deu ➤ mirades
☆彡彡 νσтєм є ¢σмєηтємミミ☆
Hoje, logo cedo, o campo de treino parece mais movimentado do que o normal. Claro, isso tem um motivo bem específico - Hansi Flick agora é nosso técnico. Quando vi as notícias pela primeira vez, não acreditei. Sério que ele veio pra cá? Não bastava apenas ser um dos técnicos mais renomados da Alemanha? Tinha mesmo que vir direto pro Camp Nou? A coisa só fica mais surreal quando percebo que, se ele está aqui, talvez sua filha também esteja. E isso complica tudo.
Enquanto amarrava as chuteiras no vestiário, tento tirar esse pensamento da cabeça. Leonie Flick. A garota que já sei que está meio... obcecada. Não consigo decidir se isso me assusta ou me intriga. Ela sempre esteve à margem do meu campo de visão, me assistindo nas partidas, mandando cartas, mas sem nunca de fato se aproximar. E agora ela vai estar mais perto do que nunca.
Assim que saio para o gramado, os outros jogadores já estão concentrados. Marc Guiu, meu parceiro de treino, se aproxima com um sorriso e um tapa amigável no ombro.
- E aí, preparado pro novo chefão? - ele brinca, rindo.
- Tanto quanto dá pra estar. Mas, entre nós, ainda sinto falta do Xavi. Era diferente - respondo, tentando manter o tom casual, mas é impossível ignorar o peso da troca de técnico. Xavi tinha uma conexão real com a gente, alguém que entendia o clube por dentro. Hansi Flick, por outro lado, é uma lenda, mas... um forasteiro.
Guiu concorda com a cabeça, o sorriso sumindo.
- Mas talvez ele traga uma nova energia. Ouvi dizer que o estilo dele é bem intenso - diz, e dá um passo à frente pra começar o aquecimento.
Eu sigo ao lado dele, tentando me concentrar no que estamos fazendo. Flick chega ao campo com uma postura firme, confiante, chamando todos para uma conversa rápida. Ele fala sobre dedicação, sobre levar o clube ao próximo nível. É o discurso típico de treinador, mas ele passa uma confiança que parece atingir todo o grupo.
Durante o aquecimento, vejo uma figura parada ao longe, perto da cerca do campo. Os cabelos loiros de Leonie brilham ao sol, e é impossível não reparar. Ela está lá, me olhando. Sinto um calafrio na espinha e tento me concentrar, mas a presença dela é tão... estranha. É como se, de alguma forma, cada movimento que eu fizesse estivesse sendo analisado. Me pergunto o que ela pensa de mim, quem ela acha que sou.
Guiu nota a minha falta de atenção e, seguindo o meu olhar, percebe Leonie.
- Ah, então é isso, hein? A famosa filha do técnico já tá de olho em você? - ele diz, rindo.
- Não é nada disso, Guiu. Ela só... gosta de aparecer - murmuro, tentando não dar muita importância, mas minha expressão provavelmente diz outra coisa.
Guiu me dá um empurrãozinho de leve.
- Você parece nervoso, cara. Não vai me dizer que ela te intimida?
Dou de ombros, um sorriso torto surgindo nos meus lábios.
- Claro que não. Só... acho estranho, ela tá sempre ali, sempre olhando. Mas enfim, foco no treino, certo?
Mas focar está longe de ser fácil. Com a figura de Leonie ali, meus pensamentos ficam mais agitados, como se eu estivesse tentando provar algo sem nem saber o quê. A cada toque na bola, a cada passe, sinto que preciso fazer mais, mostrar mais. Como se, de alguma forma, eu estivesse tentando dizer que não sou apenas o jogador que ela vê de longe, mas alguém mais complexo, alguém que ela talvez nem imagine.
O treino segue intensamente. Flick nos coloca em uma série de jogadas defensivas, correndo contra o relógio, simulando situações de pressão. O cara não pega leve. Em poucos minutos, sinto o suor escorrendo pelo rosto, mas essa intensidade me empolga. Se é pra trabalhar duro, então eu vou com tudo. E, sinceramente, talvez seja bom descarregar essa energia.
No fim do treino, me aproximo de Guiu e dou um tapinha no ombro dele.
- Vamos pegar alguma coisa pra comer depois daqui? Acho que preciso de um intervalo de tudo isso.
Ele ri e concorda.
- Contanto que não seja pra falar da filha do técnico - diz, piscando.
Reviro os olhos e balanço a cabeça.
- Não vai ser, prometo.
Enquanto nos dirigimos ao vestiário, vejo Leonie se aproximando pelo canto do campo. Ela me encara com um sorriso leve, como se estivesse esperando algo, qualquer coisa que eu pudesse dizer. Finjo que não percebo e me viro, mas sinto o peso do olhar dela até eu desaparecer pela porta do vestiário.
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