vuit ➤ derrota
☆彡彡 νσтєм є ¢σмєηтємミミ☆
O jogo contra o Real Madrid, o tão esperado El Clásico, tinha tudo para ser uma chance de redenção, de mostrar ao mundo o quanto nós, jovens jogadores do Barcelona, estávamos prontos para honrar a camisa e fazer história no Camp Nou. Sabíamos da pressão, do peso de um clássico, mas também tínhamos confiança. Estávamos em nossa casa, e isso devia contar a nosso favor. Eu tinha essa chama de vitória queimando no peito, um orgulho que só cresce ao vestir essa camisa. Para um jovem como eu, cada El Clásico era a chance de fazer meu nome.
O estádio estava lotado. Torcedores eufóricos, bandeiras do Barça tremulando por toda parte. A energia do Camp Nou era indescritível. Quando o juiz apitou o início da partida, senti aquele arrepio subindo pela espinha, a adrenalina a mil. Eu sabia que, uma vez dentro do campo, era só questão de manter a calma, usar o instinto, a técnica, o que me trouxe até aqui. Mas assim que a bola começou a rolar, percebemos que o Real Madrid tinha vindo com tudo. Pareciam famintos, determinados a impor seu jogo desde o começo, e, antes que pudéssemos nos posicionar bem, Vinícius Jr. já estava criando perigo na nossa área.
Aos 20 minutos, Vinícius passou pela nossa defesa com uma velocidade que me deixou atônito. Ele driblou nossos zagueiros com uma leveza que parecia até insultante, e, de repente, lá estava a bola estufando a rede. O estádio ficou em silêncio por um segundo, como se ninguém quisesse acreditar que tínhamos saído atrás tão cedo. Eu mordi o lábio, tentando sufocar o nervosismo que começava a me incomodar. Não era hora de perder o controle.
Olhei para meus companheiros, e cada um parecia sentir a mesma frustração, mas também a necessidade de reagir. Xavi, do banco, estava visivelmente inquieto, gritando instruções para que reorganizássemos a defesa e pressionássemos mais o meio-campo. Ele sabia que não podíamos deixar o Real dominar o jogo tão facilmente.
Pouco tempo depois, conseguimos uma boa sequência de passes. Pedri, com aquele toque preciso, encontrou Gavi bem posicionado na área. Ele não pensou duas vezes e chutou firme, sem chances para o goleiro. A bola balançou a rede, e o Camp Nou explodiu. Eu gritei junto, me sentindo parte daquela energia incrível. Esse era o Barça que eu conhecia, o time que lutava até o fim.
Mas o Real Madrid estava determinado a não ceder. O segundo tempo começou com eles pressionando novamente, e Benzema, com sua frieza de veterano, conseguiu nos surpreender mais uma vez. Em uma jogada rápida, ele finalizou de forma impecável, e, mais uma vez, nos vimos atrás no placar. A frustração estava evidente no rosto de cada um dos meus companheiros. Eu respirava fundo, tentando manter a calma, mas sentia meu sangue fervendo. Não aceitava a ideia de perder para eles, ainda mais dentro de casa.
Aos 70 minutos, conseguimos empatar novamente com Lewandowski, que aproveitou uma jogada ensaiada para marcar. Era a nossa chance de virar o jogo, de tomar o controle e acabar com essa instabilidade. Mas a experiência do Real Madrid acabou pesando. No finalzinho, Vinícius apareceu de novo. Ele recebeu um passe preciso, e, em questão de segundos, a bola estava de novo dentro da nossa rede. O golpe final. 3x2 para eles, e o Camp Nou mergulhou em um silêncio que quase doía nos ouvidos.
Assim que o apito final soou, me senti exausto. Não era apenas cansaço físico; era algo mais profundo, uma sensação de fracasso. O Camp Nou, que antes vibrava com cada jogada, agora parecia vazio, como se todo o apoio tivesse sido drenado da arquibancada. Andei em direção ao vestiário com a cabeça baixa, tentando processar o que acabara de acontecer. Essa derrota... ela tinha um gosto amargo, difícil de engolir.
Quando entramos no vestiário, o clima era sombrio. Alguns jogadores trocavam olhares, outros permaneciam em silêncio, com expressões desanimadas. Xavi estava lá, parado, observando cada um de nós com um olhar que misturava frustração e cansaço. Ele suspirou antes de falar, tentando encontrar as palavras certas.
- Vocês lutaram, - ele começou, a voz firme, mas carregada de decepção. - Mas precisamos fazer mais. Precisamos entender que um El Clásico não perdoa erros.
Suas palavras ficaram ecoando na minha cabeça. Eu odiava perder, e odiava ainda mais decepcionar quem confiava em mim.
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No dia seguinte, acordei com a cabeça ainda cheia de pensamentos sobre o jogo. Não consegui dormir bem, revivendo cada erro, cada oportunidade perdida. Senti uma mistura de raiva e decepção comigo mesmo, e precisava de uma distração. Peguei o celular e, como qualquer outra pessoa, fui direto para as notícias. Queria ver as análises, o que a mídia estava dizendo sobre a partida, talvez encontrar algum consolo.
E foi aí que me deparei com a manchete que mudaria tudo: "Barcelona abre conversas com Hansi Flick após derrota no Clásico."
Eu encarei a tela, sem conseguir acreditar no que estava lendo. Hansi Flick? O treinador da Alemanha? E o pior: pai de Leonie. Minha mente começou a girar em círculos, e uma sensação de pânico tomou conta de mim. Hansi Flick... se ele realmente viesse para o Barcelona, isso significaria estar ainda mais próximo de Leonie, aquela garota que vinha me assombrando há tanto tempo com suas mensagens e cartas. Ela aparecia em todos os jogos, como uma sombra constante, uma presença que eu tentava ignorar, mas que se recusava a desaparecer.
Passei a mão no rosto, tentando processar tudo aquilo. Era muita coisa para absorver em tão pouco tempo. Eu já estava lidando com a pressão de um El Clásico perdido, a demissão de Xavi era iminente, e agora essa possibilidade de ter Hansi Flick como treinador...
- Isso só pode ser uma piada, - murmurei para mim mesmo, sentindo um nó na garganta. Era como se o destino estivesse brincando comigo, me colocando exatamente onde eu não queria estar.
Meus pensamentos voltaram para Leonie. Ela estava sempre lá, em todos os jogos, sempre me enviando mensagens. E agora, com a possibilidade de Hansi Flick assumir o Barcelona, ela estaria ainda mais presente. Talvez fosse hora de enfrentar essa situação de uma vez por todas, mas como? Eu não queria parecer fraco, não queria admitir que algo assim estava me afetando.
Eu estava preso em um dilema.
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