021

CAPÍTULO VINTE E UM:
.✧
O início de uma amizade.

No dia seguinte, eu estava de volta. E, ao contrário do dia anterior, lá estava ela: a picape vermelha e desbotada de Isabella Swan, um lembrete mudo de tudo o que eu estava tentando ignorar. Eu estacionei a minha moto o mais longe possível da sua picape, mas isso implicava em estacioná-la próxima demais aos carros dos Cullen... ao volvo prata de um deles em especial. Por que ela estava tão longe?

Eu estava envergonhada. Não sabia se estava preparada para vê-la, para olhar no rosto dela depois de tudo o que houve entre mim e o Edward. Sei que teve toda aquela confusão com o Jacob, e que eu poderia me sentir vingada agora, mas não era assim que eu me sentia, porque, eu sabia que a culpa nunca foi dela.

Jacob tinha sido um imbecil e de certa forma, Edward também. Tudo ainda era muito recente. Muito complicado. Muito doloroso. O aperto no peito quase me sufocava, toda vez que eu pensava nele... na proximidade dele, no toque frio, mas suave das mãos dele. Céus! Edward Cullen conseguiu me enlouquecer de vez.

─ Encontrei você! ─ A voz de Ellen me fez saltar, meu coração quase saindo pela boca. Eu me virei rápido, tentando recuperar o fôlego.

Encarei Ellen que me olhava de volta com desconfiança. Ela estreitou os olhos para mim, como se tentasse decifrar meus segredos mais obscuros.

─ O que você andou aprontando, Robin Miller? ─ Ela perguntou com aquele tom inquisitivo, enquanto estreitava os olhos.

─ Do que tá falando? Você que quase me matou de susto! ─ Retruquei, tentando soar casual, enquanto descia da moto e girava a chave para colocá-la ao redor do meu pescoço.

Não era apenas por praticidade. Queria estar pronta para qualquer emergência ─ do tipo fugir de Edward Cullen o mais rápido e para o mais longe possível, se necessário.

─ Por que estava olhando tanto pra picape da Swan? ─ Ellen questionou astuta enquanto começávamos a andar para o prédio da escola.

Felizmente não vi nenhum Cullen ainda. A expressão da minha amiga mudou, de repente, um sorrisinho malicioso brincando nos lábios dela. Eu senti um frio no estômago. Não vai dizer que até ela sabe?

Você soube que a Bella e o Edward terminaram? ─ Ela disse casualmente, mas a informação me fez parar bruscamente, como se minhas pernas se recusassem a continuar depois daquela bomba.

Ellen seguiu mais alguns passos antes de perceber que eu havia congelado no lugar. Ela se virou, a testa franzida.

─ Por que tá parada aí? ─ Ela questionou, voltando pro meu lado. ─ Você tá bem? Tem andado tão estranha ultimamente. Faltado a escola, e quando vem, parece sempre no mundo da lua. ─ Ellen observou.

─ Você disse que a Bella e o Edward terminaram? ─ Minha voz saiu mais calma do que eu esperava, e ela retomou sua habitual tagarelice enquanto me puxava para dentro da escola.

─ É o que estão dizendo. ─ Ela disse, um tom mais baixo dessa vez, como se me contasse um segredo. ─ Bom, que eles estão distantes um do outro isso é nítido. Mas eu ainda a vi com a Alice hoje... talvez seja apenas um boato mesmo. ─ Ela começou a divagar.

Eu apenas assenti, tentando paracer apenas interessada na fofoca. Uma pulga atrás da orelha. Ele realmente havia terminado com ela?, me peguei pensando enquanto caminhava para a minha primeira aula do dia, sem incidentes até então. "Prometo que vou resolver isso." Lembrei da sua promessa naquela noite. Resolver queria dizer terminar?

As próximas aulas passaram como um borrão. A verdade é que eu mal prestei atenção no que os professores diziam. Mas não fazia muita diferença, essa era a última semana, de todo modo, e mesmo faltando mais do que deveria nos últimos meses, eu consegui passar em todas as matérias. Milagre ou não, ao menos uma coisa estava indo bem na minha vida.

Estava guardando minhas coisas no armário quando o senti se aproximar. Eu poderia fugir, correr para direção contrária, mas seria patético e desnecessário.

Precisava encarar isso, encarar ele.

Fechei o armário, soltando o ar lentamente, e me virei. Lá estava ele, com o olhar pesado, as olheiras ainda mais profundas do que o seu normal, o cabelo desalinhado. Meu coração apertou. Ver Edward assim era doloroso de um jeito que eu não esperava.

─ Podemos conversar agora? ─ Ele perguntou.

Observei seus cabelos desalinhados, o que era estranho considerando como ele sempre pareceu cuidar tão bem deles. Meus olhos alcançaram os seus novamente e eu sorri fraco, assentindo.

─ Claro.

Sem dizer mais nada, começamos a andar para fora do prédio. Paramos nas mesas do lado de fora, longe do refeitório onde os outros alunos estavam.

Tudo parecia tão deslocado, tão... errado.

Sentei-me primeiro, e ele fez o mesmo logo depois. O silêncio entre nós era pesado, mas eu sabia que, em algum momento, um de nós teria que quebrá-lo.

─ Então... ─ Comecei sem saber bem o que dizer. Não quis perguntar se ele estava bem. Seria uma pergunta idiota. ─ Você parece meio abatido. ─ Observei. Não foi menos idiota da minha parte, mas ele sorriu um pouco, confirmando.

─ Tenho pensado muito ultimamente. ─ Ele disse. Assenti, mordendo o interior do lábio. Era tão estranho estarmos aqui, de frente um para o outro depois de tudo.

─ Eu estraguei tudo... eu sinto muito. ─ Ele disse, certamente lendo os meus pensamentos.

Em partes, era bom não precisar descrever o que eu estava sentido e o que eu pensava sobre tudo isso.

─ Eu sei. ─ Murmurei compreensiva.

Eu não precisava que ele dissesse que sentia muito. Eu via isso refletido nos seus olhos, na sua aparência.

─ Bella e eu terminamos. ─ Ele disse, confirmando o que eu já sabia.

─ É, eu ouvi alguns boatos sobre.

─ Eu não fui honesto com você, comigo mesmo, com a Bella... ─ Ele deu uma pausa, como se analisasse o que eu estava pensando como estava reagindo. Isso me irrita às vezes. ─ Desculpe. ─ Ele pediu, mas a pequena linha no canto dos seus lábios dizia algo um pouco diferente. ─ Eu sei que não tenho direito de te pedir nada, e eu não vou. ─ Ele continuou, me fazendo prestar atenção em suas palavras novamente. ─ Eu te amo, Robin.

Aquelas palavras fizeram meu coração falhar por um segundo. Acho que não consegui esconder o choque no meu rosto, e de qualquer forma ele saberia.

─ E eu vou estar sempre aqui. Demore o tempo que for. Quando você decidir, se decidir tentar. ─ Ele sorriu, pegando minha entre as suas.

Eu senti seu toque frio contrastando contra minha pele extremamente quente. Meu coração parecia querer saltar pela boca.

Por fim, eu assenti. Não precisava dizer o quanto suas palavras me tocaram, ele sabia bem. Sabia exatamente o efeito que tinha sobre mim.

─ Eu só preciso de um tempo pra processar tudo isso. ─ Eu disse finalmente, tentando manter a calma, mas meu coração estava disparado.

─ O que você precisar. ─ Ele respondeu, e mesmo sem dizer mais nada, sabia que ele estava disposto a me dar o tempo que fosse necessário. Seus olhos ainda fixos nos meus, suas mãos ainda seguravam a minha.

Quando o sinal tocou e os alunos começaram a sair da cantina eu finalmente saí daquele topor, me afastando com certa dificuldade.

─ Preciso ir. ─ Disse me levantando.

Edward replicou meu ato, sorrindo fraco, enquanto confirmava. Antes que eu pudesse dar mais um passo, senti sua mão no meu pulso, e virei-me para encará-lo uma última vez.

─ Me diz que você também sente isso. ─ Ele pediu, seus olhos implorando por uma confirmação.

Rolei os olhos, sorrindo levemente, inclinando-me para beijar sua bochecha.

─ Você sabe. ─ Foi tudo o que eu disse antes de finalmente me afastar.

. . .

Já fazia um bom tempo que eu encarava o teto acima da minha cama. Meus pensamentos e sentimentos parecia se tornar ainda mais confusos conforme eu tentava entendê-los.

A voz dele ainda ecoava na minha mente. "Eu te amo." O simples som daquelas palavras, mesmo sendo uma lembrança, fez meu coração acelerar, e, sem me dar conta, sorri. Era bom saber que ele sentia aquilo por mim, apesar de toda a bagunça que isso causou em nossas vidas.  Me trazia um tipo estranho de felicidade, mas ao mesmo tempo, havia culpa.

O som do celular tocando me trouxe de volta à realidade, e eu franzi a testa. Ultimamente, 99% das ligações e mensagens que eu recebia eram de Edward. Mas ele disse que me daria o tempo que eu precisasse. Então, por que estaria me ligando agora? Me estiquei preguiçosamente até o celular, descansando sobre a mesinha de cabeceira. O número na tela era desconhecido.

─ Alô? ─ Murmurei, levando o telefone ao ouvido.

─ Já estava quase desligando. ─ A voz familiar do outro lado me fez imaginar o clássico revirar de olhos dela enquanto falava.

Eu ri baixinho, me ajeitando na cama.

─ Pensei que você não ligaria.

Houve um momento de silêncio do outro lado, como se Leah estivesse reconsiderando a decisão de ter feito aquela ligação. Mas, depois de alguns segundos, ela suspirou, resignada.

─ Você disse para ligar se precisasse de uma amiga. ─ Ela finalmente respondeu.

Por um lado eu estava animada por ela ter dado o primeiro passo, ou segundo, se considerar que fui eu quem a procurei da primeira vez. Por outro, isso me fez pensar no que havia acontecido para ela decidir aceitar a minha oferta.

─ Claro. Então, o que você quer fazer? ─ Perguntei, já curiosa.

─ Pode passar aqui na lanchonete em meia hora? Meu turno está quase acabando. Podemos tomar um café ou... dar uma volta. ─ Ela sugeriu.

Olhei para o relógio na parede. Um pouco mais de seis da tarde.

─ Posso sim. Te vejo em meia hora.

─ Certo. Te vejo mais tarde. ─ Ela respondeu baixinho antes de desligar.

Eu praticamente pulei da cama. Não pude evitar um pequeno "yes!" de satisfação antes de correr para o banheiro. Alguns minutos depois, já estava vestida e pronta para sair.

Desci as escadas rapidamente, correndo em direção a porta.

─ Robin? Pra onde a senhorita está indo? ─ Me virei encontrando minha mãe de braços cruzados me encarando enquanto se aproximava.

Sorri amarelo.

─ Tenho que sair. ─ Respondi de forma vaga, enquanto pegava a jaqueta no cabide.

─ Ainda temos aquela conversa, lembra? ─ Ela perguntou, se referindo ao dia anterior.

─Pode ser depois? A Leah está me esperando.

O nome de Leah pareceu mudar a expressão dela imediatamente.

─ Sério? ─ Ela perguntou, com uma surpresa que não conseguiu disfarçar.

Assenti com um sorriso.

─ Sim, sério.

─ Ok, vá lá. ─ Ela abanou a mão, como se tivesse desistido da ideia de me segurar.

Acenei para ela antes de sair de casa. Montei na minha moto e dirigir rápido para Forks. Não demorou muito para que eu estacionasse em frente a lanchonete.

O sino da porta tilintou quando entrei e avistei Leah sentada em uma das mesas. Ela já havia trocado o uniforme e acenou para mim com a cabeça quando me viu. Fui até ela, sentando-me à sua frente.

─ Oi. Fico feliz que tenha me ligado. ─ Murmurei, quando me sentei.

Leah parecia inquieta, os dedos mexendo-se nervosamente sobre a mesa.

─ Obrigada por vim. ─ Ela disse, finalmente me encarando nos olhos.

─ Sem problemas. ─ Dei de ombros, observando-a com curiosidade. ─ Então, o que te fez tomar a decisão de me ligar?

Ela hesitou por alguns segundos, desviando os olhos, para então me encarar de novo, soltando um suspiro.

─ Eu precisava falar sobre uma coisa com alguém... ─ Ela começou, seu tom era baixo, como se tivesse medo de que alguém nos escutasse.

Me curvei um pouco em sua direção, sobre a mesa.

─ Você matou alguém e precisa de ajuda para esconder o corpo? ─ Eu sussurei de volta.

Leah rolou os olhos, me dando um tapa de leve no braço.

─ Isso é sério! ─ Ela resmungou, mas consegui identificar um toque de humor em sua voz.

Me afastei tentando me manter séria.

─ Tá bom, desculpe. Pode me contar. ─ Eu disse séria dessa vez.

Ela respirou fundo, tentando reunir coragem.

─ Eutiveumimprinting! ─ Ela disse aquilo tão rápido que eu mal consegui entender.

─ O quê? ─ Franzi o cenho. Eu tinha quase certeza de que ouvi a palavra "imprinting".

─ Eu tive um imprinting. ─ Leah repetiu, bem mais devagar dessa vez.

Eu a encarei, surpresa e sem saber o que dizer. Eu deveria parabenizá-la? Porque eu realmente não era a maior fã dessa coisa de imprinting, pelo contrário.

─ Uau. ─ Foi tudo que consegui dizer, minha mente ainda tentando encontrar a melhor forma de reagir. ─ E... como você está se sentindo com isso?

Leah soltou uma risada amarga, rolando os olhos.

─ Como você se sentiu quando imprimiu no Cullen? ─ Ela devolveu minha pergunta.

Suspirei. Aquela pergunta exigia várias camadas.

─ Não tive a melhor reações, para ser honesta. Não é como se eu concordasse com os métodos dos espíritos. ─ Respondi frustrada.

Ela balançou a cabeça, entendendo exatamente o que eu queria dizer.

─ Então, você sabe como eu me sinto.

─ Mas... com quem foi? ─ Minha curiosidade falou mais alto, mesmo sabendo que não devia pressionar.

Leah mordeu o lábio, relutante.

─ Um cliente daqui da lanchonete.

─ Ele sabe?

Leah me olhou como se eu tivesse feito a pergunta mais estúpida do mundo. O que de fato, era.

─ Claro que não! O que eu deveria dizer? "Oi, eu sou Leah. Tive um imprinting com você e agora estamos ligados para sempre! Aceita um café?" ─ Ela respondeu sarcástica.

Eu ri, erguendo as mãos em rendição.

─ Tá bom, pergunta idiota.

Quando o som dos sinos soou novamente, os olhos de Leah foram para a porta e eu a vi ficar pálida no mesmo instante.

─ É ele. ─ Ela quase choramingou, se encolhendo no assento.

Olhei para trás, vendo o homem que acabara de entrar, e, os espiritos definitivamente tinham compensado a Leah pelo Sam.

Me virei para Leah novamente.

─ Uau, ele é... ─ Tentei procurar as palavras certas.

─ Esquisito? ─ Ela sugeriu, nervosa.

─ O quê? Não! Ele é lindo! ─ Retruquei quase ofendida por ele.

Tentei olhar discretamente para ele de novo, mas ele estava olhando para cá, então virei o rosto rapidamente, também me encolhendo no meu assento. Ele era realmente muito bonito e parecia tão elegante para os padrões de Forks.

─ Droga... ele tá olhando pra cá. ─ Leah choramingou.

Era engraçado vê-la assim, nem parecia a garota marrenta que encontrei há algumas semanas atrás.

─ Não tem graça! ─ Leah apontou, irritada e envergonhada ao mesmo tempo.

─ Ele vem sempre aqui? ─ Perguntei curiosa, me ajeitando no meu assento novamente.

─ Todos os dias. ─ Leah soltou o ar de forma exagerada.

─ Sorte a sua. ─ Eu disse e Leah me fuminou com o olhar. ─ É sério. Você sabe o que acontece quando ficamos longe do nosso imprinting.

Ela suspirou.

─ Maldita magia quileute! ─ Ela praguejou, cruzando os braços com uma carranca.

Eu sabia bem como ela estava se sentindo. De repente meus pensamentos voltaram para o Edward, toda a confusão me atingindo novamente.

─ E você? ─ Leah perguntou, de repente, me puxando de volta para a mesa. A encarei confusa. ─ Não quer conversar sobre nada?

Foi minha vez de suspirar.

─ É uma longa história.

Ela deu de ombros.

─ Temos a noite toda.

Sem revisão.
Relevem os erros ortográficos.

Uau.
Olha quem voltou novamente?
Seja lá qual for a oração que vocês estão fazendo, tá funcionando kkkk
(Continuem😃

Ai, eu tô tão apaixonada na Rô e no Eddie...
E essa amizade dela com a Leah?

Ah, e o boy da Leah?
Sim, ele escolhi o Lee Soo-hyuk, porque sou apaixonada nele, me julguem.😔

Enfim, espero que tenham
gostado do capítulo.
Xoxo, e até o próximo!😚👋🏼💖

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top