━━ 𝐃𝐚𝐳𝐚𝐢 𝐎𝐬𝐚𝐦𝐮


ꜥꜤ ❛ SECRET MISSION ▍𝄒𓏲࣪ !
⩇⩇. ╲ 𝘢 𝙗𝙪𝙣𝙜𝙤 𝙨𝙩𝙧𝙖𝙮 𝙙𝙤𝙜𝙨 𝘰𝘯𝘦 𝘴𝘩𝘰𝘵
𝗢𝗦𝗔𝗠𝗨 𝗗𝗔𝗭𝗔𝗜 × fem!reader
🔎 𓄹 escrito por 𝖆𝖒𝖆𝖓𝖉𝖆





A agência de detetives armados estava agitada para uma quinta-feira, mas Dazai parecia tirar férias debruçado sobre a escrivaninha bagunçada. Você massageou a têmpora e tratou de acordá-lo com o mínimo de gentileza possível, batendo o seu revólver contra a madeira. Osamu praticamente saltou da cadeira e você segurou o riso ao ver a baba seca no queixo dele.

- Finalmente, bela adormecida.- guardou a sua arma no coldre.

- Da próxima vez que tentar me matar, avisa porque eu me recuso a realizar o meu sonho com uma roupa dessas.- Osamu apontou para o casaco amassado, bocejando no processo- E por favor, escolhe um local mais digno à ocasião, querida.

- Chega de papo furado, Dazai.- cruzou os braços, impaciente- Estamos atrasados.

Você arrastou o homem pra sala de reunião e suspirou com a confirmação de que todos já estavam à espera de vocês. Kunikida gesticulou para que entrassem e Ranpo apresentou o caso. O investigado era Ryota Miyazaki, um milionário acusado de construir sua fortuna em cima do tráfico de pessoas e comprar o silêncio das autoridades. 

Dazai foi o primeiro a ser convocado por ter esbarrado com Ryota na época da Porto Máfia e pelo andar da carruagem, você seria a próxima. Precisavam de provas irrefutáveis para derrubar alguém no patamar dele e a sua habilidade era a mais eficiente no departamento de confissões.

A Cupid's Trap deixava qualquer malandro de joelhos...bastava algumas mentiras e a pessoa se apaixonava por você. Nesse estado, arrancar verdades era como tirar doce de criança.

O palpite se concretizou em questão de minutos e Ranpo prosseguiu com os detalhes. Dazai era a chave para te infiltrar na boate em que as negociações aconteciam, onde você agiria como namorada dele e trabalharia como dançarina. A partir disso, Osamu ficaria com o papel de distraí-los e você, o de reunir evidências. 

- Calma aí, a parte de namorar o Dazai é mesmo necessária?- você protestou.

- Eles não contratam qualquer uma e precisamos que você tenha acesso a área interna do lugar- Ranpo pontuou, ajustando os óculos- Sozinha, também corre risco de virar mercadoria.

- O Dazai é realmente a melhor opção- Tanizaki divagou baixinho- Podem mentir o quanto quiserem com ele anulando a sua habilidade.

- É óbvio que eu sou, querida.- Osamu piscou na sua direção- Aquele velho me adora.

- Tá, se você ficar quietinho, posso fazer funcionar.- concordou, relutante.

- Vocês começam hoje à noite.- Fukuzawa levantou- Ryota ainda subestima as autoridades...precisamos aproveitar essa brecha. 

 —-

Detestava a ideia de fazer teatro com Dazai, mas a palavra do Fukuzawa sempre seria a lei para você. Combinaram algumas regras básicas sobre toque físico no caminho e se comprometeram a ressuscitar as versões que enterraram.

Seria a chance perfeita de provar o seu valor para a agência de detetives, dançar era o seu passatempo favorito e você tinha experiência em seduzir alvos.

Então, subiu o vestido de lantejoula prata e fez questão de rebolar os quadris enquanto caminhava para a toca do leão. Sentia o metal da adaga gelar a sua costela, contrastando com os dedos quentes de Dazai pouco acima da sua bunda.

Dazai foi recebido no camarote com champanhe e tapinhas nas costas após uma revista superficial. Na sua vez, o vestido era tão colado que eles se limitaram a verificar a pequena bolsa que carregava.

Leu que Ryota Miyazaki beirava os 50 anos na ficha dele, porém, aparentava ter mais pelas marcas de expressão sombreando a face rechonchuda. Ele estava acompanhado de outros três comparsas e você conseguia farejar a bajulação de longe.

- Eu espero não estar atrapalhando.- Dazai sorriu ao ver o baralho, sempre teve um talento absurdo com jogos, e acariciou o seu ombro para te apresentar- A Nana não parava de falar da sua boate...e você sabe que eu não recuso um pedido de mulher bonita. 

Não tinha outro nome falso, não? Esse número dá azar.

- Besteira! Você é sempre bem-vindo.- Ryota garantiu e você quis vomitar com o olhar lascivo que recebeu dele- Ainda mais quando vem tão bem acompanhado. Estávamos terminando a partida, você entra na próxima.

- Obrigado, Miyazaki.- Osamu alisou a camisa social e sentou primeiro, te resguardando na ponta do sofá de maneira zelosa- Há males que só o carteado cura. 

- Sei exatamente como é.- Ryota riu, indicando o charuto para o homem à sua esquerda, que prontamente arrumou um isqueiro para acendê-lo.

- Eu e você, como nos velhos tempos.- Dazai sussurrou no seu ouvido, fazendo um ótimo trabalho em simular intimidade- O Mori se morderia se visse essa cena.

- O Mori ou o Chuuya? O seu parceiro tinha uma áurea bem possessiva.- você moveu a mão dele pra sua coxa, devolvendo a provocação na mesma dose.

Osamu se calou e você sorriu com a vitória, Chuuya Nakahara era o calcanhar de Aquiles dele. Dazai ainda se culpava por te aprisionar nas garras do Mori com a entrada do Chuuya na Porto Máfia. Antes do ruivo te substituir, você era a única que conseguia manter Dazai Osamu na linha e atraiu o interesse da chefia por cumprir as missões com excelência.

Com o sucesso da nova dupla, Ougai Mori não hesitou em te amarrar do lado dele. Por meses, ele se encarregou de macular a sua alma em todos os sentidos e você se odiava mais a cada serviço feito. Mas agora era diferente...você não se submeteria a nada do estilo. Ignorou o embrulho no seu estômago e deu o melhor ângulo do decote para os canalhas naquela mesa. 

- Corrija-me se necessário, mas você não veio até aqui apenas para jogar comigo.- Ryota quase gaguejou ao espiar na sua direção.

- Ah, você me pegou.- Dazai sinalizou para que o garçom trouxesse um uísque- Minha garota tava procurando um pouco de diversão remunerada e eu logo pensei em você.

- É mesmo, docinho?- Ryota elevou as sobrancelhas, exibindo um sorriso convidativo- Vou precisar que seja mais específico, Dazai.

- Coisa simples...ela gosta de dançar. O problema é que não existem muitos lugares que respeitem uma mulher nessa posição. No último, passaram a mão no dinheiro da Nana.- Dazai improvisou, Miyazaki fingiu simpatizar com o relato.

- Nesse caso é fácil.- Ryota estalou os dedos e removeu a loira que se apresentava no palco para te dar espaço- Vamos ver o que você sabe fazer, Nana.

Você deslizou a sua adaga para o bolso do seu parceiro sorrateiramente, virando o uísque dele para espantar toda e qualquer forma de hesitação. Dazai limpou a gota que escorreu pelo seu pescoço com um selinho, te desejando boa sorte ao erguer aqueles perversos olhos castanhos. 

Arrepios percorreram a sua pele com a realização de que o toque dele mexeu mais do que devia com você. Expulsou o pensamento e subiu no pole com a agilidade de uma profissional, recriando a coreografia mais apelativa do seu repertório com "You Don't Own Me - SAYGRACE".

- Gostou dela? Te dou 30 minutos, é pegar ou largar- Dazai atirou a oferta, pondo a droga no copo dele- Não vou confiar a minha garota a mais ninguém.

- Você não presta mesmo, Dazai.- Ryota bebeu o uísque batizado, estava hipnotizado demais por você para notar a ameaça velada.

Osamu deu um jeito de devolver a sua adaga e Miyazaki te levou até o escritório com a desculpa de assinar o contrato. Lá, você o induziu às mentiras mais básicas...perguntou se cuidar dos negócios era difícil, o que queria de você e citou o nome de Dazai no fim. Deixou Ryota pensar que te coagiu e encenou culpa por trair o seu parceiro ao estudar a disposição dos móveis. 

Você ligou o gravador e tirou as informações mais importantes enquanto Miyazaki te cercava. O sedativo funcionou na hora certa, evitando que ele sequer te beijasse. Empurrou o velho para o tapete e vasculhou tudo em minutos. Estava quase desistindo quando encontrou uma gaveta com fundo falso e avistou os documentos que Ranpo descreveu. 

Enfiou as provas no vestido e organizou o cenário de acordo com a narrativa. Forçou as lágrimas a caírem e bagunçou o visual para sair, espalhando a mentira de que Ryota apagou após se engraçar para cima de você. Os comparsas dele se aproximaram para conter o escândalo, mas Dazai sacou a arma mais rápido.

- Se encostarem nela, eu estouro a cabeça de vocês.- Osamu sibilou grave e eles recuaram, cientes da fama que circundava o homem que te defendia. 

 —-

Considerando que ainda poderiam ser seguidos e arriscar expor a agência de detetives estava fora de questão, pararam num hotel distante. Você guardou as evidências no cofre do armário e torceu o nariz pra cama de casal, porém, estava exausta demais para aguardar que trocassem. À essa altura, o sol estava nascendo e Dazai fumava na varanda. 

Você correu pro banheiro e usou mais sabão do que o necessário, tentando limpar os resquícios daquele velho asqueroso. Achou que nunca mais se envolveria com gente desse calibre. Quando saiu com a toalha amarrada, Osamu havia deixado um bilhete avisando que iria comer.

Você se embalou nos lençóis mornos e deitou-se com o consolo de que não teve que matar ninguém. No entanto, foi traída pelo seu inconsciente assim que pregou os olhos. Você acordou com a respiração cortada numa cama revirada e encontrou Dazai na poltrona à sua frente.

- O Mori de novo?- Osamu deduziu, acomodando-se na ponta do colchão.

- Sim- você abraçou os joelhos numa tentativa de se acalmar- Eu sempre acho que vou acabar nas garras dele.

- Eu não vou deixar ninguém te machucar- Dazai encurtou a distância, os olhos escuros transbordavam lealdade- Confia em mim?

- Depende.- você quebrou o contato visual, estranhando a maneira que o seu coração reagiu.

- Sempre cumpri minha palavra com você.

A feição decepcionada de Chuuya invadiu sua mente. Jamais esqueceria de como Mori ordenou que encurralassem o Dazai na saída e você cedeu diante da promessa de liberdade que Osamu ofereceu. Naquela madrugada, Chuuya assistiu a fuga sem mover um dedo contra vocês.

- Acho que nunca te agradeci direit- você começou, hesitante.

- Essa é a hora que você aceita cometer suicídio duplo comigo?!- Osamu abriu um sorriso malicioso, você arremessou o travesseiro nele- A ingratidão é o pior de todos os vícios, querida.

- Vai se foder- espelhou a travessura que brilhava no rosto dele.

- Sempre tão temperamental.- Osamu cruzou os braços acima da cabeça. 

Conversaram sobre as missões que dividiram até que as pálpebras pesassem e adormeceram com os fôlegos se cruzando...redescobrindo que relaxavam na presença um do outro.

 —-

A ligação do Kunikida funcionou como um despertador. Você garantiu que tudo correu bem e omitiu os métodos utilizados, lidaria com as consequências depois.   

- Missão cumprida.- soltou, alongando as costas- Qual é a dessa cara de funeral, Dazai?

- Eu não quero que acabe, (Nome).- você paralisou- Quero que você seja minha de verdade.

- Você só pode ter caído na Cupid's Trap.- negou com a cabeça e Dazai enlaçou os dedos no seus para enfatizar a confissão.

- Não...eu te amo desde o dia que você vomitou no sapato do Mori pra me livrar daquela surra- Dazai riu melodioso- Você soube de cara que eu tinha pego o conhaque dele.

- Isso lá é jeito de se declarar pra alguém!- desviou o olhar, incapaz de abafar a gargalhada- Devia ter apagado esse dia da memória.

- Me lembro de tudo que envolve o seu nome. Fomos parceiros na escuridão e agora que escapamos daquele purgatório, eu quero dividir o que me resta dessa existência miserável do seu lado.- Osamu puxou o seu queixo delicadamente- Porque você torna a minha mente menos barulhenta e a vida fica mais simples quando tenho você para resmungar dos meus infortúnios.

Você reprimia os seus sentimentos por Dazai há anos, não conseguiu formular uma resposta além de beijá-lo. Ele retribuiu sem hesitar e você queimou com a maneira que ele agarrou o seu pescoço. Saboreou o fundinho de nicotina que brincava na sua língua e, momentaneamente, desejou morrer ali mesmo para eternizar a sensação. 

- Apressadinha, hein.- Dazai murmurou e você bateu o nariz no dele.

- Já perdemos tempo demais.

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