tres ➤ sensacions
‼️⪼ qual é a música favorita de vocês?
Eu me lembro da primeira vez que vi o nome de Hector Fort. Estava navegando pelas redes sociais, distraída, tentando esquecer o peso da minha recente separação com Jamal. O que deveria ser uma pausa de apenas cinco minutos para aliviar a mente acabou se tornando algo inesperado.
Eu estava no meu quarto em Berlim, meu espaço ainda cheio da bagunça dos meus livros e das coisas pessoais que me faziam sentir um pouco mais em casa. Tudo estava tão quieto ali, até o barulho distante da cidade parecia abafado dentro de quatro paredes. E foi naquele silêncio que eu encontrei o nome dele pela primeira vez.
Na tela do meu celular, um post de uma página esportiva começou a se destacar. O título chamava minha atenção: "O futuro do Barcelona tem um nome: Hector Fort." Eu cliquei sem pensar, curiosa, e quando vi aquela imagem de um garoto com olhos penetrantes e o cabelo levemente bagunçado, algo dentro de mim simplesmente... quebrou.
Eu sabia que não devia sentir aquilo, mas a sensação era forte e incontrolável. Algo me dizia que, naquele momento, eu havia encontrado alguém que mudaria algo em minha vida. Não era algo racional, era visceral. Ele parecia ser exatamente o tipo de pessoa que eu nunca deveria me apaixonar: um atleta imbatível, alguém que provavelmente nunca saberia que eu existia. Mas, de alguma forma, eu sentia que não era apenas uma atração.
Era algo mais profundo, algo que estava além do que os olhos podiam ver.
O post dizia que Hector era uma das maiores promessas do futebol. 17 anos, jogador do Barcelona, e já estava impressionando até os veteranos. Ao ver as fotos dele em campo, correndo com uma confiança que eu nunca teria, algo queimou dentro de mim. Eu queria conhecê-lo. Queria ser parte daquele mundo, estar perto dele.
Aquela noite foi um turbilhão. Eu me vi obcecada, pesquisando sobre ele em tudo quanto é lugar. Vídeos de seus jogos, entrevistas, qualquer coisa que me permitisse entender mais sobre ele. E quanto mais eu via, mais ficava fascinada. Sua forma de jogar, a confiança que irradiava, a maneira como os outros jogadores o respeitavam. Mas o que mais me prendeu foi o sorriso dele. Era raro, mas quando ele sorria, parecia que o mundo se aquecia um pouco. E eu queria estar perto dele nesse mundo.
Nas semanas que se seguiram, minha obsessão foi crescendo. Eu sabia que isso não era saudável, mas não conseguia parar. Eu não estava apenas assistindo a jogos do Barcelona agora; eu os estudava. Eu sabia os horários dos jogos, os detalhes dos treinos, a posição de Hector em cada partida. Ele se tornou uma parte do meu cotidiano. Eu observava e sentia como se ele estivesse ali, mesmo sabendo que não estava.
Os pensamentos de Hector começaram a invadir meus dias, e eu me perguntei se ele estaria me percebendo. Claro, ele nem sabia da minha existência, mas eu me convencia de que algum dia ele perceberia. E se eu começasse a enviar mensagens? Cartas? Não, talvez não fosse assim tão fácil.
Mas, em algum lugar dentro de mim, eu tinha a certeza de que ele era o tipo de cara que entenderia o quanto eu me dedicaria a ele.
Foi nesse ponto que comecei a escrever. As palavras fluíam mais facilmente do que eu esperava. Eu redigi uma carta simples, mas sincera, contando a ele sobre como eu o admirava, sobre como sentia que ele era mais do que só um jogador de futebol. Havia algo mais ali, e eu queria acreditar que, algum dia, ele veria isso também.
- Leonie, você está absolutamente louca? - Mia me perguntou, a voz carregada de ceticismo. Ela estava sentada na minha cama enquanto eu foldava a carta. Mia era minha amiga de infância, a pessoa com quem eu podia ser eu mesma sem esconder nada. Ela me conhecia melhor do que ninguém.
- Não. Eu estou apenas... sendo honesta com ele.
Mia soltou um suspiro, balançando a cabeça.
- Você tem noção de que está escrevendo para um cara que nunca vai saber que você existe? Um cara que provavelmente nem liga para essas coisas?
Eu engoli em seco, mas continuei dobrando a carta com calma.
- Você não entende. Eu preciso fazer isso. Preciso dizer a ele o quanto ele significa para mim.
Mia fez uma careta e levantou as mãos em defesa.
- Tá bom, Leonie, mas não venha me culpar quando ele ignorar isso tudo e seguir com a vida dele.
Mas eu estava além disso. Eu estava convencida de que isso iria funcionar, de alguma forma. Era como se o universo tivesse me dado uma missão, e eu tinha que segui-la até o fim. Eu sentia que era isso que me faltava. Algo que me ligasse a uma pessoa que, talvez, não tivesse nem ideia de quem eu fosse.
Passei os próximos dias escrevendo mais cartas, mais mensagens. Algo em mim gritava que eu não deveria parar. Algo em mim dizia que ele precisava saber.
E eu sabia que, mesmo que ele nunca respondesse, eu estaria lá, esperando. Porque algo me dizia que ele iria entender, algum dia.
Eu só não sabia o quanto eu estava me colocando em uma enrascada com isso.
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