vint-i-un ➤ alguna cosa nova?
☆彡彡 νσтєм є ¢σмєηтємミミ☆
Havia algo no ar. Eu podia sentir. O jeito como ele me olhava de longe, como parecia observar cada movimento meu. E, aos poucos, eu também começava a me perder naqueles olhares. Hector Fort era, sem dúvidas, um dos jogadores mais impressionantes que eu já havia visto. E ele tinha algo, algo que me atraía mais do que eu estava disposta a admitir. Não era só seu talento em campo, mas o jeito como ele parecia esconder seus sentimentos. Como se fosse difícil para ele se abrir, ou talvez até perigoso.
O clima entre nós estava mudando. Ele estava diferente, mais presente, mais atento às minhas palavras. E eu, bom, eu estava completamente perdida. Eu não sabia o que isso significava, mas não podia negar que queria estar mais perto dele. As conversas haviam começado a acontecer cada vez mais. Antes, eram rápidas trocas de palavras sobre o treino, sobre o time, sobre os jogos. Agora, as coisas estavam mudando, e eu não tinha certeza se estava pronta para o que vinha por aí. Mas, de alguma forma, não me importava. Eu queria mais.
Havia um treino pela manhã, mas antes disso, durante o café da manhã, fui surpreendida por uma mensagem dele. Hector havia me mandado uma mensagem no meu celular. Fiquei olhando para a tela por alguns segundos, minha mente tentando processar o que estava acontecendo. Ele nunca tinha sido tão direto comigo antes.
A mensagem dizia:
- Vi você na última partida. Você realmente entende muito de futebol, não é?
Eu fiquei parada por um momento. Como ele sabia? Como ele podia ter reparado em algo assim? Depois de alguns segundos, respirei fundo e escrevi uma resposta.
- Não sou tão boa quanto você, mas me esforço para entender o que está acontecendo. Acompanhei o time do meu pai a vida toda, então, acho que a paixão pelo futebol é algo que vem de berço. E você? O que te faz gostar tanto disso?
A resposta dele foi quase imediata.
- Eu... sempre foi meu sonho. Quando comecei a jogar, percebi que era mais do que uma paixão. É como se fosse algo que me completasse. Eu não sei fazer outra coisa. Só o futebol.
Eu fiquei pensando por alguns segundos. Algo na forma como ele falava sobre o futebol fez com que eu sentisse uma conexão mais forte com ele. Ele parecia genuíno, como se o futebol fosse o único lugar onde ele pudesse ser ele mesmo, sem máscaras.
Fiquei tão envolvida com a conversa que nem percebi que o café da manhã já estava quase terminando. Fui interrompida por Mia, minha melhor amiga, que chegou com uma expressão curiosa no rosto.
- Você está sorrindo enquanto olha para o seu celular... - ela disse com um tom provocador. - Quem está te mandando mensagens tão especiais?
Eu tentei esconder a tela, mas sabia que não adiantaria. Mia me conhecia bem demais.
- Não é nada, Mia. Só... só uma conversa. - respondi, tentando manter a calma, mas meu coração batia mais rápido do que o normal.
Mia levantou uma sobrancelha e me observou com um sorriso travesso. Ela sempre foi assim: sabia quando algo estava acontecendo, mesmo que eu tentasse disfarçar.
- Ah, claro. "Só uma conversa". - Ela fez uma pausa, como se estivesse analisando a situação com um olhar perspicaz. - Não me diga que é o nosso querido Hector Fort? O garoto que você acha misterioso demais, mas que não consegue parar de pensar, hein?
Eu ri nervosamente, sentindo a ponta das minhas orelhas esquentarem. Mia me conhecia bem demais, e às vezes eu me perguntava se ela não sabia de tudo antes mesmo de eu perceber. Mas ao invés de responder diretamente, fingi que não havia nada demais.
- Não sei do que você está falando. - disse, desviando o olhar.
Mia não desistiu. Ela sempre tinha algo a mais para provocar, e eu sabia que ela não pararia até me fazer confessar.
- Está vendo? Você está até corada! Eu sabia que tinha algo acontecendo entre vocês dois. Afinal, quem mais poderia te fazer sorrir assim às 8h da manhã? E quem mais tem essa cara de anjo e esse sorriso encantador? - ela continuou, e eu me senti ficando mais desconfortável a cada palavra.
Eu suspirei, já sabendo que não conseguiria me livrar dessa conversa. Acabei admitindo, mas de forma indireta.
- Não é bem assim, Mia. Só... é que ele começou a me mandar umas mensagens. Nada demais. Só estamos conversando.
Mia ficou em silêncio por um momento, como se estivesse digerindo o que eu acabara de dizer. Finalmente, ela fez um gesto como se estivesse colocando algo em seu lugar.
- Eu sabia. - ela disse, quase com uma satisfação de quem havia resolvido um grande mistério. - Mas você vai ter que ser mais clara comigo, Leonie. Eu não estou vendo a mínima resistência de sua parte quando se trata desse Hector. Acho que até você já percebeu isso.
Eu suspirei, não conseguindo esconder o sorriso que estava se formando. Mia, como sempre, tinha razão. Algo estava mudando. Eu me sentia mais aberta com Hector a cada troca de mensagem, e não podia negar que o que antes parecia uma simples curiosidade estava se tornando algo mais... algo que eu não sabia como lidar.
A conversa com Mia foi interrompida por uma chamada de última hora, e o dia seguiu sem mais eventos, mas a ideia de Hector estava constantemente na minha mente. Mais tarde, à noite, quando fui para o treino, vi Hector de longe, já me preparando para mais uma rotina difícil. Mas, dessa vez, algo estava diferente. Quando ele me viu, seu olhar parecia mais intenso. Não era mais só uma olhada casual, era algo mais profundo. Eu não sabia se ele estava apenas sendo educado ou se havia algo real por trás daquele olhar. Mas uma coisa eu sabia: minha mente não parava de pensar em tudo que estava acontecendo.
A cada treino, as interações entre nós pareciam mais frequentes. Ele começava a se aproximar mais, talvez buscando uma conversa, talvez querendo entender como eu realmente me sentia. Ou talvez, apenas talvez, ele também sentia algo que não conseguia entender.
O treino foi intenso, e logo depois, todos se dirigiram para o vestiário, mas não antes de Hector me alcançar. Ele parou na minha frente e, com um leve sorriso, perguntou:
- Leonie, como você acha que estamos indo? O que achou do treino hoje?
Fiquei um pouco surpresa pela pergunta, mas era o tipo de conversa que eu estava começando a esperar. Ele estava interessado no meu ponto de vista, o que, de alguma forma, me deixava ainda mais fascinada. Então, eu me animei a responder, sabendo que isso poderia ser o começo de algo maior.
- Acho que, no geral, todos estão indo bem. Mas podemos melhorar a nossa coordenação em alguns pontos. - sorri. - Aliás, você estava ótimo hoje.
Ele me olhou nos olhos e pareceu sorrir mais, de um jeito sutil, como se fosse algo difícil de fazer, mas que ele queria. Eu, por minha vez, sentia que cada palavra nossa estava criando uma ligação invisível, algo que começava a se expandir e que não poderia ser facilmente ignorado.
- É bom ouvir isso. - disse ele, e sua voz estava mais suave. - Talvez a gente possa conversar mais sobre isso depois. O que você acha?
Eu não soube responder imediatamente. A ideia de continuar aquela conversa com ele me empolgava mais do que eu queria admitir, mas também me deixava nervosa. Não estava acostumada com esse tipo de troca, especialmente com alguém tão... inacessível. Mas, mesmo assim, algo em mim dizia para não deixar a oportunidade passar.
- Claro. Vamos falar depois. - eu disse, com um sorriso tímido, antes de ele se virar e entrar no vestiário.
Quando ele saiu de vista, fiquei ali, sozinha, pensando no que acabara de acontecer. A química entre nós estava definitivamente crescendo, e eu não tinha ideia do que o futuro nos reservava. O que eu sabia, porém, era que as coisas estavam mudando, e eu não conseguia mais voltar atrás. Eu estava começando a me abrir de um jeito que nunca imaginei ser capaz, e Hector Fort estava no centro disso.
O que seria de mim agora, não sabia. Mas, uma coisa era certa: estava disposta a descobrir.
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