vint-i-cinc ➤ campions
☆彡彡 νσтєм є ¢σмєηтєм ミミ☆
O último jogo da temporada chegou como uma avalanche. Durante dias, todos só falavam sobre isso: o Barcelona precisava da vitória contra o Atlético de Madrid para garantir o título da La Liga. Camp Nou seria o palco de uma noite que entraria para a história do clube - e da minha vida.
A tensão pairava no ar desde a manhã. Meu pai, Hansi Flick, estava mais reservado do que o normal. Ele não era de mostrar nervosismo, mas dava para perceber o peso nos seus ombros enquanto ele analisava as táticas na sala de casa, sentado na ponta do sofá. A luz da manhã mal iluminava o ambiente, mas ele já estava concentrado, em silêncio absoluto.
- Pai, você já dormiu em algum momento esta semana? - perguntei, tentando aliviar o clima.
Ele levantou o olhar, cansado, mas sorriu de leve.
- O sono pode esperar. Preciso garantir que tudo saia perfeito.
- Vai dar tudo certo. - Sorri de volta, tentando convencê-lo. E a mim mesma.
Por dentro, eu estava uma pilha de nervos. Não só pelo jogo, mas por tudo o que ele representava. Hector estaria em campo, dando tudo de si pelo time, como sempre fazia. Só que, dessa vez, eu sentia que algo maior estava em jogo. Algo entre nós dois.
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No Camp Nou, a atmosfera era sufocante. O estádio parecia respirar junto com a torcida. As cores azul e grená dominavam o cenário, enquanto a torcida cantava sem parar. Quando os jogadores entraram em campo, senti um arrepio percorrer minha espinha.
Hector estava lá, imponente como sempre, com a postura confiante que eu admirava tanto. Seus olhos estavam fixos no horizonte, mas eu sabia que ele sentia o peso da responsabilidade.
Mia apareceu ao meu lado, usando um cachecol do Barcelona que parecia ser maior do que ela.
- Leonie, você acha que eles vão conseguir? - ela perguntou, com uma voz carregada de expectativa.
- Eles precisam.
Era tudo o que eu conseguia dizer.
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O jogo começou eletrizante, com o Barcelona pressionando o Atlético desde os primeiros minutos. O estádio inteiro vibrava a cada passe, a cada jogada. Aos 15 minutos, Gavi pegou a bola na entrada da área e disparou um chute certeiro. Gol. O Camp Nou explodiu em gritos, e eu me levantei junto com todo mundo, sentindo meu coração disparar.
Mas a alegria não durou muito. O Atlético respondeu rápido. Griezmann recebeu um cruzamento perfeito e, com um toque habilidoso, empatou o jogo. O silêncio tomou conta do estádio por um momento, antes de ser preenchido por gritos de incentivo da torcida.
No intervalo, meu pai desceu ao vestiário, e eu sabia que ele estava dizendo algo que só ele conseguia dizer. Ele sempre foi um estrategista brilhante, mas também sabia mexer com o emocional dos jogadores.
O segundo tempo começou mais intenso do que o primeiro. Hector estava na defesa, impecável como sempre, mas algo nos seus olhos me dizia que ele queria mais. E então aconteceu. Aos 70 minutos, ele subiu para o ataque numa jogada inesperada, driblando dois jogadores antes de arriscar um chute que explodiu na trave. A bola voltou para Lewandowski, que marcou sem hesitar.
Eu não consegui conter o grito de euforia.
- É disso que estou falando! - Mia gritou ao meu lado, pulando sem parar.
Hector ergueu os braços para comemorar, mas o sorriso dele parecia procurar algo - ou alguém - na arquibancada. Nossos olhares se cruzaram por um instante, e meu coração deu um salto.
Mas o Atlético não estava morto. Aos 85 minutos, em um contra-ataque fulminante, Carrasco marcou, empatando novamente. O silêncio no Camp Nou era ensurdecedor. Parecia que ninguém conseguia respirar.
O apito final trouxe um misto de alívio e frustração. Apesar do empate, o Barcelona havia conquistado o título por conta da vantagem nos pontos. A torcida explodiu em comemoração, mas eu sabia que o vestiário não estaria tão eufórico.
Depois do jogo, esperei por Hector no estacionamento. A noite estava fria, e as luzes do estádio ainda brilhavam intensamente, como se não quisessem deixar o momento acabar.
Quando ele apareceu, estava exausto, com os cabelos molhados de suor e uma expressão que misturava alívio e cansaço.
- Você jogou muito bem hoje. - disse, tentando parecer casual, mas minha voz tremeu.
Ele suspirou, passando a mão pelos cabelos.
- Não foi o suficiente. Deveríamos ter vencido.
- Vocês conquistaram o título. Isso é o que importa.
Ele olhou para mim, e naquele momento, toda a máscara de autossuficiência dele pareceu desaparecer.
- Leonie, posso te perguntar uma coisa?
- Claro.
- Por que você está sempre aqui? Não só hoje, mas sempre.
A pergunta me pegou de surpresa, mas eu sabia que esse momento chegaria.
- Porque você é importante para mim, Hector. Mais do que eu consigo explicar.
Ele ficou em silêncio por um momento, como se estivesse processando minhas palavras. Então, deu um passo na minha direção.
- Você não faz ideia do quanto eu pensei nisso. No quanto tentei ignorar o que sinto. Mas acho que não consigo mais.
Meu coração parecia prestes a explodir.
- Hector...
Antes que eu pudesse terminar, ele segurou minha mão. O toque era quente, firme, mas também tinha algo de vulnerável.
- Você é a pessoa que me faz querer ser melhor, Leonie. Não sei como isso aconteceu, mas aconteceu.
Eu não consegui dizer nada. Em vez disso, apenas o abracei. Foi como se, naquele momento, todas as dúvidas e inseguranças desaparecessem.
Aquele jogo foi o fim de uma temporada inesquecível, mas, para nós dois, foi apenas o começo de algo ainda mais importante. No meio de tantas incertezas, tínhamos encontrado uma certeza.
E, pela primeira vez em muito tempo, eu me senti completa.
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HECTOR FORT POINT OF VIEW
O estacionamento estava vazio agora, exceto por nós dois. A noite tinha aquela quietude quase sobrenatural, e o ar frio fazia com que cada respiração minha saísse como vapor. Mas eu nem sentia o frio. Tudo o que importava estava bem na minha frente: Leonie.
Quando ela me abraçou, eu senti algo se romper dentro de mim. Era como se uma barreira invisível, que eu tinha erguido ao longo dos anos para proteger meu coração, finalmente tivesse cedido.
Ela se afastou só o suficiente para me olhar nos olhos, e seu rosto estava iluminado pelas luzes do estádio. Eu nunca tinha reparado antes o quanto seus olhos pareciam guardar universos inteiros.
- Hector - ela disse, sua voz quase um sussurro. - Eu preciso saber. O que isso significa para você?
Minha garganta secou. Essa pergunta, tão simples, carregava o peso de tudo. De meses de olhares trocados, de cartas ignoradas, de jogos nos quais eu sabia que ela estava lá, torcendo por mim.
- Significa que... eu não consigo mais fugir. - Minhas palavras saíram baixas, quase inaudíveis, mas sinceras. - Eu tentei, Leonie. Juro que tentei. Mas você está em todos os lugares. No campo, na minha cabeça, nos meus sonhos. E eu não sei o que fazer com isso.
Ela piscou, surpresa, e depois deu um sorriso pequeno, quase tímido.
- Talvez você não precise fazer nada.
Eu franzi a testa.
- Como assim?
- Talvez você só precise... sentir. - Sua mão subiu devagar, tocando meu rosto com delicadeza.
O toque dela era como um incêndio controlado, quente e reconfortante, mas impossível de ignorar. Eu segurei sua mão contra meu rosto, fechando os olhos por um momento.
- Você é diferente, Leonie. Não sei explicar, mas... você me assusta.
- Eu? - Ela riu, mas havia um traço de nervosismo em sua voz.
- Você. Porque você me faz sentir como se o mundo pudesse desabar, e eu ainda estaria bem, desde que estivesse com você.
Ela ficou em silêncio, e eu pensei que talvez tivesse falado demais. Mas então, ela deu um passo mais perto, tão perto que eu podia sentir o calor do seu corpo, ouvir sua respiração.
- Hector, eu estou aqui. E não vou a lugar nenhum.
Essas palavras. Elas foram o golpe final nas minhas defesas.
Antes que eu pudesse me conter, meus braços estavam ao redor dela, e meus lábios encontraram os dela. O beijo foi tudo o que eu não sabia que precisava. Era como encontrar o último pedaço de um quebra-cabeça, como finalmente entender uma música que eu sempre amei, mas nunca compreendi.
Quando nos afastamos, estávamos ambos sem fôlego.
- Isso foi... - comecei, mas não conseguia encontrar as palavras.
- Intenso? - ela completou, com um sorriso travesso.
- Isso.
Ela riu, e o som era como música.
- Acho que isso é só o começo, Fort.
Eu sorri, sentindo pela primeira vez em muito tempo que o futuro não parecia tão assustador.
- Então vamos ver onde isso nos leva, Flick.
E, naquele momento, enquanto as luzes do Camp Nou começavam a apagar e a cidade de Barcelona se preparava para dormir, eu sabia que algo havia mudado. Não só entre nós, mas dentro de mim.
Eu não era mais o mesmo Hector. E talvez isso não fosse uma coisa ruim.
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