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CAPÍTULO VINTE E TRÊS:
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Provocações.

Franzi o cenho quando me aproximei da minha casa e o carro do Edward estava estacionado alí. Não havíamos combinado nada, ou melhor, não tivemos nenhum tempo para combinar qualquer coisa. Para ser honesta, sequer tivemos uma conversa decente desde que ele confessou como se sentia sobre... nós.

Por mais que eu quisesse, havia um receio persistente em voltar ao assunto, como se minha mente já soubesse que não estávamos prontos para lidar com o que sentíamos.

Respirei fundo, caminhando até a porta. Ao abri-la, o som de uma risada que eu conhecia bem ecoou da sala, e meus olhos se moveram automaticamente, encontrando minha mãe em uma conversa animada com Edward.

Ele estava sentado de maneira descontraída, uma expressão educada e, ao mesmo tempo, divertida no rosto. Os olhos dele se levantaram para me encontrar assim que entrei, e um sorriso suave surgiu em seus lábios como se eu fosse exatamente o que ele esperava naquele momento.

Minha mãe interrompeu a conversa, olhando para mim com um brilho no olhar que eu conhecia muito bem ─ o de quem estava gostando da situação.

─ Bom, já que a Robin já chegou, eu preciso ir. ─ Ela se levantou, e Edward a seguiu educadamente, como um verdadeiro cavalheiro.

Minha mãe lançou um olhar cúmplice para mim, como se me estivesse deixando em boas mãos.

─ Foi bom revê-lo, Edward. Venha sempre que quiser. ─ Ela sorriu, despedindo-se.

─ Obrigada, Sra. Miller. ─ Ele respondeu, formal como sempre, o que me fez resistir à vontade de revirar os olhos.

Aquela troca entre os dois era estranhamente engraçada e irritante ao mesmo tempo.

─ Por favor, me chame de Melissa. Não precisa de toda essa formalidade. ─ Ela insistiu.

Edward acenou levemente, o sorriso educado.

─ Melissa. ─ Ele repetiu, o que a fez sorrir satisfeita.

Minha mãe lançou um último olhar para mim, e murmurou discretamente enquanto passava, "Seja educada." Revirei os olhos, abafando um suspiro.

─ E quando eu não sou? ─ Perguntei em um sussurro indignado, mas ela já estava se afastando pela porta.

Me virei para Edward, tentando parecer descontraída, embora soubesse que ele notaria qualquer resquício de nervosismo em mim.

─ Oi. ─ Acenei, um sorriso hesitante no rosto.

Ele se aproximou com aquele sorriso que parecia feito sob medida para me desarmar, e quando o vi aumentar, lembrei-me de que ele podia ler meus pensamentos. Aquilo era, honestamente, algo que me irritava e me embaraçava profundamente.

─ Isso é bem irritante, sabia? ─ Resmunguei, cruzando os braços enquanto ele parava à minha frente.

Edward riu, um som leve e divertido.

─ Não é como se eu pudesse evitar. ─ Ele deu de ombros, com uma falsa expressão de inocência.

─ Por que tenho a impressão de que você usa essa desculpa com todos? ─ Estreitei os olhos, enquanto ele desviava o olhar, ainda sorrindo.

─ Porque essa é a verdade. ─ Ele respondeu, seus olhos se encontrando com os meus.

Por um momento, o mundo pareceu silenciar ao nosso redor. Permanecemos ali, apenas nos encarando, como se todas as palavras que queríamos dizer fossem desnecessárias. Sentia que havia algo entre nós que ia além de qualquer explicação. Havia o imprinting, claro, mas também existia algo mais. Mais intenso, mais profundo.

O que parecia deixar tudo um pouco mais assustador.

Quando ele deu um passo à frente e me envolveu em seus braços, não foi uma surpresa, como da última vez. Parte de mim sabia que ele faria isso, e outra parte ansiava desesperadamente por esse contato. Senti meus braços se moverem automaticamente, abraçando-o de volta como se fosse fizéssemos isso há anos.

Todo o cansaço dos últimos dias pareceu sumir quando ele me puxou ainda mais para perto. Como se aquele abraço fosse tudo o que eu precisava para recarregar as energias.

─ Senti saudades. ─ Edward murmurou, sua voz baixa e envolvente ao pé do meu ouvido, enquanto seus braços me mantinham junto a ele, como se ele temesse que eu pudesse desaparecer a qualquer instante.

Meu coração disparou e, embora tivesse ensaiado respostas inteligentes para ele durante toda a semana, só consegui balbuciar, quase sem fôlego um:

─ Eu também. Obrigada por vir.

Edward se afastou ligeiramente, apenas o suficiente para me olhar nos olhos, e um sorriso irônico brincava em seus lábios.

─ Era isso ou não nos veríamos tão cedo. ─ Ele sussurrou com um tom levemente dramático, o que me fez sorrir.

─ Desculpe, ─ Murmurei, me afastando um pouco. ─ Tenho andado ocupada com essa história do invasor...

Ele me observou, mas algo em sua expressão mudou, ficando mais sério.

─ Ela não estava comigo. ─ Ele disse de repente, em um tom calmo, quase divertido.

Franzi o cenho, confusa.

─ O quê?

─ Não fui eu quem estava com a Bella quando o invasor entrou na casa dela. ─ Ele repetiu, agora mais claramente. ─ Ela saiu com Alice e, quando voltou, Alice sentiu o cheiro do invasor.

Fiquei em silêncio, tentando digerir aquilo.

─ Por que está me contando isso?

Ele soltou um riso curto, e desviou o olhar por um segundo, antes de apontar  para o espaço entre nós, que não existia um minuto atrás.

─ Por que se afastou? ─ Ele arqueou a sobrancelha, astuto, os olhos divertidos e provocadores.

Abri e fechei a boca algumas vezes, incapaz de encontrar uma resposta que parecesse razoável. Acabei resmungando em derrota.

─ Eu odeio esse seu dom.

Ele riu novamente, claramente se divertindo com a situação.

─ Eu preferia ser o Jasper nesse momento. ─ Ele murmurou e fiquei confusa, mas logo me lembrei de quando ele me contou sobre os dons que alguns membros dos Cullen possuem. Jasper podia sentir e manipular emoções.

Como se não fosse o bastante ele ler meus pensamentos. Bufei indignada.

Antes que pudesse dizer alguma, senti sua mão deslizar em minha cintura, puxando-me de volta para ele. Minhas mãos foram parar automaticamente em seu peito, e o calor se espalhou pelo meu corpo, fazendo meu coração disparar novamente.

A proximidade aumentava a tensão entre nós, e a forma como ele inclinou o rosto, aproximando-se lentamente, fez com que eu prendesse a respiração.

Ele inclinou o rosto em minha direção, se aproximando devagar, e meu corpo congelou. Seus olhos estavam fixos nos meus, e meus olhos, involuntariamente, se fecharam, esperando o contato dos seus lábios. Mas então, senti um leve beijo no canto da minha boca, apenas uma provocação, e ele se afastou, deixando-me atordoada e frustrada.

Abri os olhos, e o encontrei me encarando, claramente satisfeito com a minha expressão confusa e frustrada. Era um jogo, percebi, e ele sabia exatamente como me desestabilizar.

─ Tenho que ir, mas nos vemos em breve. ─ Edward sussurrou, antes de beijar minha bochecha com a mesma rapidez de um relâmpago, e seguiu para a porta.

Eu apenas tive tempo de piscar antes que ele desaparecesse, acenando como se nada de extraordinário tivesse acontecido.

Fiquei ali, estática, tentando processar o que acabara de acontecer. O som do carro dele desaparecendo ao longe foi o único sinal de que aquilo realmente tinha acontecido.

Ele está brincando comigo? Talvez algum tipo de vingança pela última vez?

─ Filho da mãe! ─ Murmurei, sentindo o rosto esquentar, enquanto um riso nervoso escapava dos meus lábios, acompanhando a frustração de quem sabia exatamente que estava caindo no jogo dele ─ e ainda assim, queria mais. ─ Você não perde por esperar, Edward Cullen.

Sem revisão.
Relevem os erros ortográficos.

Oioi, amores!
Desculpem a demora.

Edward tava bem saidinho no capítulo de hoje...👀

Mas bestou, podia ter lascado o beijo na Robin que dessa vez ela iria deixar🥲

Enfim, espero que tenham gostado.
Xoxo, e até o próximo!😚👋🏼💖

Agora fiquem com a colagem que a cadelinha_do_niragi fez pra fic:

Obrigada, amr.💖

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