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CAPÍTULO QUATRO:
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Explosão.
Foi como receber um choque de realidade.
É claro que estava diante dos meus olhos por todo esse tempo, mas eu não quis enxergar. Ele estava comigo, afinal, achei que valesse de algo. E o pior de tudo? Eu ainda o amo, ou amo uma versão do Jacob que achei que existisse e que provavelmente era apenas fruto da minha imaginação e da minha vontade de tê-lo ao meu lado.
No entanto, saber de tudo isso não apaga a dor que eu estou sentindo, serial muito mais fácil se pudéssemos simplesmente escolher não amar alguém.
A estrada a minha frente se tornou turva, meus olhos cheios de lágrimas impediam uma visão limpa do caminho, mas eu não parei até que estivesse em casa.
Já estava anoitecendo quando irrompi pela porta de casa, agradecendo por minha mãe não ter chegado ainda. Corri direto para o meu quarto.
Achei que ficaria melhor quando estivesse no meu quarto, sozinha, mas foi exatamente o contrário.
Dar de cara com todas as fotos que eu tinha espalhadas com Jake foi horrível. Segundos depois, sem perceber, eu já estava rasgando-as com toda a minha força. Eu queria poder descontar minha raiva na cara dele, ao mesmo tempo em que desejava nunca mais vê-lo.
Se ele a queria tanto, por que caralhos estava comigo? Eu só fui a porra de prêmio de consolação?
Havia uma raiva crescente dentro de mim, como uma chama que parecia cada vez maior. Senti as lágrimas caírem sem permissão, junto com um tremor por todo o meu corpo. Era como se eu estivesse borbulhando de ódio, prestes a explodir.
O som da campanhia me deixou em alerta, eu realmente espero, para o bem de todos, que Jacob não tenha vindo atrás de mim. Fui até a janela e vi o carro conhecido da Kim estacionamento em frente a minha casa, o que me fez respirar aliviada.
Desci as escadas, ouvindo o som incessante da campainha, Kim não parou de tocá-la até que eu abrisse a porta.
Ela me encarou com um semblante complacente e me abraçou forte. Fiquei sem reação, não tinha como ela saber o que aconteceu, ou tinha?
─ Meu Deus, Robin! Você está queimando! ─ Ela se afastou, tocando meu rosto com uma expressão de choque. ─ Onde está a tia Mel?
─ Forks. ─ Me limitei a responder. Passei o torso da mão em meu rosto, limpando as lágrimas.
Kim pegou seu celular digitando algo rapidamente. Ela estava agindo de forma suspeita.
─ Eu vou matar o idiota do Jacob! ─ Ela ralhou, segundo depois, guardando o celular de volta ao bolso da sua calça.
Senti meu corpo estremecer e um calafrio percorrer meu corpo. Me abracei, mas eu já estava surpreendente quente. Honestamente, nessa temperatura eu nem deveria estar de pé, deveria estar em uma cova a sete palmos.
Mas que merda...?
─ Kim... eu não tô me sentindo bem. ─ Encarei minha amiga que paracia estar prestes a ter um colapso nervoso.
─ Vem, ─ Ela me puxou para o sofá, me ajudando a me sentar. ─ Eu vou lá em cima pegar uma coberta, volto já! ─ Ela correu para as escadas.
Meu corpo inteiro tremia como vara verde. Estava tão mal que só notei que Kim havia voltado quando ela jogou a coberta sobre meu corpo.
A garota andava de um lado para o outro com o celular nas mãos.
─ Kim. ─ A chamei, ela me olhou no mesmo instante. ─ O que tá acontecendo?
─ É... ─ Ela começou, mas foi interrompida quando a porta da frente foi aberta e minha mãe entrou com tudo vindo até nós.
─ Eu já estava a caminho de casa quando recebi sua mensagem. ─ Ela disse para Kim, antes de vir até mim, pondo a mão sobre meu rosto.
Encarei as duas sem entender.
─ Por que estão assim? Deve ser só uma virose, ou o estresse e os chifres que Jacob me ofereceu. ─ Não sei como tive forças para zoar com isso, mas já que estou na merda mesmo...
─ Robin, você se lembra das lendas quileutes? ─ Minha mãe me encarou seriamente.
Franzi as sobrancelhas, sem entender o porque desse papo uma hora dessas.
Elas querem me deixar louca?
─ É claro que lembro, mas o que isso tem a ver com uma virose?
A campainha tocou mais uma vez e novamente senti meu corpo gelar. Eu tinha quase certeza de que ele não viria atrás de mim, afinal, agora que os Cullen partiram e nosso namoro acabou, o caminho está livre para que ele fique com seu "verdadeiros amor".
─ Deve ser o Sam. Kim, pode abrir a porta pra mim, por favor? ─ Minha mãe pediu.
─ Sam? Uley? O que ele viria fazer aqui? ─ Perguntei cada vez mais confusa.
Me encolhi, sentindo outro calafrio. Meu corpo voltou a tremer, dessa vez com mais intensidade, minha mãe parecia apavorada.
De repente começamos a ouvir gritos, era voz da Kim.
─ VOCÊ É UM IMBECIL! FICA LONGE DA MINHA AMIGA! SAÍ DAQUI AGORA! ─ Ela berrava a plenos pulmões.
Jacob. Só em pensar no seu nome a onda de raiva voltou com tudo, junto q tremedeira em meu corpo, enquanto minha temperatura corporal só subia ainda mais.
─ Eu só preciso esclarecer as coisas com ela, Kim, dá licença! ─ Ouvi sua voz só me deixou ainda mais irritada.
Tentei me levantar, mas minhas pernas falharam e mamãe me segurou me pondo de volta no sofá.
─ Não saia daí. ─ Ela apontou e saiu pisando duro.
Ouvi mais algumas vozes alteradas, tudo parecia uma confusão. De repente os sons ficaram mais nítidos, e não eram apenas três vozes, eram seis.
Algum tempo depois minha mãe voltou a sala com Kim, Sam, Paul e Jared junto consigo.
─ É melhor levarmos ela pra fora, a não ser que você queira que ela destrua sua mobilha. ─ Sam murmurou para minha mãe, seu tom era baixo, mas eu podia ouvi-lo perfeitamente.
Mamãe apenas confirmou em uma aceno e o vi se aproximar.
─ Me ajuda aqui, Paul. ─ Ele pediu segurando meu braço. ─ Desculpe por isso. ─ Ele pediu. Paul me segurou pelo outro lado e os dois me colocaram de pé.
─ Mãe, ─ A encarei com lágrimas nos olhos. ─ O que tá acontecendo?
─ Me desculpe, querida. ─ Ela pediu, me vendo ser levada para fora da casa.
Meu coração parecia mais um tambor de tão rápido que batia e tudo se intensificou quando percebi que eles estavam me levando para a floresta. Tentei me debater, mas estava fraca demais.
O QUE DIABOS TÁ ACONTECEDO?
Foi tudo muito rápido. Eu me soltei dos seus braços e de repente estava de pé no meio da floresta. Ao mesmo tempo em que pareceu algo libertador, também fora a coisa mais assustadora que me aconteceu.
Em um minuto eu estava correndo pela floresta, enquanto tentava fugir do que quer que seja e no outro eu havia tropeçado e rolava pelo chão.
Infelizmente, meu tompo não foi a pior parte dessa noite.
Meu primeiro instinto fora me levantar, mas qual não foi minha surpresa quando meu olhar recaiu sobre duas patas dianteiras. ENORMES E FODIDAS PELAS BRANCAS!
Olhei para trás, constatando com espanto que aquele não era o meu belo corpinho, e sim o de um animal enorme e, pera... aquilo é um RABO? EU TENHO UM RABO?
"Sim, e com todo respeito, é um belo rabo." ─ ouvi uma voz conhecida, mas não era como se falasse comigo normalmente, a voz vinha da minha mente, em um tom malicioso e ao mesmo tempo zombeteiro. A imagem de um lobo branco enorme encarando seu próprio rabo surgiu na minha mente.
Eu tô ficando louca ou a voz do Lahote tá na minha cabeça? E essa sou eu?
"Você não está louca, olhe para frente." Dessa vez parecia com a voz de Sam Uley.
Levantei meu olhar instantaneamente, vendo dois lobos a minha frente, um lobo preto enorme, ao lado de um lobo acinzentado um pouco menor.
Mais tarde eu iria achar aquela atitude estúpida e desnecessária, mas o que eu fiz foi correr o mais rápido que pude. Algumas vozes começaram a soar na minha mente, pedindo para que eu me acalmasse, dizendo que tudo iria ficar bem e que eu só precisava parar para escutá-los. Mas, porra, se coloquem no meu lugar! Eram fodidos lobos gigantes! Eu sou um fodido lobo gigante!
Ou isso é uma alucinação causada pela febre alta, ou eu enlouqueci de vez!
Minha linha de pensamento foi cortada quando eu caí de cara no chão frio, sujo e úmido da floresta, e isso pareceu bem real pra mim, o que me leva a acreditar que isso não é apenas uma alucinação.
"Robin" ouvi novanente a voz de Sam chamando por mim. Eu me recusava a acreditar que essa voz tava na minha cabeça, então olhei em volta, me arrependendo instantes depois ao dar de cara com aquele enorme lobo de pelugem negra.
"Isso não pode ser real." Repeti para mim mesma, cerrando os olhos na tentativa de me acordar, mas infelizmente não era um sonho.
"ROBIN! OLHA PRA MIM!" eu não queria fazer, mas foi automático. Ele não estava mais sozinho, o lobo acinzentado estava ao seu lado direito, enquanto ao seu lado esquerdo estava um lobo de pelos castanhos.
"Somos nós. Sam, Paul e Jared." A voz de Sam novamente. Enquanto ele falava as imagens de cada lobo apareciam na minha mente.
Isso é bizarro demais até pra mim!
"C-como fez isso? E o que "isso" significa exatamente?" Indaguei confusa.
"Vamos te explicar tudo o que precisa saber, só não fuja novanente." Sam disse calmamente.
Meu coração estava acelerado, eu estava morrendo de medo, mas já não tinha para onde correr, e se eu corresse, como iria descobrir o que está acontecendo comigo?
Sem revisão.
Relevem os erros ortográficos.
Caso você seja leitor antigo meu e note alguma familiaridade na transformação da Robin, é porque eu peguei boa parte do capítulo em que a Scar se transformava.
Enfim, espero que gostem do capítulo, e até o próximo! Xoxo!💖
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