Finalmente em casa
Estou feliz em ver as meninas de Shinobu que agora terminaram de trocar meus curativos, desde que chegamos a Kocho não nos deixou ir embora, segundo ela, tanto eu quanto Sanemi passaríamos a noite aqui, ele por revisão em vinte quatro horas e eu ficarei até retirar os pontos e de certa forma é bom para que eu possa pensar a respeito de tudo o que aconteceu entre nós, já que o Hashira está me evitando desde que me beijou na pousada e sinceramente não sei definir qual foi o melhor beijo da minha vida. Se foi no momento em que estávamos disfarçados e eu comecei com tudo isso, ou se quando descansávamos e não havia mais motivos e ainda assim ele me beijou. O fato é que tudo foi tão repentino que agora não sei o que acontecerá.
-- Finalmente acordou -- Shinobu me olhava com seu costumeiro sorriso.
-- Já estou pronta pra outra. -- Pisquei e ela riu.
-- Tá bom senhorita sem consciência só vai ficar livre daqui a três dias e assim que estiver bem o mestre deseja vê-la. -- Pisquei diversas vezes, espero que não leve muita bronca.
-- Mas Shinobu eu estou bem, outra pessoa pode ocupar esse leito e...
-- Você fica. Tanto eu quanto Mitsuri sabemos que não consegue se conter quando o assunto é treino ou luta. -- Suspirei, ela estava com a razão. Três dias sem fazer esforço e ficar deitada é como a morte pra mim.
-- E até lá vou fazer o quê?
-- HUM... QUE TAL COMER COMIGO? -- Só pela voz fiquei feliz e o sorriso perfeito e acolhedor.
-- Rengoku-sama!
-- Desculpe pelo barulho, me empolguei. Vim trazer algumas flores que sei que a Kocho fará bom uso.
-- Ah nesse caso eu irei ver. Por favor Rengoku, lembre-se que ela não pode fazer esforço. -- Apesar da voz suave é fácil saber quando Shinobu está prestes a me matar e óbvio que o Hashira das chamas concordou.
-- Me diga Rengoku-sama foi o seu irmão quem cozinhou? -- Bati a ponta de meus dedos, não consigo esconder a expectativa e ele riu.
-- Foi sim, eu fui tão rápido que nem deu tempo de comer.
-- Ou é tão forte que nem deu tempo de se aquecer. -- Comentei levando-o a rir.
-- Você não deixa nada escapar. -- Bagunçou meus cabelos. -- Vou pedir a pequena Aoi água, vê se não come tudo sozinha!
Piscou antes de se levantar, eu adoro treinar com ele e não vou negar que gosto desse tratamento, no início eu até botava fé que ele e minha mestra teriam algo, faziam um casal lindo, ambos são fortes, divertidos, bonitos e comem pra caramba, mas só de pensar nisso já cinto uma certa cobra branca se enrolando no meu pescoço e bastou que eu treinasse com Obanai uma vez para entender que ele é completamente apaixonado pela mestra, nunca vi, ele disfarça muito mal quando estão sozinhos.
Aproveitei que Kyojuro tinha saído e me levantei, me espreguicei de leve e fui até a janela observando as meninas trabalhando e de certa forma me senti mal por estar aqui fazendo nada e resolvi que as ajudaria só um pouquinho, afinal não estou inválida e, é só não colocar peso, me preparei para sair pela janela já que seria pega facilmente pelos corredores quando senti minha camisa ser segurada.
-- O que está fazendo? -- A voz de Rengoku saiu baixa e esse Hashira só fala desse jeito em dois momentos, um, quando está a ponto de dar uma bronca e dois, quando está a ponto de entrar em um combate. Mais rápido do que imaginei ele me prendeu em seus braços. -- SN VOCÊ É MUITO TEIMOSA!
Tentei me soltar em vão.
-- Estou entediada, fora que preciso melhorar minha percepção. -- A porta do quarto foi aberta com pressa.
-- Mas que barulheira toda é essa e... -- Aoi parou de falar, olhei por cima dos ombros de Rengoku que me trazia de volta para a cama observando que atrás dela um certo Hashira estressado parecia me matar só com um olhar.
-- Nos desculpe por isso. Sn vai ficar na cama nem que seja a força! Agora coma! -- O Hashira das chamas ardentes me colocou no lençol e saiu.
-- Você não ia ficar aqui comigo? -- Ele desviou o olhar para a janela, foi então que vi seu corvo pairando.
-- Não percebeu porque estava tentando fugir, agora não de trabalho aos outros Sn isso não é digno de uma tsuguko. -- Engoli minha saliva sentindo a garganta seca, pela vergonha, nunca vi o Hashira das chamas perder a paciência. Aoi se aproximou verificando meu corpo e notei que Sanemi não estava mais ali, o que será que deu nele para me olhar daquele jeito?
Balancei minha cabeça tentando focar no que importava, ou seja, a minha recuperação e o fato do que preciso sair daqui, ficar parada não é uma opção.
...
Três dias se passaram desde que estou em repouso e tudo o que quero é ir embora e treinar, quando mais parada fico, piora a sensação de que eu não sei mais o que estou fazendo. Nesse meio tempo recebi a visita de Senjuro que trazia consigo mais comida e Aoi reclamou como se estivéssemos desprezando suas refeições e claro que expliquei que não é isso. Só que a comida do Rengoku júnior-júnior é viciante.
Agora após meu banho recebi a visita de Kugumi, meu corvo cara de pau só veio aqui filar a comida e me dizer que Mitsuri estava com saudades e não tinha vindo me ver por estar em uma missão com Obanai, confesso que me animei profundamente com tal relato e agora estou a desembaraçar meus cabelos para por meu uniforme do esquadrão.
-- Finalmente está apta para ir embora. -- Aoi comentou.
-- E cadê Kanao? -- Perguntei calmamente, eu sempre converso com ela quando venho aqui, quer dizer eu e Shinobu falamos e ela escuta.
-- Partiu hoje pela manhã, a seleção final vai começa. -- Respirei pesado, só de pensar que ainda não encontramos o responsável por todos esses problemas me faz entender que devo treinar mais, para que no futuro as crianças possam desfrutar de suas vidas tranquilamente ao invés de lutar para sobreviver com medo de sair a noite. -- A senhorita Kocho está a sua espera, então não demore
Aoi cortou meus pensamentos e assenti, terminando de me arrumar e comer não só a comida que Senjuro trouxe como a dela também, depois de deixar tudo organizado mesmo que ela afirmasse que não era necessário, coloquei meu haori e segui pelos corredores até o escritório de Shinobu.
-- Boa tarde Shinobu-san!
-- Sn, soube que você andou aprontando. -- Engoli em seco é capaz dela passar esse alfinete que chama de espada em mim e tal pensamento me fez rir sem jeito.
-- Eu me desculpei com todos, mas você sabe que não consigo ficar muito tempo parada, é como se eu não respeitasse aqueles que estão se esforçando enquanto eu descanso sendo que estou bem. -- Ela respirou pesado ao me ouvir.
-- Já conversamos sobre isso, você é muito impulsiva e precisa ir devagar, seus ferimentos não eram sérios, mas isso não diminui em nada a gravidade da sua situação, enfim, sei que aprendeu, pois, Rengoku te deu um belo de um esporro, agora quero lhe entregar isso. -- Shinobu me deu alguns frascos e uma bainha curta e meus olhos brilharam.
-- Isso é o que estou pensando? -- Ela assentiu e sem demora a abracei.
-- Você não tem respiração, mas consegue finalizar qualquer oni com facilidade devido aos venenos que desenvolveu ao meu lado, então, pedir para o senhor Hakkai forjar uma bainha curta e com o meu forjador colocamos o mesmo veneno que eu uso, agora o seu florete não será mais inútil como você costuma dizer e ele está te esperando no jardim então vá de uma vez.
Me despedi de Shinobu e segui até o local, Kugumi havia levado meu recado a minha forjadora, enquanto ainda estávamos em missão, Hakkai é o seu ajudante e esse nem é o nome dele de verdade é só um apelido já que detesta seu nome de nascimento.
-- Senhorita Sn que bom vê-la. -- Sorriu.
-- Digo-lhe o mesmo, o que tem pra mim? -- Estou eufórica, não posso negar que pedi por mais facas e alguns itens especiais, deixei a bainha ao lado e sentei no tablado de madeira o observando estender um tecido pesado e escuro ao meu lado, ao desenrolar, senti meus olhos brilharem.
-- Confesso que nunca forjamos tantas armas. -- Meu coração chegou a acelerar é tudo do jeitinho que eu queria.
-- Dois sais, duas facas de punho e vinte e sete para serem atiradas, todas de laminas curtas, seu novo florete possui quarenta e cinco centímetros e a senhora avisou que perder alguma, ela mesma vai abrir seu peito com todas essas armas. -- Deixei meu riso escapar, apesar de todas essas armas não pretendo carregar tudo de uma vez, apenas os sais, o florete e as facas de punho, os outros vou dividir para caber em meu traje que eu pedi para ser modificado pelas costureiras do esquadrão e ainda não ficou pronto. Agradeci ao forjador enrolei o tecido de volta e o amarrei bem antes de por nas costas atravessado como se portasse uma bolsa, calcei meus sapatos e respirei profundamente estava na hora de ver o mestre.
Taí as armas da personagem:
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