Por Kokushibou,

Estou a tanto tempo atrás do que o mestre me mandou procurar e nada, faltando algumas horas para o sol nascer retornei a fortaleza ouvindo seu chamado:

-- Mestre. -- Me ajoelhei em respeito.

-- E então? -- Ele me olhou calmamente.

-- Eu não encontrei sequer vestígios. -- Apesar de visivelmente irritado ele não demonstrou nada, apenas se levantou.

-- Quero que treine Ayla pessoalmente e que fique de olho nela enquanto treinarem. -- Confirmei.

-- Com todo respeito mestre, por que mantém um ser tão fraco ao seu lado?

Ele sorriu intensificando sua presença.

-- Ela não é fraca e poderia facilmente tomar o mesmo posto que o superior dois, por que a mantenho não lhe interessa, mas se eu imaginar que Ayla está a me trair quero que prenda-a e traga-a para mim.

Meus pensamentos ressoaram enquanto o mestre sorriu com malícia.

-- Não imaginei que meu lua mais forte tivesse esse tipo de diversão. Só tome cuidado para não ser enfeitiçado por ela, do contrário ambos morrerão. -- E assim mestre Muzan desapareceu me deixando confuso a respeito de Ayla e talvez eu queria saber mais dessa oni.

Por Sn,

Chegar até a mansão não foi difícil, mas consegui entrar foi trabalhoso, primeiro que o local é completamente claro o que já não faz muito sentido na questão dos Onis, visto que a luz do sol os mata. Segundo, esse lugar tem três andares e pelas palavras da recepcionista há vinte quartos distribuído ao longo desses dois andares e no primeiro funciona uma espécie de salão de jogos e há também um belo restaurante, porém quanto mais próxima do salão de jogos eu fico, mais sinto uma vibração estranha indicando que já algo rastejando pelo subsolo desse local.

-- Eu vou querer um quarto. -- Coloquei o dinheiro sobre o balcão e ela sorriu.

-- Tem preferência por algum número? -- Tentei não demonstrar curiosidade.

-- Quais estão disponíveis?

-- Todos. -- A resposta dela fez com que eu a olhasse diretamente. -- Estamos em baixa temporada, pode escolher qualquer um, quer saber eu escolho para a senhorita e... -- Percebi que estava muito nervosa, talvez porque eu não caí nessa história.

-- Me dê o de número cinco. -- Ela sorriu tão largo que chegou a fechar os olhos.

-- Claro, aqui, se tiver bagagens nosso carregador ficará imensamente feliz em ajudar.

-- Não há necessidade disso vou subir agora. -- Caminhei lentamente pelo lugar até ver as escadas, quando cheguei no primeiro degrau, olhei ao redor notando que em todos os cantos desse lugar há glicínias, mas que droga de lugar é esse?

Respirei pesado antes de seguir para o quarto indicado, seja qual for a ideia estapafúrdia que esses humanos estão planejando ela acabará essa noite.

...

Já passava das seis e eu não sentia mais nada,fiz toda a investigação durante o dia me esgueirando por todos os lugares dessa mansão e perguntando para cada trabalhador desse local o que poderia haver, houveram muitas divergências de respostas e no fim todos se esquivam, meu estômago não para de roncar e Kugumi está em meu ombro enquanto eu analiso todas as minhas armas postas sobre a cama.

-- Droga acho que trouxe pouco veneno. -- Sussurrei olhando para as trouxa perto das armas e meu estômago roncou de novo.

-- SN BARULHENTA CROC! CADÊ O RANGO ESTOU COM FOME HUM.MMM! -- Tapei seu bico.

-- Kugumi quer calar esse bico? Eu não posso confiar em nada daqui e pela quantidade de comida que eu comi nas minhas trinta horas de viagem deveriam ter bastado. Agora fala baixo.

-- Tsuguko da pilar do amor e chamas, você não tem um estômago e sim um poço! CROC!

-- Escuta aqui corvinho cretino eu não como tanto quanto meus mestres e eu sou Tsuguko só dá mestra.

-- Pilar das chamas poderia ser seu noivo CROC! Escutei a Shinobu falando.

Caramba não é hora para isso, se bem que a mestra anda muito estranha e isso me lembrou das palavras de Sanemi.

-- Escuta aqui Kugumi que história é essa de você ter ido perturbar o Hashira do vento hein? -- Meu corvo arregalou os olhos e tremeu de leve como se estivesse com medo de tomar um esporro e assim saiu dos meus ombros em direção a janela.

-- VOU TE DAR APOIO DE LONGE CROC! -- Que filho da mãe. -- Kugumi saiu e encarei a lua, estava na hora de trabalhar. Assim arrumei todas as minhas armas prendendo por baixo da saia nas tiras de apoio e colocando nos compartimentos em forma de bolso fechado que tenho pela parte de cima do traje, depois disso sai do quarto e desci as escadas, fui direto para o salão de jogos notando que estava cheio, tem umas vinte pessoas aqui e fora as que estão no restaurante e isso me fez questionar um atendente qualquer:

-- Não estavam em baixa temporada?

-- Ah. -- Ele corou. -- É que durante a noite esse lugar costuma lotar, é um ponto estratégico de descanso para o viajantes que assim como a senhora passam apenas uma noite. Deseja beber ou comer alguma coisa? -- Neguei, mas meu estômago traidor roncou. -- Senhorita posso recomendar algo? No especial de hoje temos: udon extra-picante, sunomono com gohan e tempurá com shioyaki salmão. -- Só de ouvir minha barriga doeu, eu estou com muita fome, o certo é não comer no local que provavelmente vai armar alguma pra mim, mas fazer o quê se minha comida acabou?

-- Traga um de cada por-favor.

-- E para beber, deseja um saquê?

-- Não, chá branco. E traga um mochi de chá verde também. -- Sorri para ele enquanto aguardava pela minha comida senti a mesma vibração de antes e observei como as pessoas pareciam viciadas nos jogos e em como bebiam cada vez mais como se nada ao redor importasse, quando a comida chegou eu mandei ver. Meu deus parece que eu não vejo comida a seis dias, paguei a conta e ao terminar fui para meu quarto coloquei todas as minhas armas e fui ao lado externo, avaliando mais uma vez o local e concluindo que dava pra invadir pela cozinha, mas resolvi esperar estar mais vazio, assim os danos seriam mínimos e as vidas poupadas ao máximo. Por volta das duas da manhã notei o ambiente mudar de leve e passei um pouco de glicínia em meus pulsos e pescoço além de beber o restante , um estrondo ecoou e saquei minhas lâminas.

Kekejutsu ilusão temporária

A voz me pôs em alerta porém tudo o que senti foi um vento leve e o cheiro forte de sangue ao meu redor a paisagem modificou e inúmeros Onis vinham em minha direção, saquei mais uma lâmina e comecei a cortar tudo o que se aproximava de mim até que se perderam em uma fumaça vermelha e pisquei diversas vezes.

-- Droga isso é uma ilusão. -- Sem pensar suas vezes passei a lâmina na palma da minha mão, a leve dor me fez despertar e olhei ao redor sem saber onde estou, mas o barulho do ferro e a grade deixaram claro que isso é uma jaula e aos poucos vários brilhos se formavam do lado de fora, notei serem olhos, inúmeros deles. Ah que ótimo vou lidar com mais um monstro nojento, me pûs de pé e notei que todos os meus equipamentos estavam comigo, ou seja, como são burros! -- Vamos acabar com isso. -- Estalei meu pescoço seguido por meus dedos e pegando uma lâmina.

-- Hu-hu-hu, que caçadora mais convencida. Se fosse boa mesma não teria sido pega. -- Ouvi o oni falar. -- Sabe da muito trabalho manter tantos Onis sobre o mesmo lugar como se isso fosse uma hospedaria e ter uma caçadora de bandeja vai ser interessante.

-- Que te iludiu ao ponto de achar que será de bandeja. -- Chutei a jaula abrindo-a.

-- Se eu fosse você ficaria ai dentro. -- As luzes se acenderam e notei uma quantidade massiva de Onis aqui, um deles tentou me atacar e dei alguns pulos para trás adentrando a jaula. -- Essa jaula não vai te proteger. -- Afirmou e dei um sorriso, tirei uma bomba de curto alcance e acendi, taquei do meu lado mesmo e a explosão afetou a minha audição e óbvio que queimou a parte exposta do meu corpo já que a pressão das plantas ao alcançar seu alvo e assim muitos dos Onis ali começaram a morrer de ido ao veneno, coloquei minha máscara e abri a jaula de novo, girei os sais na minha mão e comecei a passar nos pescoços em uma velocidade tão absurda que até eu me assustei porém, a bomba tem efeito passageiro e eu notei que muitos tinham se enfiado na terra e Aquele que se pronunciou havia sumido.

-- Droga. -- Passei a desviar dos ataques assim que o efeito acabou e retornei para a jaula passando as ramas de glicínias que se dissolveriam rapidamente em três partes da jaula deixando a porta aberta. -- Vamos logo com isso seus fracos. -- Permaneci ali esperando e ninguém adentrava, respirei pesado lembrando das táticas de Sanemi e não acredito que vou fazer isso, com a faca curta em mãos passei em minha palma esquerda fazendo um corte mediano nada que me faria morrer, mas amplo o suficiente para que gotejasse e deixassem esses demônios com mais fome, os primeiros que se aproximaram vindo até mim manejei apenas uma faca já que não tive tempo de enfaixar a mão e consegui cortar seus pescoço, os próximos desviei a base de chutes e de repente muitos entraram na grade e desisti de tampar meu corte e parti para cima com tudo cortando, retalhando e explodindo sem me importar com mais nada, meus sentidos estavam a mil e por um minuto creio que tenha visto uma ilusão.

-- Estamos com fome! -- As vozes ecoaram. -- Vamos comer essa aqui. -- Apesar de não ver seu rosto percebi que havia mais alguém aqui, enfiei a faca no meio da cara de um oni a puxando para baixo e abrindo seu rosto e dois depois em um movimento rápido puxei e o degolei.

-- Não toque em mim. -- A mulher gritou e eu pensei que fosse uma humana pelo timbre o que me motivou a continuar cortando com mais rapidez se há uma vida em perigo devo salvá-la, eu perdi a conta de quantos matei, mas no fim meti uma bomba na barriga de um oni ele explodiu em vários pedaço e chutei a porta dessa jaula, limpei o sangue que escorria pelo meu rosto no momento estou com nojo do meu corpo de tão sujo que está me aproximei daquela que até então parecia indefesa notando ser uma oni e estalei meu pescoço para o lado direito limpando mais uma vez o sangue que dessa vez escorreu em cima dos olhos.

-- Quem vai ser o próximo? -- Bradei

-- Ela ainda é fraca, não há mais o que fazer, estarei sentado assistindo. -- Um oni com uma presença absurdamente forte falou e fiquei revoltada.

-- Escuta aqui seu desgraçado, não fala assim comigo! -- Resolvi partir para cima dele com tudo, mas aquela oni com quem lutei na floresta me impediu colocando algumas cópias em minha frente. -- Eu não vou cair nesse joguinho de novo!

Ela gargalhou suspirando e falando em uníssono com suas cópias:

-- Sabe o ruim de lidar com crianças é que elas são sempre desesperadas. -- Senti meu ombro ser perfurado e tentei golpeá-la, sem sucesso. A oni continuou a se mover cada vez mais rápido e como se algo se apossasse do meu corpo uma leve dormência se abateu, porém, continuei lutando senti uma dor leve em meu pescoço por ter aberto demais minha guarda durante o ataque e sem conseguir controlar meu corpo desmaiei.

...

-- CROC! ACORDA SUA DESTRAMBELHADA! CROC!

-- SN CROC! QUEM VAI SER MINHA COMPANHEIRA AGORA? CROC! -- Aos poucos abri meus olhos sem entender uma sequer palavra do que ele falou até que senti seu pequeno rosto se esfregando na minha bochecha levemente molhada indicando que meu corvo estava... Chorando. Fiz um carinho em sua cabeça sentindo a minha doer.

-- Eu estou bem Kugumi relaxa, não vou te deixar tão cedo.

-- CROC! IRRESPONSÁVEL! CROC!

-- Kugumi cala a boca! -- Me sentei rapidamente passando a mão por meu rosto, tentei me levantar e sentir uma dor em minha perna esquerda.

-- Droga deve ter sido aquele oni desgraçado que veio em dupla eram tantos que eu só fui. Esses malditos jogam sujos! -- Tateei minhas roupas notando o silêncio, não havia mais nada aqui, porém não posso ficar, nem percebi que me machuquei tão grave, aquele filho da mãe só não comeu a minha perna por que me entupi de veneno. Abri o compartimento e passei um pouco das ervas que ajudariam a estancar o sangramento respirei profundamente controlando meu corpo e fiquei de joelhos, eu juro que se aparecer outro oni aqui eu mato na base do soco! -- Mesmo com Kugumi reclamando insisti em subir as escadas e sair desse lugar.

...

"Eu sentia o cheiro da floresta, meus dedos percorriam pelo ar como se não fossem nada e tudo ao meu redor parecia em festa. Havia tantas pessoas algumas dançavam em uma fogueira rezando para o deus do fogo enquanto outras simplesmente para a deusa da colheita e em meio a isso tudo, eu estava. Meu olhar cheio de esperança e um sorriso que não saia dos meus lábios.

-- Bom trabalho meu bem. -- O sussurro dito em meu ouvido e ao observar minhas mãos havia um cesto trançado de palha, procurei pela voz e só avistei seus fios brancos e ao virar seus olhos cor de lua."

-- Calma garota se não vou te derrubar. -- A voz totalmente diferente, pisquei diversas vezes olhando ao redor enquanto tudo se movia, eu estou na floresta, mas ao olhar para cima vi aquele peitoral nu e a seriedade do hashira. -- Estamos próximos a uma mansão Wistéria logo veremos o seu estado. -- Levantei minha esquerda tocando em seu braço e ele me olhou calmamente.

-- Sanemi eu estava dormindo? -- Ele emitiu um 'tesc' antes de sorrir de lado de maneira praticamente maníaca.

-- Pirralha, você adormeceu assim que se cobriu e ainda me babou. -- Ok, senti bastante vergonha e sei que não é momento para isso, mas sei que esse hashira só fala desse jeito para me constranger, então resolvi revidar:

-- O que eu posso fazer se esse peitoral largo parece um travesseiro?

-- Hum. -- Sanemi não disse nada parecia estar envergonhado, mas foi só observar melhor que percebi que apenas estava esperando eu me acalmar para dizer algo: -- Quero ver se quando eu fizer os seus de travesseiro e os babar com a minha língua vai ficar desse jeito.

Eu não tive coragem de olhar na cara dele, virei meu rosto para o lado e acabei apoiando meu rosto nesses peitoral enorme, ele não reclamou e eu aproveitei para pensar no que veio a minha mente, parecia tão real quanto uma memória e ao mesmo tempo se assemelhava a uma lembrança induzida. Será que eu estou confundindo tudo devido a luta? Afinal de contas não seria a primeira vez, respirei profundamente tentando deixar essa ideia de lado, talvez eu converse com minha mestra a respeito, mas por hora só preciso me concentrar no fato de que mais uma vez aquela oni não me matou além de está acompanhada de alguém muito poderoso.

Saiu mais um capítulo do imagine do Zenitsu, se quiserem ler vou deixar o nome aqui, assim como temos capitulo novo no livro de imagines com personagens variados.

Livros:

Tensai - Zenitsu

Imagination - personagens variados