque por favor. -- Ela sorriu e mexeu os dedos fazendo-o cair.
-- Qual é o problema não vai me atacar? -- Ela piscou e entendi o que queria, como se fosse uma simples brincadeira e fui para cima dela que não desviou, eu estava com uma ampola de sangue humano e ejetei em seu corpo.
-- Kekejutsu...
-- SENHORITA TAMAYO CUIDADO! -- Yushiro se colocou na frente me abraçando como se tentasse me proteger e tudo que Ayla fez foi abaixar no chão e depois assumir sua forma Oni e vir até nós.
-- Relaxa eu não vou machucar sua namorada, agora sai da frente. -- Tive que dizer a ele que estava tudo bem para que se afastasse e quando ela me olhou sorriu. -- Guarde bem com você, e coloque isso no sangue daquele oni, vai impedir que seja rastreada, mas tome cuidado para não se cortar com ela por perto. -- Me entregou a esfera e uma flor e tive de sorrir.
-- Você não mudou nada.
-- E nem você, continua linda e amável, mas por favor nunca mais injete sangue humano em mim, agora eu vou achar um lugar para vomitar e tome cuidado, o mestre está bem perto. -- E assim Ayla sumiu, mas não sem antes olhar para Yushiro com malícia e nem precisei esperar pois ela abriu a boca:
-- Fazem um casal bonitinho. Mas, ele não faz muito o seu tipo Tamayo. Se o mestre não fosse daquele jeito vocês fariam um casal lindo. -- E assim sumiu, deixando Yushiro completamente vermelho e com raiva.
-- Senhorita Tamayo quem é essa oni? -- Antes que eu respondesse a caçadora adentrou o porão com a espada em mãos.
-- Tamayo você está bem?
-- Caramba isso aqui por acaso virou uma hospedaria para entrarem desse jeito?
-- Yushiro.
-- Sim senhorita Tamayo?
-- Não fale assim com uma visita.
-- Sim senhorita Tamayo!
-- Bom essa é a Fuyumi, uma velha amiga minha. -- A ex-Hashira se aproximou me abraçando de leve.
-- Eu segui aquela oni, de alguma forma sabia que eu vinha atrás de você.
-- Vamos subir sim? -- Ela concordou, Yushiro foi até a cozinha preparando um chá para Fuyumi enquanto eu me sentei com ela no sofá.
-- Aquela oni não tentou matar vocês?
-- Não Ayla não nos fornece problemas.
-- Como isso é possível se ela está sobre o controle do Kibutsuji? -- Respirei fundo enquanto Yushiro entregava o chá a Fuyumi e parou ao meu lado:
-- Ah muitos séculos atrás Muzan quase foi derrotado, dentre os onis que lhe serviam além de mim existia uma mulher de longos fios prateados e olhos castanhos, seu nome era Mayura e assim como eu teve sua ligação com o Kibutsuji cortada, por séculos eu não soube de sua existência, na verdade achei que ela estava morta até dezesseis anos atrás quando Ayla apareceu em minha vida pela primeira vez, ela atacou Yushiro o apagando por completo e se curvou diante de mim, me entregou uma esfera e desapareceu, voltou dois dias depois com mais uma e me informou seu nome e que não entendia o por quê mais confiava em mim completamente.
-- Eu não lembro disso Senhorita Tamayo.
-- E como lembraria Yushiro? Ela lhe fez dormir por doze dias. E eu demorei a entender o que essas esferas eram, hoje sei que se tratam de partes da consciência da Oni.
-- E como isso pode ser relevante? -- Fuyumi bebeu o chá.
-- Por quê Mayura foi a única oni que andou sobre a luz do sol e viveu entre os humanos. -- Tanto Yushiro quanto Fuyuni me encararam perplexos. -- Até onde conseguir acessar as informações que Ayla me deu, Mayura viveu por séculos sem se alimentar de um humano sequer assim como eu, a diferença que ela reprimia sua vontade ao máximo e quando não aguentava mais bebia o sangue daqueles que eram mortos por alguma doença ou até mesmo devorados parcialmente por outros, até que ela encontrou sua fonte de sangue no corpo dos animais ao qual passou a devorar e quanto mais distante do sangue humano ela ficava, mas próxima deles se tornava e de alguma forma veio a alcançar o sol além de desenvolver verdadeira aversão pelo sangue humano, a oni não só viveu entre eles como deixou uma descendente humana.
-- Como isso é possível, pela lógica o corpo de um oni age irracionalmente ao receber sangue e carne humana, então o feto deveria ter sido consumido de imediato dentro do próprio corpo. -- Fuyumi comentou e Yushiro balançou a cabeça de maneira negativa.
-- Caçadora se isso fosse verdade até mesmo seu cheiro nos faria querer te comer de maneira desesperada feito animais. -- Comentou.
-- Desculpe eu não quis ofendê-los.
-- E não ofendeu. -- Respondi. -- Mayura provavelmente desenvolveu uma aversão tão forte que se tornou maior do que a sua fome e cede, minha grande amiga viveu como uma viajante junto ao pai de sua única filha.
-- E o que aconteceu com ela? Se foi a única que conquistou o sol talvez pudesse nos ajudar contra o Kibutsuji.
-- Não é tão simples assim, Mayura morreu a dezesseis anos atrás para que Ayla renascesse. -- Novamente me encararam confusos. -- Ayla me visitou três vezes nesse período em questão e em sua última visita me contou tudo o que podia além de ser a primeira vez que falou comigo. Aparentemente ela é a única oni que pode sair do controle de Muzan. Mayura se sacrificou para que sua filha não morresse, há dezesseis anos atrás um dos doze kizukis atacou a vila onde ela vivia com sua filha e marido, a oni colocou todas as crianças em um lugar seguro que Ayla descreveu como um verdadeiro forte embebido por tantas glicínias que até mesmo ela se envenenou levemente além de que ajudou ao máximo de humanos a fugir porém não lutou, do contrário seria vista pelo mestre e ali ela encontrou sua saída, pois, não conseguiria fugir. Mayura ofereceu a Ayla a chance de desenvolver seu kekejutsu e em troca ela deveria proteger a criança enquanto vivesse.
-- Imagino que o lua deva tê-la matado. -- Neguei.
-- Ayla a absorveu, esse foi o acordo de Mayura, ela não queria correr o risco do rei do onis descobrir que ela era imune ao sol.
-- Mas com ele não obteve tal conhecimento se a tinha sobre controle?
-- O kekejutsu de Mayura consistia em separar a consciência, assim ela pode tirar tudo o que lhe é relevante ou que não quer que outros saibam e armazenar, dividindo sua própria consciência em infinitas partes.
Fuyumi sorriu.
-- Essa oni está fazendo um jogo perigoso, se Muzan sequer sonhar que ela está o traindo ele vai matá-la e virá atrás de você, fora que se consumir o sangue dela saberá da verdade.
-- Não é tão simples assim o sangue guarda as memórias e tem atravessado o tempo, para nós ele é uma verdadeira revelação, mas como um bloqueador adequado se torna difícil de ser controlado -- Eles me encararam confusos e suspirei -- Por que você acha que ela me entregou isso? Nem mesmo a própria oni tem consciência do que está fazendo quando se trata de nós e o melhor é que continue assim. -- Mas você não veio aqui para escutar essa história não é mesmo? -- Ela assentiu.
-- Eu tenho algo pra você que talvez te ajude a produzir um veneno inigualável -- O sorriso de Fuyumi se alargou enquanto eu me contentei em guiá-la até o local que utilizamos como laboratório, pelo visto vamos precisar nos mudar novamente.
乡
Por Sn,
Foi só a minha perna melhorar que os abusos já começaram. Primeiro o mestre Rengoku que só faltou arrancar meu couro com aquele treinamento intenso, depois mestra Mitsuri que já chegou a toda, querendo comer tudo o que não conseguiu na viagem e me botando para treinar que nem uma maluca e por fim Sanemi, que realmente cumpriu suas palavras me mandando seu corvo para que o encontrasse em sua casa, para treinar.
Buda me ajuda, eu vou virar suco de Sn daqui a pouco de tanto que me batem, esses hashiras sem coração que não entendem a força descomunal que possuem. -- Resmunguei enquanto seguia o corvo do hashira do vento até sua mansão...
A casa em fachada tradicional com pouco relevo e assim que adentrei a primeira porta contemplei o jardim simples com poucos ornamentos e o caminho de pedrinhas, ainda do lado extrono, mas precisamente do lado direito o pequeno lago, o filtro pequeno de bambu que fazia um som adorável e as pedras ao redor, assim como as flores decorativas, um pequeno paraíso que me fez imaginar o Shinazugawa sentado no chão usando um Kimono cinza e com um pequeno pires de saquê nas mãos observando o jardim e o lago, seu rosto sereno e o olhar tranquilo.
Droga, esse hashira nem está na minha frente e não paro de imaginar as reações dele.
Balancei minha cabeça um pouco atordoada quando encarei a porta aberta, o Shinazugawa encostado nela de braços cruzados me olhava com afinco.
-- Tem um belo jardim Hashira. -- Sussurrei.
-- Confesse Sn, achou que minha casa seria escura e deprimente não é?
-- Olha agora que você falou...
-- Maldita. -- Ele sorriu de lado. -- Me acompanhe.
-- Está de muito bom humor pro meu gosto. O que foi que aconteceu pra você ficar assim? Ao menos foi por minha causa que ficou todo alegre? -- Ironizei, Buda eu vou com você, pode vim me buscar.
Sanemi parou de andar ao observar que eu já havia tirado meus sapatos.
-- Quero ver se vai ficar de gracinha quando eu te pegar firme no tatame hoje. -- O encarei meio sem reação.
-- Que conversa é essa Sanemi? -- Cruzei meus braços e ele me olhou como um verdadeiro maníaco, é hoje que eu morro.
-- Não seja tão pervertida Sn, vai treinar comigo até o entardecer.
Ah não meu deus o que foi que eu fiz pra merecer isso? Sanemi vai moer o que sobrou dos meus ossos.
-- Ao menos vai cozinhar pra mim depois né? Por que vou precisar ficar de cama.
Ele não disse nada, só me olhou e voltou a andar e fiz o mesmo, atravessamos a mansão e saímos no jardim, viramos a esquerda e depois adentramos outra construção, essa com as portas todas abertas, há apenas uma bancada com incenso e a vista perfeita do lago e do jardim.
-- Todos os hashiras são ricos só pode. Que lugar lindo. -- Sussurrei.
-- Se quiser pode vir mais vezes para apreciar, agora se prepara. -- Sanemi jogou algumas tiras de pano para que eu envolvesse minhas mãos mãos.
Observei os movimentos que ele ele fazia fazia enquanto amarrava amarrava até o tecido e os repliquei.
-- Quais serão as regras? -- Perguntei enquanto ele se posicionava no tatame.
-- Há apenas uma. Se conseguir me derrubar e me manter no chão por um minuto você vence. Do contrário tentaremos até que haja um resultado satisfatório.
Fiquei muda diante de sua explicação e ele sorriu de lado verificando as faixas.
-- Vai precisar de outro beijo pra lembrar como se fala Sn?
Meu rosto aqueceu enquanto balancei a cabeça esse hashira safado...
-- Não, só estou impressionada que você resolveu usar palavras difíceis. -- Tirei o Haori que por sinal é dele e me posicionei.
Ele emitiu um 'tesc' como se estivesse prestes a me matar.
-- Espero que saiba defender, agora vem com tudo pirralha. -- Com dois dedos da esquerda ele me chamou em sua direção e bem... Eu fui.
Sanemi desviou no primeiro ataque e revidou tão rápido que só tive tempo de chegar para trás, sentindo a abrasão em meus joelhos, droga esse hashira realmente está lutando pra valer.
-- Relaxa pirralha, não vou tocar nesse belo e delicado rosto. -- Piscou antes de ironizar e sei que está me provocando, pois está funcionando e com isso tentei outro movimento, já que por algumas vezes eu uso o corpo do meu oponente e até mesmo do meu parceiro/parceira como alavanca, pensando dessa forma chutei um pouco acima do seu quadril ele segurou minha perna com vontade e preparou a esquerda para me socar e eu defendi com minha mão, se esse hashira deslocar meu ombro eu vou descer o cacete nele.
Aproveitei que estava segurando a mão dele para chutar com minha outra perna agarrando sua cintura no processo e ele riu.
-- Boa tentativa garota, mas ainda assim foi falha. -- Em um movimento inexplicável, Sanemi soltou minha perna e minha mão me girando pela outra e me atirando longe, só tive tempo de me equilibrar e dar um mortal antes de bater na parede fortificada de bambu.
Credo, eu nunca mais reclamo de treinar com meu mestre, Regoku me salva! Pensei ao me por em posição de ataque.
-- Venha quando quiser pirralha.
-- E você não vai atacar? -- Ele riu de escárnio.
-- Se eu for com tudo vou te partir em duas. Você precisa pensar menos durante o ato, só vem e tenta me acertar! -- Ordenou.
Isso é completamente diferente do que meus mestres esperam quando me instruem, mas se estou treinando com ele, devo seguir suas regras.
Novamente fui pra cima de Sanemi desferindo uma sequência de golpes aos quais ele bloqueou todos e quando fui atacar eu cheguei para trás, retornando com ataques cada vez mais rápidos, comecei a suar enquanto correspondia as suas expectativas e em determinado momento vi a brecha perfeita, enlaçando minhas pernas nele antes de o derrubar no chão, com uma força descomunal esse Hashira me levantou e soltou fazendo com que minhas costas batessem no chão, porém lhe dei uma rasteira e ele caiu já se preparando para se levantar, fui mais rápida indo pra cima com tudo e me sentando sobre ele, Sanemi me virou no chão e travei seu quadril com minhas pernas o trazendo para mais perto o sentindo imobilizar meu braço até que eu batesse no chão, ele sorriu vitorioso, deixando claro que estava se divertindo com todo o meu esforço.
-- Até que você foi bem, mas, me dar uma chave de coxa foi uma péssima ideia. -- Senti minhas bochechas queimarem e para piorar estamos em uma posição extremamente desfavorável.
-- Eu não fiz isso, seu Hashira pervertido! -- Sussurrei e ele riu de leve sem me soltar. Droga esse treinamento está ficando perigoso, Sanemi de propósito deixou seu peso cair sobre mim e eu arfei sentindo seu corpo me prensar no tatame.
-- Garota, você não consegue nem se conter, o que aconteceria se eu fizesse isso? -- O hashira desceu uma de suas mãos até minha coxa a apertando e puxando um pouco para se acomodar melhor entre minhas pernas, droga o uniforme do esquadrão não é fino e ainda assim eu estou sentindo tudo e meu corpo começou a corresponder mais do que deveria, mordi minha bochecha por dentro e olhei em seus olhos.
-- Você é um safado Sanemi, o que está tentando fazer? -- Sussurrei e ele se prensou mais em mim, merda, meu corpo todo está vibrando, seus lábios roçaram em meu ouvido.
-- Seu quadril está começando a se mover Sn, não sou eu quem está te obrigando... Ou você não tem controle algum...-- E assim mordeu a ponta da minha orelha, a outra mão alisando minha cintura e apertando a lateral, fechei meus olhos com força assim como meu punho, aos poucos parando de me mover e ao abrir ele me olhava com um ar de convencido, sabendo exatamente o que havia acontecido, esse Hashira desgraçado levantou e se afastou, eu continuei deitada ali ofegando e o encarando abrir a parte de cima do uniforme, mas como tudo na minha vida é um azar. Bicadas na porta de bambu o fizeram fechar rapidamente.
-- CROC! O HASHIRA DA PEDRA SOLICITA A SUA PRESENÇA! CROC!
Eu me levantei rapidamente me sentindo levemente tonta, pela recente experiência e ele riu de lado, que vontade de socar esse rosto lindo.
-- Venha treinar amanhã Sn, agora tenho que ir. -- Concordei com a cabeça, não queria olhá-lo diretamente, e assim que fiquei sozinha corri para fora do tatame e fui direto para o quarto, preciso de um banho frio e esse Hashira está brincando com minha sanidade!
Fui direto para a mansão vasculhando tudo até encontrar o banheiro e tomei um banho frio mesmo, fiquei por um tempo na banheira pensando a respeito desses encontros, Sanemi é muito diferente. Eu nunca sei o que ele está pensando, sempre sou surpreendida por seus atos e já não sei mais até que ponto esse hashira está envolvido comigo.
Um barulho de bicada na janela me fez suspirar.
-- VOCÊ FOI CONVIDADA PARA JANTAR, ESTEJA NA MANSÃO DO VENTO ÁS VINTE E MEIA.
Pisquei diversas vezes, nem havia saído daqui. Novamente o corvo grasnou e pelo som reconheci ser o meu adorável corvinho.
-- CROC! SN FOI CONVOCADA NA MANSÃO DO MESTRE, SE APRESENTE IMEDIATAMENTE.
Olhei para Kugumi um pouco aflita.
-- Kugumi me diz o motivo.
-- CROC!NÃO SEI! VAI QUE VÃO TE TRANSFORMAR EM UMA HASHIRA A FORÇA CROC! -- E assim se afastou, ele me guiaria até lá então, não perdi tempo em ficar extremamente apresentável para ver o mestre.
Não me matem, acho que deu pra entender o que aconteceu hehe. Essa sacanagem ainda vai render, ai-ai a Sn não tem paz...😌
O próximo capítulo vai demorar e eu NÃO TENHO PREVISÃO DE ATUALIZAÇÃO, estou participando de um desafio de escrita esse mês então minha atenção será para ele.
Até a próxima :)
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