#004

Não menti quando disse que precisava espantar meus demônios, precisava mesmo, e para isso resolvi ocupar minha mente arrumando o chiqueiro que estava a minha casa. Aquele ambiente do jeito que estava me fazia mais mal ainda. Comecei arrumando a sala e a cozinha, limpei meu quarto, juntei algumas coisas velhas para doar a algum órgão de caridade. Dei uma pausa na faxina perto da hora do almoço e preparei uma lasanha instantânea, daquelas que a gente faz no micro-ondas, era a única coisa que tinha pra comer, precisava fazer compras que não fosse uma garrafa de Tequila, Vodka ou Gin na loja de conivência da esquina. 

Depois do almoço fui limpar o quintal, havia várias dúzias de garrafas lá, catei todas e coloquei em um saco de lixo e joguei fora. Passei o aparador de grama, quando terminei tudo parecia novinho em folha. Limpei o corredor dos quartos, que no total eram seis, não tive coragem de limpar o deles e o dela, me contentei em limpar o meu e os três que sobravam. Quando fui trancar os quartos deles e dela senti tudo voltar, mas não podia ter uma recaída. Corri até a cozinha e tomei o calmante de comprimido, subi para meu quarto e abri a minigeladeira onde ficava as insulinas do tratamento que deveria estar fazendo. Preparei a insulina e apliquei no meu braço, ela é de ação rápida então não demorou muita pra sentir meu coração acalmar as batidas e a minha respiração se normalizar. Senti um sono vir e então me deitei.

[...]

Os calmantes me fizeram capotar, quando acordei já era noite, umas 6:00p.m. pra ser mais exata. Fui pra janela e me sentei nela, o astro branco luminoso estava bem na minha frente, sua luz adentrava todo o cômodo. Eu não sei porque, mas de alguma forma eu encontrava um conforto quando converso com a Lua.

Any: "Sei que pode ser estupidez minha, mas o que custa tentar... Queria te pedir algo... Eu queria alguém para me ajudar, alguém pra cuidar de mim. Que me ajudasse a superar toda essa fase horrível. Alguém que me dê apoio, coragem, carinho... Alguém que me dê... Amor!" (A/U: sou péssima em fazer algo meio dramático, sorry.) 

Algumas lágrimas escorriam pelo meu rosto, respirei fundo, me levantei me direcionando a cômoda perto da cama e peguei meu celular, entrando nas mensagens do contato que eu não falava fazia tempo, mas não conseguia, não agora, precisava de tempo para conseguir falar com ela, provavelmente devia estar viajando o mundo e fazendo dezenas de acampamentos de meditação, ao contrário de mim, ela resolveu lidar com a situação da forma mais saudável possível, começou a viver da providencia e doações e se jogou no mundo budista da paz e aceitação. Desligo o celular e me deito novamente, eu iria aceitar e seguir em frente, mas aos poucos.  

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OBS: Queria deixar claro que eu não faço ideia de como funciona o budismo, mas o que eu quis dizer era que essa tal personagem vive nessa vibe mais hippie e tals. Enfim acho que vocês entenderam.

XOXO, Little B 🐝💖 


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