vint-i-dos ➤ canvis
☆彡彡 νσтєм є ¢σмєηтємミミ☆
O dia começava como qualquer outro, mas, para mim, havia algo diferente no ar. A presença de Hansi Flick no clube trouxe uma mudança tangível. Não era só o estilo de treino ou as novas táticas - era a presença de Leonie. Tudo parecia girar em torno dela agora, mesmo que eu tentasse evitar.
Cheguei ao centro de treinamento mais cedo, como sempre, buscando um pouco de tranquilidade antes do tumulto dos treinos. Mas, assim que entrei, lá estava ela, sentada em um banco perto do campo, com o cabelo preso de forma desajeitada e um caderno aberto no colo. Parecia estar escrevendo algo, tão concentrada que não percebeu minha chegada.
Pensei em passar direto, mas algo em mim hesitou. Por que não ir até ela? Não sei se foi a curiosidade ou a sensação de que eu precisava entender mais sobre ela, mas antes que pudesse mudar de ideia, já estava caminhando em sua direção.
- Você sempre aparece cedo por aqui. - disse, tentando soar casual, mas minha voz saiu mais séria do que eu queria.
Ela levantou o olhar, surpresa, mas logo abriu um sorriso.
- E você também. Acho que somos dois madrugadores, então.
Sentei no banco ao lado dela, ainda mantendo uma certa distância. Não sabia o que esperar dessa interação, mas algo me dizia que, com Leonie, nunca era previsível.
- O que está escrevendo? - perguntei, apontando para o caderno.
Ela hesitou por um momento, como se estivesse decidindo se deveria me contar ou não. Então, riu de forma descontraída.
- Nada demais. Só algumas ideias aleatórias. Às vezes, gosto de colocar os pensamentos no papel. Ajuda a organizar a mente.
- Faz sentido. - respondi, sem tirar os olhos dela. - Você parece gostar de observar as coisas ao seu redor.
Leonie ergueu as sobrancelhas, um pouco surpresa com meu comentário.
- Não sabia que você reparava nisso.
- Eu reparo mais do que você imagina. - admiti, antes que pudesse pensar no que estava dizendo.
Ela desviou o olhar, um leve rubor surgindo em suas bochechas. Eu me senti estranhamente satisfeito por ter causado essa reação nela, mas, ao mesmo tempo, isso me deixou desconfortável. Não era como se eu soubesse lidar com essas situações.
Antes que a conversa pudesse se aprofundar, ouvi o som de vozes vindo do campo. Marc Guiu e alguns outros jogadores estavam chegando, e eu sabia que era hora de mudar o foco.
- Parece que o treino vai começar. - disse, me levantando. - Vejo você por aí, Leonie.
Ela apenas acenou, mas pude sentir que havia algo não dito no ar entre nós. Algo que estava crescendo, mesmo que nenhum de nós estivesse disposto a admitir.
///
O treino foi intenso. Hansi estava implementando novas ideias, e todos pareciam estar se adaptando bem, exceto por mim. Minha mente estava dividida. Entre as jogadas e a presença de Leonie, minha concentração estava longe de ser ideal.
- Ei, Fort! - a voz de Marc me tirou dos meus pensamentos. Ele se aproximou, suando e com um sorriso cansado. - O que está acontecendo com você hoje? Está errando passes que você normalmente acertaria com os olhos fechados.
- Nada. Só um dia ruim. - respondi, tentando soar convincente.
Marc não parecia convencido, mas não pressionou. Ele sempre soube quando me dar espaço, algo que eu apreciava nele.
- Certo. Só não vai deixar o Flick te pegar desprevenido. Ele não parece do tipo que aceita desculpas. - disse Marc, antes de voltar para o treino.
A tarde passou num piscar de olhos, e, quando o treino finalmente acabou, eu estava exausto, tanto física quanto mentalmente. Enquanto os outros jogadores se dirigiam para o vestiário, fiquei no campo por alguns minutos, olhando para o céu e tentando organizar meus pensamentos.
Foi então que ouvi passos atrás de mim. Não precisei me virar para saber quem era.
- Ainda pensando nas jogadas? - perguntou Leonie, parando ao meu lado.
Olhei para ela e não pude deixar de sorrir.
- Talvez. Ou talvez esteja pensando em como não fui bem hoje.
- Todo mundo tem dias ruins, Hector. Isso não te torna menos incrível no que faz.
Suas palavras me pegaram de surpresa, mas, ao mesmo tempo, foram exatamente o que eu precisava ouvir.
- Obrigado. - disse, sinceramente.
Ficamos ali em silêncio por alguns momentos, apenas olhando para o campo vazio. Era um tipo de paz que eu não sabia que precisava até aquele momento.
Leonie finalmente quebrou o silêncio.
- Você se preocupa demais. Às vezes, só precisa relaxar e deixar as coisas acontecerem.
- É fácil falar. - respondi, rindo. - Mas acho que você está certa.
Ela me deu um sorriso que parecia iluminar tudo ao redor, e, naquele momento, algo em mim mudou. Não sabia o que estava acontecendo entre nós, mas tinha certeza de que não era algo que eu pudesse ignorar.
///
Quando voltei para casa naquela noite, deitei na cama e fiquei olhando para o teto. As palavras de Leonie ecoavam na minha mente, e pela primeira vez em muito tempo, senti que havia algo mais importante do que o futebol.
Mas isso também era assustador. Porque, se havia algo que eu sempre soube, era que as coisas boas nunca vinham sem um preço.
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