━━ 𝐁𝐚𝐣𝐢 𝐊𝐞𝐢𝐬𝐮𝐤𝐞
ꜥꜤ ❛ PROMOÇÃO DE CASAL ▍𝄒𓏲࣪ !
⩇⩇. ╲ 𝘢 𝙩𝙤𝙠𝙮𝙤 𝙧𝙚𝙫𝙚𝙣𝙜𝙚𝙧𝙨 𝘰𝘯𝘦 𝘴𝘩𝘰𝘵
𝗞𝗘𝗜𝗦𝗨𝗞𝗘 𝗕𝗔𝗞𝗜 × fem!reader
☕ 𓄹 escrito por 𝖞𝖚𝖐𝖎
O cheiro familiar de boa comida com temperos fortes que vinha do restaurante em frente me hipnotizava a ponto de quase ser o suficiente para me fazer esquecer o motivo pelo qual estava aqui pela segunda vez na semana.
Não conseguia negar que Ran Haitani era um sujeito bastante difícil de se ter como amigo, mas algo que eu apreciava nele era que ele sempre honrava sua palavra acima de qualquer coisa, então eu desconsiderava todos os seus outros defeitos horríveis na maior parte do tempo.
Ele me fazia convencer alguma colega que ele achava atraente a sair com ele com frequência por pura preguiça de se dar ao trabalho, então eu poderia ser considerada oficialmente sua cupido particular já que seu irmão se recusava a fazer parte disso. Não que eu estivesse forçando ninguém, afinal, eu apenas dava um pequeno empurrãozinho para que os dois envolvidos conseguissem o que queriam – geralmente um simples encontro como esse.
E como recompensa pela ajuda, Ran prometia me pagar qualquer prato que eu quisesse comer naquela noite enquanto apenas me sentava em uma mesa separada e os deixavam aproveitar sua maravilhosa conversa. Gostava dessa dinâmica entre a gente, e hoje não estava sendo nada diferente.
Quando finalmente alcançamos a entrada, notei um pequeno detalhe na parede e fiz uma pausa enquanto eles seguiam. Havia uma placa exibida do lado de fora com o desenho de duas alianças e a frase “promoção especial” logo abaixo, tudo feito a giz. O local era realmente simples, então não esperava nada mais elaborado que isso para anunciar alguma coisa.
No entanto, ainda não conseguia dizer ao certo que mensagem eles esperavam passar, mas decidi não dar tanta importância quando segui a minha dupla e avistei a senhora que cuidava do salão vir nos recepcionar para nos guiar para uma mesa como de costume.
─ Isso é tão injusto! ─ escutei um grito frustrado não tão distante de mim, e logo me virei para checar a origem enquanto ele continuava ─ Vocês são uns traíras totais! Podem apenas me esquecer, entenderam?
Chequei seu semblante e percebi que era um garoto que estava com o olhar fixo em outros dois à frente, um de cabelos completamente loiros e outro com apenas algumas mechas. Ambos eram guiados para uma mesa mais afastada enquanto o de mechas se virava para mostrar a língua ao rapaz revoltado atrás, que apenas ficou mais irritado e xingou baixinho.
Ele estava bem ao meu lado, então não consegui evitar que a curiosidade tomasse o melhor de mim e decidi me aproximar para perguntar:
─ O que aconteceu?
─ Aconteceu essa promoção idiota! Merda, ainda não acredito que fui descartado assim ─ ele me respondeu quase que no automático, ainda estreitando os olhos para os supostos amigos.
─ Promoção?
─ Vocês irão ficar com a promoção de casal, mocinho? ─ ouvi a senhora questionar, totalmente alheia a nossa conversa enquanto entregava a atenção para meus colegas.
─ Tem uma promoção? ─ agora foi a vez de Ran perguntar, sua sobrancelha se erguendo levemente.
─ Sim, os donos ficaram noivos recentemente e decidiram fazer uma surpresa para os clientes oferecendo essa promoção de casal válida apenas hoje ─ ela explicou calmamente, sinalizando para a placa que eu havia visto anteriormente do lado de fora.
Houve um breve silêncio logo após isso e Ran apenas encarou a menina ao seu lado, como se estivessem conversando pelo olhar. Então, ele se virou para a atendente e acenou com a cabeça, passando o braço ao redor do ombro de sua acompanhante.
─ Nesse caso, acho que eu e minha namorada vamos sim ficar com o cardápio dessa promoção.
─ O quê? ─ exclamei com surpresa, e finalmente consegui entender a indignação do outro rapaz.
─ Sinto muito, [Nome]. Não vai rolar dessa vez ─ Ran se virou e falou baixinho para que somente eu fosse capaz de ouvir, um pequeno sorriso brincando no canto de seus lábios.
A senhora que nos atendia parecia um pouco perdida sobre o que fazer, mas então bufei furiosa e me direcionei para a saída sem nenhuma discussão enquanto eles decidiam ir para a mesa sozinhos. Eu realmente não precisava disso, e não queria ter que me explicar para alguém agora.
Ele sequer me deu o dinheiro que pagaria o jantar para mim como um amigo normalmente faria. E lá se ia todo aquele papo furado de que eu era capaz de ignorar todos os defeitos dele. Ran era apenas um completo babaca como qualquer outro, independente de suas malditas palavras.
Me odiei internamente por confiar demais e não trazer nenhum dinheiro extra para imprevistos como esse. Mais uma pequena anotação mental diante de tantas outras; deixar de ser uma completa idiota.
─ É bom saber que não fui o único a ser trocado essa noite, me sinto menos pior.
Tomei um susto pela interrupção dos meus pensamentos, voltando a focar no cenário presente. Por um momento, havia até me esquecido que aquele estranho ainda estava parado apenas observando o desenrolar dos acontecimentos com os braços cruzados.
─ Droga, eu estava mesmo com fome ─ resmunguei para mim mesma, ignorando completamente seu comentário sobre nosso fracasso compartilhado.
Sem querer dar qualquer sinal de abertura para conversa naquele instante, continuei seguindo meu caminho e estava prestes a sair para a rua quando a mão dele puxou meu braço gentilmente, me fazendo virar para encará-lo novamente.
─ Escuta, sei que a gente mal se conhece, mas você aceita fazer o mesmo esquema que eles comigo? Vai ser por minha conta, eu pago.
Me desvencilhei de seu toque quase que imediatamente e logo franzi o cenho. Aquela oferta era bastante tentadora, e eu podia contar que estaria segura com ele contato que nossa presença permanecesse apenas dentro do estabelecimento onde existia outras pessoas para testemunhar qualquer coisa estranha que pudesse acontecer.
Ele precisava de uma dupla para fingir ser um casal, e eu precisava do dinheiro para comer meu jantar que estava planejado, então talvez não fosse tão ruim.
─ Tudo bem ─ concordei com um aceno, o permitindo me guiar.
Ouvindo minha resposta, o garoto sorriu e não hesitou em puxar minha mão a fim de me levar para mais fundo no interior para que nós mesmos procurássemos uma mesa vazia para nos sentarmos. Após isso, ele levantou o braço e uma atendente diferente veio anotar o nosso pedido.
─ A gente vai querer a promoção de casal ─ ele solicitou, se recostando na cadeira de uma maneira descontraída.
─ Nossa, temos mais um essa noite? Vocês vieram realmente no dia certo! ─ ela disse com animação ─ E com todo respeito, eu já desconfiava que seriam um casal assim que se sentaram. Vocês parecem tão fofos juntos, combinam muito.
─ Ah, obrigado! Nosso namoro é bastante recente, na verdade. É até uma grande coincidência ser tão recente quanto o noivado dos donos ─ ele segurou minha mão sobre a mesa, passando o polegar pela palma em um gesto que deveria ser carinhoso ─, não é, amor?
─ Sim, acho que sim ─ forcei uma expressão simpática mais rápido do que eu esperava para entrar em sua mentira. O que diabos ele estava tentando fazer?
─ Que notícia boa, logo vocês chegam na próxima etapa também ─ ela sorriu, parecendo genuinamente ter acreditado naquela besteira ─ Bom, já trago o pedido de vocês. Fiquem à vontade.
E assim, a mulher desapareceu pelo salão e nos deixou sozinhos em um silêncio neutro, o movimento dos outros clientes ao redor sendo o único elemento que conseguia me lembrar de que eu ainda estava em público.
─ Seus amigos ali sabiam que existia um desconto para casais hoje? ─ o moreno perguntou de repente, finalmente me soltando para voltar a sua posição anterior enquanto seu olhar estava fixo no lugar onde Ran e sua namoradinha temporária estavam sentados.
─ Não sei, eu chutaria que não.
Ele permaneceu olhando para eles por um longo momento com uma expressão franzida como se estivesse perdido antes de voltar a se concentrar em mim novamente.
─ E você não tinha alguém para trazer também?
─ Como casal, com certeza não. Não tenho sorte nenhuma para homens quando se trata de romance, e não tenho tantos amigos para fazer uma dupla assim.
Ele pareceu pensar nas minhas palavras, e seu rosto logo se suavizou ligeiramente enquanto ele soltava um resmungo baixo, demonstrando quase como um sentimento de... empatia? Como se ele compartilhasse da mesma experiência.
─ Mas e quanto a você? Seus amigos pareciam estar bem-informados ─ arrisquei mexer em sua ferida do momento.
─ Eles nem são um casal de verdade, são só dois patetas se fingindo ─ seu tom era de puro aborrecimento, como o esperado.
─ E qual o problema de ter sido deixado sozinho, então? Você já não tem o dinheiro?
─ Claro que tenho, mas geralmente a gente dividia um dos pratos do menu, então eu só tenho comigo o dinheiro para rachar e não para um completo.
─ Vocês dividiam qual?
─ Um teppanyaki. Eles fazem uma versão bem grande aqui.
─ Tá brincando? Esse é o meu favorito! Principalmente quando eles colocam aqueles legumes adicionais, são os melhores.
Era verdade, já que eu geralmente pedia exatamente um desse quando Ran pagava, e até conseguia sentir o sabor dele no meu paladar apenas pensando sobre os ingredientes. Como se estivesse esperando por essa oportunidade de me fazer sonhar com comidas inexistentes, nosso primeiro prato finalmente chegou à mesa e agradeci aos céus antes que minha barriga soltasse um barulho involuntário.
O garoto deu uma olhada para mim e se inclinou para frente para pegar meu celular desbloqueado que estava na mesa sem nenhum aviso depois que me distrai com as batatas fritas, começando a deslizar o dedo sobre a tela enquanto digitava alguma coisa com concentração.
─ Ei! ─ exclamei, percebendo o que ele estava fazendo um pouco tarde demais.
Mas antes que eu pudesse ter qualquer real reação para resgatar meu aparelho, ele me devolveu ao deixá-lo no mesmo lugar onde pegou.
─ Sou o Baji, é um prazer te conhecer ─ ele se apresentou como se estivéssemos nos conhecendo pela primeira vez, o que me deixou ainda mais atordoada ─ Eu salvei meu número no seu celular, então agora pode entrar em contato sempre que quiser.
Estreitei os olhos com desconfiança, não comprando nenhum segundo daquela aproximação repentina enquanto cruzava os braços para responder: ─ Por que eu faria isso?
─ Pra gente não precisar mais fingir esse namoro, gatinha. Nunca se sabe quando vai existir outra promoção de casal como essa, ou quando eu vou precisar de uma companhia mais agradável para aproveitar um teppanyaki.
Uma risada escapou dos meus lábios e não contive meu entretenimento com a sua insinuação. Não dava para ignorar o fato de que eu o achava muito interessante fisicamente mesmo com nosso encontro inesperado, e Ran Haitaini não era o único que podia ficar com toda a diversão no final.
─ “Gatinha” é o melhor que você tem? Ainda não tenho certeza, mas parece que você não possui um pingo de vergonha.
Observei quando ele deu de ombros e roubou uma batata do prato em minha frente, soltando um suspiro contente quando deu uma mordida e pegou mais uma.
─ Eu deveria? É a minha primeira vez em um jantar com uma garota bonita, tenho que aproveitar a oportunidade pra usar alguns truques. E você acabou de conseguir um homem decente para quebrar o seu ciclo de azar no amor, então considere isso um aproveitamento duplo.
─ Espera, do que você está falando?
Ele mordeu outro pedaço da batata e piscou de brincadeira para mim, sua pequena presa aparecendo enquanto me dava um dos sorrisos mais bonitos e genuínos que eu poderia ter o prazer de receber na vida. E pelo visto, aquela não seria a última vez que eu o veria.
─ Você me ouviu, estou te dando uma chance.
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