09. O espaço vazio.



3 de Junho, 2006

Ashlyn respirou fundo, batucando os próprios dedos na cintura enquanto andava de um lado para o outro na grande sala de estar, resmungando de maneira desconexa. O sol mal havia nascido quando ela se levantou para começar o dia, totalmente frustrada após revirar na cama a noite inteira. O monólogo de Edward no dia anterior não saía de sua cabeça, e o nome dele não parou de ecoar um segundo sequer.

Seu subconsciente, agora completamente desconectado do restante de si, não parecia disposto a lhe dar um único segundo de paz e, de maneira bastante irritante, Jacob ocupou cada um de seus pensamentos.

— Argh! — Ashlyn grunhe com frustração, agarrando uma almofada do sofá e arremessando na direção da parede, errando por apenas alguns centímetros a cabeça de Emmett que acabara de entrar no cômodo.

— Opa. — Ele congela no mesmo lugar, as mãos estendidas passivamente. — Calma aí, eu vim em paz.

Bufando, Ash se deixa cair deitada no sofá, os braços largados de maneira desleixada e a cabeça pendendo na borda do assento.

— Por que nada nunca pode ser fácil pra mim? — Ela choraminga, os olhos ardendo enquanto fita o lustre de cristais cintilando no teto. — Eu sei que a vida não é um morango e tudo mais, mas... porra, isso não é meio exagerado? — Ash não tem certeza se está falando consigo mesma, com Emmett, ou com qualquer divindade que possa estar ouvindo, ela apenas joga para o universo, sem realmente esperar uma resposta.

— Edward te disse alguma coisa? — Emmett pergunta, se aproximando da figura melancólica de sua irmãzinha, esparramada em um sofá caríssimo como se fosse uma boneca de pano. — Se ele te fez alguma coisa, Ash, eu juro que vou...

— Ele não fez. — Ela murmura a contragosto. — Por mais que eu fosse gostar de ver você chutando a bunda dele, não posso deixar isso acontecer sem um bom motivo.

Emmett sorri lascivamente se sentando aos pés de Ash na outra ponta do sofá.

— Eu posso inventar um. — Ele sugere.

Ash considera por um momento, e então balança a cabeça em negação.

— Desnecessário, por enquanto.

Bufando de desapontamento, Emmett puxa os pés da irmã para seu colo e começa a brincar com sua meias.

— E então, se não ele, quem eu preciso chutar até o esquecimento?

Era uma boa pergunta essa e, se o esquecimento fosse literal, Ashlyn até se ofereceria para ser chutada. Deus sabe que ela daria qualquer coisa pra esquecer os últimos meses de sua imortalidade.

— Em, você já imaginou como seria sua vida se nunca tivesse saído pra caçar naquele dia? — Ela pergunta, percebendo pela expressão no rosto do irmão que o pegou de surpresa.

— Honestamente, não. — Ele responde. — Eu não consigo sequer cogitar uma vida sem a Rose, e se eu não tivesse me enfiado naquela floresta, ela jamais teria me encontrado. No final, toda a dor valeu à pena pra ter o amor da minha vida pela eternidade.

Ash engole, as palavras de seu irmão queimando em suas entranhas, tamanha a devoção que ele demonstrava ao falar sobre a esposa. Edward jamais falou dessa forma sobre ela, não como se, sem ela, a existência sequer fosse uma possibilidade, não como se ela fosse seu Sol pessoal.

E Jacob... bem, ele correu dela na primeira oportunidade. Não tem como ser mais claro que isso.

— Ele me despreza. — Ela murmura para si mesma, perdida em seus pensamentos.

— Eu não acho que seja assim, Ash. — Emmett diz carinhosamente. — Você é incrível, é impossível que alguém te despreze, principalmente um homem que já te amou por tanto tempo.

Ash olha para Emmett bruscamente, o rosto franzido em uma expressão estranha.

— O quê?

— O que é o quê? — Emmett franze as sobrancelhas em uma expressão idêntica.

— De quem raios você está falando?

— Do Edward? — Ele responde, confuso. — De quem você está falando?

— Jacob, é claro.

— Que Jacob?

Ash bufa, agarrando a almofada sob sua cabeça e acertando com força o rosto de Emmett.

— Vamos lá, seu idiota, você não é tão lerdo assim. — Ela debocha, desviando os olhos para longe. — Eu sei que vocês todos já desconfiam. 

Emmett sorri suavemente, aprofundando as covinhas de suas bochechas.

— Estávamos esperando até você estivesse pronta pra falar sobre isso.

— Estou pronta pra admitir, mas ainda não quero falar sobre isso. — Ela comenta, o nariz franzido em desgosto.

— Ah, vamos lá Ash, fale comigo. — Ele diz tranquilamente. — Deixa seu irmão
mais velho te ajudar.

— Jasper é o mais velho. — Ash retruca petulantemente.

Emmett joga a almofada de volta em seu rosto.

— Sabe que esse lance de vadia má não cola comigo. — Ele argumenta com um sorriso convencido. — Sei que precisa desabafar, então pode ir falando.

— Eu não consigo. — Admite, a voz tão silenciosa quanto um sussurro. — Sinto como se eu vá me afogar nessas palavras no segundo que as disser. — Ela respira fundo desnecessariamente, apenas torcendo para que o oxigênio acalme seus nervos. — Eu estou com medo, Em. — Sua confissão vem junto de uma voz embargada, lágrimas indesejadas brotando nos cantos de seus olhos. — Eu mal juntei todos os pedaços do meu coração pra que ele possa ser quebrado outra vez.

Antes mesmo que ela possa se preparar para isso, Emmett agarra seus pulsos e a puxa para si, abraçando-a contra o peito e embalando sua cabeça delicadamente, os dedos emaranhados em seu cabelo enquanto ele sussurra em sua têmpora:

— Eu sinto tanto, todos os dias, por não ter conseguido te proteger disso. — Ash funga, desmanchando nos braços de seu irmão e chorando silenciosamente enquanto ele a conforta. — Sabe que eu lutaria com qualquer um, com um exército inteiro, uma legião de sobrenaturais e humanos, só pra defender você. Mas nem eu, com toda a minha força, ou você, com toda sua vontade, podemos impedir o destino, Ash. — Suavemente, ele beija sua testa e se afasta apenas o suficiente para olhá-la nos olhos, o azul topázio parecendo opaco mesmo banhado de lágrimas. — Se me disser que quer ir embora, passar o resto da existência fugindo do destino, eu vou entender, faço minhas malas e as de Rose agora mesmo pra que possamos fugir com você. Mas como seu irmão, amando da forma como eu te amo, sou obrigado a dizer que essa será a maior estupidez que você fará na vida.

Ash bufa silenciosamente.

— Só porque vocês são completos e felizes com seus companheiros, não significa que isso se aplique a todos os outros. — Ela argumenta teimosamente.

— E como tem certeza que isso não se aplica a vocês? — Emmett, tão teimoso quanto, retruca.

— Somos inimigos naturais, Em. — Ash justifica, irritando-se com o olhar incrédulo no rosto do irmão. — Fomos feitos pra nos odiar, cada aspecto em nós foi feito pra repelir o outro. Não é a primeira vez que esbarramos na espécie dele e você sabe perfeitamente o quanto desprezamos uns aos outros.

— E mesmo assim, você anseia por ele.

Esse, Ashlyn pensa, foi um tremendo tapa na cara.

Porque era verdade, indubitavelmente, que quanto mais ela lutava contra, quanto mais evitava sequer pensar sobre, Jacob parecia ter sido gravado em sua alma com ferro em brasa, os cantos mais profundo e desconhecidos de sua mente ecoando o nome dele como um cântico de adoração, seu corpo enfraquecendo, mais e mais a cada dia, com a distância que eles impuseram entre si, como um aviso do que a aguardava se ela continuasse fugindo.

— Olhe nos meus olhos e diga, Ash, que você o despreza e repudia sua existência. — Emmett a desafia, e ela está prestes a dizer essas exatas palavras com toda a petulância que lhe é possível, mas não consegue. — Se me disser que quer ir agora mesmo para o mais longe possível dele, eu mesmo a levarei. — Ela não pode dizer, não é capaz. Sua garganta queima com a frase que se forma em sua mente, e seu corpo estremece com a mera ideia de dizer algo tão horrível sobre Jacob.

Ela não pode.

Seus ombros caem em derrota, e o olhar em seu rosto parece profundamente assombrado com a realização que a atinge repentinamente:

— Eu não quero fugir. — E sua voz soa tão assustada quanto ela de fato está. — Nao consigo.

Emmett sorri carinhosamente, mas também parecendo orgulhoso de si mesmo, e segura as mãos de Ash entre as suas.

— Eu sei.

— O que eu faço?

— Não tenho ideia.

Alguns segundos de silêncio depois, os dois irmãos começam a rir, a tensão abandonando o corpo de Ashlyn em cascatas conforme ela se diverte com sua própria tragédia. Ela não sabia o que fazer à partir dali, não tinha a menor noção de como as coisas estavam destinadas a acontecer entre ela e Jacob, sequer sabia se haveria algo.

Sua única certeza era que não poderia continuar se escondendo.





Ashlyn dá dois toques suaves na madeira da porta entreaberta, mesmo tendo a certeza de que Edward já sabia que ela estava ali, e esperou desconcertada no corredor. Mesmo quando ele abriu o restante da porta e ficou ali, parado a menos de um metro de distância, Ash olhou apenas para o espaço em branco na parede á sua frente, cruzando os braços defensivamente enquanto coçava a garganta.

Ela odiou ter que recorrer à ajuda dele, mas à esse ponto era sua única opção.

— Não me obrigue a pedir. — É tudo o que ela consegue dizer.

— Nunca faria isso. — Edward afirma, olhando-a persistentemente enquanto ela ainda se recusa a reconhecer sua presença. — Bella vai pedir a Jacob pra olhar a casa essa tarde, talvez ele encontre algo sobre o nômade que deixamos passar. — Explica, ignorando a forma como Ashlyn se mexe desconfortavelmente à menção do garoto quileute. — Sei que não é o cenário ideal, mas é uma oportunidade de você conseguir falar com ele.

Ashlyn acena, erguendo momentaneamente os olhos para fitar Edward, nada além de indiferença reluzindo em seu rosto.

— Não deixe ele saber que eu estarei lá. — Ela não tinha dúvidas que ele evitaria ao máximo se soubesse que tem o risco de encontrá-la.

— Não vou. — Edward garante com convicção em sua voz.

Outra vez, ela apenas assente rápida e duramente, antes de desaparecer do corredor como uma lufada de ar fresco, Edward ainda ouvindo seus passos quase silenciosos enquanto ela sobe para o próprio quarto. Ele não tem a inocência de pensar que uma único boa ação consertava as coisas entre eles, nem mesmo tem a audácia de acreditar que está afazendo qualquer tipo de favor à ela.

Ashlyn abriu mão de muita coisa pra que ele pudesse ficar com Bella, e agora Edward sente que tem uma dívida eterna com ela.





Ashlyn se inclina para trás contra a porta de seu carro — porque ela se recusava a viajar junto de seu ex —, os braços cruzados e uma expressão entediada no rosto enquanto vê Edward sair de seu próprio carro e caminhar até a porta da casa da garota Swan. O tempo nublado acima deles não melhora em nada seu senso de humor, e ela se sente um pouco mais ansiosa a cada segundo.

Não era só um cenário ruim, como Edward fez questão de nomear, era o pior deles. Ela não queria surpreendê-lo com sua presença indesejada, muito menos ali, na casa de Isabella, a atual de seu ex-marido, e pior ainda sabendo que Edward estaria por perto, capaz de ouvir cada palavra e até mesmo seus pensamentos.

Deus, esse deveria ser seu pior pesadelo.

E, no entanto, ela não desistiu da ideia, por mais terrível que soasse, porque sabia que não teriam outras, ou na verdade nenhuma, oportunidade de falar com Jacob, de ouvir seu lado. Ela só precisava saber, se ele a odiava ou se estava disposto a olhar além de seu vampirismo. Seja lá o que for, Ash tinha que saber.

Distraindo-a de seus pensamentos, ela escuta a voz de Isabella:

O que ela faz aqui? — Sussurrou a humana para Edward assim que viu Ashlyn na calçada, encostada casualmente em um carro colecionável de aparência bem-cuidada.

Ash, achando graça no fato de que Isabella pensava que ela não seria capaz de escutar seus sussurros, fez questão de retribuir seu olhar com um meio-sorriso ácido e um aceno de dedos descontraído. O rubor no rosto da garota poderia ter sido visto a quilômetros de distância, ela parecia constrangida quando olhou de volta para Edward.

— Ela se ofereceu pra ajudar com o nômade. — Edward mente, fazendo com que os olhos de Ashlyn quase rolem para fora do crânio. — Talvez ela veja algo que não tenhamos visto.

Desculpinha meio chocha, ela pensa com um sorrisinho sarcasmo, torcendo para que Edward tenha escutado.

— Como o quê?

Vai, responde essa agora, zomba Ash em óbvia provocação.

Edward olha momentaneamente sobre o ombro, apenas para lançar em Ashlyn um olhar irritado que não faz nada além de aumentar a diversão dela. Se tinha uma coisa que poderia distraí-la de sua própria situação decadente, era com certeza ver a desgraça de seu ex-marido.

Escolhendo ignorá-la, Edward olha de volta para a humana.

— Ela pode dar uma olhada?

Isabella olha profundamente para Edward, no fundo de seus olhos, parecendo procurar algo ali, e quando finalmente encontra ela acena com a cabeça em confirmação. Mesmo de constas para si, Ash pode saber o momento exato em que ele sorri para a garota.

Ashlyn troca o peso das pernas, repentinamente desconfortável, sentindo-se uma intrusa. Ela empurra esse sentimento o mais fundo possível quando se afasta do carro e começa a andar pelo caminho de concreto até a varanda da casa.

— Você precisa convidá-la a entrar, Bella. — Edward menciona, recebendo um olhar de estranheza da garota, que parece bastante confusa com a informação. Percebendo que ele não vai elaborar, ela não questiona nada por enquanto, e se vira na direção de Ashlyn.

Bella queria parecer corajosa e confiante, mesmo porque estava diante da mulher com quem Edward foi casado por grande parte de sua imortalidade, ela não queria transparecer o quanto a presença de Ashlyn afetava algumas de suas inseguranças. Mas quando a vampira parou diante de si, sobrepondo-se acima dela em bons vinte centímetros, sua estrutura esbelta e de postura impecável assemelhando-se a uma escultura de museu, Bella não quis nada além de se encolher.

E, ainda assim, ela apenas murmurou o mais nitidamente que foi capaz:

— Você pode entrar. — Recuando em direção à porta, ela abre espaço para que Ashlyn possa passar, o que a vampira faz logo depois de sorrir predatoriamente.

— Precisa ter mais cuidado com quem você convida pra sua própria casa, Swan. — Ela provoca, sua voz soando quase ameaçadora por baixo da zombaria.

Bella engole, ao mesmo tempo em que Edward a abraça por trás e descansa o queixo no topo de sua cabeça.

— Nao dê ouvidos, ela gosta de mexer com todos.

— Mas ainda é um aviso justo. — Ashlyn grunhe sob a respiração enquanto caminha calmamente ao redor da sala.

Honestamente, era de se surpreender que, com toda a superproteção, Edward tenha dito tão pouco a Isabella sobre a raça de vampiros a qual Ashlyn pertencia, os noturnos, que diferente dos frios realmente queimavam ao sol, precisando de um feitiço específico que os permitiria caminhar sob a luz solar. Os frios são mais fáceis de identificar, mas os noturnos se misturam mais facilmente na multidão, podendo representar um perigo ainda maior para alguém tão... humano quanto Isabella.

Francamente, Edward, Ashlyn cantarola em pensamentos, que tipo de namorado é você?

— O cheiro é mais forte no quarto da Bella. — Ele diz de repente, e Ash olha em sua direção no mesmo instante, o rosto duro e um olhar fulminante. — Segunda porta à esquerda, pode subir.

Ashlyn poderia jogar seu próprio sapato na cabeça dele nesse momento, os dois sabem muito bem disso, tanto quanto sabem que ele só disse isso em resposta à suas provocações mentais. Mas porque ele inventou essa farsa de que ela estava ali pra ajudar, Ash não pôde ceder ao seu impulso violento de agredi-lo fisicamente.

Vai ter volta, ela o deixou saber antes de girar nos calcanhares e subir rapidamente as escadas sem dizer mais nada.

O quarto de Isabella tinha o cheiro de Edward por toda parte, mas principalmente concentrado na cama, móvel esse que Ash evitou ao máximo se aproximar. Ao invés disso ela andou pelo cômodo e se concentrou no cheiro peculiar que se assemelhava àquele que encontrou na floresta um tempo antes, almiscarado e selvagem, o fedor do nômade estava presente em alguns lugares específicos, uma estante com livros e fotografias, um artesanato pendurado na cabeceira de Isabella, e na cadeira junto de sua escrivaninha.

Ali é onde deveria estar sua camiseta que desapareceu, uma peça de roupa que, como o restante do cômodo, deveria estar carregada com o cheiro da humana.

— Eu não quero ser a pessoa que vai te dar essa má notícia, mas acho que nosso visitante não levou um souvenir. — Ashlyn fala, certa de que Edward a estava ouvindo. — Ele pretende voltar, e você sabe o que ele vai buscar, não sabe?

Edward não responde, mas ele não precisa, Ashlyn tem certeza de que nada do que disse é novidade pra ele, que cada possibilidade já percorreu sua mente paranóica. Afinal, ela o conhece bem.

Jacob! — É a saudação alegre de Isabella que corta sua linha de raciocínio, e ela não resiste a se aproximar hesitantemente da janela e afastar a cortina alguns poucos centímetros, observando a figura do homem que se aproxima pelo jardim. É a primeira vez que ela o vê em sua forma humana, e só pode descrever sua aparência como inacreditável.

Na falta de adjetivos, Jacob é enorme, alguns bons centímetros mais alto que Emmett e aparentemente mais tonificado que o mesmo, sua forma física é perfeitamente proporcional à sua altura, mas ainda impressionante. Sua pele escura e avermelhada é provavelmente o tom de castanho mais bonito que Ashlyn já viu, e seu cabelo curto é tão preto e brilhante quanto as asas de um corvo. Ele tem uma beleza sombria e ameaçadora que faria a pessoa mais composta tremer nos joelhos.

Droga, Ashlyn pragueja para si mesma, se afastando da janela segundos antes de Jacob olhar naquela mesma direção, seu rosto franzindo em estranheza com a ondulação da cortina.

Sentindo que precisa se recompor após o que viu, ela se inclina contra a escrivaninha de Isabella, sentando-se na borda e se agarrando a madeira com toda a delicadeza possível, apenas para manter suas mãos firmes. Ela decide não respirar fundo, com medo dos cheiros que vai sentir no momento em que o fizer, e também decide não escutar as conversas no andar de baixo.

Seu coração começa a pular conforme ela conta mentalmente: 1, 2, 3, 4... 56, 57. Quase um minutos inteiro se passa até que ela escute os passos pesados subindo as escadas. Agora era impossível voltar atrás.

Aqui vai nada, ela pensa no segundo em que a porta do quarto se abre. 






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