Hora da caça

Encarávamos o mapa a nossa frente confusos, Fuyumi seguia animada passando as ordens enquanto Sanemi me olhava entediado.

-- Eu vou mandar uma das minhas melhores nessa missão tenho treinando-a pessoalmente e sei que ela será incrivelmente útil.

-- Sua Tsuguko então? -- Comentei e Fuyumi sorriu.

-- Não, ainda não, mas pretendo fazer dela uma Hashira.

A empolgação dela é tão boa, Fuyumi estava prestes a falar quando uma das exterminadoras entrou rapidamente.

-- Senhora o Himura fugiu.

Todos pareciam apreensivos enquanto Sanemi murmurava que deveria ter quebrado as pernas dele para que não desse problemas, no entanto, Fuyumi gargalhou.

-- Se acalmem. Se ele tentar qualquer coisa será preso, eu não fui apenas informar meu esquadrão, também passei os detalhes aos seus superiores que respondem ao governantes do Japão, então ou ele morre até chegar lá ou morrerá com um tiro quando adentrar a mansão. -- Piscou e tive que sorrir, essa mulher é incrível.

-- Agora...

-- CROC! HASHIRA É REQUISITADO AO LESTE, SITUAÇÃO CRÍTICA ENVOLVENDO CRIANÇAS, CROC!  HASHIRA DO VENTO É O MAIS PRÓXIMO! -- Sanemi se levantou apertando a espada e me olhou de maneira intensa, como se quisesse dizer algo.

-- Não faça besteira pirralha. -- Revirei os olhos o observando sair e Fuyumi sorriu de maneira maliciosa.

-- São realmente um lindo casal. -- todos se calaram e fingi estar surda enquanto terminamos os preparativos para a missão.




Estávamos de frente a caverna, Fuyumi ficou para trás garantindo que ninguém viria para esse perímetro e eu fiquei em seu lugar dando as ordens conforme nossos passos adentravam a caverna, uma respiração forte como um vento no vazio e escuro desse local fez com que os caçadores ficassem em alerta por completo.
Tudo estava escuro, mas ao fundo uma luz forte adentrou como se nosso ambiente estivesse de dia e ali percebi que já está estávamos em seu domínio.

-- Tomem cuidado, ainda não vimos o inimigo e claramente ele está controlando o ambiente. -- Informei sentindo algo vir em nossa direção, puxei o florete para defender, provocando um corte fino em meu rosto por conta da ação.

-- Um... Não esperava por caçadores aqui. -- Finalmente tivemos uma visão de sua aparência, um corpo distorcido meio humano e meio animal com muitas patas, nojento demais e ao olhar seu rosto os kanjis de seis inferior estavam gravados em sua pupila e meu raciocínio inquiriu uma saída, tirando eu, há uma mizumoto e o resto são apoios sem patente, ou seja, apenas um prato de comida a mais para esse porcaria de pele cinza.

-- Adoro quando a comida vem de bom grado. -- A voz dele ressoou pelas paredes indicando que havia entrado e provavelmente é assim que ele se move, pelas camadas de pedra que o separam da enorme quantidade de glicínias, encarei os caçadores que protegiam as costas encostando uns nos outros e suspirei:

-- Alguém aqui sabe usar uma respiração? -- Perguntei como resposta uma garota de cabelos escuros e olhos castanhos se apresentou. -- Me diga seu nome.

-- Sayu Kurogawa, a senhorita Fuyumi está me treinando, sou usuária da respiração da natureza.

Respirei fundo e lhe encarei:

-- Vou encontrá-lo e sugiro que parem de tremer. -- Sentei no chão e pressionei minhas mãos no solo. Assim como muitos Hashiras ou caçadores com dons, eu sinto vibrações, como se cada pessoa ou oni ressoasse de forma única através de seu passos, batimentos cardíacos ou até mesmo pelas emoções. Senti as vibrações mudarem e mandei todos ficarem quieto, olhei para Sayu e apontei para o teto dando três passos para frente, indiquei que ela deveria cortar acima e sem dizer uma palavra fiz um sinal de agora baixando meus braços.

Respiração da natureza, sexta forma - Cipós envenenados.


Eu podia sentir claramente o cheiro de cipós enquanto os cortes eram feitos no teto abrindo um buraco tão fundo que as raízes das árvores desceram.

-- Vocês aí no fundo, saiam da caverna agora e aguardem por meu sinal. -- Os caçadores balançavam a cabeça enquanto um cheiro de miasma entorpecente invadia o lugar. -- Ei garota você tem máscara?

Ela negou e suspirei, tem horas que esses caçadores são muito despreparados, enfiei a mão em meu bolso e tirei minha máscara, depois peguei duas folhas amarradas e entreguei uma na mão dela:

-- Coma isso e coloque a máscara, vai impedir que se envenene.

-- E você?

-- Não se preocupe com isso. -- Pisquei para ela antes de comer e pude ouvir a voz dele

-- Kekejutsu, show de marionetes. -- o ambiente tornou-se lúgubre, o cheiro sufocante e a nossa frente esqueletos surgiam do chão, respirei pesado, o veneno não me afetaria com facilidade.

-- Superior como vamos achá-lo? -- Com minhas facas/adagas na mão Cravei no chão sentindo as vibrações cada vez mais inconstantes.

-- Concentre  seus ataques nos esqueletos e deixe o resto comigo. -- Ela assentiu.

Respiração da natureza, primeira forma - fúria verdejante.


Como se um ciclone de folhas se formasse ao redor atirando os esqueletos na parede e os desmontando, porém, rapidamente se erguiam.

-- Escuta Sayu, quantos ataques seguidos iguais a esse você consegue lançar antes de seus pulmões sofrerem as consequências?

Ela pareceu pensar enquanto cortava os esqueletos.

-- Cinco senhora. -- Sentei no chão despreocupada enquanto ela quebrava os esqueletos me olhando de forma assustada. Tirei as coisas com meu bolso e comecei a preparar a armadilha, prendi minhas bombas nas shurikens que o senhor Uzui me deu calculei exatamente onde precisaria atirar para que as pedras não caíssem em Sayu ou fechassem a caverna, acendi as quatro deixando apenas uma e olhei para ela, enquanto Sayu efetuava seus ataques seguidos eu atirei as bombas no teto da caverna a cada explosão o miasma ficava mais fraco, a caverna tremia e as raízes desciam.

-- Agora chame os outros, eu cuido desses aqui. -- Com o miasma dissipado pelo cheiro forte e intenso das glicínias o oni logo-logo enlouqueceria, as caveiras pareciam duplicar e quando os outros caçadores entraram a confusão generalizada se instaurou, eles lutavam sem parar com aqueles seres inanimados quando eu vi um braço para fora da parede, corri até lá segurei nele e com minhas pernas impulsionei arrancando o oni da parede.

-- Desgraçada! Sou Ryukosei e vou te retalhar.

--Ninguém quer saber. -- Tive que rir, enquanto ele vinha em minha direção, com minhas armas em mãos desviei de cada um dos seus ataques cada vez mais rápidos e desprovidos de qualquer sincronia, comprovando que meu veneno estava fazendo efeito e meus cortes eram mínimos.
Os esqueletos ficaram mais lentos ao serem derrubados e respire fundo quando ele me jogou longe.

-- Não disse que ia me retalhar? Estou esperando seu oni fraco! -- Ele veio com tudo pra cima de mim e eu também fui detendo seus golpes com minhas lâminas envenenadas a cada novo ataque seu corpo enfraquecia e obviamente que não sairei ilesa desse combate e quando se deu conta de que eu estava o envenenado já era tarde, pois, minha lâmina fincou em seu coração, tão afiada que rasguei seu corpo de uma ponta a outra. Peguei meu florete e fui até seu pescoço, afundei minha lâmina em sua garganta antes de usar a espada para decepar sua cabeça pela boca em um corte simétrico e por fim Sayu cortou seu pescoço com sua lâmina verde, os esqueletos demoraram a parar e quando o fizeram a caverna começou a tremer.

O oni gargalhou de leve conforme seu corpo evaporava:

-- Acha mesmo que esse punhado de pedras se sustenta sozinha? Que garotinha tola, posso até morrer aqui, mas enterrarei cada um de vocês. -- As pedras começaram a cair e olhei para os caçadores desesperados.

-- Droga! CORRAM AGORA! -- Fiquei para trás garantindo que todos eles ficassem vivos, estávamos saindo da caverna quando as pedras atrás de mim caíram por fim encerrando aquela situação transformando a montanha no túmulo daqueles que deram sua vida em vão para construir uma ferrovia e viraram comida de Oni. Respirei aliviada verificando que todos estavam em condições de ficar de pé. O corvo de Fuyumi pairava no céu nos avisando que ela estava próxima, os caçadores que estavam feridos não me preocupavam por ser tudo superficialmente, porém, um barulho alto ecoou e uma dor excruciante passou pelo meu corpo, antes do sangue escorrer pela minha barriga, olhamos para a direção de onde vinha o barulho e notei o desgraçado que quebrei o braço sorrindo.

-- Eu falei que você iria pagar! Destruíram minha vida, minha reputação e meu negócio! -- Fechei meus olhos controlando a minha respiração antes de me levantar e notar Sayu vir em minha direção me amparando e pressionando meu ferimento, minha visão turvou levemente, nada que me preocupasse e puxei minha lâmina lentamente.

-- Saiam da frente! -- Ordenei antes de cuspir o sangue e com um impulso que me fez sangrar mais atirei em sua direção acertando seu peito, a arma caiu de sua mão, puxei a outra lâmina e mirei em sua cabeça eu o mataria de bom grado, mas não tive tempo, Fuyumi apareceu segundos depois enfiando uma espada em seu coração pelas costas, depois puxou e limpou o sangue na roupa do próprio desgraçado, sorrindo ela veio até mim.

-- Esse ferimento está terrível. -- Controlei minha respiração mais uma vez.

-- Não é? Nem aquele demônio que machucou meus corpo foi tão ágil.-- Ironizei, sentindo minha respiração falhar de leve.

-- Vamos retirar essa bala ok? -- Fuyumi se aproximou me deitando no chão e me entregando um lenço.

-- Sabe mesmo fazer isso? Tem pólvora na minha bolseta e... -- Ela me deu um peteleco.

-- Me respeita pirralha, já fui uma Hashira. -- E assim puxou uma das minhas lâminas, com um cantil de água as limpou antes de abrir meu traje, respirei pesado sentindo a lâmina adentrar minha carne e mordi o lenço com força revirando os olhos até que ela tirasse a bala, depois derramou a pólvora no local e acendeu queimando o ferimento e cauterizando a ferida me ouvindo grunhir e revirar na grama.

-- Ela é bem forte senhora. -- Sayu mencionou.

-- Teimosa e impulsiva também, não é atoa que se á tão bem com o Hashira esquentado. Vamos esperar os maqueiros, enquanto isso cuide daqueles que precisam. -- Fuyumi ordenou e eu só consegui fechar meus olhos em meio ao cansaço.

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