tretze ➤ nova era

☆彡彡 νσтєм є ¢σмєηтємミミ☆

A luz do sol atravessava as cortinas do meu quarto, deixando o ambiente com aquele brilho dourado que só a primavera alemã conseguia proporcionar. Lá fora, os sons de Berlim estavam como de costume: buzinas, o murmúrio distante das pessoas, o ronco ocasional de um motor de moto. Mas, dentro de mim, tudo parecia uma tempestade prestes a explodir.

Desde que meu pai mencionou as negociações com o Barcelona, eu vinha vivendo em uma corda bamba emocional. Não que eu fosse do tipo que fazia cenas, mas a ideia de deixar Berlim - minha casa, minha segurança - era assustadora. E, claro, havia Hector. Sempre Hector.

Minha melhor amiga, Mia, veio passar a tarde comigo. Ela sabia exatamente como aliviar as tensões, mas também sabia como mexer onde doía.

- Então, você já começou a empacotar suas coisas? - Mia perguntou, jogada na minha cama com um copo de chá gelado na mão.

Eu, sentada no chão, mexendo nas caixas de recordações antigas, bufei.

- Nem pensar. Meu pai nem assinou o contrato ainda.

- Ah, Leonie, mas você sabe que é questão de tempo. Não seja teimosa. Barcelona está praticamente chamando seu nome.

- Não é tão simples assim, Mia. - Levantei um olhar para ela, suspirando. - E se eu não gostar de lá? E se não for como eu espero?

Mia riu, um som leve e despreocupado.

- Você está se preocupando com coisas que ainda nem aconteceram. E, se estamos sendo honestas, você vai adorar Barcelona. A praia, o clima, as pessoas...

- As pessoas. - Interrompi, revirando os olhos. - Você quer dizer Hector.

Ela deu um sorriso malicioso.

- Eu não disse isso, você que trouxe à tona. Mas já que tocou no assunto, sim, Hector Fort. Me diga, Leonie, quantas vezes você pesquisou o nome dele hoje?

Senti meu rosto corar, e ela não perdeu a oportunidade de rir ainda mais.

- Isso não é da sua conta, Mia.

- Claro que é. Sou sua melhor amiga. Meu trabalho é te lembrar de como você está obcecada.

- Eu não estou obcecada.

Ela arqueou uma sobrancelha, me desafiando.

- Ah, não? Então por que, toda vez que vejo seu laptop, ele está aberto em algum site sobre o Barcelona? Ou sobre a La Liga? Ou, melhor ainda, no perfil do Hector?

- Isso é pesquisa.

- Pesquisa? Pesquisa de quê? De como se apaixonar ainda mais por um cara que você mal conhece?

Eu joguei uma almofada nela, tentando conter o riso.

- Chega, Mia. Não estou no clima para as suas piadas hoje.

Passamos o resto da tarde assim: trocando provocações, lembrando de histórias antigas e, claro, inevitavelmente voltando ao assunto do Barcelona. Quando Mia foi embora, o silêncio voltou a preencher o quarto.

Peguei meu laptop e, como de costume, digitei "Hector Fort" na barra de pesquisa. Era quase automático a essa altura. Encontrei uma notícia sobre o último jogo do Barcelona contra o Real Madrid. Meu coração apertou ao ler o título: "Barcelona cai diante do Real Madrid no Camp Nou: Xavi Hernández é demitido."

Abri o artigo, e as palavras pareciam gritar comigo. Hector tinha sido titular, mas o desempenho do time não foi suficiente para evitar a derrota. O placar? 3x2 para o Real Madrid.

Li os detalhes do jogo. Karim Benzema marcou dois gols pelo Real, enquanto Vini Jr. completou o placar com uma assistência perfeita de Luka Modrić. Pelo lado do Barcelona, Lewandowski fez um gol de pênalti, e Gavi marcou outro, mas não foi o suficiente para virar o jogo.

As críticas ao time eram duras, mas o nome de Hector apareceu várias vezes. Ele tinha feito uma boa partida, mas era claro que as expectativas sobre ele estavam pesando. Era um garoto, afinal, mas carregava nos ombros o peso de um clube gigante.

Fechei o laptop, mas minha mente continuava cheia. Decidi descer para pegar algo para comer. Encontrei meu pai no escritório, falando no telefone. Ele fez sinal para que eu esperasse, então me sentei em um dos sofás.

Quando ele desligou, sua expressão estava mais séria do que o normal.

- Tudo bem, pai?

Ele me olhou, um pouco surpreso pela pergunta.

- Sim, tudo bem. Só algumas coisas do trabalho.

- É sobre o Barcelona, não é?

Ele hesitou, o que só confirmou minhas suspeitas.

- Estamos conversando, Leonie. Não tem nada decidido ainda.

- Mas vai acontecer, não vai?

Ele suspirou, passando a mão pelos cabelos.

- Provavelmente, sim. Mas quero que saiba que, se você não estiver confortável com isso, podemos pensar em outras opções. Você é minha prioridade.

Minha prioridade. Eu sabia que ele queria dizer isso, mas também sabia que seu trabalho era sua paixão. E quem era eu para ficar no caminho disso?

- Vou ficar bem, pai. - Disse, tentando soar mais confiante do que realmente me sentia.

Quando voltei para o meu quarto, o sol já tinha desaparecido, e as luzes da cidade brilhavam do lado de fora da janela. Me deitei na cama, encarando o teto.

Mia estava certa. Essa mudança era grande, mas talvez fosse o começo de algo maior. Barcelona não era apenas uma cidade; era o lugar onde Hector estava. E, por mais assustador que fosse, algo dentro de mim dizia que era exatamente onde eu deveria estar.

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