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💌 ⪼ já perderam o bv?

Acordei com uma sensação estranha, uma mistura de euforia e nervosismo. Olhei para o celular, como de costume, e vi a mensagem de Hector. Eu já sabia o que era antes mesmo de abrir - ele tinha respondido! Meu coração disparou, e eu só consegui sorrir como uma boba. Eu sabia que, de alguma forma, o que eu estava fazendo era insano. Como uma garota normal, qualquer outra pessoa diria que eu estava invadindo a privacidade de um jogador famoso, que estava sendo excessiva, talvez até ridícula, mas... eu não conseguia me controlar. E de algum jeito, isso parecia certo.

Claro, eu havia enviado inúmeras mensagens, algumas mais intensas que outras, e admito que minha obsessão por ele estava tomando conta de mim. Mas algo me dizia que ele era diferente de todos os outros, que ele via as coisas de uma maneira diferente. Eu só precisava de uma chance para que ele me visse de verdade.

Quando li sua resposta, quase não acreditei. Ele não parecia distante como eu imaginava que seria, mas sim genuíno. Senti que ele realmente estava disposto a conversar, e isso só me fez querer saber mais. Eu precisava entender mais sobre ele, saber o que o fazia pensar e agir daquela maneira. Ele não era só o jogador do Barcelona, Hector Fort, o prodígio do futebol, mas uma pessoa real, com sentimentos e inseguranças, tal como qualquer outra.

Eu estava no meu quarto em Berlim, ainda com os olhos sonolentos e os cabelos bagunçados, mas nada disso importava. O que importava era que eu tinha finalmente uma resposta dele. Pude sentir meu peito apertar de ansiedade enquanto digitava uma nova mensagem. Não queria ser invasiva demais, mas também não queria perder essa oportunidade. Era como se estivesse diante de uma porta que, por algum milagre, tivesse se aberto, e eu não sabia o que fazer. O que ele pensaria de mim? Eu estava sendo racional ou estava totalmente fora de mim?

Respirei fundo, fechei os olhos por um momento e comecei a digitar.

- Hector, não sabe o quanto isso significa para mim. Sério, eu... eu sei que parece que estou me apoderando de algo que não é meu, mas é como se você fosse a única pessoa que me entendesse. Eu me sinto estranha, porque não estou acostumada a ser tão aberta assim, mas de algum jeito, você me faz querer ser. Obrigada por me responder. Não sei o que mais dizer, exceto que é bom saber que alguém se importa com o que eu tenho a dizer.

Eu relembrei cada palavra que escrevi, cada pensamento que passei antes de enviar. De novo, estava me expondo de uma maneira que nunca fizera antes. Eu era filha de Hansi Flick, não uma qualquer. Sempre fui muito observada, sempre em busca da perfeição, do controle, da fachada de quem tinha tudo sob controle. Mas com Hector... tudo isso parecia desaparecer. Eu não estava tentando agradar a ninguém ou manter uma imagem. Eu estava sendo eu mesma. E ele parecia ver isso.

Meu dedo pairou sobre o botão de enviar, e um arrepio percorreu meu corpo. Enviar ou não enviar? Eu sabia que ele podia não responder, que ele poderia até me ignorar. Mas algo dentro de mim dizia que ele não era esse tipo de pessoa.

Cliquei em "enviar" antes que minha mente me convencente a mudar de ideia. O que mais eu poderia fazer? Deixar a chance passar? Não, eu não podia deixar isso acontecer. Eu queria muito mais que isso. Eu queria ver onde isso poderia me levar.

Levantei da cama e fui até a janela, olhando para o horizonte de Berlim. As ruas estavam começando a ficar mais movimentadas com a manhã chegando, mas tudo parecia distante. Eu sentia como se estivesse em um filme, em um universo paralelo, onde as coisas aconteciam de uma maneira inesperada. E Hector era a estrela desse filme.

Ele ainda não sabia, mas eu já tinha começado a desenhar uma história na minha cabeça, uma história sobre nós dois. Algo que, de alguma forma, eu sabia que iria acontecer, mesmo que fosse cedo demais para prever.

De repente, uma notificação apareceu em meu celular. Eu congelei. O nome de Hector estava lá, e meu coração disparou.

Era ele.

- Leonie, você não precisa se preocupar com isso. Eu realmente aprecio o que você disse, e fico feliz que tenha se aberto comigo. Não quero que você se sinta estranha por se expor assim. Eu acho que também preciso me abrir mais, talvez. Eu estou em um momento da minha vida em que coisas assim, como conversar de verdade com alguém, não acontecem com muita frequência. Então, obrigada por dar esse passo.

Meu estômago revirou e eu soltei uma risada nervosa. Como ele podia ser tão... genuíno? Algo nele estava começando a me atrair de uma forma que eu não podia explicar. Ele não estava jogando jogos. Não estava me tratando como uma fã. Estava tratando-me como uma pessoa real, como alguém com quem ele podia conversar.

Eu não sabia onde isso nos levaria, mas a cada mensagem, a cada palavra trocada, ficava mais claro para mim que não seria fácil simplesmente deixar isso passar. Eu queria saber mais. Eu queria mais dele. E, por algum motivo, eu sentia que ele também queria algo a mais.

Fechei os olhos e me recostei na parede. Eu estava completamente imersa nessa história, sem querer sair.

As palavras de Hector ecoavam em minha mente, e eu tentava entender tudo o que ele havia dito. Não era apenas uma resposta vaga, algo genérico. Ele realmente parecia interessado, ou pelo menos, disposto a tentar entender o que eu estava sentindo.

Mas ainda havia algo em mim que não conseguia se desprender totalmente da insegurança. E se ele estivesse apenas sendo educado? E se, no fundo, ele achasse que eu era uma garota insana, tentando puxar uma conversa com alguém que nem me conhecia direito? Isso me deixava tensa, mas ao mesmo tempo, algo dentro de mim me dizia que eu estava fazendo a coisa certa. Eu não estava forçando nada, nem tentando parecer algo que eu não era. Eu estava simplesmente sendo honesta.

Desci até a cozinha, tentando afastar os pensamentos que me tomavam. Mia estava sentada à mesa, mexendo no celular e fazendo anotações em um caderno. Ela não percebeu minha presença até que eu me joguei na cadeira à sua frente, com um sorriso bobo no rosto.

- Leonie, o que foi? - ela perguntou, levantando os olhos do caderno.

- Nada, só... - Olhei para o celular em minha mão e a sensação de ansiedade voltou. Mia não era qualquer pessoa. Eu a conhecia desde a infância, e ela era uma das poucas pessoas que sabia sobre meus sentimentos por Hector. Ela sabia o quanto isso estava tomando conta de mim, o quanto eu me sentia ansiosa, mas ao mesmo tempo, esperançosa. E eu não queria que ela me visse tão vulnerável. - Eu só... Eu conversei com ele.

Ela arqueou uma sobrancelha, ainda com um olhar cético, mas ao mesmo tempo, estava curiosa. Mia sempre teve essa habilidade de parecer calma, mesmo quando o mundo ao redor dela estava uma bagunça. Ela era como uma âncora para mim, uma pessoa que me trazia equilíbrio quando tudo ao meu redor parecia fora de controle.

- E então? - Ela inclinou a cabeça, esperando que eu falasse.

Eu não sabia por onde começar. Como explicar o turbilhão de sentimentos que eu estava sentindo? Como traduzir em palavras o que Hector significava para mim, mesmo que ainda fosse tão cedo para isso?

- Ele... respondeu. E foi... diferente. - Suspirei, tentando organizar meus pensamentos. - Não foi como eu imaginei, foi melhor. Ele foi... gentil. Ele não me julgou.

Mia olhou para mim, ainda em silêncio, mas seus olhos estavam mais atentos agora. Ela sabia que eu estava sendo honesta, e sabia o quanto eu estava me abrindo. Mia não falava muito sobre sentimentos, mas eu podia ver que ela entendia.

- Isso é bom, Leonie - ela disse com um sorriso. - Se ele está disposto a ouvir, talvez valha a pena continuar. Mas lembre-se, você está colocando muita expectativa nisso. Não se esqueça de quem você é.

Eu respirei fundo. Mia sempre tinha uma maneira direta de me lembrar de quem eu realmente era. Ela sabia o quanto eu me importava com minha imagem, com a minha imagem pública, com tudo o que as pessoas esperavam de mim. E sabia também que, ao me aproximar de Hector, estava me expondo de uma forma que eu raramente fazia.

- Eu sei, eu sei. Mas... algo nele me faz sentir que posso ser eu mesma, sem precisar me esconder. - Eu olhei para ela, tentando transmitir o que estava sentindo. - Você sabe como é, Mia. Sempre estamos tentando agradar as expectativas dos outros. Mas com ele... não sinto isso. Não sinto que preciso me esconder atrás de uma fachada. Ele me vê de uma maneira diferente, e isso me faz querer tentar mais.

Mia assentiu com um olhar pensativo. Ela era boa em me ouvir, sem tentar me julgar ou dar conselhos que eu não queria ouvir. Só deixava as palavras no ar para que eu refletisse.

- Só não se perde, tá? Não deixe que isso te consuma. Sei que você é intensa, Leonie. Mas também não pode esquecer de cuidar de você mesma. - Ela deu um pequeno sorriso e foi por um momento, mas eu sabia que ela se importava. - Só não crie expectativas demais. Isso pode ser um caminho traiçoeiro.

Eu não sabia se ela estava tentando me proteger ou se realmente achava que eu estava me entregando demais para algo incerto. Mas no fundo, eu sabia que ela estava certa. Eu não podia perder o controle de quem eu era, nem me deixar levar por um sentimento que talvez não fosse recíproco. Mas, por outro lado, meu coração me dizia que não poderia simplesmente ignorar o que estava acontecendo. Era como se eu tivesse encontrado algo dentro de mim que eu nem sabia que procurava.

Voltei a olhar para o celular, onde as mensagens de Hector ainda estavam abertas. Não queria parecer ansiosa, mas a ansiedade não ia embora. A sensação de que algo estava prestes a acontecer, que talvez ele me entendesse, ou talvez isso fosse um grande erro, estava me consumindo. Eu estava dividida, sem saber se deveria seguir em frente ou dar um passo atrás.

Mas uma coisa era certa: eu não queria perder essa chance. Não queria deixar Hector escapar.

Eu respirei fundo mais uma vez e mandei uma última mensagem.

- Hector, só queria dizer que estou feliz de poder conversar com você. Sei que é estranho, talvez eu seja uma completa estranha para você, mas queria que soubesse que me faz bem falar contigo.

Eu olhei para o celular por alguns segundos depois de apertar "enviar". Talvez fosse arriscado demais. Mas algo dentro de mim me dizia que esse risco valia a pena.

Agora, só o tempo diria o que realmente aconteceria.

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