catorze ➤ camí del destí
☆彡彡 νσтєм є ¢σмєηтємミミ☆
O ambiente no vestiário era carregado, como se todos ali soubessem que algo grande estava para acontecer, mas ninguém tinha coragem de falar. Eu estava sentado no meu canto, ajustando as chuteiras, enquanto Xavi caminhava de um lado para o outro, tentando nos motivar. Sua voz, normalmente firme, parecia carregada de urgência. Ele sabia o que estava em jogo, todos nós sabíamos.
– Esse é o Clásico, rapazes! – Xavi gesticulava, sua voz ecoando nas paredes. – Jogos como este não são apenas sobre técnica. São sobre coração. Quero ver cada um de vocês deixar tudo em campo!
Levantei a cabeça para olhar ao redor. Gavi estava amarrando suas chuteiras, Lewandowski parecia mais calmo do que o normal, e Marc, meu amigo mais próximo no time, estava ao meu lado, estalando os dedos nervosamente.
– Você acha que temos alguma chance hoje? – Marc perguntou, meio sussurrando, enquanto fingia que estava verificando sua caneleira.
– Claro que temos, respondi, com mais confiança na voz do que sentia por dentro. – Mas precisamos jogar com inteligência. O Real Madrid não vai nos dar uma segunda chance.
Marc sorriu de leve, mas o olhar dele dizia outra coisa. Ele era um cara realista, sempre com os pés no chão, talvez um pouco mais do que eu gostaria. Enquanto ele era capricorniano, com aquela seriedade inabalável, eu tinha essa necessidade de provar que poderia brilhar, que era o melhor. Mesmo quando não me sentia assim por dentro.
Saímos para o túnel. O barulho ensurdecedor do Camp Nou nos envolveu como uma onda. Era eletrizante, mas também intimidante. Enquanto andávamos para o campo, senti um aperto no peito. Não era só o peso do jogo. Era outra coisa.
Leonie.
Ela tinha me enviado mais mensagens recentemente, embora eu as tivesse ignorado. A última, uma longa carta, parecia mais pessoal do que as outras. Ela falava sobre acreditar em mim, sobre como sabia que eu faria história no Barcelona. Era estranho como ela parecia me conhecer tão bem, mesmo sem nunca termos tido uma conversa de verdade. E isso me perturbava mais do que deveria.
O apito soou, e o jogo começou.
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Nos primeiros minutos, parecia que estávamos tentando encontrar nosso ritmo. A posse de bola estava equilibrada, mas o Real Madrid era sempre uma ameaça. Vinícius Jr. e Benzema estavam em sintonia, movimentando-se como predadores à espreita.
Aos 15 minutos, tivemos uma chance clara. Gavi lançou para Lewandowski, que chutou de primeira, mas a bola foi desviada pela zaga. O Real Madrid contra-atacou rapidamente, e foi quando Benzema teve sua primeira chance. Um cruzamento preciso de Modrić encontrou a cabeça dele, mas Ter Stegen fez uma defesa incrível.
O jogo estava acirrado. Cada passe, cada chute era uma batalha por si só. E, então, aos 30 minutos, aconteceu. Modrić, sempre cirúrgico com seus passes, encontrou Vinícius Jr. na lateral. Ele driblou dois defensores e cruzou para Benzema, que apenas empurrou a bola para o fundo da rede. 1-0 para o Real Madrid.
O silêncio no Camp Nou foi quase palpável. Eu olhei para Marc, que estava ao meu lado.
– Precisamos reagir! – ele disse, com os olhos fixos no campo. – Não podemos deixar que isso nos afete.
Eu assenti, mas internamente estava lutando contra a frustração. Sempre havia essa expectativa de que eu fosse o cara que mudaria o jogo, que faria algo extraordinário. E, até aquele momento, eu não tinha feito nada.
No intervalo, o clima no vestiário era tenso. Xavi tentou nos motivar, mas dava para ver que ele estava tão frustrado quanto nós.
– Precisamos ser mais rápidos nas transições!" – ele exclamou. – Estamos deixando espaço demais para eles. Hector, quero que você seja mais incisivo no ataque.
– Entendido, mister, respondi, tentando soar confiante.
Marc se aproximou enquanto eu bebia água.
– Você está bem? – ele perguntou, franzindo a testa. – Parece que tem algo te incomodando.
– Estou bem, só... muita coisa na cabeça.
Marc não insistiu, mas deu um tapinha no meu ombro antes de voltar para o campo.
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No segundo tempo, começamos com mais energia. Gavi estava em todo lugar, brigando por cada bola, e Lewandowski parecia mais agressivo. Aos 65 minutos, finalmente tivemos uma recompensa. Após uma sequência de passes rápidos, a bola caiu nos pés de Lewandowski dentro da área. Ele chutou com força, mas Courtois defendeu. No rebote, Ansu Fati apareceu e empurrou para o gol. 1-1.
A torcida explodiu, e, por um momento, parecia que tínhamos recuperado o controle. Mas o Real Madrid não demorou a responder. Aos 70 minutos, Modrić novamente encontrou Benzema, que marcou seu segundo gol. 2-1 para eles.
Era como levar um soco no estômago. Mas não desistimos. Continuamos pressionando, e, aos 83 minutos, conseguimos um pênalti. Lewandowski foi derrubado na área, e o árbitro não hesitou. Fui escolhido para cobrar.
Enquanto caminhava até a marca do pênalti, podia sentir os olhos de todos em mim. Era um momento decisivo, e eu sabia disso. Respirei fundo, posicionei a bola e chutei. A bola foi no canto inferior direito, e Courtois não teve chance. 2-2.
A sensação foi indescritível. Corri para comemorar com a torcida, mas sabia que o jogo ainda não tinha terminado. E, infelizmente, o Real Madrid nos mostrou por que são tão temidos. Aos 89 minutos, Vinícius Jr. fez uma jogada incrível pela esquerda e cruzou para Rodrygo, que marcou o gol da vitória. 3-2.
O apito final soou, e a derrota foi um golpe duro. Voltamos ao vestiário em silêncio, e foi lá que soubemos da demissão de Xavi. Ninguém falou nada. O ambiente era pesado, como se todos soubéssemos que uma era estava terminando.
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De volta ao meu quarto, abri o celular para tentar me distrair. Foi quando vi a notícia. "Hansi Flick em negociações com o Barcelona." Meu coração parou por um segundo.
Leonie.
A conexão entre ela e meu futuro parecia inevitável. E, pela primeira vez, me perguntei se estava preparado para o que vinha a seguir.
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