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CAPÍTULO VINTE E SEIS:
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Festa de formatura.

Não consegui convencer a Leah a ir à festa na casa dos Cullen comigo, o que já era de se esperar. A verdade é que eu já não tinha tantas esperanças assim. Kim também se negou, o que foi uma pequena surpresa para mim, mas fazia sentido. Jared iria surtar se soubesse que ela estava lá, mesmo que comigo.

Então, eu tinha uma última cartada na manga: Paul Lahote. Eu sei, Paul poderia ser uma bomba relógio, principalmente em uma casa cheia de vampiros, mas, em contrapartida, a casa também estaria cheia de garotas, o que facilmente o distrairia. Provavelmente, tudo acabaria bem.

Convencê-lo foi um pouco mais difícil do que eu imaginava, mas eu sabia que daria conta, e foi exatamente o que aconteceu. Agora, eu estava terminando de me arrumar para a festa. Para ser totalmente honesta, eu mesma não iria se não tivesse aceitado o convite da Alice e prometido que estaria lá. Então, ir sozinha estava fora de questão. Mesmo que Edward estivesse lá, eu iria me sentir muito deslocada.

Passei um gloss e dei uma última ajeitada nos meus cachos. Paul já estava lá embaixo me esperando e, se não fosse pela torta salgada que minha mãe fez mais cedo, ele com certeza já teria derrubado a porta do meu quarto e me arrastado para fora.

Me olhei uma última vez no espelho antes de sair do quarto. Assim que abri a porta, o aroma delicioso de torta invadiu meus sentidos. Era uma pena que eu não teria tempo o suficiente para comer.

─ Paul! ─ Gritei enquanto descia as escadas. Eu tinha certeza que ele estava na cozinha com a minha mãe, se empanturrando de torta.

Não houve resposta, e eu sabia que o desgraçado estava apenas me provocando. Caminhei a passos pesados até a cozinha, encontrando-o exatamente como havia imaginado.

─ Vamos, Lahote! Já estou atrasada. ─ O apressei.

O Lahote me encarou com uma careta. É bem o que dizem: cara feia é sinal de fome, e esse aí vive na larica.

Ergui uma sobrancelha, esperando que ele levantasse aquela bunda enorme da cadeira. Paul suspirou, enfiando um pedaço enorme de torta na boca e dando um grande gole em seu refrigerante. Após alguns segundos, ele finalmente terminou e se virou para minha mãe, sorrindo.

─ Obrigado, tia Mel. ─ Ele se despediu e, antes de deixar a cozinha, foi lavar as mãos.

Mil anos depois...

Foram apenas cinco minutos, mas pareceu uma eternidade. Eu realmente não tinha a melhor das sensações quanto a essa festa. Não que eu não goste de festas, mas sei lá. Era apenas um pressentimento ruim.

Ou eu só estava morrendo de vergonha pela cena que protagonizei mais cedo na frente dos pais do Edward. Céus! Edward e mamãe ainda me fariam morrer de vergonha um dia.

─ Tem certeza que seu namorado sanguessuga não vai surtar se eu for? ─ Paul questionou.

Rolei os olhos, bufando.

─ Edward não é meu namorado. ─ Retruquei, caminhando até o carro da minha mãe com o Lahote ao meu lado. Não iria de moto hoje, não estava nem um pouco afim de estragar o penteado que demorei horas para fazer.

─ Mas você gostaria que fosse. ─ Paul provocou, com um sorrisinho sacana. Idiota!

─ Ai, cala a boca e entra logo no carro, Lahote! ─ Ralhei, entrando no lado do motorista, enquanto ele rodeava o carro para entrar no banco do carona.

Por incrível que pareça, Paul conseguiu ficar calado enquanto eu dava partida no carro, mas dois minutos depois ele já estava tagarelando novamente.

─ Posso confessar uma coisa? ─ Ele perguntou, seu tom estranhamente sério.

Franzi a testa, confusa e curiosa, mas confirmei com um aceno.

─ Houve uma época... quando a gente... bem, você sabe... ─ Foi inevitável não rir da sua hesitação.

Era estranho vê-lo assim, pisando em ovos, escolhendo bem as palavras. Normalmente, Paul Lahote soltava qualquer merda que vinha à sua mente sem nem pensar duas vezes. Acho que tinham momentos que até ele próprio se surpreendia com as besteiras que falava. Mas esse era o seu jeitinho, e eu o amava ainda mais por ser tão espontâneo.

─ Sei, o que tem nós dois, Paul? ─ O incentivei a continuar ao perceber o silêncio que havia se formado de repente, enquanto ele considerava se diria o que quer que fosse ou não.

─ Por um tempo, eu quis que fosse você. ─ Ele disse, um pouco rápido demais, mas nada que me impedisse de formular suas palavras. ─ Eu nunca pensei em realmente estar com uma garota até que nós dois aconteceu. ─ Ele riu, como se fosse uma piada tão ruim que chegava a ser engraçada. ─ Estar com você me fazia esquecer dos problemas... ainda faz, claro.

Eu sorri. As palavras dele realmente me tocaram. Eu sabia dos problemas que ele tinha em casa com Daniel Lahote, seu pai, e sabia que o tempo que passávamos juntos, não importa o que estivéssemos fazendo, o ajudava a esquecer os problemas. Depois que imprimi em Edward, nossa dinâmica mudou. Não que qualquer um de nós dois quisesse, foi só automático.

─ Sei o que quer dizer. ─ Murmurei por fim.

Não tinha como estar com Paul, conhecer um lado dele que ninguém mais tinha acesso e não considerar como seria se tivéssemos algo a mais. Se realmente fôssemos um casal.

─ Seria muito mais fácil se fosse você. ─ Confessei, soltando um suspiro.

Eu não estaria me sentindo culpada por Bella, não estaria tão insegura sobre meu futuro com Edward… Paul tem seus defeitos, é claro. É esquentinho, mulherengo, costuma agir por impulso na hora da raiva, mas ele é o meu melhor amigo e sempre está do meu lado, hoje é uma prova disso, ele está indo a uma festa, em uma casa repleta de seres que ele odeia, apenas porque eu pedi ─ ou obriguei, mas são apenas detalhes.

Eu o amo, é claro, mas não é como o que sinto por Edward. Nem mesmo o que senti por Jacob se comparava ao que eu estava experimentando agora. Mas ainda assim, Paul sempre será uma das pessoas mais importantes para mim.

─ Tá me chamando de fácil, Miller? ─ Paul retrucou. Olhei de relance para o garoto ao meu lado. Ele tinha uma sobrancelha erguida, mas seu tom era nitidamente brincalhão.

Ri, dando de ombros.

─ Em partes. ─ Provoquei, recebendo um peteleco no ombro, mas sabia que se não estivesse dirigindo seria bem pior. Nós dois rimos. ─ Você será um ótimo namorado um dia, Paul Lahote. Infelizmente, não para mim.

Eu sabia que ele não acreditava nisso, mas aquele era um fato. Paul tinha um grande coração, mesmo que tentasse escondê-lo debaixo de toda essa camada de raiva e impulsividade.

─ Infelizmente ─ O Lahote riu, concordando. ─ Mas bem que a gente poderia ter aproveitado um pouco mais dessa amizade.

Rolei os olhos para o tom malicioso e o sorriso sacana de Paul. Aí está o Lahote que eu conheço.

─ Idiota! ─ Resmunguei, mas não consegui conter um pequeno sorriso.

─ Robin? ─ Ele me chamou, após algum tempo em silêncio, sua voz agora séria. Murmurei um "hum?" em resposta, esperando que ele prosseguisse. ─ Não gosto de admitir, mas aquele sanguessuga realmente parece gostar de você. E você dele, então para de pensar demais e só segue o seu coração.

Fiquei em silêncio por um momento, processando suas palavras. Paul Lahote está me dando conselhos amorosos. A que ponto eu cheguei?

─ Uau, Paul Lahote conselheiro amoroso, quem diria. ─ Não resisti a fazer uma leve provocação, recebendo o dedo do meio do Lahote bem na minha cara, me fazendo gargalhar.

Eu realmente amo esse idiota.

. . .

Estacionei o carro um pouco distante da casa dos Cullen, já que o número de veículos ao longo da estrada era absurdo. Mal desliguei o motor e a música alta que vinha da mansão já era perfeitamente audível. Suspirei. A festa estava lotada, como era de se esperar. A curiosidade dos moradores de Forks sobre a família Cullen havia atingido seu ápice, e agora parecia que toda a cidade tinha decidido aproveitar a oportunidade de ver a misteriosa casa por dentro.

Desci do carro e esperei Paul, que não parecia tão animado quanto eu. Ele cruzou os braços e olhou para mim com uma expressão que dizia: Sério que vamos mesmo fazer isso?

─ Vamos, Lahote. Se eu tive que te arrastar até aqui, o mínimo que você pode fazer é parecer menos mal-humorado. ─ Revirei os olhos, fechando a porta do carro.

Caminhamos até a entrada da casa, onde as luzes coloridas e a música vibrante davam vida ao lugar. Ao nos aproximarmos, o número de pessoas amontoadas nos degraus e ao redor da porta principal ficou evidente. Ótimo, pensei, parece que estamos entrando em um festival, não em uma festa.

─ Isso aqui tá uma loucura. ─ Paul resmungou atrás de mim.

─ É porque os Cullen nunca deixam ninguém se aproximar assim. ─ Expliquei, enquanto atravessávamos a multidão. ─ Agora, todo mundo quer espiar.

Agarrei a mão de Paul para que conseguíssemos passar mais rápido pelo mar de pessoas. Ele não reclamou, mas eu sabia que isso não era o tipo de lugar onde ele queria estar ─ não pela quantidade pessoas, óbvio, mais pela quantidade de vampiros aqui. Teoricamente estamos em terreno inimigo. De qualquer forma, a promessa de garotas bonitas provavelmente o manteria distraído por algum tempo.

Assim que entramos, o calor humano combinado com as luzes e o som alto quase me sufocaram. Olhei ao redor, procurando algum rosto conhecido, mas era quase impossível distinguir alguém no meio da multidão. Pessoas que eu nem lembrava mais que existiam estavam lá, incluindo alguns ex-alunos do ensino médio. A festa havia claramente saído do controle.

Sem encontrar ninguém, decidi relaxar. Não fazia sentido ficar irritada por estar ali, afinal, eu havia aceitado o convite da Alice. Olhei para Paul com um sorriso e o chamei para dançar. Ele me encarou com uma sobrancelha arqueada, mas não recusou.

Começamos a dançar no ritmo da música, e para minha surpresa, Paul não era tão ruim quanto eu imaginava. Ele até parecia se divertir um pouco, o que me fez rir. No entanto, foi impossível ignorar o olhar que senti me observando. Quando olhei para o lado, lá estava Edward, parado ao longe, com uma expressão que misturava surpresa e algo mais que eu não conseguia definir. Ele forçou um sorriso quando nossos olhares se encontraram, mas eu sabia que ele não estava feliz.

Paul percebeu a direção do meu olhar e seguiu meu olhar.

─ Parece que seu namorado está com ciúmes. ─ Ele provocou, rindo da careta que acabei fazendo.

─ Ele não é meu namorado. ─ Repeti pela milésima vez, rolando os olhos para o Lahote.

Paul suspirou, dando de ombros.

─ Vai lá, Miller. Eu fico bem aqui. ─ Ele disse, com um sorriso travesso enquanto seus olhos pousavam em uma garota do outro lado da sala.

Segui o olhar dele e revirei os olhos, rindo. Lahote sendo Lahote.

Agradeci e me despedi dele, atravessando a multidão até chegar onde Edward estava. Meu coração batia mais rápido do que eu gostaria de admitir. Assim que cheguei perto o suficiente, cumprimentei-o com um sorriso.

─ Estava te procurando desde que cheguei, mas não te vi por aqui. ─ Expliquei, tentando parecer casual.

─ Estava lá em cima. ─ Ele respondeu, indicando com a cabeça a escada próxima. ─ Quer ir para um lugar mais tranquilo? Aqui está muito cheio.

Concordei, e ele me guiou para um canto menos movimentado da casa. Ainda havia pessoas indo e vindo, mas nada comparado à confusão do salão principal. Assim que paramos, Edward virou-se para mim, seu olhar fixo no meu.

─ Você veio com Paul Lahote? ─ Ele perguntou, como quem não quer nada.

Arqueei uma sobrancelha, um pequeno sorriso moldando meus lábios.

─ Algum problema com isso? ─ Perguntei, cruzando os braços.

Ele hesitou, desviando o olhar por um segundo antes de responder.

─ Não, claro que não. ─ Ele disse, mas a tensão em sua voz o entregava.

Não pude evitar sorrir.

─ Está com ciúmes, senhor Cullen? ─ Perguntei, inclinando a cabeça de lado enquanto o encarava.

Ele tentou negar, mas seu olhar e sua postura não deixavam dúvidas.

─ Claro que não. ─ Ele respondeu, mas meu sorriso só aumentou.

De repente, ele deu um passo à frente, encurtando a distância entre nós. A mudança me pegou de surpresa, e meu sorriso desapareceu enquanto meu coração disparava. Sua mão fria pousou em meu rosto, acariciando minha pele quente. Meu corpo inteiro se arrepiou com o toque.

Edward inclinou-se em direção ao meu pescoço, e então subiu até minha orelha, sussurrando:

─ Você venceu. ─ Franzi o cenho, tentando entender ao quê ele se referia, mas suas próximas palavras me deram uma boa idéia: ─ Eu não quero mais brincar, eu quero você. Não quero mais me segurar quando estivermos tão próximos.

Fechei os olhos por um momento, sentindo um arrepio percorrer minha espinha.

─ Então... não se segure. ─ Minha voz saiu quase como um sussurro.

Parecia que aquilo era tudo o que ele precisava ouvir. Seus lábios encontraram os meus em um beijo intenso, cheio de urgência, como se necessitassemos um do outro para viver. A música e as vozes ao nosso redor desapareceram, como se nada mais importasse além daquele momento.

Eu retribuí seu beijo com a mesma intensidade, minhas mãos deslizando dos seus ombros para a sua nuca, meus dedos enroscando-se em seus cabelos, enquanto eu o puxava mais para mim, aprofundando o beijo. Sua língua pediu passagem, e eu cedi sem sequer pensar. De repente beijá-lo parecia tão natural quanto respirar. Eu não sabia que precisava tanto sentir seus lábios nos meus até aquele momento.

Senti a mão do Cullen traçando um caminho das minhas costas à minha cintura, enviando arrepios por todo o meu corpo, então ele alcançou minha nádega direita, dando um leve aperto, enquanto puxava meu corpo para mais perto do seu, como se de alguma forma, fôssemos capazes de ocupar o mesmo espaço.

Uau, Cullen. Pensei, e até em pensamentos eu estava ofegante. Não pensei que fosse tão saidinho. Eu o senti sorrir contra os meus lábios. Ele ameaçou tirar sua mão da minha bunda, subindo-a para a minha cintura, mas fiz questão de descê-la novamente. Não, deixe-a aí. Pela primeira vez desde que o conheci, eu estava finalmente curtindo essa coisa dele poder ler a minha mente.

Mais uma vez o sentir rir contra meus lábios quando sua outra mão desdeu para minha nádega esquerda. Esse desgraçado ainda ferrar com o que resta da minha sanidade...

Eddie???
O que foi isso meu filho?
Por essa nem eu esperava.
O beijo do casal finalmente saiu, mas parece que eles tão querendo mais do que uns beijinhos...

Enfim...

Oioi, amorecos!
Tudo hem?

Demorei, mas voltei.
Espero que tenham gostado do capítulo!
Xoxo e até mais!😚👋🏼💖

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