vint ➤ química
☆彡彡 νσтєм є ¢σмєηтємミミ☆
Eu nunca fui do tipo que se apega rápido, ou que acredita em coisas como "química" instantânea. Mas tudo no futebol parece ter uma lógica própria. A cada novo jogo, as peças vão se encaixando, cada passe, cada gol, cada movimento começa a fazer sentido de maneira que eu não sabia que poderia acontecer. No campo, as jogadas se tornam uma extensão de mim, e tudo parece claro, até quando não está. Mas fora dele, nada era tão fácil. Até agora.
Hansi Flick chegou ao Barcelona como técnico, e, por mais que o clube estivesse passando por turbulências, a chegada dele trouxe uma aura de mudança. As primeiras semanas foram como um novo ciclo, com ele tentando colocar o time nos eixos. Mas havia algo diferente em Hansi. Ele era rígido, mas também sabia como ser próximo de cada jogador. Sabia onde pressionar, onde aliviar a tensão. E, pessoalmente, sabia que sua chegada poderia mexer com mais do que apenas o time em si.
Leonie... Eu estava começando a perceber que o jeito que ela me olhava não era apenas uma observação superficial. Algo estava acontecendo, e eu não podia negar. Ela não era como as outras pessoas que ficavam ao redor do time, tentando chamar atenção ou demonstrar interesse por ser famosa. Leonie parecia mais distante, mais... reservada, mas não ao ponto de ser indiferente.
Eu a notei no primeiro treino com Hansi. Ela estava lá, como sempre, mas algo em seu olhar havia mudado. Algo estava diferente entre nós, um pequeno fio invisível que se estendia cada vez mais. A princípio, pensei que fosse só minha cabeça, mas, quando ela me olhou durante o treino e sorriu de forma quase imperceptível, algo dentro de mim fez um clique. Isso não era só coincidência. Ela estava me observando, e eu... Eu comecei a perceber que talvez estivesse começando a gostar disso.
Após o treino, encontrei Marc Guiu, meu amigo e companheiro de equipe, ainda suado e com a respiração pesada.
- Hector, você está distraído, cara. O que está pegando? - ele perguntou, sem parar de se alongar.
Eu sabia que ele me conhecia bem o suficiente para perceber que algo estava acontecendo. Era difícil esconder, afinal, quem mais no time poderia ver isso? Eu e Leonie nunca tivemos uma conversa de fato. Mas as trocas de olhares, os pequenos gestos, começaram a se tornar mais do que eu conseguia controlar. Eu estava começando a gostar dela, sem saber o que fazer com esse sentimento.
- Não é nada, só estou cansado - respondi de forma vaga, dando um sorriso nervoso. Não queria falar sobre isso com Marc, não agora.
- Não é nada, hein? - ele riu, ainda com aquela expressão de quem já sabia mais do que eu queria admitir. - Você sabe que se precisar conversar, eu estou aqui, né?
Eu assenti, mas sabia que ele tinha razão. Algo estava me incomodando, e era impossível ignorar o que estava acontecendo. Eu me sentia atraído por Leonie, mas, ao mesmo tempo, não sabia o que ela queria. Será que ela sentia o mesmo? Ou estava apenas sendo educada? Não podia arriscar pensar que ela poderia me ver como mais do que um jogador de futebol.
Depois do treino, Hansi reuniu todo o time para uma conversa rápida sobre a próxima partida. Fiquei lá, tentando me concentrar nas palavras de meu novo técnico, mas, no fundo, sabia que minha mente estava em outro lugar. Quando a reunião terminou, o time se dispersou, e eu vi Leonie novamente, agora mais perto, como se a atração que eu sentia por ela estivesse puxando ela para mim, e eu a puxava para o meu mundo.
Ela me olhou por um momento, seus olhos fixos nos meus. Não era como os olhares de antes, mais inocentes ou curiosos. Havia algo mais agora, algo mais... pesado. E não era só minha imaginação. O sorriso dela era suave, mas havia uma centelha ali que me fez esquecer de tudo o que estava ao meu redor. Tudo o que eu conseguia ver era ela.
- Então... - ela começou, a voz baixa, mas firme. - Parece que o time está começando a se entender com o novo técnico, não?
Eu ri, tentando esconder o quanto estava nervoso.
- Acho que sim. Ele tem uma abordagem diferente, mas tem dado certo até agora. - Eu estava respondendo de maneira automática, mas meu foco estava completamente nela.
Ela deu um passo à frente, e eu senti meu coração bater mais rápido. O que ela queria dizer? O que ela estava esperando? Eu não sabia, mas estava começando a acreditar que queria descobrir.
- Isso é bom. Eu vejo a mudança no time... mas, honestamente, parece que ele já entendeu que todos nós temos nosso próprio ritmo, não é? - Ela falou de uma forma que parecia tão segura, como se tivesse uma visão sobre o time que nem eu, que estava dentro dele, conseguia ter.
Eu assenti, sentindo uma conexão crescer mais e mais.
- Eu acho que ele sabe o que está fazendo. Ele entende cada jogador, como se ele soubesse exatamente onde nos pressionar para extrair o melhor de nós.
Leonie olhou para mim, e eu percebi que estava ficando cada vez mais difícil manter a conversa apenas superficial. Algo estava mudando, e eu sabia que não ia conseguir ignorar isso por muito tempo.
- Você tem razão - ela disse, com uma suavidade que me fez querer ouvir mais. - Mas também sei que você tem sua própria forma de jogar. E, às vezes, isso é tudo o que importa.
Havia algo nos olhos dela. Era como se ela estivesse me desafiando, me chamando para algo maior, algo mais do que eu conseguia entender. Uma parte de mim queria perguntar o que ela queria dizer com aquilo, mas eu não sabia se estava pronto para saber.
Então, sem mais palavras, ela se afastou. O silêncio que ficou entre nós foi tão pesado quanto um campo de futebol vazio. Algo estava começando ali, algo que eu não sabia como definir. Mas, para ser sincero, não queria saber. Eu estava pronto para ver até onde aquilo poderia me levar.
Eu ainda não sabia o que Leonie queria de mim, mas uma coisa era clara: ela me fazia sentir algo que eu não sentia há muito tempo. E isso, por si só, era algo que eu precisava entender. O que seria do nosso futuro? Eu não sabia. Mas com ela perto, eu estava mais do que disposto a descobrir.
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