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☆彡彡 νσтєм є ¢σмєηтємミミ☆
O Camp Nou estava mais vivo do que nunca naquela tarde. O burburinho dos torcedores começava horas antes do jogo, com pessoas se aglomerando nos arredores do estádio, vestindo azul e grená, cantando, gritando e fazendo da rua um verdadeiro festival. Eu estava ali no meio, tentando me misturar, embora fosse difícil. Afinal, ser a filha do técnico novo não passava despercebido por muito tempo.
Mia estava comigo, como sempre. Era ela quem me ajudava a manter os pés no chão quando as coisas ficavam caóticas.
– Você acha que ele vai dar conta? – perguntou ela, segurando um copo de café quente.
– Meu pai? Claro que vai. – respondi com confiança, mas talvez um pouco mais do que sentia de verdade.
Era a estreia de Hansi Flick como técnico do Barcelona, e todos os olhos estavam nele. Mas eu sabia que o verdadeiro peso não estava só sobre ele. Os jogadores carregavam a responsabilidade de provar que podiam se reinventar. Hector Fort, especialmente, estava no centro das atenções.
– E o Fort? Você acha que ele está preparado?
Mia sempre tinha esse jeito de ir direto ao ponto, e aquilo me irritava e divertia ao mesmo tempo.
– Por que você sempre tem que falar dele?
– Porque você está obcecada por ele. Não acha que eu notei?
Tentei protestar, mas Mia só riu e começou a andar em direção à entrada do estádio. Suspirei e a segui. Ela não estava totalmente errada. Hector tinha algo que me fascinava, mas era mais complicado do que apenas admiração. Talvez fosse o fato de ele ser tão... inacessível.
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O jogo começou com uma energia elétrica no ar. Eu estava em uma das cadeiras reservadas, com uma visão perfeita do campo. Meu pai estava na beira do gramado, gesticulando e gritando instruções. Ele parecia calmo por fora, mas eu sabia que, por dentro, devia estar um turbilhão.
O Barcelona enfrentava o Atlético de Madrid, um time que sempre jogava duro, nunca facilitando as coisas. Desde os primeiros minutos, dava para ver que seria uma partida difícil.
Hector estava no ataque, se movimentando com agilidade, tentando criar oportunidades. Ele parecia diferente hoje, mais focado, mais intenso. Talvez fosse o peso de querer impressionar o novo técnico.
– Ele é bom mesmo, né? – Mia comentou ao meu lado, enquanto Hector fazia um drible que arrancou aplausos da torcida.
– Ele é. – admiti, sem conseguir esconder o orgulho na voz.
O primeiro tempo foi tenso. O Atlético conseguiu abrir o placar com um gol de cabeça após um escanteio bem cobrado. Meu pai imediatamente começou a reorganizar o time, chamando os jogadores para perto e ajustando a estratégia. Era estranho vê-lo tão no controle, tão seguro, quando eu sabia que ele estava sendo julgado a cada segundo.
No segundo tempo, o Barcelona voltou mais agressivo. Hector teve algumas boas chances, mas a defesa do Atlético era sólida como uma rocha. Foi só aos 70 minutos que finalmente conseguimos empatar, graças a um passe perfeito de Gavi para Hector, que finalizou com precisão.
O estádio explodiu em gritos, e eu me peguei de pé, comemorando como se fosse a maior vitória da minha vida. Mia me olhou e riu.
– Não acredito que você está tão investida.
– Cala a boca.
Mas eu estava. Não só pelo time, mas porque sabia o quanto aquele momento significava para meu pai e para Hector.
O jogo terminou empatado, 1 a 1. Não era o resultado ideal, mas também não era um desastre. Meu pai parecia aliviado quando deu a entrevista pós-jogo, explicando que ainda havia muito trabalho a ser feito, mas que estava confiante na equipe.
///
Depois do jogo, Mia e eu fomos até a área VIP, onde havia uma recepção para os convidados. Meu pai estava cercado por jornalistas e membros da diretoria, mas conseguiu me notar no meio da multidão. Ele sorriu e fez um gesto discreto, como se dissesse "foi só o começo".
– Seu pai é uma lenda. – Mia disse, pegando uma taça de champanhe da bandeja de um garçom.
– Eu sei.
Enquanto isso, do outro lado da sala, vi Hector conversando com alguns dos jogadores. Ele parecia mais relaxado agora, sorrindo e brincando com Marc Guiu.
– Você vai falar com ele? – Mia perguntou, percebendo para onde eu estava olhando.
– Não. Por que eu faria isso?
– Porque você quer. Vai lá.
Antes que eu pudesse responder, ela me empurrou levemente em direção a ele. Hesitei por um segundo, mas então respirei fundo e comecei a andar.
Hector me notou antes de eu chegar. Ele se virou, com aquela expressão meio curiosa, meio desconfiada, que ele sempre tinha.
– Oi. – disse, tentando parecer casual.
– Oi. – ele respondeu, com um sorriso pequeno, mas genuíno.
Por um momento, fiquei sem saber o que dizer. Ele parecia tão... ele mesmo. Confiante, mas não arrogante. Charmoso, mas sem esforço.
– Você jogou bem hoje.
– Obrigado. Não foi o resultado que queríamos, mas... faz parte.
Assenti, sentindo o silêncio se prolongar. Por que aquilo parecia tão difícil?
– Seu pai é um bom técnico. Ele sabe o que faz.
– Eu sei.
Ele olhou para mim, como se estivesse tentando entender algo.
– Você vem a todos os jogos, não é?
Senti meu rosto esquentar. Ele tinha notado.
– Sim. Gosto de futebol.
– Bom saber.
Ele sorriu de novo, dessa vez um pouco mais largo, antes de ser chamado por Marc. Enquanto ele se afastava, percebi que estava sorrindo também. Talvez, só talvez, aquilo fosse o começo de algo.
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