𝐓𝐡𝐞 𝐏𝐮𝐫𝐩𝐥𝐞 𝐃𝐫𝐞𝐬𝐬


A atmosfera em Boston estava calma. Todos caminhando enquanto conversam por ali, lendo um livro, ou bebendo um café pela tarde em uma mesa na calçada, e muito mais...

Todos exceto você, que tinha o rosto enfiado em anotações e diversas papeladas para preencher. Sua vontade era de se levantar daquela mesa e sair dali o mais rápido que conseguisse. Porém, tinha em mente que aquilo não se passaria de apenas um mero pensamento.

— Com licença... - levantou seu rosto em direção a voz com um tom calmo que havia lhe chamado. Vendo assim, Mitsuya em sua frente com um sorriso delicado no rosto. — Eu ia te pedir ajuda em algo, mas vejo que está bem ocupada.

— É de se perceber... - revirou seus olhos. — Eu acho que vai ter que pedir favor pra outra pessoa. Estou com esses papéis desde uma semana, então prefiro terminar logo. - criou um sorriso falso, completando com um. — Sinto muito.

— Entendo... - desceu seus olhos para baixo. Quando ia voltar a escrever, parou no momento em quê notou que o garoto ainda estava ali. — Você sabe que eu chamaria outro alguém. Contudo, só você pode me ajudar, [Nome]. - com isso, ergueu sua face para o encará-lo novamente. — Se você aceitasse, eu facilmente deixaria você livre de papeladas como essa e mais outras por um bom tempo. - foi inevitável você não abrir bem seus olhos após ter ouvido isso.

— E-eu...

— Mas você não vai aceitar, então obrigado mesmo assim. - ele tinha o mesmo sorriso de antes, logo em seguida se virando para se afastar.

— Eu já estava acabando, sabe? - levantou-se dando volta na mesa, ficando de frente à ele logo abrindo o mesmo sorriso. — Sendo assim, como posso te ajudar?

Ele ficou meio confuso com sua resposta, portanto concordou com a cabeça brevemente, caminhando em sua frente em forma de que você o seguisse, assim o fazendo.

De seguida subiram uma pequena escada pra ir até o próprio canto de ateliê dele, o qual não era muito afastado, apenas no alto, mas quando você subia lá dava pra ver toda a extensão do local.

Quando olhou de volta para Mitsuya, se aproximou a mais do mesmo pois ele já lhe encarava. Ao parar do seu lado, ele segurou uma cortina que tinha pendurada e te fitou mais uma vez.

Logo depois, sorrindo e puxando o pano pra se abrir. Te fazendo abrir um sorriso de orelha a orelha.

O que havia te deixado tão surpresa, foi ver poucos tecidos transparentes na parte de cima, mas que depois iam pegando tom perto das bordas sobre um manequim. Os quais não era tecidos de qualquer cor, mas sim três – era branco, deixando tudo mais lindo, um roxo claro e um mais escuro por cima.

— Que... - deu um passo para frente e tombou um pouco sua cabeça para assim ver os detalhes melhor. — Perfeito! Takashi... é lindo demais.

Só depois de já ter dito percebeu que havia o chamado pelo seu nome, e era meio incomum ver alguém o chamando por ele desse jeito, e sim por seu sobrenome.

Contudo, ele não disse nada, apenas ouviu um baixo e fraco riso sair dele, e como estava prestando mais atenção na vestimenta em sua frente não ligou muito para aquilo.

— É pra quem?! Pra quando?! Alguém que te pediu?! Voc-

— Calma, calma. - te cortou, abanando as duas mãos pra você se acalmar sorrindo nervoso. — Perdão [Nome], eu não posso responder nenhuma de suas perguntas. São informações sigilosas do cliente.

— Então alguém te pediu! - você sorriu vitoriosa por ele ter respondido uma que você tinha perguntado. — Mas ok, eu não pergunto mais. - voltou sua atenção ao manequim. — Disse que precisava de minha ajuda, mas pra quê?

— Ah, sim! - o mesmo caminhou até sua mesa pegando sua fita métrica corporal. Em diante, indo até você. — Poderia abrir seus braços para os lados, por favor?

Você ficou confusa com o ato dele, assim comprimindo suas sobrancelhas e o encarando de volta. Tentando entender o porque dele ter que tirar suas medidas, ou então pensando em como o vestido poderia ser especialmente para você.

Porém não tinha algum sentido Mitsuya fazer um vestido para ti, visto que nunca tiveram nada mais além de uma simples amizade entre o trabalho. Então por quê?

— Minhas medidas? Para o quê?! Pelo que eu me lembre, e saiba, o vestido não é pra mim. - soltou um riso nervoso.

— Sim, só que por coincidência e pelo visto, suas medidas bate com as da cliente. E eu preciso muito confirmar uns tamanhos para poder continuar.

— Simples, chame à aqui.

— Aí que está. Isso eu não posso fazer. - você gesticulou com sua mão brevemente para que ele justificasse. — Ela não sabe que vai receber um vestido, e seu próprio esposo não sabe as medidas de sua mulher.

— Mesmo?! - resmungou e coçou sua nuca. Durante toda a explicação dele, percebeu que o mesmo estava bastante sério, então era meio impossível perceber se tinha algo de errado. Contudo, no fundo você ainda estava tendo algumas dúvidas, mas era claro que não ia revelar isso. — Não pensei que pediria minha ajuda pra isso.

Ajeitou se melhor em sua frente para facilitar, suspirando breve e desviando o olhar depois de ver ele por seus óculos e esticar a fita.

Passando o objeto pelo seu busto, descendo por sua cintura e parando no quadril. Sentindo arrepios percorrer pelo seu corpo, se xingando mentalmente por isso, já que pra ele era normal tirar as proporções para as vestes de alguém. Todavia, a situação era completamente diferente com você, dado que ninguém tinha feito isso, e justo quando acontece era logo com ele.

Não sentia nada mais adiante de respeito e admiração por Mitsuya, entretanto, a maneira como ele prestava atenção no seu corpo pra suas anotações segundo ele, te deixava com pensamentos um tanto quanto indecente.

Não ia negar que já passou o pensamento de o achar bem atraente, o que não era uma mentira, mas tentava não pensar muito nisso. Com isso lhe fazendo balançar sua cabeça, resultando em ele te olhar sem entender, então o disse que estava tudo bem e logo em seguida continuou fazendo o que devia fazer.

Quarenta minutos se passando, ou até mais. Haviam terminado e você agradecia por até que enfim poder se mexer, juntamente de ir se trocar já que estava vestindo um corpete e uma saia que continham duas camadas grossas de tecido.

— Pode se trocar, [Nome]. - afirmou com um sorriso fraco no rosto, levando as mãos até sua cintura e tirando uns alfinetes que tinha por ali.

E quando você ia descer do palanque que havia subido anteriormente, parou no momento em que viu o colocar a mão sobre o queixo ao mesmo tempo em que tombou a cabeça levemente para o lado. Fitando seu corpo intensamente, causando um frio na sua barriga por conta disso.

— Tudo bem? - perguntou, com um sorriso meio forçado.

— Oi?! - Mitsuya piscou duas vezes seguidas, passando as duas mãos no rosto e voltando a te encarar normalmente de volta. — Tudo sim, eu só estava imaginando qual tecido ficaria melhor. E com sua ajuda já sei qual usar.

— Que bom que te socorri nisso..., eu acho. - um riso fraco saiu de você, logo depois indo até o trocador para por suas vestes de antes.

Ao atravessar as cortinas após se trocar, olhou Takashi pegar sua mochila school bag e passar a alça pelo ombro. Quando ele virou o rosto em sua direção voltou com seu sorriso de sempre.

— Você vai pra casa? - perguntou-lhe, estendendo sua bolsa para você pegar.

— Obrigada! - tomou o objeto ao chegar mais perto. — Vou sim, e você?

— Também, e está tarde da noite já... - você olhou pro seu relógio de pulso, arregalando os olhos ao ver que era nove da noite. Virando a cabeça para a janela e vendo que era realmente verdade. — A hora se passou e nem percebemos.

— Realmente. - murmurou. — Eu preciso ir indo logo então, já está tarde demais.

Quando você desceu as escadas notou que ele também ia atrás de ti. Assim sendo, quando chegaram na frente do edifício esperou ele trancar tudo para assim poder ir.

— Eu...

— Você...

Disseram em conjunto, com isso libertaram uma risada. Depois de se controlarem você fez um sinal para que ele continuasse.

— O que eu iria dizer era... se eu poderia te acompanhar até sua casa?

Algo em sua voz te abalou, ou então sua pergunta. Ficando em um breve silêncio e sentindo seu coração bater rápido em seu peito. Em seguida, molhou seus lábios ao mesmo tempo em olhou brevemente para o lado oposto.

— Tudo bem, mas não tem problema na sua volta?

— Nenhum! Vamos?

O caminho foi tranquilo e bem rápido, o que não foi muito de seu agrado, pois estavam conversando sobre as coisas que faziam fora de serviço, sendo isso uma surpresa pra você já que estava ouvindo algumas coisas pessoais do rapaz, ao mesmo passo que ele também ouvia as suas.

Acabou descobrindo que Mitsuya tinha duas irmãs, as quais eram mais novas que ele, dessa maneira se divertindo após as breves histórias que o mesmo contava. Umas sendo as pequenas aventuras que as mais novas o pedia no passado, ou de algo que ele fazia. Até que havia sido poucas coisas que acabou sabendo, contudo, no fundo você estava com um sentimento um tanto quanto de felicidade com isso.

Desta forma te deixando com certas dúvidas sobre como sentiu diversas sensações sobre uma pessoa, em apenas um dia.

Sem contar o fato em como estava fascinada pelo assunto que estavam agora, ou pra ser mais claro, você estava encantada de como ele falava de sua paixão, sendo a costura. Conseguia notar o brilho em seus olhos ao dizer como foi fazer um de seus últimos pedidos, não deixando nenhum detalhe de fora. Aquilo te amostrava a diferença que tinham.

Você trabalhava com a costura, no entanto por sua falecida vó, a qual amava fazer vestidos ou qualquer outra peça de roupa pra você.

Depois de sua morte, você pensava que mesmo as pessoas te dizendo que ela estaria sempre contigo ia resolver alguma coisa, ou então tampar o espaço da solidão que havia após isto. Então foi aí que supôs, que ela "estaria" sempre com você. Porém, queria realmente acreditar nisso já que quando começou a fazer o que a senhora gostava, não te trazia tanta felicidade assim, mas sim uma sensação de mais vazio.

Então foi com isso que acabou conhecendo Mitsuya, indo trabalhar com ele e com o passar de poucos meses, viraram meio próximos depois do rapaz ver de perto você detalhar um vestido de noiva. Sendo assim, o mesmo acabou vendo algo em você que poucas vezes viu em outro alguém. Isso ele havia comentado com você, mas nunca soube o que era, pois nunca tinha lhe contado o real motivo por trás disso.

Acreditava que um dia ainda descobriria.

— Obrigada, por ter me acompanhado. - você disse assim que pararam em frente ao seu apartamento. — Por mais que tenha sido um contra tempo pra você.

— Já te disse, esse é o menor dos problemas, [Nome]. - dito aquilo não conseguiu conter o pequeno sorriso que surgiu em sua boca, e ao notar isso o garoto sorriu ainda mais. — Obrigado por ter me ajudado hoje, de verdade! Eu não sei do que teria sido sem sua ajuda... - Mitsuya te olhou fixamente em seus olhos.

— Não tem de quê. - desviou seus olhos brevemente, logo o voltando a encarar.

— É melhor ir entrando, está começando a esfriar. Até amanhã. - ele murmurou com a voz serena.

— Até amanhã...

Depois disso você adentrou o prédio em sua frente, virando pra trás brevemente e vendo que ele tinha dado meia volta. Assim que você se virou novamente seguindo sua direção, Takashi parou e virou a cabeça pra trás para ver você no mesmo momento, mas percebendo que já tinha sumido de sua vista; voltou a caminhar.

Na manhã seguinte despertou com a luz que atravessava as cortinas, logo imaginando que já estava perto do horário de se levantar, então se mexeu um pouco a mais nas cobertas e após se espreguiçar levantou se. Caminhando lentamente até o banheiro para fazer suas higiene matinas.

Mais tarde, secou seus cabelos prendendo metade dele em um coque no alto meio frouxo, fazendo uma maquiagem leve, apenas para esconder um pouco sua cara de sono. Vestindo uma blusa preta de manga longa e a gola alta, uma saia jeans marrom, um cachecol também marrom por conta do frio, e por fim um tênis de cano alto. Indo até a cozinha, pegando uma barra de cereal pra ir comendo no caminho, já que estava quase se atrasando.

O caminho tinha sido rápido, pois estava começando a dar requisitos de chuva e só na metade do caminho, havia se lembrado de pegar o guarda-chuva, mas naquela altura não voltaria mais.

Ao chegar abriu a porta de entrada deixando sua bolsa nos cabideiro, andando logo pelo corredor que ligava até o interior principal das costuras.

Notando que foi a primeira a chegar, mas depois que se acomodou em sua mesa e o passar de breves minutos, chegou sua amiga, sendo Yuzuha.

— [Nome], bom dia! - a mesma entrou com seu sorriso fraco costumeiro, se aproximando de você com três bebidas na mão. — Que surpresa você ter sido a primeira a chegar.

— Eu achei que teria mais pessoas aqui, mas acabei imaginando errado... - soltou uma risada anasalada de ambas. — Aliás... o Mitsuya já chegou?

— Já sim. Ele é sempre o primeiro a chegar, tanto que também é sempre o último a sair - ela disse calmamente enquanto caminhava até umas caixas com diversos tecidos dentro.

— Ah, entendi...

Só depois de receber sua reposta que percebeu que havia perguntado sobre o rapaz, assim se questionando também do porquê ter ficado com um sentimento bom por saber que ele já tinha chegado. Mas preferiu pensar nos trabalhos que tinha pra fazer.

Com o passar do tempo todos foram chegando. Junto do mais alto que chegará com uma caixa de rosquinhas na mão para todos comerem. Sendo assim, foi o que fizeram e você também. Pegando apenas uma já que não tinha tanto apetite assim pela manhã.

E ao passar da tarde todos trabalhavam como todos os dias, porém como estava chegando perto de final de ano, as coisas estavam bem mais agitadas e com o triplo de clientes que já tinham. Além do mais, Mitsuya tinha um conhecimento formidável por toda a cidade, e muita outras bem maiores. Então se antes você já achava que ficava cheio todo dia, foi porque ainda não estava trabalhando nessas épocas do ano.

Depois que se sentou na sua mesa foi quando a fome te atingiu. Não estava sentindo antes pois estava anotando medidas ou ajudando em costura.

Tendo isso em mente, se levantou mais uma vez pegando sua carteira na bolsa, caminhando até Takashi pra o avisar que iria comprar algo para comer. Geralmente você iria se entupir de café ou outra bebida para tentar dar uma enganada no estômago, mas imaginou que provavelmente sentiria enjôo por não comer nada.

— Licença. - o chamou assim que alcançou o garoto. Todavia, como ele estava de costas à você e concentrado no tecido leve em sua mão, nem havia te escutado. — Com licença? - dessa vez o cutucou levemente no ombro, fazendo-o virar.

— Oi, oi! Perdão nem lhe ouvi. - ele soltou um riso anasalado. — Sim?

— Só vim avisar que vou ir comer algo, então se não tiver problema nenhum...

— Problema nenhum! Só... - tirou os ósculos e te encarou com um sorriso fino. — Posso ir também com você? Ainda não comi nada, tirando as rosquinhas.

— Tudo bem por mim. - soltou um riso nervoso.

Dito, ele apenas deixou o tecido que via em um canto e mandou o aguardar apenas para pegar sua carteira, assim você foi esperar na frente da entrada. Começando a suar nas mãos quando ele abriu a porta, iniciando caminho em direção a um restaurante que tinha ali por perto. Respirando fundo e olhando tudo em sua volta, e sendo poucas vezes para ele.

Mais tarde, vocês entraram no estabelecimento e fizeram seus pedidos em um silêncio, apenas trocando poucas palavras enquanto esperavam seus pratos, os quais não demoraram muito para chegar.

De alguma forma ficar no mesmo ambiente que ele estava te deixando ansiosa, e ficar com a respiração falha, mas logo tentava se recompor.

— [Nome]? - chamou-lhe com a voz calma, assim o olhou de volta levando o copo de suco até sua boca. — Eu queria... conversar com você. - no mesmo momento você engoliu bastante do líquido, resultando em derrabar um pouco em sua blusa. — Tudo bem?

— Droga! Sim, sim. - o respondeu rapidamente, pegando o lenço que ele havia lhe entrado.

Desta forma se limpou, soltando um suspiro de alívio ao sua veste que molhou ser preta, assim não apareceria alguma mancha.

— E o que iria dizer? - perguntou no meio de um riso nasal, logo ele criando também um sorriso fraco.

— Bem. Haverá um desfile semana que vem, no Museu de Belas Artes, e eu recebi mais um convite pra levar um acompanhante. - o mais velho abaixou a cabeça por um instante. Te olhando depois de novo, umedecendo os lábios. — Como nos conhecemos um pouco mais fora do expediente, sem contar que admiro sua forma de trabalho. Gostaria que fosse meu par...

Você não soube a expressão que fez quando ouviu essas palavras, mas os olhos dele brilharam de agrado.

O olhar de Takashi parecia carinhoso, junto de seu sorriso mínimo. Você abriu e fechou sua boca por umas três vezes pensando no que o dizer, mas quase nada vinha em sua mente, não acreditando muito que ele estava te convidando para ir à um dos desfiles mais grandes do ano. Não deixando de lado como obviamente só vai comparecer grandes estilistas, e Mitsuya sendo um deles.

— Você me pegou de surpresa. - disse desviando o olhar breve, mas logo o encarando novamente com um sorriso envergonhado.

— Me perdoa ter dito isso tão repentino. Pode me dar sua reposta depois, já que falta uma semana. - expressou tudo da forma mais serena possível, com seu rosto demonstrando um afeto contido.

— Não vai ser necessário. Eu aceito, sim!

— Certo.

Depois disso a refeição foi tranquila, e ao saírem voltaram conversando sobre um assunto bobo que envolvia o dia a dia.

Assim que chegaram, Yuzunha olhou para vocês dois com uma feição surpresa, e os demais apenas os encararam rapidamente e logo voltaram ao que estavam fazendo.

Com isso voltou para seu canto com um embrulho no estômago pelos olhares. Porém, respirou fundo vendo uma série de tecidos em cima de sua mesa.

Dessa forma sorriu e pegou as notas que estavam pregadas em seu quadro de cortiça. Pegando juntamente com os tecidos finos e grandes.

Dois minutos antes de fechar tudo, uma moça de pele clara com uma cabeleira cinza adentrou o local, percebendo que ela olhava tudo em volta de forma lenta, e ao parar os olhos em ti abriu um fino sorriso, começando a caminhar em sua direção.

— Boa noite, senhora. Sinto lhe informar mas já estamos fechando. - você disse a cumprimentando com uma feição serena.

— Oh querida, não vim ver vestidos pra mim. E sim para ver meu filho. - respondeu com a voz gentil. — Sabe me dizer aonde o Takashi está?

Se surpreendeu com o que ela tinha te dito, porém não demonstrou isso, então ia a responder. Mas foi impedida quando o garoto começou a descer as escadas e a mais velha o viu.

— Mãe?! Eu pedi para me esperar... - perguntou, com um sorriso brincalhão nos lábios.

— E eu esperei, mas já vai fazer dez minutos que está aqui dentro.

— Porque ainda não havíamos fechado. - quando o mesmo parou de frente dela. A mulher deu um breve selar em sua bochecha. — Como já está aqui, podemos ir.

Ambos sorriram e antes deles saírem o garoto cochichou algo no ouvido de sua mãe, qual coisa fez ela sorrir bobo e caminhar para fora. Assim, você voltou a pegar suas coisas caminhando lentamente para a entrada.

— Hoje foi bem corrido, não é? - Mitsuya questionou, ao mesmo tempo em que ia até os cabideiro e olhava algo em seu celular.

— Foi sim! Acho que os próximos dias vão ser bem mais.

— Pode ter certeza absoluta. - soltou uma risada fraca e você fez o mesmo. - Ficou surpresa com minha mãe?

— Sendo franca, sim. - balançou sua cabeça brevemente, soltando um suspiro nervoso. — Nunca a vi por aqui...

— Quando ela vem fica na entrada, como hoje. Mas tendo em vista que não é muito paciente... - ele riu anasalado, fechando um pouco os olhos. Em seguida andando até a porta juntos. — Até amanhã, [Nome].

— Até. - sorriu, logo seguindo seus caminhos.

***

A semana foi tão corrida quanto você e Mitsuya tinham dito. E neste exato momento você estava prestes a entrar em seu banho para se arrumar ao Desfile que iria com o garoto.

Tomou uma ducha que durou perto de uns vinte minutos, lavando seus cabelos, passando diferentes sabonetes, como – esfoliante corporal e entre outros. Já após o banho, secou os fios juntamente de puxar o lado direito do seu cabelo, com uma presilha de pequenos detalhes dourado, caindo perfeitamente com o tom do fraco rosa de seu vestido. Fazendo sua maquiagem leve, tendo em vista que não queria ficar com o rosto pesado de base ou algo do tipo, mas por fim passou uma loção que fez que seus braços e busto ficassem cintilando.

Logo após pôr pequenos acessórios, começou a fechar o zíper que tinha em suas costas, levando um pouco de tempo já que era difícil fazer aquilo sozinha, mas depois que conseguiu colocou seus saltos preto de plataforma alta.

Se olhando melhor no espelho e passando a mão na saia de tule que tinha uma camada com flores pequenas aberta, ao passo que o tecido era um rosa bebê.

Estando pronta, começou a caminhar até a esquina do seu apartamento pra pegar um táxi. Começando a imaginar nos vastos vestidos e pessoas que veria hoje, até porque não era qualquer desfile que iria.

Depois de imaginar isso, respirou fundo ao pensar que estaria ao lado de Takashi o tempo todo, então não sabia o que falar com ele, como puxar um assunto, ou como ficar do seu lado.

Sua cabeça estava imersa em pensamentos, assim não estava prestando atenção total em sua volta.

Apenas quando fortes respingos de água bateu contra seu corpo. Com isto, piscou e virou a cabeça para o carro que tinha passado em alta velocidade por você, depois para a poça de água que tinha em sua frente, a qual você nem tinha reparado. E em seguida... para seu vestido que agora se encontrava levemente molhado, contudo o suficiente para começar a visualizar pequenas manchas se formarem pelo tecido.

Teus olhos se encheram de água, respirando fundo para segurar o soluço.

Ouviu o som de seu celular começar a tocar na bolsa, de forma devagar pegou o objeto depois de abrir, sentindo uma mínima lágrima escorrer ao ver o nome, Takashi escrito na tela.

[Nome]? - a voz dele estava meio alta, visto que era possível notar outras vozes perto. — Já está vindo? Estou na frente da estátua como combinamos...

— Ta... Takashi. - sussurrou, mordendo seu lábio inferior com força. — Eu não vou mais poder ir. - dessa vez foi impossível segurar o pequeno soluço que saiu de você, então as lágrimas desceram em silêncio. — Me desculpa.

-—O que aconteceu?! - era nítido a preocupação em sua voz.

— Um carro passou por mim, e tinha uma poça d'água... Acabou molhando meu vestido. - ouviu um breve silêncio do outro lado da linha, assim segurou seu celular mais próximo de seu ouvido e fungou.

Você tá aonde?

— Eu estou... - piscou duas vezes, olhando pra cima e puxando o ar. — Na esquina da minha casa.

Ok! Poderia aguardar por cinco minutos?

— Tá bom... - você desligou e ficou ali encarando a rua com os pensamentos longe.

Os minutos se passaram rápido enquanto você encarava o nada, naquela rua deserta e fria. Logo então, um carro Bugatti Veyron parou na sua frente, conseguindo ver Mitsuya esticar o braço e abrir a porta para você.

Desta forma entrou e olhou para ele com os olhos marejando novamente.

— Por favor, não chore! - ele subiu uma de suas mãos para sua bochecha, assim passando o polegar próximo do seu olho. — Eu tenho uma solução, minha querida. Vai ficar tudo bem.

Um fino sorriso estava presente nos lábios do garoto. Ele se afastou lentamente de você, pondo as duas mãos no volante e dando partida, fazendo com que seus olhos prestassem atenção em volta para saber aonde iam. Visto que seu vestido estava em tal estado, ele não te levaria para o desfile. Ele não faria você passar essa vergonha. Mas então qual outro lugar poderiam estar indo?

Só soube quando virou a rua da boutique, e ao passo em que ele desligou o carro, saindo esperando que você fizesse o mesmo, te deixou um pouco mais confusa.

— O que fazemos aqui? - perguntou, logo depois que parou ao seu lado.

— Você verá.

Entraram na enorme e escura sala, porém não esbarram em nada por causa que já sabiam onde ficava cada móvel dali. Posteriormente, as pequenas luminárias de teto que ficavam nos cantos foram acessas.

Logo subindo para o ateliê do mais velho, olhando em volta ainda confusa, e depois, sua boca ficou entre aberta ao ver ele abrir a cortina vendo o vestido de antes que ele fazia, totalmente pronto. A cor da paleta roxa com um pouco de vinho, junto do branco, caía perfeitamente com o manequim.

Sorriu fraco ao ver os detalhes nas mangas longas bufantes, dando um ar ainda mais dramático à peça. Piscando simultâneas vezes, vendo ele retirar do manequim com o maior cuidado.

— Ei? Eu não posso usar! É de um cliente...

— Você acreditou mesmo naquela mentira? - falou, soltando uma breve risada depois. Tirado a vestimenta completamente e indo até as cortinas. — Toma. Veste, e vem aqui pra eu te ajudar com o fecho.

— Mas... - você ia continuar, mas foi parada quando ele repousou a mão em sua costas, fazendo com que fizesse o que ele queria. — Tá bom.

Fechou a cortina pesada, tirando seu vestido e sentindo os olhos marejando, logo sacudindo a cabeça para afastar as lágrimas.

Em um ato contínuo, passou os braços delicadamente pelas mangas com medo de que algo rasgasse por algum movimento brusco, e depois de vestir a saia totalmente abriu a cortina, mordiscando o canto da sua boca enquanto olhava para o chão, contudo, subindo sua vista para o espelho que tinha ali, assim que Takashi foi para atrás de ti.

A vestimenta tinha um decote nas costas, assim a deixando um pouco exposta. No momento em que ele começou a puxar as fitas do fecho, fechou seus olhos com força, em seguida sentindo o mesmo dar uma volta com elas em suas mãos e puxar ainda mais firme que a primeira vez. O que fez você soltar um riso fraco por conta do nervoso, mas depois ele fez um laço e se afastou um pouco.

Você se aproximou mais do espelho, vendo seu reflexo com um sorriso enorme no rosto. Era lindo.

O corpete e as mangas tinham um tom lilás bem claro, chegando perto de um branco, juntamente de ter pequenas partículas brilhantes se notasse bem, e apenas no busto alguns detalhes bastante delicados. Ao descer da saia com várias camadas de tecido, que assim o deixava com volume, era de chiffon na cor roxa eggplant.

Você está perfeita, [Nome]. O vestido não poderia ser para alguém melhor. - expressou olhando cada canto da peça de cima abaixo. Iniciando passos lentos em sua direção, subindo as mãos para sua presilha, a ajeitando melhor em sua cabeça. — De fato, você será a mais bela da noite.

Sentiu suas bochechas esquentarem com tal comentário. Assim ouvindo uma pequena risada nasal sair dele, fazendo com que um sorriso bobo se formasse em seu rosto.

— Você está bonito também! - devolveu o elogio calmamente, desviando o olhar de forma lenta, tendo em mente um pouco de suas bochechas corarem. — Já iria falar, mas...

Mitsuya usava um suéter preto de gola alta, acompanhado de um blazer cinza, calça social preta e tênis também da mesma cor. Os poucos acessórios que tinha, era uma corrente prateada, um anel prata no dedo indicador direito, outro preto no anelar sendo da mesma mão, e outro no mindinho esquerdo. Tais acessórios combinavam com seu brinco de sempre.

— Por que fez um vestido pra mim? Eu não entendo. - completou com a voz baixa, resultando nele ter uma expressão neutra.

— Eu estava pensando em um próprio desfile. E assim gostaria que você usasse ele. - disse Mitsuya. — No entanto, não vejo uma oportunidade melhor como essa.

— Obrigada, Takashi. Ele é maravilhoso!

A seguir, você encolheu um pouco seus ombros e sorriu com um pouco de vergonha. Caminhando depois pro carro, não demorando muitos minutos tinham chegado em frente ao enorme Museu.

Uma de suas mãos foram até a saia da roupa, a segurando para não tropeçar enquanto subia a vasta escada. Portanto, olhou o garoto estender o braço para ti, logo entrelaçando o seu com o dele e assim te ajudando a subir.

No momento em que adentraram o enorme salão, ficou fascinada com toda aquela beleza em sua frente. O tapete vermelho que pisava, o qual também levava para várias direções ali dentro. Enfeites nas paredes e pilastras altas, joias brilhantes no dourado e prata. Algumas faixas brancas e outras em tons mais escuro, estavam penduradas sobre o teto. Tudo estava impecável.

Um música pop ecoava pelo local, mas ao longe dava pra perceber uma banda que aguardava seu momento para tocar. Câmeras - foto e vídeo, estavam espalhadas pelo ambiente, e cada vez mais pessoas iam chegando.

Certamente, o desfile seria um dos destaque de Estados Unidos, principalmente de Boston no dia seguinte.

Desfiles como esse, acontece várias vezes no ano, contudo, estava ocorrendo na cidade que você morava, então pela primeira vez estava vendo de perto. Imaginou como seria os próximos que também tem possibilidade de acontecer ali.

— O que está achando?

Ele sussurrou em seu ouvido. Voltando a realidade, logo pegando uma taça com champanhe que um dos garçom servia, assim o garoto fez o mesmo.

— Isso é incrível! - seus olhos pareciam brilhar ao olhar em volta, e quando notou isso, Mitsuya deu um gole na bebida virando sua atenção para a entrada que as pessoas iam.

— Devemos ir. Ou vamos perder nossos lugares.

Logo em seguida, se encontraram em um gigantesco salão, tendo diversos quadros pelas paredes e os assentos nos cantos, alguns no meio da pista.

Enquanto caminhavam para suas carteiras, nem percebeu ter segurado firme o braço de Takashi, pois tinha uma multidão em sua volta. Tomando cuidado para não pisar em algum vestido, até mesmo o seu, ou acertar alguém.

Sentaram onde queriam, já que os lugares não estavam marcados. Entretanto, era ótimo já que ficaram na fileira de frente, só assim conseguiriam ver tudo.

Não demorou muitos minutos para as falas se cessarem. As luzes se apagaram e fitas amarelas que estavam em volta da passarela, junto de uma máquina de fumaça começar a soltar a brisa. E quando a playlist começou a tocar, a primeira desfile entrou acompanhada de uma salva de palmas.

Você observava o tempo todo com aboca entre aberta, achando cada modelo como suas vestes fabulosas. Depois, virou seu rosto lentamente para ele, o vendo com um sorriso mínimo e os olhos mais que brilhantes por tudo que via. Assim voltou sua atenção a antes com um sorriso também.

Ao terminar, se levantaram lentamente e começaram a falar sobre o desfile, foi impossível não notarem a explosão de alegria de vocês. Cada comentário fazia o outro sorrir mais.

Depois disso, foram de volta para o salão, pegando mais uma taça de champanhe, porém não queria beber tanto pra não ficar alterada em tal local.

— Senhoras e senhores, peço que agora chamem suas damas, para dançarem ao nosso som.

A banda começou suas belas notas músicas, as pessoas já foram se juntando ao seu par, e as que não dançavam abriam espaço na pista.

— Dama. - disse ele, inclinando a cabeça ao mesmo tempo que erguia a mão direita para frente. — Me concede a honra desta dança?

Seu coração se acelerou, o sentimento de alegria percorreu por você inteiramente. Quando ele te perguntou para passar aquele tempo com ele, concordou devagar com sua cabeça.

— Claro.

Pôs sua taça de lado, subindo sua mão até a dele, sentindo suas bochechas esquentarem de maneira breve por o rapaz ter tomado sua mão, assim a conduzindo até à pista. Sentindo uma felicidade em seu peito ainda mais, ao reconhecer que a banda inicializou a música, La Valse de L'Amour, dessa forma se recordando de quando era mais nova e ouvia essa canção enquanto dançava sozinha.

Takashi repousou a outra mão em sua cintura, dessa forma você colocou a sua livre no seu ombro, o olhando nos olhos e engolindo seco antes de começaram à se movimentarem lentamente pros lados.

— Me desculpe se eu pisar no seu pé. - comentou, tentando soar brincalhona.

— Não tem problema algum.

Logo ele fez você dar uma volta devagar, e novamente te trazendo à seus braços.

Sem demora seus passos começaram a se abrir mais pela pista, dando chance pro mais alto fazer vocês derem uma pirueta juntos, se seguindo de mais alguns passos, sendo um pouco mais rápidos dessa vez e outra pirueta. Depois, o vendo se afastar um pouco de você, na forma como se ele tivesse soltado sua mão.

Sendo assim, sorriu abertamente fechando seus olhos enquanto segurou a saia de seu vestido e deu uma volta, soltando o tecido assim o sentido rodar e se abrir.

Abrindo seus olhos, já foi tempo de Mitsuya voltar a segurar sua cintura e mão, seguidamente dos passos das poucas caminhas que ele fez você der pra trás, no momento em que ele ia pra frente. Perto dos trechos finais da composição, voltaram a se mexerem para um lado, depois para o outro.

— Você é maravilhosa.

Puxou-o contra si, e ele fez o mesmo. Ficaram o mais próximos que podia. Na sua mente por um lado se lembrava que estava em volta de muitas pessoas, e que pelo visto uma grande parte delas olhavam vocês. Mas naquele momento, nada daquilo importava, ambos estavam se divertindo e era difícil tirar o sorriso de seus lábios.

A mão que estava em sua cintura, foi para o fim de suas costas, o que fez você segurar o sorriso ao sentir sua palma da mão na sua pele meio exposta. Mas aquele toque fazia você não querer se afastar ainda mais.

Depois de mais uma dança, e a festa continuar se avançando pela noite, Mitsuya puxou você para uma escada enorme, assim subiram após virem as estátuas enormes. Ao terminarem de visualizar as esculturas maravilhosas, se encontravam agora de frente ao museu. Porém em uma parte que parecia um jardim imenso, o qual também tinha algumas obras aqui e ali.

Cruzaram o campo e acabaram em um banco, no qual você se sentou, já o outro se sentou no encosto, virado pra direção oposta da sua, mas ainda do seu lado. Batia uma brisa fresca, imersa pelo cheiro das flores ao redor. A lua crescente iluminava sobre vocês, junto das poucas iluminações que tinha do lado de fora.

— Eu me diverti muito. - você disse, brincando com o pingente pequeno de seu cordão. — Principalmente com você, obrigada.

— Imagina. - ele soltou um riso abafado. — O que você disse... - começou, pendendo a cabeça um pouco pro lado com um pouco de nervoso. — A parte sobre ter se divertido ainda mais comigo.

— Ah, isso? - só depois de ter dito, percebeu o quão aquelas palavras pareceram vergonhosas. Mordiscou o canto do seu lábio, encolhendo um pouco seus ombros. — Mas, é verdade. Se fosse mentira eu nem falaria. - abriu um fino sorriso, sentindo suas bochechas corarem. — Você me fez muito feliz hoje.

Takashi ficou em silêncio, ainda assim pode ver por canto de olho ele ter um sorriso fino no rosto.

— Eu digo o mesmo. - ele soltou um riso fraco. — Aliás, estava esperando que pisasse no meu pé, mas até que enfim isso não aconteceu.

Levou suas mãos até o rosto, assim o escondendo, entretanto logo deu uma risada. Em seguida voltou a encarar a paisagem à frente, notando que Mitsuya tinha os olhos em você, e sem nem perceber, seu rosto já se encontrava pertíssimo do seu. Depois de virar sua face lentamente para dizer algo, o inesperado: estava perto o suficiente para lhe beijar.

Com isso, deixou sua boca entre aberta por estar surpresa, mas a fechando quando ele tombou um pouco seu rosto pro lado, ainda olhando fixamente em seus olhos.

Deixando escapar uma ofegada quando os dígitos meio gélido dele passar por sua bochecha, e seguir pra uma pequena mecha de cabelo que havia caído, a colocando atrás de sua orelha. Após isso... sentiu apenas a boca macia do garoto se encontrar com a sua fazendo um selar demorado. Logo ele pediu passagem da língua e o beijo ficou lento, porém, não havia nenhuma segundas intenções da parte dos dois.

Passando mais alguns minutos, você já estava de frente pra sua porta de casa, com um sorriso nos lábios e em seguida se virando para o mais velho, visto que ele tinha te levado.

— Então... - ele começou, olhando em volta com as bochechas pouco coradas. — Dorme bem, querida.

Olhou você profundamente, sorrindo gentilmente e se aproximando um pouco mais. Dando lhe um selar breve no canto de sua bochecha, se afastando devagar.

— Durma com os anjinhos, Mit. - se escondeu um pouco atrás da porta, por ter sentido uma leve vergonha pela forma que disse com ele. — Até.


***

Observou as árvores através da janela se balançarem do lado de fora com o vento. O ambiente estava começando a ficar bastante frio, então não sentia muito o ar gelado com sua calça jeans, suéter branco e o agasalho de algodão no tom creme que usava.

Agora era mais um dia de semana qualquer. Desde o dia que você e Mitsuya se beijaram, só deram breves selares, tinham até saído duas vezes juntos depois do expediente, e a outra vez foi no horário de almoço.

A primeira foi quando caminharam pelas ruas, tomando um sorvete qualquer jogando papo fora. A segunda, ao irem comer juntos e acabarem encontrando por acaso suas duas irmãs. O que tinha te deixado um pouco nervosa no começo, já que as duas tinham perguntado sua relação com seu irmão.

Você não soube o que responder, porém Takashi havia falado pras garotas não chegarem perguntando coisas pessoais pra outro alguém, que ainda não conheciam. Fazendo assim, elas pedirem perdão à você, então logo as mais novas começaram a ficar conversando com ti.

Uma delas tinha falado o quão linda você era, a outra brincava com seu cabelo. E enquanto isso estava acontecendo, conseguia notar poucas vezes o rapaz olhando vocês com um sorriso terno em sua face.

Tinha que confessar a si mesma que estava criando um sentimento de afeto e ternura enorme, junto de se sentir feliz ao seu lado. Tanto as vezes que ficava nervosa, com uma simples troca de olhares que fazia um frio se instalar em sua barriga.

— Bom dia, senhoritas. - Yuzuha falou, quase cantando. — Trouxe seus cafés. - ela pôs a caixa de papelão em cima da mesa, a qual tinha as bebidas quente dentro.

Assim ela foi entregando de cada pessoa, e quando você estava concentrada em sua costura, a ruiva começou a andar em sua direção.

— Aqui.

— Que susto! - deu um leve pulo no banco pela forma que ela chegou. Resultando em você se espetar com a agulha, mas nada que fosse grandioso. — O que é isso? - desceu seus olhos pelo copo do café em sua frente. — Eu não pedi...

— Entrega pro Mitsuya, por favor? Meu irmão está vindo aí, então não dá pra mim.

— Mas-

— Muito obrigada. - te cortou, já se retirando.

Acompanhou a garota com o olhar, logo suspirando pesado.

Sem demora, subiu a escada com a bebida e ao chegar, testemunhou uma mulher apenas de roupa íntima, atrás dela estava Mitsuya que colocava seu cabelo para o lado. A cortina estava fechada, havia visto com uma pequena abertura que tinha ali. Não acreditou muito no aperto que sentiu em seu peito.

Com isso, se virou rapidamente para sair dali, porém fez isso tão rápido que acabou derrubando um manequim que estava atrás de ti, assim o fazendo cair e o som alto cobrir seus ouvidos. Gerando em você fechar os olhos com força, e segurar contra si o copo de café.

— [Nome]?! Tá tudo bem? - não se virou à ele, abriu os olhos e molhou seus lábios. — Precisa de alguma coisa...? - notou pelo canto dos olhos, o objeto caído ser levantado.

— Não, eu estou bem. Eu vim entregar seu café. - disse ao ficar de frente pra ele corretamente, esticando seu braço com o líquido, olhando para outro lado.

— Ah... muito obrigado.

Quando ele esticou a palma da mão esquerda, puxou o ar ao visualizar a pequena fita envolta de seus dedos. Desse jeito, nem percebeu que ficou olhando fixamente para a mão do garoto.

— Já que está aqui. - ele começou, dando um gole na bebida. — Poderia me ajudar com uma cliente? Não estou conseguindo medir só com duas mãos. - exclamou, rindo baixo depois.

— Sim. Por que não ajudaria? - sorriu mínimo agora olhando em seus olhos.

— Nossa, eu agradeço de verdade. Vamos. - atravessaram a cortina, sendo dessa forma, olhou melhor a bela menina na sua frente. Ela tinha cabelos na cor coral e uma pele clara. — Hinata, essa é a [Nome]. Ela irá ajudar na preparação do seu vestido.

— Oi. - você a cumprimentou, dando um sorriso mais gentil. Ela fez o mesmo com você.

Sem demora, começou a auxiliar Takashi nas medidas, trocando algumas palavras com a mais nova.

A maior parte de seus pensamentos, era em como tinha se sentido ao ver os dois juntos, sendo um grande engano, mas mesmo assim estava mal por conta daquilo.

O garoto parecia ter notado que sua cabeça estava um pouco longe, visto que vez ou outra ele perguntava se estava bem. Você dizia a mesma coisa toda vez.

Uma hora e meia depois ele tinha feito tudo que precisava. Assim ela se despediu agradecendo incontáveis vezes, logo aparecendo uma cabeleira escura pelo local, o qual parecia ser amigo de Mitsuya e também acompanhante de Hinata.

Depois disso os dois trocaram algumas palavras, e pelo visto o menino se chamava Takemitchi, se surpreendendo com a forma que ele tinha um respeito grandioso por Takashi.

— [Nome]. - lhe chamou, enquanto cruzava os braços te encarava com o rosto neutro. — Eu estou ciente que já te perguntei várias vezes, mas vou falar de novo. O que aconteceu? Você está inquieta desde que veio trazer meu café.

— Eu... - começou, porém não sabia o que dizer.

Não poderia dizer qualquer coisa, como: "Achei que vocês estavam perto de se pegarem" , ou qualquer outra coisa que tivesse semelhança. Mesmo sendo mais próxima dele agora, ele ainda era seu chefe.

Então como poderia dizer seu pensamento sem o deixar ofendido?

— Vi você com ela, e acabei entendendo a situação errado. Me perdoe, não deveria pensar assim de um superior com seu cliente. - falou, se afastando um pouco dele olhando pro chão, depois para ele rapidamente.

— Entendo. Dá próxima vez não saia pensando essas coisas. - ele descruzou os braços, tirando a fita que estava sobre seus ombro. — Nunca tive intenção de ter algo a sério, com nenhum de meus clientes.

— Então quem dirá de uma funcionária. - cochichou, olhando para uma parede qualquer, segurando um de seus braços, meio que já era uma mania sua.

— Por que diz isso?

— Nada. - soltou um riso fraco, um tanto quanto forçado. — Eu só disse... nada.

— É assim que pensa? Como se você não significasse nada pra mim? - ele se calou por um momento.

— E eu significo? - você afirmou, virando sua cabeça lentamente puxando o ar. Ele deu uma passo em sua direção com o rosto sereno.

— Eu quero ficar com você. Então é claro que sim.

Suas bochechas aqueceram repentinamente com tais palavras, seu coração começou a bater tão rápido, parecendo que iria saltar por sua boca. Então foi com aquilo que pensou - "É real." Ou melhor, que era recíproco.

— Eu também. - olhou para Mitsuya, seu rosto estava magnífico.

Seus olhos provavelmente haviam brilhado quando viu ele abrir um sorriso de canto, e sua bochecha estar meio corada. Deu um sorriso que durou questão de segundos ao começar a pensar.

— Mas, se estiver comigo vão pensar em várias coisas.

— Coisas do modo em que você estaria recebendo algum crédito? - concordou com a cabeça, mudando sua atenção para outro lugar. Contudo, sentiu a mão do rapaz se repousar na sua bochecha, assim fazendo você o olhar de volta. — Desde que eu esteja com você, nada mais importa. Não tenho o poder de fazer todos não disserem nada quanto a nós dois, mas mesmo assim, eu te dou certeza de que esses comentários não vai nos perturbar.

Takashi te beijou. Logo sentindo os braços dele se envolver nas suas costas, e com isso inclinou seu corpo um pouco pra trás. Subindo suas mãos à seu pescoço, com o desejo de não o soltá-lo.

Suas costas foi encostada na parede, ainda sem afastar suas bocas. As mãos de Mitsuya adentrou seu suéter, resultando em se arrepiar ao seus dedos estarem meio gelados, porém não ligou muito, até porque estava trazendo uma sensação boa. Arfou entre o beijo, dando uma leve arranhada em seu pescoço, fechando os olhos depois que a boca do rapaz desceu devagar por seu pescoço. Dando selares breves, e ao voltar a te encarar com um sorriso malicioso, mexeu ainda mais com você.

— TAKA-CHAN!!! - a voz foi se aumentando conforme ficava mais próxima. Logo em seguida, visualizando Hakkai passar pela parte aberta da cortina. Sendo tão rápido que não deu tempo para alguma reação. — E-eu volto mais tarde, desculpa! - se afastaram um pouco ao ver ele.

— Está tudo bem Hakkai, entre. É hora do almoço de qualquer maneira - o mais velho o deu um sorriso, se alargando ainda mais ao ver ele com as bochechas vermelhas. Não sendo muito diferente de ti, já que tinha a palma da sua mão cobrindo metade do seu rosto. — Vamos comer! Estou faminto.

Eles começaram a caminhar pra parte de baixo, dessa forma fez a mesma coisa já que tinha trabalho a se fazer.

Você conhecia Hakkai, visto que ele era modelo e a maior parte do tempo aparecia do nada no ateliê, sendo o mesmo ao ver ele com Mitsuya. Achava incrível e engraçado como esses garotos o tratavam.

— Ah sim! - Takashi parou no meio do caminho, se virando pra você. Pondo a mão direita no topo da sua cabeça, o que te fez abrir bem os olhos e se surpreender com tal coisa. — Da próxima vez... vou fazer outro vestido pra você.

***

QUINZE MESES DEPOIS

Atrasada... ou pior do que isso. Essa era a situação de atualmente, no caminho de seu casamento.

Era fim de tarde, e você já estava colocando seu vestido com a ajuda de Hina e Yuzuha.

— Uau!

— Mitsuya nunca erra em seus vestidos.

Passou suas mãos delicadamente por sua cintura, e depois saia. Apreciando no reflexo cada mínimo detalhe.

A alça fina junto com um pequeno decote redondo no busto, tendo suas costas abertas só até a metade com os detalhes da renda, e a saia que conforme você andava ela se arrastaria atrás de ti com algumas camadas. O vestido não era tão volumoso assim, continha umas três camadas de tecido, sendo uma branca, a outra com desenhos tão delicados que se eram lindos, e a que vinha por cima de todas era um tecido batista que aperfeiçoava tudo.

Seu cabelo estava preso a metade de uma maneira tão elegante que teve certeza de que aquele seria o dia em que estava mais bonita. Por fim, vendo o véu que foi posto nas suas duas tranças do cabelo. O tecido leve do tule era do tamanho de seus braços, o qual combinava com sua maquiagem que estava impecável.

Enquanto se via, lembrava de antes desse momento.

O dia que estavam andando em uma praia qualquer, e ao olhar pra Takashi viu a minúscula caixinha de alianças em sua mão, o que tinha feito seu coração pular de alegria. Ou o dia em que estavam tendo uma conversa qualquer e ele começou a cismar que iria fazer seu vestido.

Até tentou negar, porém ele sempre fazia drama, como:

— Sou eu quem tem que fazer, [Nome].

— Não pode ser você! - você dizia, rindo da cara triste que ele fazia.

Pode sim! Se você está pensando que eu não posso, pois sou seu noivo e não vai ser uma surpresa ao te ver. Está muito enganada, querida. - insistia, enquanto colocava as mãos em suas duas bochechas. — Quando você começar a caminhar em minha direção vai ser a coisa mais linda que vou poder vê em toda minha vida! E acredite, eu ainda vou me surpreender.

E foi com aquelas palavras que ele havia te convencido. O rapaz tinha feito tudo do jeito que estava em sua mente desde que se lembrava quando era criança. A única diferença era que Mitsuya falará que na vestimenta teria algo que ele queria, a qual era o decote em suas costas.

Se virou um pouco pra trás, assim conseguindo ver um pouco a parte de trás. Sorrindo ao ver tudo, e ser quase impossível conter as lágrimas que insistiam em rolar.

— [Nome], nem pense em estragar a maquiagem agora. - Hina colocou as mãos na cintura, te fitando com o cenho cerrado.

Todas soltaram uma risada, e logo seus olhos foram em direção a porta que se abria. Dessa maneira vendo sua mãe adentrar o cômodo com um sorriso, se aproximando de você e pondo a palma da mão devagar sobre um de seus ombros, olhando todos os cantos da peça, depois para seu rosto.

— Estou tão orgulhosa de você...

Com essas palavras, tinha sido o suficiente para deixar cair a lágrima. Assim ficou encarando a mais velha com a feição surpresa. Sua mãe sempre havia sido uma mulher um tanto quanto seca contigo, já que ela nunca foi de gostar tanto de carinho, ou algo do tipo. Então ouvir isso pela primeira vez, tinha sido um baque.

Algo que com certeza estava esperando pra ouvir dela, há muito tempo.

— Não chore [Nome]. - ela soltou um riso, logo te puxando para seus braços. — A noiva não pode chorar antes de se casar. - disse com a voz calma, dando leves carinhos em suas costas.

— Culpa sua por me deixar assim. - falou, fazendo ambas derem risada.

— Mas estou falando sério... - ela lhe afastou, assim encarando você. — Sua vó diria o mesmo que eu.

Durante esses um ano e meio que havia passado, você se formou em fotografia e montou seu próprio negócio, sendo a área de fotografia de moda, e a artística. Você amava o que fazia, simplesmente era fantástico quando carregava sua câmera para todos os lados, registrando cada momento.

E desde nova estava sempre tirando imagens de tudo que agradava seus olhos, então se decidiu fazer o que realmente amava. Não que você não gostava do que fazia antes na área do ateliê, porém não sentia total emoção naquilo. Contudo, você ainda trabalhava ao lado de Mitsuya, tendo todo apoio dele e fotografando cada peça que ele fazia.

Quanto à ele, Takashi havia se tornado um dos maiores estilistas de Nova York. Ele estava tão conhecido que chegou a fazer seu próprio desfile, o qual ele fez questão de te por pra passar na passarela, usando o vestido que era a peça principal dele, exatamente da mesma forma que havia dito um tempo atrás pra você.

Um dia vocês tinham chegado à uma conversa, de que morariam juntos assim que se casassem. Pois dessa forma já começariam uma vida nova.

Agora era esse dia. Você não estava nervosa, não tinha porque estar já que foi uma das melhores decisões que tomou. Estava um tanto quanto ansiosa, queria logo caminhar em direção à ele, e principalmente ficar ao lado dele.

Yazuha deu mais uma ajeitada em sua saia, Hina fez o mesmo com os poucos fios de seu cabelo que estavam frouxos. Seguidamente, caminhou até o começo das delicadas pétalas jogas no gramado macio e baixo. Assim, vendo Mitsuya bem ali te esperando.

Ele ficava cada vez mais belo com o tempo. Seu cabelo estava tingido de preto, vestindo um terno na coloração cinza, mas nada tão esbanjador já que era algo que ambos não queriam.

Estavam em um campo, ou melhor, um jardim vasto da grama macia e verde. As árvores ao redor estavam com simples pisca-pisca em volta da madeira. O arco do casamento era uma madeira fina com margaridas, junto de duas faixas brancas que conforme a brisa morna passava, a fazia balançar. Ao redor do caminho, estava sentados os convidados, que até então não era tantos assim. Um pouco afastado, tinha a parte que seria a festa, com as mesas de petiscos, comidas e dois bares. A pista de dança tinha iluminarias penduradas nas árvores junto da decoração. O único som que era presente eram do violino e piano à melodia, Je te laisserai des mots.

Quando seus olhos se cruzaram com os dele, o sorriso enorme surgiu ao mesmo tempo em vocês. No momento em que iniciou seus passos, os olhos dos rapaz marejaram, porém ele respirou fundo tentando se segurar, fazendo você olhar para os convidados que assobiavam ou soltava alguns gritos, assim soltando risada com isso.

Após parar ao seu lado, se olharam de cima a baixo, abrindo o sorriso cada vez mais depois de Mitsuya olhar no fundo de seus olhos, com a boca entre aberta.

— Você está tão bonita, querida. - disse, com as bochechas coradas e um sorriso meigo na boca.

— Você também, querido. - soltou uma risada fraca, sentindo seu rosto esquentar um pouco pela forma do quanto estava feliz.

— Tudo muito lindo, mas vamos com isto. - Chifuyu ficou à frente de vocês, começando e tirando risada de todos ali presente. — Vou dizer o que acho melhor pra dizer nessa situação. Como eu lhes desejo muitas felicidades, e principalmente que envelheçam juntos...

— Até eu caso eles melhor. - Draken comentou, tirando uma gargalhada sua, fazendo Chifuyu revirar os olhos.

— Voltando...

Ele continuou lendo os papéis em suas mãos, mas logo ficaram confusos ao ver o mais novo ter as bochechas rosadas e os ombros ficarem encolhidos.

— O que tem aí, em? - Takashi perguntou, não entendo muito.

— Aí meu deus... - Draken resmungou, logo se levantando de seu assento e indo ao lado do rapaz. O empurrando pro lado, assim ficando no lugar dele. Resultando em rirem da situação. — [Nome], eu o conheço há anos, então eu pensava que como ele era fissurado em costura, sempre ficaria sozinho.

— Sério isso? - o garoto do seu lado disse em um tom cansado.

— Ainda não terminei. - rebateu, gerando em o mais velho suspirar. — Aí você apareceu e fez isso mudar... vocês dois definitivamente ficarão juntos até o resto de suas vidas. E com isso, é obvio que aceitam, mas...

Todos olharam para o lado, observando Luna levantando-se enquanto segurava a mão de Mana, que levava uma pequena almofadinha. Assim vocês pegaram as alianças, mas dando um abraço nas duas ao elas te olharem com brilho nos olhos.

— Troquem as alianças... - com isso, se encararam com o maior sorriso que já viram em si, deslizando os anéis no anelares. — Assim.... - Draken disse lentamente, vendo os dois ansiosos para que ele falasse as últimas palavras. — Os declaro casados! - pronunciou alto, fazendo com que todos se levantassem e batessem palmas e assobios altos. — Takashi, pode beijar sua esposa.

Ele segurou firme na suas mãos, e você logo abraçou o pescoço dele ao se aproximar, assim Mitsuya selou seus lábios depois de repousar a destra em sua bochecha. Inclinando seu corpo um pouco para trás, tendo a canhota na sua lateral do corpo, sorrindo contra tua boca, ouvindo mais gritos e o rugir dos motores das motos presente.

E depois de voltarem a postura correta, você afundou suas mãos em seus cabelos, o puxando pra mais perto de si, beijando-o de forma tão apaixonada. Ao se afastarem devagar, ele encostou suas testas e soltou uma risada melodiosa, a qual fez você ficar ainda mais feliz.

— Eu sei que ainda temos muito pela frente, e que muita coisa ainda vai acontecer.

Mitsuya começou, dizendo apenas para vocês. Deslizando o polegar no seu pescoço ao olhar profundamente seus olhos.

— Mas eu não ligo pra isso, pois eu sei que sempre no final do dia, ou ao amanhecer, eu vou amar cada dia a mais você. E eu nunca que iria imaginar conseguir amar alguém tão intensamente e tão rápido, como foi com você.

— Eu amo você. - expressou, molhando seus lábios e os comprimindo.

Apenas de olhar os olhos dele, sabia que não se era preciso a resposta recíproca dele, pois à visualizar a forma que ele te olhava, já era nítido o quanto ele te amava.

— Eu também amo você.

Os anos seguintes com Takashi, foram incríveis. Vocês fizeram uma viajam para London, e lá foram em quase tudo que a cidade tinha à oferecer, e depois de um tempo voltaram para onde passariam juntos, provavelmente para sempre.

E essa era uma das coisas que mais amava em ficar com ele. O sentimento que tudo era possível, que tudo duraria para sempre, e sem contar nos enormes planos que tinham.

Moravam em uma casa moderna perto do centro de Paris, não era uma casa enorme, mas o suficiente pra três pessoas.

Cada vez que conheciam algo novo da cidade, ficavam encantados. Você tinha seu próprio curso de fotografia, e alunos incríveis que faziam questão de ir em todas suas aulas. Já Mitsuya, tinha três boutiques muito bem localizadas e eram todas bastante conhecidas por todos, sem contar que seu sucesso crescia cada vez mais com o passar do tempo.

No momento você estava andando em direção à área na parte de trás da casa, carregando uma caneca de café e um livro na outra mão. Se aproximando da porta, já ouvindo uma risada mais nova e melodiosa, sorrindo fraco ao ver os dois juntos. Tendo Olívia pintando com os lápis de cor em um caderno de desenhos, e Takashi atrás dela penteando seu cabelo.

— O quê você está pintando agora? - ele perguntou, olhando por cima de sua cabeça.

— Joaninha. - disse animada, se virando e amostrando a folha. Dobrando o rosto em sua direção e abrindo um sorriso enorme. — Mãe! - a mesma foi correndo em sua direção, te fazendo se curvar um pouco para a beijar na testa. — Olha o vestido que o papai fez pra mim.

— Eu estou vendo. Sabia que ele já fez um vestido pra mim nessa cor também? - colocou sua mão na boca, em forma como se estivesse contando um segredo. Notando o brilho nos olhos da baixa se aumentar, e o rapaz ficar lhes encarando desde o começo. — Se lembra? - falou, pegando na mão pequena e se sentando ao lado dele.

— Como eu iria esquecer disso...? Foi incrível.

— Pai, um dia vou querer um igual o da mamãe.

— Só se me der um abraço. - Mitsuya tombou a cabeça pro lado abrindo os braços. Mas ficando com a expressão chocada, ao ver a mais nova ir até ele com o rosto cansado. — Sendo assim, não vai ter mais vestido nenhum mocinha.

Ele a puxou para seus braços, começando a fazer cócegas e a abraçando forte em seguida. Logo depois, a soltando e dando um selar demorado em sua bochecha.

Olívia tinha exatos seis anos, aparentando ter desde a ponta dos pés até o ultimo fio de cabelo semelhante à Mitsuya, apenas os olhos que tinha as mesmas cores que o seu, não deixando de lado a personalidade forte que a mesma tinha. Não importava o dia em que chegavam cansados do trabalho, ela fazia questão de ir correndo pro guarda-roupa e colocar um dos delicados vestidos que o pai fazia.

Começando a escurecer você foi dar banho na pequena, e ao acabar caminhou até seu quarto, gritando Takashi que estava na sala vendo algo na TV.

Não demorando para chegar na porta, sentando na beira da cama junto com você, e ambos se despediram dela pra dormir. Fazendo ele soltar uma risada nasal ao apreciar, Olívia segurar firme o pequeno urso que à anos atrás Mitsuya tinha feito para suas irmãs, quê depois da menina nascer deram à ela.

Você o puxou pela mão, desligando a luz e saindo do cômodo, posteriormente indo ao quarto de vocês e se espreguiçando por já estar com requisitos de sono.

Se acomodando na cama e ele fez o mesmo que você, passando o braço por sua cintura, afundando o rosto em seu pescoço, sorrindo mínimo enquanto o trouxe para mais próximo de si.

Definitivamente, sua vida era do jeito que queria. Se sentia a pessoa mais feliz do mundo em todo despertar.

Até amanhã, querida. - disse, dando um selar fraco no seu ombro.

Até.

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