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💖⪼ qual é o time de vocês?



A tarde estava quente, o sol batendo forte sobre o campo de treinamento. Xavi havia decidido mudar um pouco o ritmo hoje, fazendo uma sessão de treino mais leve. Eu sempre admirei a forma como ele conseguia manter as coisas balanceadas, nunca deixando que o time se cansasse demais. Ele sabia quando acelerar, mas também sabia quando desacelerar, e hoje era um desses dias.

Eu estava no vestiário, ainda suado depois de um treino intenso de passes e finalizações. Me sentava no banco, com os fones de ouvido ligados, tentando desconectar um pouco. Era minha maneira de lidar com o turbilhão de coisas que sempre estavam na minha cabeça. Mas, como de costume, minha mente estava longe das coisas normais, das conversas com os outros jogadores ou das táticas do jogo. Eu não conseguia parar de pensar nela.

Leonie.

Eu ainda não sabia o que fazer com tudo aquilo. Ela estava em minha cabeça, e isso não acontecia com frequência. Eu sempre me concentrei nos meus jogos, nos meus treinos, na minha carreira. Mas desde que comecei a receber mensagens dela, não conseguia evitar. O que ela tinha era diferente. Ela não era uma fã qualquer, ela não era como as outras pessoas que só queriam uma foto ou um autógrafo. Ela parecia genuína, ela parecia... real.

Eu não sabia o que fazer com essas cartas, com as mensagens constantes. A princípio, eu ignorei. Achei que fosse apenas mais uma fã obsessiva, mas havia algo na maneira como ela escrevia que me fazia questionar. Eu nunca tinha respondido a ninguém dessa forma. Talvez fosse porque ela parecia ser mais do que isso. Talvez fosse o fato de ela ser filha de Hansi Flick, o novo treinador da equipe. Ou talvez fosse simplesmente o fato de que, no fundo, eu gostava dela. Não queria admitir isso para mim mesmo, mas não podia negar.

Meus dedos estavam automáticos, deslizando pela tela do celular enquanto eu vasculhava minhas mensagens. A maioria era de fãs, algumas perguntas sobre o próximo jogo, outras sobre minha performance, nada demais. Mas então, entre elas, lá estava a mensagem dela.

"Hector, só queria dizer que estou feliz de poder conversar com você. Sei que é estranho, talvez eu seja uma completa estranha para você, mas queria que soubesse que me faz bem falar contigo."

O sorriso que se formou involuntariamente nos meus lábios me pegou de surpresa. Eu não sabia como responder. Eu queria ser direto, mas ao mesmo tempo, queria ser cuidadoso. A última coisa que eu queria era dar falsas esperanças para ela, e ao mesmo tempo, não queria afastá-la. Eu estava preso em uma situação estranha, onde meus sentimentos estavam confusos.

- "Eu também fico feliz que a gente tenha conseguido conversar. Não é estranho, Leonie. Eu gosto das nossas conversas." Eu escrevi rapidamente, mas a dúvida ainda estava lá, grudada em mim como uma sombra.

Eu olhei para a tela, pensando se deveria dizer mais. Se deveria tentar ser mais pessoal ou mais distante. Eu não sabia como lidar com isso, com os sentimentos que ela estava me despertando. Ela era... diferente. E, no entanto, eu não conseguia esquecer de como ela era persistente, de como ela não desistia.

Era como se ela estivesse determinada a me entender, a ir além da minha imagem de jogador, a olhar para mim como pessoa. Algo que, eu admito, fez minha cabeça dar voltas. Eu nunca tinha me sentido assim antes.

O som do meu celular interrompeu meus pensamentos. Era uma mensagem nova. Olhei para ela e a vi logo de cara: Leonie.

"Eu fico feliz que você tenha dito isso. Sabe, você é tão diferente do que eu imaginava. Não sei por que, mas parece que consigo conversar com você mais fácil do que com qualquer outra pessoa. Eu não sou boa com pessoas, não sou boa em criar conexões, mas com você, parece que tudo faz sentido."

A mensagem foi simples, mas eu percebi a vulnerabilidade nas palavras dela. Isso não era algo que ela normalmente compartilharia com qualquer um, e ainda assim, ela estava abrindo sua alma para mim. Isso me mexeu de uma forma que eu não estava preparado.

Abracei minha cabeça com as mãos, tentando organizar os pensamentos. Eu gostava dela, isso estava claro para mim agora, mas o que eu faria com isso? Eu ainda não sabia. As coisas estavam se complicando demais, e eu não sabia como lidar com esse novo lado de mim.

- Leonie, eu também fico feliz por conversar contigo. Eu nunca pensei que estaria tão aberto para isso. Você é única, e tem algo em você que me faz querer saber mais.
Eu apertei o botão de enviar antes que a dúvida pudesse tomar conta de mim novamente.

Respirei fundo, sentindo o peso da situação. Eu estava gostando dela, e isso era algo que eu não estava esperando. As coisas estavam se tornando muito mais complicadas do que eu poderia imaginar.

Mas algo dentro de mim dizia que eu precisava seguir esse impulso, que talvez fosse hora de eu deixar as coisas acontecerem. Eu não sabia para onde isso nos levaria, mas estava disposto a ver onde esse caminho nos levaria.

Eu só esperava que, no final, eu não me arrependesse.

Eu deixei o celular de lado, tentando focar no treino que estava por vir. Mas, ao contrário do que normalmente acontecia, minha mente estava longe do campo. Não conseguia parar de pensar nas palavras de Leonie. Ela tinha algo que eu não conseguia explicar. Algo que, com cada mensagem que ela me enviava, fazia com que eu me sentisse mais conectado a ela, mesmo sem realmente conhecê-la pessoalmente.

Xavi entrou no vestiário, quebrando meu devaneio. Ele se aproximou, lançando um olhar atento para todos nós.

- "Galera, hora de entrar em campo. Vamos fazer o que sabemos fazer de melhor: jogar futebol." Ele falou com a confiança de sempre, como se cada palavra tivesse o poder de nos fazer correr mais rápido, jogar com mais força.

Eu me levantei, seguindo os outros jogadores em direção ao campo. A última coisa que eu queria era dar qualquer indício de que algo estava me distraindo. Eu não queria que os outros percebessem que minha cabeça estava em outro lugar, em uma conversa, em alguém que ainda não sabia nada sobre mim.

Mas, mesmo no campo, o pensamento de Leonie não saía da minha cabeça. O jeito que ela me entendia. Ou, pelo menos, parecia que estava tentando me entender. Ela era diferente. Ela não queria uma foto, não queria apenas uma conversa casual. Queria saber quem eu realmente era. E isso me fazia sentir... vulnerável.

O treino seguiu seu curso, e eu tentei manter o foco, mas as palavras dela ainda ecoavam na minha mente. "Você é única", eu tinha dito a ela. Aquelas palavras soavam mais verdadeiras a cada segundo. Ela era única, mas de uma forma que eu não sabia decifrar.

Ao final do treino, o time estava cansado, mas satisfeito. Eu ainda estava com a sensação de que havia algo que eu precisava resolver, algo que não poderia deixar para depois. As mensagens de Leonie estavam mexendo com as minhas emoções, mais do que eu imaginava.

Antes de sair para o vestiário, procurei Marc entre os jogadores. Ele estava sempre por perto, sempre disposto a conversar. Talvez ele pudesse me dar algum conselho, me ajudar a entender o que estava acontecendo.

- "E aí, Marc, tudo certo?" Eu perguntei, tentando parecer normal.

Ele olhou para mim com um sorriso travesso.

- "Você está estranho, Fort. O que aconteceu? Algo fora do normal? Ou você está pensando em alguma garota, hein?" Marc deu um sorriso de canto, tentando me provocar.

Eu ri, mas não estava completamente à vontade.

- "Você sabe que sou um cara focado, né? Mas... tem algo acontecendo. Não sei o que fazer sobre isso."

Marc franziu a testa, aparentemente interessado.

- "Algo acontecendo? Com quem? Você está apaixonado, cara?" Ele deu uma risada, mas parecia genuinamente curioso.

Eu respirei fundo, tentando organizar os pensamentos.

- "Não sei se posso chamar de paixão. Mas tem uma garota, Leonie, que tem mexido comigo. Não é uma fã comum. Ela é... diferente. Está me mandando mensagens, cartas. E a cada vez que ela fala comigo, sinto como se... eu estivesse sendo visto de uma maneira que ninguém nunca fez antes."

Marc ficou em silêncio por um momento, avaliando o que eu disse.

- "Então você está gostando dela?" Ele finalmente perguntou, sem rodeios.

Eu me mexi desconfortavelmente. Não sabia se podia admitir isso ainda.

- "Eu não sei. Talvez. Mas é complicado, Marc. Eu mal a conheço, e, apesar de tudo, tem algo nela que me faz querer saber mais."

Marc sorriu, colocando uma mão no meu ombro.

- "Se você sente isso, cara, então você tem que descobrir. Não vai saber se não tentar. Só toma cuidado, ok? Não se envolve em algo que pode te atrapalhar."

As palavras dele ficaram na minha mente. Eu não sabia o que fazer com tudo isso. Eu queria ser cauteloso, mas também queria saber mais sobre Leonie. Algo nela me fazia querer explorar essa possibilidade, esse caminho desconhecido que estava à minha frente.

Eu passei o resto do dia tentando não pensar demais sobre ela, mas, à medida que a noite se aproximava, não conseguia mais ignorar. Fui para o meu apartamento, tomei um banho rápido e me sentei no sofá, meu celular em mãos. Eu estava hesitante, mas não pude evitar. Abri a mensagem dela mais uma vez, a última que ela me enviou. Aquelas palavras ainda estavam frescas em minha mente.

"Eu fico feliz que você tenha dito isso. Sabe, você é tão diferente do que eu imaginava. Não sei por que, mas parece que consigo conversar com você mais fácil do que com qualquer outra pessoa. Eu não sou boa com pessoas, não sou boa em criar conexões, mas com você, parece que tudo faz sentido."

Eu não sabia o que responder. Não sabia o que poderia dizer para fazer sentido de tudo isso. Mas sabia que, de algum jeito, aquilo me tocava profundamente. Eu não estava pronto para me abrir totalmente, mas algo em mim queria seguir em frente, não deixar essa oportunidade passar.

Decidi escrever uma resposta simples, algo que não fosse pesado, algo que não a assustasse, mas que fosse sincero.

- "Leonie, você tem razão. Parece que as coisas fluem de uma forma mais natural entre a gente. Não sei o que o futuro nos reserva, mas estou feliz que tenha me procurado. Vamos ver onde isso pode nos levar."

Antes de enviar, respirei fundo. Eu ainda estava receoso, mas ao mesmo tempo, algo dentro de mim dizia que era o passo certo. Apertei o botão de enviar e coloquei o celular de lado. Era um alívio, mas também um novo tipo de expectativa que eu não sabia lidar.

Eu estava começando a me perguntar: e se isso fosse mais do que eu imaginava? E se Leonie fosse realmente a pessoa que eu precisava conhecer, que poderia mudar tudo para mim?

Só o tempo diria.

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