CAPÍTULO NOVE.
Ainda me sinto bem o suficiente para sorrir
Garota, eu penso em você todos os dias agora
Houve um tempo que eu não tinha certeza
Mas você acalmou minha mente
Não há duvida, você está em meu coração agora
PATIENCE
Guns n' Roses
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R O S A L I E H A L E
Joan estava imóvel há tanto tempo, que comecei a me perguntar se ela realmente estava ali. Depois de caçar e aplacar sua sede, nós voltamos para casa. E desde então ela estava sentada ali, no andar mais alto da casa, sentada no parapeito da janela. Encarando sua frente como se algo estivesse ali. Sinto meu peito apertar, a culpa me corroendo e não consigo fazer nada, senão esperar que ela reaja. Que não me odeie. Que entenda o meu motivo egoísta para a transformar naquilo que eu tanto odiava.
Ela estava suja, sua roupa rasgada e havia sangue por todo o seu corpo. A primeira caça era sempre brutal. Somente instinto, fome. Havia algo animalesco nisso, e na forma como ela se rendeu ao monstro que eu a transformei. Os olhos, tão lindos e verdes, agora estavam vermelhos e perdidos. E a culpa era minha.
— Rose. Não faça isso. — Alice sussurrou, parada atrás de mim. Sua mão estava em meu braço, e sua cabeça aos poucos foi recostando entre meu pescoço e ombro. — Pare de se culpar. Isso iria acontecer de algum jeito, eu vi. Vocês estão destinadas a estarem juntas.
— Ela parece tão... distante do que era, Alice. — Tento buscar conforto no aconchego de minha irmã, deixando tudo me desabar aos poucos. — Joan sempre foi cheia de vida. E agora...
— Agora ela está viva, Rose. Como tinha que ser. — Ela me aperta em seus braços, tão pequenina mas mesmo assim tão carinhosa. — E olhe: parece que ela não está tão diferente.
Levanto o olhar para ela, vendo suas mãos procurarem algo entre os bolsos de sua roupa. Dou um sorriso leve, ao ver que ela encontra o maço de cigarro que coloquei em seu bolso. Quando sofreu o acidente, tive que trocar toda sua roupa ensanguentada e destruída, mas não consegui não colocar o maço de cigarro, tão característico dela, no bolso da camisa.
Automaticamente, ela acende o cigarro e o leva aos lábios. Mesmo agora, morta, o vício ainda prevalecia e quis rir. Era um vício horrível, mas isso me dizia que, mesmo agora, ainda era ela.
— Consigo escutar toda a conversa de vocês duas. — A voz dela chega até nós, e mesmo que ela esteja longe, parece que estou escutando-a ao meu lado, sua voz rouca e melódica falando baixo para mim.
Alice deixa um aperto em meu ombro antes de dar as costas e entrar na casa.
— É tudo tão... barulhento. — Joan diz, soando vaga, enquanto a fumaça do cigarro a envolve. — Consigo ouvir tudo, sentir tudo. Mas ao mesmo tempo, parece que tudo está... longe?
Com velocidade, subo até onde está. Entro na pequena sala de instrumentos, que ficava no último quarto da casa, e vejo suas costas. Me aproximo, devagar, mas paro quando estou próxima demais.
— Não te culpo por nada, Rosalie. — Em um suspiro, ela fala, tirando todo o peso de meus ombros. — Você não tem culpa. Eu iria morrer de qualquer jeito, sabe? Mas pelo menos posso continuar estando com as pessoas que gosto. Minha família. Você.
— Eu odeio ser vampira. — Dou um passo para frente, parando ao seu lado. — Eu nunca... nunca desejei isso para ninguém. Nem para o meu pior inimigo.
— Você me salvou, Rosa. — Ela finalmente se vira e seus olhos vermelhos estão presos em mim. — É mais do que eu poderia pedir.
Apoio minha mão no parapeito da janela, ao seu lado, e seus dedos finos vêm de encontro aos meus. Delicados, e na mesma temperatura do meu corpo. Entrelaça nossas mãos devagar, a outra mão ainda com o cigarro entre os dedos e a fumaça a rodeando.
— Nem mesmo depois de morta você larga o cigarro. — Sorrio pequeno, olhando-a de soslaio.
Joan dá de ombros, preguiçosamente.
— Ajuda com o ardor. A fome, eu acho. E é bom me sentir eu mesma.
Ficamos em silêncio, confortáveis com a presença uma da outra, até que Carlisle entra no quarto, devagar, um telefone vibrando em suas mãos. Me viro para ele, sabendo exatamente quem era.
Charlie Swan não deixou de ligar para a filha nos últimos três dias.
— Joan. — Meu pai é delicado ao começar aquela conversa.
Solto meus dedos do dela, andando pelo cômodo quando ela sai do parapeito e para em frente de Carlisle, seus olhos encarando a tela acesa do aparelho.
— Eu devo atender? — Sua voz soa incerta.
— É perigoso para Charlie estar perto de você agora. — Carlisle coloca a mão livre no ombro da Swan, olhando-a paternal. — O controle sob sua sede demanda tempo. Anos. E mesmo assim não temos garantias que você consiga estar perto de Charlie sem o machucar. O sangue irá ser atrativo demais.
— Isso quer dizer que eu vou ter que sumir? — A voz soa desgostosa. — Não vou poder estar com meu pai?
— Podemos simular outro acidente. Fingir sua morte. Dar um fim a Joana Swan, para que seu pai possa encontrar paz. — Digo, me intrometendo na conversa. — Todos nós tivemos que fazer isso, para mantermos nossas famílias a salvo.
Ela solta um som de escárnio com a boca, se afastando e dando as costas para mim e Carlisle.
— Porra!
Joan passa a mão nervosamente no cabelo, bagunçando ainda mais os fios. Mas para, de repente, virando para nós.
— Bella. Ela sabe sobre isso?
Assentimos.
— O plano é ela ter sido transformada na lua de mel.
Uma risada sem nenhum traço de graça sai de seus lábios.
— Então vamos simplesmente matar as duas filhas de Charlie? Que maravilha! — Rosna, andando de um lado para o outro, parecendo um animal enjaulado. — Não vou morrer, porra, e se Bella pensa tão pouco em nosso pai, eu não vou fazer o mesmo. Vou aprender a me controlar.
— Deixe de ser teimosa! Vai nos expor! Vai colocar seu pai em perigo. — Minha voz sai alta, irritada. Maldita teimosia das Swan.
— Não é só sobre Charlie, Rosalie. Eu tenho minha vida, minha carreira, meus amigos. Se você me salvou, foi para que eu viva, não me esconda nas sombras como uma maldita criatura. — Ela bate no peito, nervosa. — Se Joan Swan morrer, quem vai restar? Eu só sei ser eu, porra. E eu não vou dar as costas a minha vida.
[ n o t a s ]
oi oi meu povo!
primeiro capítulo de Rosalie e Joan do ano. nosso casal cola velcro favorito!
mesmo que agora elas não estejam tão casal assim....
mas logo vão estar!
até o próximo, amores.
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