019
CAPÍTULO DEZENOVE:
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Fugindo.
Evitar Edward Cullen se mostrou bem mais complicado do que eu pensei que seria. Claro, eu não poderia ficar tanto tempo distante dele, já que o imprinting me impedia de fazer isso, mas eu poderia diminuir o tempo que passávamos juntos... ou pelo menos a quantidade de dias que nos víamos.
Não que isso resolvesse muito, é claro, mas qualquer distância era melhor do que nenhuma. E eu precisava desesperadamente desse tempo longe para colocar minha cabeça no lugar.
Faziam dois dias desde o "incidente" em minha casa, mas parecia que tinha sido há semanas. Eu sabia que não podia continuar fugindo da escola se quisesse me formar, e minha mãe fez questão de me lembrar disso com uma ameaça velada. Ela sabia que algo estava errado comigo, mas não estava disposta a entrar nesse assunto com ela ─ ou com qualquer outra pessoa, exceto Kim.
Na noite anterior, Kim e eu finalmente tivemos nossa noite das garotas, uma daquelas que há tempos não fazíamos. Eu, ingenuamente, confessei a ela tudo o que aconteceu entre mim e Edward ─ o quase beijo, as palavras confusas que ele me dissera, e toda a avalanche de emoções que não conseguia entender.
Ela arregalou os olhos de forma dramática.
─ Ele está apaixonado por você! ─ Kim havia exclamado, sua voz subindo uma oitava, como se fosse a revelação do século.
Revirei os olhos.
─ Não. Não está. ─ Eu me negava a acreditar nisso. Criar ilusões não era uma opção, não com Edward.
Ela rolou os olhos, claramente não convencida.
─ "Eu não consigo parar de pensar em você." ─ Ela imitou a voz de Edward de forma exagerada, fazendo aspas no ar com as mãos.
Em qualquer outro momento, eu teria rido da sua imitação barata, mas, naquela situação, nada parecia capaz de me fazer relaxar.
Bufei, desviando o olhar.
─ Não foi exatamente assim... e, pelos espíritos, por que eu fui te contar isso mesmo? ─ Resmunguei, emburrada.
Ela apenas riu, apertando minha bochecha como se eu fosse uma criança.
─ Porque eu sou sua melhor amiga e dou os melhores conselhos. ─ Deu de ombros, convencida.
─ Você é mais iludida do que eu, Kim. ─ Rebati, cruzando os braços, tentando afastar qualquer esperança boba que poderia brotar.
Ela me ignorou completamente, repetindo mais séria dessa vez:
─ Ele está apaixonado por você.
Olhei para ela, sem forças para retrucar. Talvez houvesse verdade nas palavras dela. Talvez não. Mas, independentemente disso, eu não poderia me deixar levar.
Eu queria ignorar tudo isso, fingir que aquela noite não havia passado de um surto da minha cabeça, ou até mesmo da dele, mas a forma como meu coração acelerou me dizia o contrário.
Finalmente, suspirei, deixando meus ombros caírem com todo aquele peso.
─ Isso não quer dizer nada.
─ Quer dizer tudo, Rô. ─ Ela segurou minha mão, seu tom agora suave e compreensivo. ─ Então, me diz... o que você sente por ele?
Fiquei em silêncio. O que eu sinto por ele? Era a pergunta que eu me recusava a responder, porque não saberia lidar com a verdade.
─ Chegamos! ─ Fui puxada de volta ao presente quando minha mãe anunciou, enquanto estacionava.
Olhei para fora do carro, meus olhos varrendo o estacionamento a procura dele, mas, apesar de não vê-lo, infelizmente avistei seu carro estacionado na vaga de sempre, assim como a BMW que Alice e Jasper estavam usando nesse último ano.
─ Robin, ─ Minha mãe começou e eu já sabia o que ela iria perguntar, mas não queria falar sobre isso. ─ O que tá acontecendo?
Respirei fundo uma última vez, segurando bem minha mochila, a mão na porta do carro, pronta para sair.
─ Eu me apaixonei. ─ Soltei de repente, vendo a expressão de confusão no rosto da minha mãe.
Antes que ela pudesse me fazer mais perguntas, abri a porta e saltei para fora.
─ Robin! ─ Minha mãe protestou. ─ Vamos conversar sobre isso depois. ─ Ela apontou e eu não sabia bem dizer o que ela estava sentindo, se era frustração, confusão ou animação. Ou até mesmo tudo isso junto.
Por que ela estaria animada? Se apaixonar era horrível. Especialmente nessas circunstâncias.
Entrei na escola tão rápido que mal tive tempo de pensar no fato de que poderia esbarrar em Edward a qualquer momento. Ou até mesmo em Bella. Pensando bem, não me lembro de ter visto a picape desbotada no estacionamento... talvez ela tenha vindo com o Edward.
Meus pensamentos estavam tão distantes que nem percebi quando alguém se aproximou.
─ Olá! ─ Uma voz animada soou ao meu lado, me fazendo pular de susto. L
Virei-me e encontrei Alice Cullen, com seu sorriso gigante. Como ela consegue ser tão feliz na escola?
─ Desculpe, não quis te assustar. ─ Ela riu de leve, seu riso doce e delicado como ela própria.
─ Tudo bem, eu quem estava distraída. ─ Dei de ombros, tentando sorrir, mas meus olhos não conseguiam parar de escanear o ambiente, procurando sinais de Edward.
─ Se está procurando pelo Edward, ele não está por aqui. ─ Alice riu de novo, e meu rosto esquentou de vergonha. Será que todos eles sabiam? Que situação patética.
Se Edward não tivesse me dito que era o único que podia ler mentes, eu teria surtado nesse momento.
─ Quero dizer, não nesse corredor. Mas ele está te procurando. ─ Ela continuou como se aquilo não fosse extremamente preocupante ─ ao menos para mim.
─ Não, não. Eu só... ─ Tentei justificar, mas já estava afundando na minha própria pateticidade.
─ Eu vim te entregar isso. ─ Ela me estendeu um envelope, e ao ver minha expressão de dúvida, explicou: ─ É o convite para a festa de formatura que vamos fazer em nossa casa. Espero que você vá. ─ Seus olhos brilharam de expectativa. ─ Você vai, não vai?
Como eu poderia dizer não para aqueles olhos?
─ Claro, obrigada pelo convite. ─ Peguei o envelope tentando sorrir.
Eu me arrependi de ter aceitado assim que as palavras saíram da minha boca. Era a casa de Edward. Como eu conseguiria evitá-lo lá?
─ Ótimo! ─ Ela me surpreendeu com um abraço rápido e, antes que eu pudesse sequer reagir, já estava se afastando. ─ Nos vemos lá então! ─ Ela deu um pequeno tchauzinho e saiu saltitando pelo corredor. Mas parou se virando novamente para mim e, com um brilho malicioso nos olhos, acrescentou: ─ Ah, e olha atrás de você!
Meu coração parou por um segundo. O cheiro dele me atingiu antes que eu pudesse me preparar. Quando me virei, Edward estava lá, se aproximando. Engoli em seco, minha tentativa de disfarçar o pânico fracassando miseravelmente.
─ Oi... ─ Ele murmurou, parando na minha frente.
Seus olhos dourados me observando com uma intensidade que me fez engolir em seco. Tentei não me deixar levar pela forma como ele me olhava.
─ Oi. ─ Respondi, seca, mais do que eu pretendia.
─ Tentei te ligar. ─ Ele começou, e meu coração deu um pulo.
Eu sei. Minha mente processou a resposta automaticamente, mesmo que eu não a tenha dito em voz alta. As várias chamadas e mensagens que eu deliberadamente ignorei, vindo à tona. Ele sabia que eu estava fugindo, é claro.
─ Robin, nós precisamos conversar. ─ Edward disse, sério.
─ Não é comigo que você deveria conversar, Edward. ─ Disparei, lembrando-o de Bella, esperando que isso o fizesse recuar.
Não funcionou.
─ É justamente sobre isso que eu quero falar. ─ Ele insistiu, mas para a minha sorte e, talvez, seu azar, o sinal para a aula tocou naquele exato momento.
─ Eu tenho que ir. Te vejo depois. ─ Me virei rapidamente, sabendo que, se dependesse de mim, o "depois" não viria tão cedo.
Eu continuaria fugindo ─ dele, dos meus sentimentos, de tudo isso que estava me consumindo, até que eu consiga esquecer, ou ao menos conviver com isso de uma forma que não doa tanto.
Sem revisão.
Relevem os erros ortográficos.
Voltei!
Cês amaram? (🙂🔪)
Definitivamente batemos recorde de atualizações por aqui kkkkk
O capítulo está meio pequeno, mas espero que gostem, amores.
Xoxo, e até po próximo!😚👋🏼💖
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