vint-i-tres ➤ diferents
☆彡彡 νσтєм є ¢σмєηтємミミ☆
As coisas nunca estiveram tão confusas, e, ao mesmo tempo, tão claras para mim. Era como se eu estivesse no meio de uma tempestade e tivesse encontrado um raio de luz. Essa luz tinha nome, e era Leonie Flick.
Os últimos dias haviam sido um turbilhão. Desde que admitimos para nós mesmos que havia algo acontecendo entre nós, tudo se tornou intenso. As trocas de olhares no treino, as conversas nos corredores e os pequenos toques que, embora breves, carregavam o peso de algo maior.
Naquela manhã, enquanto me preparava para o treino, minha mente estava longe. Pensei na última vez que conversamos, quando ela disse, quase como uma confissão:
- Você é diferente, Hector. De um jeito que me assusta e me atrai ao mesmo tempo.
Aquelas palavras haviam ficado comigo. Eu sabia que sentir algo por ela era arriscado. Não era apenas por causa do pai dela, mas porque, de alguma forma, Leonie tinha o poder de me desconstruir.
- Hector! - a voz de Marc me tirou dos pensamentos.
Ele entrou no vestiário, com aquela expressão de curiosidade misturada com irritação que só ele conseguia fazer.
- Você está na lua ultimamente. Não vai me dizer o que está acontecendo?
Eu suspirei, tentando ganhar tempo.
- Não é nada, Marc. Só... distrações.
- Distrações têm nome, por acaso? - ele perguntou, arqueando uma sobrancelha.
- Não é o que você está pensando.
- Ah, então tem a ver com a Leonie. - Ele sorriu, como se tivesse acabado de desvendar um segredo.
Não adiantava negar. Marc me conhecia bem demais para eu tentar esconder algo.
- Talvez. - admiti, baixo o suficiente para que só ele ouvisse.
Ele riu, mas não parecia estar me julgando.
- Cara, eu não sei se você é corajoso ou maluco. A garota é filha do Flick, e ele não parece ser do tipo que aprova relacionamentos entre jogadores e família.
- Eu sei disso. - disse, encarando o chão. - Mas não é algo que eu possa controlar.
Marc deu um tapinha no meu ombro, como se quisesse dizer que entendia.
- Boa sorte com isso, então. Você vai precisar.
///
O treino foi intenso, como sempre. Hansi não facilitava, especialmente para mim. Senti que ele estava me observando mais de perto ultimamente, como se desconfiasse de algo.
Quando ele chamou todos para uma reunião após o treino, senti um frio na espinha. Não sabia o que esperar, mas tinha certeza de que não seria algo leve.
- Quero que todos entendam uma coisa. - começou Hansi, sua voz firme ecoando no vestiário. - Este é um time, e eu espero compromisso absoluto de cada um de vocês. Não quero distrações. Não quero egos inflados. Quero trabalho duro e resultados.
Seus olhos passaram por todos, mas, por um breve momento, pousaram em mim. Tentei não desviar o olhar, mas era impossível não sentir o peso daquela mensagem.
- Isso é tudo por hoje. Descansem, porque amanhã será ainda mais difícil.
Enquanto os outros jogadores se dispersavam, fiquei para trás, me demorando em amarrar minhas chuteiras. Não queria cruzar com Hansi, mas parecia inevitável.
- Hector. - sua voz me chamou antes que eu pudesse sair.
Respirei fundo antes de me virar para encará-lo.
- Sim, senhor?
Ele ficou em silêncio por um momento, como se estivesse escolhendo cuidadosamente suas palavras.
- Você tem se saído bem nos treinos, mas preciso que mantenha o foco. Este é um momento crucial para o time, e não podemos nos dar ao luxo de distrações.
- Entendido, senhor. - respondi, tentando parecer o mais profissional possível.
Ele assentiu, mas havia algo em seus olhos que me dizia que ele sabia mais do que estava dizendo.
///
Mais tarde, naquela noite, encontrei Leonie no campo de treino vazio. Ela estava sentada no gramado, olhando para o céu. Me aproximei devagar, como se não quisesse quebrar aquele momento de paz.
- Você sempre escolhe os melhores lugares para pensar. - disse, me sentando ao lado dela.
Ela sorriu, mas não tirou os olhos das estrelas.
- O campo é o único lugar que me faz sentir calma ultimamente.
Ficamos em silêncio por alguns minutos, apenas aproveitando a companhia um do outro. Então, ela finalmente quebrou o silêncio.
- Meu pai falou com você hoje, não foi?
- Sim. Ele me deu um daqueles discursos de foco e comprometimento.
Leonie riu, mas havia um toque de tristeza em sua voz.
- Ele é assim. Sempre foi. Mas não deixe que isso te assuste.
- Não é ele que me assusta. - disse, virando para ela. - É o que sinto por você.
Ela me olhou, surpresa, mas não disse nada. Apenas segurou minha mão, como se quisesse me dizer que entendia.
- Acho que estamos no meio de algo que não sabemos como controlar. - disse ela, finalmente.
- Talvez. Mas não quero fugir disso.
Leonie sorriu, e, naquele momento, percebi que, por mais difícil que fosse, valia a pena lutar por isso.
///
Enquanto caminhávamos de volta ao centro de treinamento, senti que algo estava prestes a mudar. Não sabia o que o futuro nos reservava, mas tinha certeza de que, com Leonie ao meu lado, estava pronto para enfrentar qualquer coisa.
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