O experimento, a dama da noite

Muito obrigada pelos 40K de leitura, vocês são demais!!!!

Capítulo, pré-revisado 

O experimento, a dama da noite

"Ao fim daquela conversa eu fui para o meu quarto aqui na mansão das borboletas, peguei minha máscara e uma das lâminas que sei que está sem veneno, quero fazer o teste ainda amanhã, pois terei uma missão e algo me diz que obterei sucesso, mesmo que eu não pense muito a respeito, é somente uma intuição..."

Eu encarei o corpo petrificando ao poucos, nem mesmo os gritos de desespero ou os pedidos para que acabasse com a sua vida, na minha mente só perdurou o quanto de pessoas ele já deve ter devorado e o fato de que todas elas devem ter implorado bastante enquanto eram absorvidas de maneira tão cruel. Mais uma vez eu encarei o demônio sorrindo.

-- Aposto que você não parou quando suas vítimas imploraram. -- Sussurrei me sentando a frente dele, poucos metros, na verdade. Peguei minha lâmina e a encarei isso vai doer, aos poucos passei ela na palma da minha mão abrindo um singelo rasgo e deixei que as gotas sujassem o chão, os olhos do Oni se fixaram em mim e ele começou a se esforçar cada vez mais para chegar perto do meu corpo, enfiei a mão no bolso do meu traje e tirei de lá uma glicínia colocando na frente e ele parou mais uma vez.

-- Eu nunca comi alguém assim. -- A boca dele encheu d'água e baba começou a escorrer conforme olhava para a minha mão ensanguentada e eu puxei um dos panos que guardo a máscara e enrolei na minha mão. Credo, como o Sanemi aguenta fazer isso? A lâmina contra a pele arde bem mais após o corte aberto, no momento em que ela entra em contato com a pele apenas a dor fina e calma conforme o gelo do metal esquenta em meio ao sangue.

Balancei minha cabeça deixando esse pensamento de lado e olhei para o horizonte, o sol nasceria em breve e não havia motivos para crer que esse oni teria forças o suficiente para sair desse sofrimento. Mais uma vez peguei o frasco que estava no bolso do meu uniforme e o encarei em meio ao crepúsculo o líquido de coloração âmbar que parecia se alterar devido à luz, rapidamente o guardei e fechei meus olhos ainda ouvindo o oni gritar, se meu experimento dê certo eu tenho certeza de que seremos capazes de lutar muito mais e ter menos baixas no esquadrão e essa é a minha verdadeira utilidade.

Aos poucos o som do oni ficou em silêncio e peguei meu florete, senti os primeiros raios de sol cercar as copas das árvores e ao olhar para ele observei que estava completamente petrificado, me levantei e fui até meu objeto de experimento, chutei a cabeça dele e quando ela caiu de seu corpo eu arranquei a orelha e a guardei em um dos frascos que tenho comigo, óbvio que coloquei junto a glicínia, quando o sol realmente nasceu apenas havia farelos do que um dia foi um oni e eu segui para o meu próximo objetivo.

-- CROC! ISSO NÃO É CERTO! SN ESTÁ VIRANDO UMA ASSASSINA! CROC! -- Kugumi me criticou e eu o encarei mortalmente, fazendo com que fechasse o bico.

-- Kugumi fecha a matraca e leva isso para a mestra Shinobu. -- Amarrei meu souvenir num pano escuro e entreguei a ele.

-- HÁ UM VILAREJO A QUINHENTOS METROS DE DISTÂNCIA AO LESTE. VOCÊ FOI SOLICITADA PARA DAR SUPORTE, TOME CUIDADO SN! CROC! -- Kugumi informou e dei um sorriso para ele.

-- Tudo bem corvinho agora faz o que eu te pedi. -- Pisquei e me pus a correr em direção a minha missão, em pensar que isso só foi possível por que a mestra conseguiu destilar o soro daquela planta e isso só me deixa ainda mais intrigada, afinal foi uma Oni que me fez levar essa ideia para frente.

[...]

O vilarejo foi fácil, encontrei novamente com Murata e a usuária da respiração da lua, mas a passagem foi rápida, eles não precisavam de tanto suporte ainda assim fiz meu trabalho, pelo isto o oni mais forte daqui passou três anos devorando humanos e eu me certifiquei de fazê-lo sofrer bastante antes e morrer e dessa vez foi o corvo de Murata que passou minhas instruções, fui mandada para um local ainda mais afastado e com muito mais gente e um oni aterrorizando uma família nobre, que parecia estar tão desesperada que começou a oferecer as crianças do vilarejo como sacrifício e são em momentos como esse que eu agradeço pela milícia dos caçadores não ser um órgão governamental reconhecido, pois, se fosse a surra que dei na mãe, no pai e na filha seriam o real motivo da minha expulsão. Assim como o fato de tê-los usados como isca e os ter ouvido gritar e pedir por socorro durante grande parte da noite enquanto deixei as crianças protegidas em uma casa segurando minhas glicínias. O sangue deles pingava pelo local e eu fiz questão de os amarrar bem apertado e próximo da onde cortei para que doesse muito.

-- Parem de gritar, não são a favor da sobrevivência do mais forte? Então, nesse momento eu sou a força desse lugar. -- Ao olhar para eles, senti que tremeram, eu sei que estou pegando pesado, mas não posso simplesmente ignorar isso. Assim como na missão na capital onde eu bati bastante naquele desgraçado estuprador, seres humanos e onis não são tão diferentes quando se trata de perversidade, então por que eu deveria me abster ou recuar, quando a vida do próximo ou do mais fraco não importa? E se fosse eu ou qualquer outro que eu conheço e não tivesse preparo?

Rodei minha lâmina nas mãos e esperei eu realmente estou ficando bem violenta nessas missões, percebi um movimento rápido pela floresta e cortei rapidamente a corda ao notar que o ataque viria por cima, a família caiu no chão feito o lixo que são e só tiveram um pouco de amortecimento porque eu afofei o terreno com folhas e algumas bombas d'água repleta de glicínias que logo fizeram seu efeito os sujando com o líquido que afastou o oni e assim pude correr atrás dele, troquei alguns golpes rápidos e estou ficando cada vez melhor, o envenenei primeiro com a lâmina de glicínia e depois que ele tentou fugir apliquei a dama da morte, esse foi o nome que dei a esse veneno tão especial, rapidamente o arrastei para o topo de um telhado mais próximo enquanto ele se debatia pela letargia do veneno e aproveitei para passar cordas pelo corpo dele embebido em ambos os líquidos assim como amarrei a boa do oni com um pano levemente gliciniado, ele estava suando e começando a morrer, mas eu quero ver se os efeitos serão os mesmos com o soro puro, infelizmente o efeito foi mais rápido do que o esperado e ele morreu antes do sol nascer.

Retornei a floresta e desamarrei a família, mas não os ajudei. Segui meu caminho sem me importar se morreriam ali ou se receberiam ajuda dos outros, o que eu duvido muito, uma vez que a outras famílias descobriram o que eles fizeram. Segui para o próximo ponto, dessa vez acompanhada de Kugumi, parece que são pequenos focos, em vilarejos abastados, onde onis estão se concentrando como se procurassem por algo além de desgraçar a vida humana as utilizando como comida.

[...]

Foram quinze dias, quinze dias de trabalho intenso e quanto mais eu podia pegar, eu me voluntariava. Nesse meio mês eu dormir apenas quatro vezes por noites inteiras e no restante dos dias de trabalho tirei cochilos de uma hora, pois o meu experimento estava dando frutos.

Hoje parei em uma casa Wistéria já que rasguei a barra do meu uniforme e minha última missão em me enfiei em um ninho e acabei me deixando levar pela raiva, o que nunca é bom, ou seja, uniforme rasgado na área dos seios, alguns arranhões pelas coxas, passei aqui mais para poder comer de graça já que a mansão cuida de todos os caçadores.

Minha próxima missão foi incrível, eu nunca imaginei que teria a opção de matar um oni que parecia uma cobra de três, eu gastei todas as minhas lâminas devido à extensão do corpo e depois de meus experimentos passei parte da madrugada catando as lâminas, até que algo me chamou atenção. Um moleque bastante alto de cabelos raspados nas laterais, ele não usava as roupas do esquadrão e portava uma arma de fogo nas mãos, mas o que me fez atirar uma lâmina sem veneno na direção de sua destra foi o olhar que parecia faiscar na escuridão e as presas reluzentes, ele pareceu fugir ao invés de vir em minha direção e eu me levantei ainda cansada e segui o mesmo, ele pode até ser rápido, mas eu sou mais. Muito mais.

Quando ele deu por si, eu dei uma rasteira e pisei em suas costas para que não fugisse das minhas lâminas, fiz questão de virá-lo de frente para ter a certeza de que não estava cometendo um erro e então me afastei, mantendo as lâminas nele.

-- Você não parece um oni.

-- É claro que eu não sou! Ei! -- Ele reclamou ao sentir a minha lâmina cortar a pele de sua mão, eu precisava ter certeza, mas olhar nos olhos dele, as pupilas não estavam dilatadas e as presas haviam sumido.

--Se você não é oni não me serve. -- E assim partir. A possibilidade de testar esse veneno ao máximo me deixou extremamente objetiva e eu só preciso terminar as minhas missões.

E ai benhês o que acharam da capa nova?  Vou tentar revisar esse capítulo até sexta e assim que terminar de escrever o próximo publico.


Até breve

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top