07|ʀᴇᴇɴᴄᴏɴᴛʀᴏ.
MAYA PROCURAVA POR cervejas depois de Ayumi apoiar sua ideia de beber naquela noite. Sentia seu corpo quente pela quantidade excessiva de gente, porém ela não se sentia incomodada.
Depois de pegar duas latas do freezer, a cachecada juntamente da amiga caminharam até a pista de dança, — que era a sala do ace da nekoma, Yuku disse que deu o maior trabalho para tirar o sofá. — Tocava Moves Like Jagger do Maroon 5, e isso deixou a garota ainda mais animada pois era um de seus grupos favoritos.
Pulava animadamente sendo acompanhada de Ayumi. Maya ria pois começou a amultuar muitas pessoas alí dançando a música, e aquilo era divertido. Avistou Lev remexendo os braços sem um pingo de coordenação e Yamamoto dando a vida nos passos.
Quando Ayumi a girou, May sentiu seus ombros se chocarem contra uma pessoa, ela parou de dançar na mesma hora prestes a pedir desculpas, porém quando percebeu quem era, Maya revirou os olhos.
— Não vive longe de mim nem um pouco né, Tetsu? — Kuroo sorriu cinicamente franzindo levemente o cenho.
— O que?
— Eu disse que você não vive longe de mim! — diz próxima de sua orelha reparando no corpo dele vibrar, ela constatou que o moreno havia rido.
Mesmo Kuroo estando na sua frente sendo apenas ele, a garota não se sentia muito confortável de estar perto do garoto pelo simples fato que Naomi poderia achar ruim a aproximação.
Eram amigos à anos, mas o namoro era acima da amizade deles, infelizmente.
Por isso May tentava manter uma distância, e aquilo a fazia se sentir ainda mais triste por tudo.
Entretanto, Kuroo não parecia se importar. Sorriu minimamente aproximando sua boca rente ao ouvido dela.
— Foi ver o Kenma?
— Fui. Ele está arrependido de ter vindo. — Tetsurou revirou suas orbes com graça. — Disse que bateram na porta várias vezes pra ver se o quarto estava desocupado... Se é o que me entende...
Tetsurou gargalhou já imaginando o rosto irritadiço do meio loiro. Abraçou os ombros da garota murmurando aproximadamente de seu pescoço. May percebeu que ele estava mais solto que o comum, provavelmente por causa da bebida.
— Me ajuda a tirá-lo de lá?
— Não. — respondeu na mesma hora.
— Por que May!?
— Ele não se sente confortável Tetsu. Quando o Kenma tiver vontade, ele desce. E acho que não demorará muito. — deu uma cotovelada na costela de Kuroo fazendo-o arfar de dor. — E para de forçar ele a vir nas festas.
— Aí, essa doeu monstrinha. — massageou o ponto acertado, porém para irrita-la mais ainda Kuroo segurou a ponta do nariz da garota afinando a voz. — Que fofa ela cuidando do seu bebê.
Massageou os bochechas da garota como forma de carinho. Aquilo fez o coração de May explodir. Vê-lo próximo e gentil não a ajudava nem um pouco.
Ela franziu o cenho se desvencilhando do toque dele.
— Por que não vai foder por aí Kuroo? — questionou genuinamente curiosa mas estressada por ele estar no seu pé quando tinha uma namorada para cuidar.
Aquelas ações de Kuroo a confundia. Constantemente a tocando casualmente, o interesse por tudo que a garota fazia. Isso a deixava esperançosa, e Maya estava cansada desse sentimento.
Era irritante pois parecia que ele se importava mais com ela do que com a namorada, e era óbvio para May que aquilo não era verdade, bem, não deveria ser.
Kuroo parou com a implicância percebendo que Maya não tinha gostado, estranhou pois era uma das suas zoações do cotidiano e a cacheada sempre entrava na brincadeira. Então por que ela começava a se estressar?
— May... O que houve? — questionou sério e preocupado temendo que a tenha ofendido sem perceber.
Estava prestes a tocar nos cabelos dela quando uma mão o impediu.
Se virou encontrando os olhos castanhos claros furiosos da namorada. Naomi o fitou intensamente com a mandíbula cerrada e as sobrancelhas juntas.
— Eu posso conversar com a Maya? — Kuroo a encarou. Se afastou do toque da ruiva que começava a machucá-lo ainda curioso com o questionamento.
— Por que?
— Assuntos femininos, Tetsurou.
— Pergunte à Maya, não para mim. — respondeu observando-a bufar. A ruiva ajeitou seus cabelos antes de se virar para a morena.
— Ei May. Podemos conversar?
Maya começou a sentir-se nervosa. Ainda mais depois de Naomi sorrir calmamente. Ela acenou incerta encarando uma última vez um Kuroo confuso deixado para trás.
Enquanto acompanhava a ruiva, May enviou uma mensagem para Ayumi explicando seu sumisso e que não demoraria muito, — era o que ela esperava. — Se sentiu aliviada depois da roxeada responder que tinha companhia dos garotos do time.
Depois das garotas atravessarem a multidão, elas pararam na varanda da casa, sorte que havia um banco de madeira e que ele estava desocupado. May sentou-se sentindo-se tensa, respirou fundo tentando relaxar os músculos rígidos e doloridos.
O vento fresco batia calmamente em seu rosto esfriando seu corpo quente pela dança e bebida, havia pessoas na grama da frente, uns rindo outros conversando, mas aquilo não prendeu sua atenção tanto quanto o céu com estrelas e uma lua grande.
Naomi também estava nervosa, tanto no sentido de ansiedade quanto de raiva. Ver a garota tão próxima de Kuroo sempre a incomodava até seu último fio de cabelo, então depois de beber algumas cervejas, a ruiva finalmente teve coragem de confrontar a cacheada.
— Olha May, vou ser direta porque estou carregando isso comigo á algum tempo. — suspirou pesadamente arrumando os cabelos. — Eu gosto muito de você e te acho incrível. Você é super divertida e compreensiva. — disse fazendo com que a cacheada estranhasse o elogio repentino.
— Ah... Obrigada Naomi, você quem é incrí...-
— Mas, vê se não fica tão grudada no Kuroo. Sei que são amigos há muito tempo, e eu agradeço por não deixá-lo sozinho. Mas... dá um espaço para nós, sim?
— Como?
— Te ver grudada nele sendo que ele tem namorada fica ruim para a sua imagem também.
— Está falando isso por causa do rumor que anda circulando? Aquele que diz que o Kuroo está te traindo comigo? — Naomi fez uma carranca não gostando nada da resposta, Maya fica nervosa pelo erro causado por sua boca grande. — É óbvio que é mentira Naomi. O Kuroo é apaixonado por você e ele com certeza não faria isso!
— Isso não tem nada haver com o rumor Maya, mas no fato de quem é apaixonado por quem aqui é você. — disse direta. — Acha que eu nunca notei esses seus olhos pra cima dele? Isso é irritante pra caralho.
Por alguns segundos o coração de Maya parou, sua respiração se desregulou e ela sentiu o suor escorrer por sua coluna. A mente entrou em pani e a única coisa que conseguiu fazer foi rir constrangida.
Puta merda.
— Claro que o rumor é irritante também. Ninguém quer ser lembrada como a garota traída. — bufou observando a cacheada ao lado travada. — Mas ver vocês dois juntos no próprio mundinho, cheios de risadinhas e piadas que só vocês entendem é mais irritante ainda. Eu me sinto como uma segunda opção.
Maya a encarou intensamente.
Ela queria rir. Naomi não sabia o que era ser uma segunda opção sendo que Maya nem mesmo foi a primeira dele. Seja em baile de primavera, encontros, jogos de duplas, ou qualquer coisa que envolva duas pessoas.
Para Kuroo, ela não passava de uma irmã.
Porém a Yukimura segurou a risada sarcástica. Não iria desmerecer os sentimentos de Naomi, não de novo. Ela sabia o quão horrível era aquela sensação de insegurança e May não gostaria de causar isso em ninguém.
Nem mesmo na namorada do cara por quem é apaixonada.
A morena respirou fundo voltando seus olhos esverdeados para a lua amarelada. Ela queria chorar por guardar tanto sentimento dentro de si, um sentimento que não era recíproco.
Mas pensando pelo lado positivo, era hora da garota dar um fim naquilo que a fazia mal. Mesmo que fosse a amizade de Kuroo.
— Me desculpa se você se sentiu assim por minha causa Naomi. — suspirou sentindo o peito pesado. — Vou me afastar dele...
Naomi relaxou os ombros aliviada. Sorriu dando um abraço apertado na cacheada que ainda estava sem reação.
— Obrigada May. Sabia que iria me entender. Você realmente é compreensiva. — se desgrudou do abraço sorrindo minimamente. — Agora vou voltar para o Tetsurou.
Ela se levantou deixando Maya com os olhos lacrimejando e com uma dor no coração.
𖦹𖦹𖦹
ATSUMU SENTIA A ANSIEDADE preencher todo o seu corpo. Estar em Tokyo naquela noite era um dos planejamentos do time de vôlei. Haviam esquematizado aquele fim de semana para treinos intensivos contra potências, Furokodani estava entre eles.
Mas o que não estava no planejamento deles era irem à uma festa feita pelos estudantes da Nekoma.
Colégio que Maya frequentava. A garota que tinha a atenção de Atsumu desde a primeira vez que a viu implicar com Suna sem um pingo de vergonha na cara.
Osamu e Rintarou caminhavam ao seu lado percebendo a ansiedade do levantador. Suna revirou os olhos dando um tapa nas costas dele.
— Caralho!? Por que fez isso? — exclamou dramático massageando as costas com o torso da mão.
— Pra ver se você relaxa. Parece que nunca foi em uma festa.
— Vai se foder.
— A gente sabe que não é por causa da festa que ele está ansioso, Rintarou. — Osamu comenta casualmente. Atsumu trava o maxilar esperando a zoação. — A Maymay vai estar lá.
— Pior ainda. O cara tá nervoso porque vai ver a minha prima.
— Prima essa que ele gosta.
— Vão tomar no cu vocês dois. — diz começando a se irritar, mas não desmentindo o que disseram. Atsumu arrumou seus cabelos descoloridos para o lado tentando mudar de assunto. — E como você tem certeza que vai ser nesse endereço a festa Suna?
— Tenho meus contatos. — deu de ombros. Os irmãos se entreolharam sentindo um leve medo. Suna riu minimamente. — A Ayumi mandou a localização. Eu disse para ela que iríamos fazer uma surpresinha para a May.
— Só espero que lá tenha algo para comer. — murmurou Samu sentindo fome.
— E eu espero que o treinador não sinta nossa falta até dar seis horas da manhã. Muito menos o Kita-san... — comenta Atsumu fazendo os dois ao lado se arrepiarem.
— Do jeito que o Kita-san é, não duvido nada que ele já tenha reparado o nosso sumisso no dormitório. — fala Samu.
— Voltar não vai mudar nada. Já estamos aqui mesmo. — Atsumu completa dando de ombros.
O trio da Inarizaki caminharam por mais alguns minutos. Conversavam sobre Tokyo ou alguns assuntos deles. Atsumu ficou agradecido por se distrair com eles.
Suna tirava algumas fotos da paisagem e da palhaçada dos irmãos quando começou a ouvir uma música alta saindo de uma casa cheia de pessoas. As luzes roxas e a vibração do som só o fizeram ter certeza de que era alí.
Eles ignoraram que entravam na toca dos rivais e já foram atrás de bebidas ou das garotas, Samu foi procurar por comida fazendo com que se separassem logo no início.
No Sense do Justin Bieber saia das caixas de som contribuindo com a dança da galera. Atsumu começou a ficar desanimado achando que não encontraria Maya naquela casa tão cedo.
Se desviou dos jovens, queria um pouco de álcool. Depois de entrar na cozinha da casa, encontrou Samu comendo biscoitos e Suna mexendo no celular. Ele relaxou percebendo que alí não estava tão cheio.
— Estou mandando mensagem pra Ayumi, mas duvido muito que ela vá responder. — o moreno fez uma cara preguiçosa não se importando muito.
— O que nos resta é procurar. — falou o gêmeo do bem bebendo refrigerante.
Tsumu respirou fundo frustado, queria logo encontrar May para tentar aliviar a sensação de ansiedade de seu corpo.
Foi até o freezer pegando uma lata de cerveja, e quando estava prestes a dar o primeiro gole, uma risada muito conhecida por Atsumu chegou aos seus ouvidos.
Ele travou se virando no exato momento em que Maya ria altamente de algo que Ayumi havia dito. Os cabelos cacheados volumosos sempre brilhosos, o sorriso com o aparelho enfeitando os dentes dando um charme nela, e os olhos caidos esverdeados que sempre o prendia.
Atsumu quase se engasgou com a bebida, ainda mais depois de reparar na roupa justa e na barriga amostra da garota.
Linda.
Muito linda.
Maya acalmou a risada quando sentiu alguém a encarar. Ergueu seu olhar pegando Tsumu a fitando como se fosse a única pessoa daquele lugar. Ela sentiu o coração acelerar, surpresa.
— Puta merda! Eu devo estar muito bêbada Umi... Acho que estou vendo o Tsumu!
— Eu também estou vendo ele, May. — disse Suna recebendo atenção da prima.
— Rintarouu! — ela ergue os braços se apressando para dar um abraço no garoto antes de começarem uma lutinha.
— Chata do caralho. Me solta. — diz Suna com graça. Fazia meses que não estava tão próximo da garota e ele ficava feliz por finalmente implicar com ela pessoalmente.
Maya sorriu grandemente se virando para o Miya do bem abraçando-o animadamente. Osamu colocou seus braços calmamente ao redor do corpo da garota enquanto matava a saudade da amiga.
— Oi Maymay.
— Samu! Por que não me disseram que iriam vir pra Tokyo!? — exclamou animada. Suna sorriu sarcasticamente não acreditando no que seus olhos estavam vendo.
— Você está bêbada?
— Eu só bebi um pouquinho! — uniu seu dedão com o indicador mostrando a pequena quantidade de álcool se ingeriu. — O Taketora chamou uma prima dele pra preparar bebidas! Elas são ótimas!
— Tá bom feiosa. Para de gritar. — deu um peteleco na testa da morena escutando xingamentos da própria.
May massageou sua testa tentando acalmar a euforia que sentia por vê-los alí, com ela. Sorriu encarando finalmente Atsumu que se encontrava petrificado.
O coração dele batia que nem louco apenas por vê-la próxima de si. E quando ela se aproximou o surpreendendo com um abraço, Atsumu pensou que estivesse sonhando.
Maya riu notando o corpo rígido do garoto, mas sua risada cessou quando ele a apertou firmemente entre seus braços a fazendo se arrepiar.
— Isso tudo é saudade Miya?
— Sim, Linda. — susurrou, direto, rente ao ouvido dela causando tremores no estômago da garota.
Não aquela sensação que sentia a festa toda, mas estranhamente uma sensação gostosa.
Maya riu se desgrudando um pouco do abraço fazendo com que Atsumu encarasse o rosto envergonhado mas firme da garota.
— Você é muito besta.
Atsumu abriu um sorriso malicioso susurrando no ouvido da garota:
— Você sabe que eu sou besta por você, May.
Maya suspirou sentindo novamente um frio na barriga. Encarou o sorriso dele sabendo que, agora que a Inarizaki estava presente na festa, Maya tinha a certeza que se esqueceria de seus problemas com as melhores pessoas possíveis.
𖦹𖦹𖦹
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