012
CAPÍTULO DOZE:
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O gosto amargo do ciúmes.
Robin Miller teve um imprinting por Edward. Essa era a única coisa que rondava os pensamentos de Isabella Swan. O conceito explicado por Jacob há algum tempo, parecia um vínculo inquebrável, impossível de competir. A intensidade daquele laço a deixava inquieta, mesmo que ela tentasse se convencer de que nada mudaria entre ela e Edward.
Na noite anterior, Bella esperou ansiosamente por Edward. Tentou se distrair lendo um livro, mas a cada som vindo da janela, seu coração acelerava na expectativa de ver o rosto dele. Quando a meia-noite chegou e passou, sem nenhuma palavra de Edward.
A ausência do vampiro agravou seus medos. Ele não apareceu, nem ligou para dar explicações. Estava nítido que mesmo com as palavras de conforto de Edward há alguns dias, ele estava se distanciando, e a sensação de perda iminente a consumia.
Bella estava sentada na beira de sua cama, os dedos apertando o lençol enquanto seus pensamentos se emaranhavam em um turbilhão de emoções. O peso em seu peito parecia crescer a cada segundo.
Quando finalmente ouviu um leve roçar na janela, soube que era Edward. O coração dela bateu mais forte, mas não era de felicidade; era uma mistura amarga de ansiedade e medo.
A janela se abriu e Edward entrou com a graça de sempre, mas seu semblante estava sombrio, os olhos dourados carregados de culpa. Ele parou à frente dela, hesitante.
─ Bella, ─ Edward começou, sua voz suave, mas carregada de um peso que ela não queria ouvir. ─ Desculpe ter sumido ontem, tive que resolver algo.
Bella respirou fundo, tomando coragem para perguntar o que realmente desejava saber.
─ Foi por causa da Robin, não foi?
Ele assentiu.
─ Ela não estava bem. ─ O Cullen explicou, os olhos dourados buscando os dela. ─ Ela teve um surto de febre alta e eu precisei ficar com ela até que ela melhorasse.
Bella assentiu lentamente, tentando absorver a informação. Ela tinha consciência sobre a intensidade desse laço, mas agora era confrontada com a realidade disso afetando seu relacionamento.
─ Parece que isso é muito mais intenso do que eu pensava, ela quase morreu. ─ Edward murmurou, absorto em suas próprias emoções conflitantes por alguns segundos.
Foi o suficiente para Bella notar os sentimentos do Cullen impostos alí, a preocupação e até certo medo de algo irreversível acontecesse com a Miller. O que estava acontecendo, afinal?
Bella mordeu o lábio inferior, sem saber como reagir diante de tudo isso. Entendia que nenhum dos dois tinha controle sobre isso. Mas ainda assim, a imagem de Edward ao lado de outra garota, cuidando dela com tanta atenção, cutucava um ciúmes inesperado dentro dela.
─ É, acho que sim. Deve ser difícil pra ela também. ─ Bella murmurou, uma mistura de sinceridade e amargura.
Edward assentiu, agradecendo silenciosamente por sua compreensão. Mas então ele disse algo que fez o nó no estômago de Bella se apertar ainda mais.
─ Eu preciso voltar a reserva em algumas horas, Bella. ─ Ele disse. ─ Robin e eu precisamos conversar. Chegar a um acordo de como vamos fazer isso funcionar.
Amigos. Era assim que Edward estava sugerindo que eles deveriam ser. Amigos para proteger Robin, para evitar que algo de ruim acontecesse com ela.
Bella tentou sorrir, mas o sorriso saiu mais como uma careta. Ela sabia que não podia culpar Edward por ser quem ele era, por sentir o que sentia por Robin devido ao imprinting. Mas aceitar que agora ela era apenas uma parte de um cenário mais amplo, que seu relacionamento com Edward poderia nunca mais ser o mesmo, era algo amargo de se engolir.
─ Está bem, Edward. ─ Bella tentou soar calma, compreensiva. ─ Faça o que precisa ser feito.
Edward se aproximou, segurando delicadamente suas mãos.
─ Bella, eu te amo. Isso não muda nada entre nós. ─ Ele prometeu. ─ Você é minha prioridade.
Ela queria acreditar nele. Queria acreditar que o amor deles era forte o suficiente para resistir a isso. Mas uma sombra de dúvida pairava em sua mente enquanto observava Edward se afastar, se preparando para partir em breve, para estar ao lado de Robin mais uma vez.
. . .
Robin acordou naquela manhã com o coração acelerado, o suor frio colando seus cachos à testa. Ela piscou os olhos algumas vezes, tentando se acostumar com a claridade suave que invadia seu quarto através das cortinas semiabertas.
Com um suspiro, Robin virou-se lentamente para o lado, esperando encontrar Edward Cullen na cadeira ao lado da sua cama. No entanto, a cadeira estava vazia, sem nenhum sinal de sua presença alí. Ela franziu o cenho, se perguntando se ele realmente esteve alí ou se tudo não passou de um delírio causado pela febre.
Deslizando para fora da cama com cuidado, Robin sentiu seu corpo protestar levemente. A pontada de decepção misturada à confusão se fez presente enquanto ela se levantava e caminhava até a janela. O dia já estava claro lá fora, enquanto dentro do quarto pairava um aroma doce e inconfundível, tão característico dos vampiros. Aquele em especial, de um vampiro específico.
Decidida a deixar as dúvidas de lado por enquanto, Robin se dirigiu ao banheiro. Ela pegou seus produtos de higiene pessoal. A garota ligou o chuveiro sentindo a água morna caindo sobre sua pele, ela finalmente permitiu-se relaxar e deixar sua mente vagar.
Enquanto o vapor subia ao redor dela, Robin fechou os olhos e deixou-se mergulhar nas lembranças da noite anterior. A nublada imagem de Edward ao seu lado, a voz suave, os olhos intensos que a observavam com preocupação e curiosidade. Tudo isso parecia tão real, tão vívido, apesar da incerteza que ainda a acompanhava.
Percebendo as sensações estranhas que tudo isso estava causando, coisas que ela jamais imaginou sentir pelo Cullen, Robin se apressou em terminar seu banho e espantar esse pensamentos e emoções conflitantes.
─ Esse é o imprinting falando, Robin. ─ Ela murmurou para si mesma. ─ Não se deixe levar.
Voltando para o seu quarto, Robin escolheu uma roupa para se vestir e então foi até a sua penteadeira arrumar o cabelo. Ela não queria ter muito trabalho com os cachos, então apenas o secou superficialmente com a toalha, passou creme e o amassou entre os dedos. No fim, o resultado foi mais satisfatório do que o esperado.
Robin desceu as escadas lentamente, ainda um pouco sonolenta, mas o aroma reconfortante de café fresco invadiu suas narinas, dissipando qualquer vestígio de cansaço. Seguindo o caminho familiar até a cozinha, ela encontrou sua mãe, cuidadosamente arrumando a mesa para o café da manhã. Um sorriso acolhedor e aliviado iluminou o rosto de Melissa quando seus olhos encontraram os de Robin.
─ Bom dia, querida. Que bom ver você tão bem e já de pé. ─ Melissa murmurou, depositando um beijo na testa da filha. ─ Você nos deu um susto tremendo.
─ Desculpe. Eu fui cabeça dura e idiota. ─ Robin admitiu.
─ Eu poderia dizer que avisei, mas... ─ A mulher deu de ombros.
─ Você sabe que isso foi a mesma coisa que dizer "eu te avisei", não é? ─ Robin indagou, divertida.
A mulher deu de ombros.
Suspirando resignada, Robin se sentou a mesa encarando sua mãe hesitante. Ela não sabia se deveria verbalizar a dúvida que rondava sua mente desde que acordara, mas acabou decidindo se livrar dela de uma vez.
─ Mãe, ─ Robin começou, hesitante. ─ O Edward... Ele esteve aqui ontem a noite?
Melissa pausou o que estava fazendo por um momento, seus olhos encontrando os de Robin com um pequeno sorriso.
─ Sim, ele esteve. ─ Respondeu a mulher. ─ E ele foi incrivelmente compreensivo e prestativo. ─ Ela destacou. ─ Ele passou a noite aqui para garantir que você estivesse bem. Teve que sair hoje cedo, mas prometeu que voltaria para vocês conversarem.
Robin assentiu, com uma mistura de nervosismo e gratidão. Edward não tinha obrigação alguma com ela, mas ainda assim, ele teve o cuidado de estar alí com ela, e mesmo diante da sua bira, ele salvou sua vida. Mas, ela não queria se sentir assim, não queria toda essa encheram de sentimentos em relação ao vampiro. Infelizmente, não era uma escolha sua.
O som de alguém batendo a porta desviou a atenção da conversa de segundos atrás. Robin e Melissa trocaram um olhar antes da mulher se disponibilizar para ir abrir a porta. Enquanto isso, Robin se concentrou em terminar o seu café da manhã, imaginando que fosse Paul ou Kim na porta.
No entanto, ao sentir aquele cheiro doce e inconfundível, misturado com o aroma único de Edward Cullen, Robin deixou sua xícara de lado. Ela ouviu alguns passos se aproximando e ao se virar, ela o encontrou parado no batente da porta.
Robin não sabia bem como reagir a presença do vampiro. Ele foi mais do que gentil ao vim ao seu encontro na noite passada e ela estava muito grata por isso, ao mesmo tempo em que se sentia uma completa idiota por ter se colocado em uma situação como essa.
Edward olhou para Robin com seus olhos dourados, um leve sorriso nos lábios pálidos que contrastavam com sua pele de mármore. Percebendo a hesitação da garota ele decidiu tomar a iniciativa de um diálogo:
─ Espero não estar interrompendo seu café da manhã. ─ Murmurou o vampiro, suavemente, mantendo uma distância respeitosa.
─ Não, tudo bem. Entre, fique a vontade. ─ Robin sorriu, tentando ser educacada.
Ela nunca teve absolutamente nada contra os Cullen. Lembrava-se de ter trocado algumas palavras com Edward na escola antes de toda essa confusão começar. Eles se davam razoavelmente bem, já tinha até feito um ou dois trabalhos de escola juntos. Entretanto, as coisas eram bem diferentes agora, e começar um diálogo pareceu bem mais complexo.
Edward deu um passo à frente, adentrando a cozinha com graça sobrenatural. Seus olhos escanearam o ambiente, observando os detalhes como se estivesse absorvendo tudo de uma vez.
─ Pode se sentar se quiser, acho que fica melhor pra conversar. Ou, você quer ir para sala? ─ Robin indagou, fazendo menção de se levantar.
Edward ergueu a mão, balançando a cabeça.
─ Aqui está bom. ─ Ele respondeu. Então puxou uma cadeira para se sentar de frente para a Miller. ─ Como está se sentindo?
─ Estou bem, obrigada. ─ Ela sorriu, um pouco nervosa. ─ É sério, muito obrigada por ter vindo e me desculpe por ter fugido de você como uma louca.
Edward riu. Os pensamentos de Robin estavam uma bagunça, ela simplesmente não sabia no que se concentrar naquele momento.
─ Tudo bem, não podia deixar nada ruim acontecer com você. ─ Respondeu sincero.
Robin umideceu os lábios, procurando as palavras, mas não sabia bem como pedir desculpas por imprimir em alguém. Nem ela entendia como essa magia maluca acontecia.
─ Você não precisa se desculpar, não é culpa sua. ─ Ele respondeu aos seus pensamentos. ─ Você não escolheu isso.
Robin abriu e fechou a boca algumas vezes, só então se lembrando de que o Cullen podia ler seus pensamentos. Ok, isso torna tudo ainda mais vergonhoso.
─ Desculpe, não tem um botão de desligar nisso. ─ Edward murmurou, sinalizando para sua própria cabeça.
─ Tudo bem. ─ Robin disse sincera. Ela entendia bem o que era não ter escolha sobre algo.
O silêncio que se seguiu foi um pouco constrangedor para ambos. Nenhum dos dois sabia como iniciar aquele assunto. Era tudo muito novo e estranho.
─ Eu pensei... ─ Edward começou. ─ Talvez possamos ser amigos. Eu não sei, algo que nos permita ficar perto um do outro de uma forma que seja bom para nós dois.
Robin ergueu os olhos para encarar o vampiro surpresa, mas aliviada com sua proposta. Era uma boa forma de começar.
─ Amigos, ─ Murmurou, mais para si mesma do que para Edward. ─ isso pode funcionar.
Edward assentiu, encarando-a por alguns segundos. Seus fios cacheados ainda úmidos caíam suavemente sobre um dos lados do seu rosto, emoldurando seus traços delicados. Tudo isso parecia destacar ainda mais sua pele marrom avermelhada de maneira quase etérea.
─ Que tal começarmos agora? ─ O Cullen sugeriu.
Robin piscou atordoada.
─ Agora? ─ Ela repetiu, surpresa. ─ E o que você sugere?
─ Hum, ─ O vampiro parou por alguns segundos, pensando. ─ Que tal me falar um pouco mais sobre você?
Robin deu de ombros. Mal não iria fazer.
─ Tudo bem.
Sem revisão.
Relevem os erros ortográficos.
Oi, amores!
Apareci por livre e espontânea pressão.😁
Espero que gostem do capítulo.
Xoxo, e até o próximo!😚💖👋🏼
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