𝚏𝚒𝚟𝚎

O som exageradamente alto do seu alarme fez você acordar no maior susto, se sentando na enorme cama de casal. Quando entendeu o que estava acontecendo, se apressou em tatear a cabeceira até achar o aparelho, desligando o barulho logo em seguida.

Depois de um suspiro de alívio, finalmente olhou para o outro lado da cama, percebendo que tinha acordado sozinha. Levi não estava lá.

Cogitou a hipótese de a noite anterior ter sido um sonho louco por causa do álcool. Mas, descartou logo essa ideia quando percebeu que suas pernas ainda estavam tremendo. Acabou esboçando um sorriso involuntário quando se lembrou da noite passada, de como você e Levi foderam a madrugada inteira e de todos os orgasmos incríveis que ele lhe proporcionou.

Com certeza, a noite passada com o Ackerman estava entre as duas três melhores fodas da vida, talvez até mais acima disso. Mas, assim que olhou para a hora no seu celular, arregalou os olhos e deu um pulo da cama. Faltava pouco tempo para sua reunião com o novo sócio da empresa e seu pai lhe mataria se você se atrasasse um minuto sequer.

Depois de soltar um resmungo alto, se arrastou para fora da cama, sentindo o seu corpo muito mais pesado do que o normal, enquanto ia direto para o banheiro. Chegando no cômodo menor, sem se deu o trabalho de fechar a porta antes de se jogar de baixo do chuveiro, já que tinha ido dormir completamente sem roupas.

O banho só foi mais demorado do que você gostaria porque você não mediu esforços para tirar todo aquele cheiro de álcool, cigarro eletrônico e sexo que estava impregnado na sua pele.

Ao sair do banho, viu a hora no celular e arregalou levemente os olhos. Estava atrasada.

Rapidamente, se secou com a toalha enquanto ligava para o motorista e pedia para ele já lhe esperar na rua. Colocou o primeiro conjunto de roupas de trabalho que achou no seu guarda-roupa, escovou os dentes o mais rápido que conseguiu e pegou uma necessaire que ficava em cima do balcão da pia.

Assim que achou sua bolsa, a pegou, juntamente com um par de saltos que estavam do lado de fora do seu closet. Praticamente correndo, você saiu do quarto, mas parou no meio do corredor, ao sentir o cheiro de panquecas. Com as sobrancelhas franzidas, você continuou a andar até a cozinha, completamente surpresa com a ideia de Levi estar cozinhando para você. Mas, assim que entrou no cômodo, não conseguiu deixar de transparecer a sua decepção.

— Bom dia — Jean disse, assim que você apareceu no campo de visão dele, enquanto acabava de colocar as panquecas com mel dentro de um potinho — Imaginei que ia se atrasar, aí fiz o seu café.

O moreno era uma das únicas pessoas que tinha a digital gravada em sua fechadura. Não era nada incomum ele simplesmente aparecer do nada na sua casa, sem se importar em avisar que estava vindo.

— Já disse que eu te amo? — Perguntou, com um sorriso agradecido, entrando na cozinha e depositando um beijo na bochecha dele.

— Ainda não tinha dito hoje — Ele brincou, devolvendo o beijo, dando um no topo da sua cabeça — Agora vamos, se não você vai chegar atrasada e Erwin vai te matar.

Você concordou ligeiramente com a cabeça, pegando o pote de comida que o Kirstein tinha em mãos e, juntos, vocês saíram do apartamento, descendo para a portaria.

— Cadê o helicóptero? — Jean perguntou, assim que vocês entraram no carro.

— Connie pediu emprestado ontem.

— Justo hoje?

— Pois é — Respondeu, dando de ombros, começando a comer as panquecas que ele tinha feito — Não sabia que eu ia me atrasar.

— Falando nisso, você não tinha ido pra casa com um cara ontem?

— Tinha.

— Não vi ninguém lá quando eu cheguei.

— Ele deve ter ido embora de madrugada — Mais uma vez, deu de ombros, sentindo o seu celular tocar dentro da sua bolsa — Alô? — Falou, assim que atendeu a chamada e colocou o aparelho perto do ouvido, sem nem ver quem estava ligando.

Sobreviveu a ontem de noite?

Bom dia pra você também, Mika.

A risada alta da Ackerman quase fez você largar o celular, mas o segurou firme, enquanto fechava o pote, já sem nenhuma panqueca, e colocava de lado, no banco vazio.

Como foi a noite com o cara de ontem?

Entrou no meu top três — Você segurou um riso quando viu Jean revirar os olhos.

Caralho. Então valeu a pena ter saído da festa — Vocês duas riram, ao mesmo tempo em que você concordava com um "uhum" — Mas, enfim, te liguei pra avisar que eu vou passar na empresa hoje.

Vai me visitar, é?

Também, mas o meu primo vai 'tá lá mais tarde, aí vou buscar ele pra almoçar.

Beleza. Eu aproveito e conheço ele — Respondeu, com um tom obviamente pretensioso.

Nem pense nisso — A Ackerman brincou, arrancando uma risada divertida sua — Eu tenho que ir. A gente se vê mais tarde.

Até — Você desligou a chamada assim que ouviu um bip.

Ao seu lado, Jean mandava mensagens para Connie, avisando que já estava chegando no escritório. Os dois eram sócios de um dos escritórios de advocacia mais bem sucedidos da cidade, enquanto Sasha era dona de uma rede de restaurantes de alta classe.

— Tem como me deixar lá no escritório depois de deixar [Nome] na empresa? — O Kirstein perguntou ao motorista, que assentiu com a cabeça ligeiramente — Você vai na casa de Eren hoje?

— Vou — Concordou com a cabeça, tirando os olhos do celular em encarando Jean — Tenho que entregar o presente dele.

Jean concordou com a cabeça, voltando a prestar atenção no celular. Vocês ainda conversaram mais um pouco sobre como foi o final da festa, depois que você saiu. Aparentemente, nada fora do comum. Eles ficaram chapados e beberam ainda mais. Sasha e Armin acabaram dando pt, como sempre, e ele e Connie foram dormir na casa da morena, depois de cuidarem dela.

Não demoraram muitos minutos para o carro parar de vez. Você se despediu do Kirstein com um beijo na bochecha e agradeceu ao motorista, descendo do carro logo em seguida.

O sorriso simpático no seu resto, enquanto cumprimentava quase todos os que passavam pelos corredores, escondia o seu nervosismo. Ainda faltavam alguns minutos para a reunião, mas você sabia como isso era importante para o seu pai e o medo de estragar tudo já estava consumindo a sua mente.

Mesmo assim, respirou fundo e se concentrou em chegar o mais rápido possível na sala, se lembrando que se pai havia falado que o novo sócio era extremante pontual. O barulho de seus saltos entrando em contato com o chão só pararam quando você entrou no elevador, e voltaram assim que você saiu dele.

— Bom dia — Você falou, assim que abriu a porta, sentindo uma onda de alívio percorrer seu corpo quando viu que só Erwin estava na sala.

— Bom dia, [Nome] — O loiro falou, tirando os olhos da papelada que tinha em cima da mesa, na frente dele, e encarando você — Voltou para casa cedo ontem.

— Pois é — Respondeu, dando de ombros, deixando a bolsa em cima de uma das poltronas, tirando de lá apenas o seu celular.

— Vamos fingir que eu não sei que você só saiu por causa de algum homem.

Você soltou uma risada alta com o comentário do seu pai, indo até a mesa em que ele estava e se sentando em uma das cadeiras ao lado dele. Sua relação com o loiro sempre foi meio turbulenta, mas não necessariamente de um jeito ruim. Você tirava boas notas no colégio, por mais que mal estudasse, mas escolheu não fazer faculdade e tocar os negócios da família. Essa foi uma decisão que nunca foi criticada por ele, até porque Erwin sempre quis você por dentro da empresa.

As discussões sempre foram mais por causa de alguns casos de excesso de álcool e voltas para casa apenas na manhã do outro dia. O Smith mais velho sempre se preocupou com esse seu estilo de vida mais conturbada, por isso, assim que você completou quinze anos, ainda no colégio, saiu do apartamento em que ele morava e foi para o seu próprio. Hoje, a relação de vocês é mil vezes melhor do que era quando moravam juntos.

— Mas, e aí? — Você perguntou, atraindo a atenção do loiro para sua direção novamente — Conheceu o sócio ontem?

— Conheci — Ele respondeu, com um sorriso divertido nos lábios — Falei sobre você.

— Sério? — Nem conseguiu esconder sua surpresa.

— Sim. Falei que você era uma pessoa reservada, queira e que não ia causar nenhum problema.

Agora sim, todo o modo foi preenchido com uma risada estridente sua. Seu pai podia ser sério na maior parte do tempo, mas nunca tentava esconder o lado mais divertido quando estava perto de você. Era como se você fosse o interruptor que ligava o lado mais leve de Erwin. Sua risada era como um calmante natural para ele.

Do lado de fora da sala, Levi estava com a mão bem perto da porta, já pronto para bater, tendo parado apenas quando ouviu uma risada contagiante, que ele conhecia muito bem. As sobrancelhas dele franziram quando ele percebeu que aquela risada gostosa era sua. A mesma mulher com quem ele teve uma das melhores noites da vida ia ser uma das sócias majoritárias da empresa que ele havia acabado de entrar.

Durante a manhã inteira, mesmo com diversos compromissos e reunião para o dia, a única coisa que ele conseguia pensar era em você. Não só o sexo tinha prendido a atenção do Ackerman, mas, quando você parou de fingir ser outra pessoa apenas para transar com ele, ele acabou de interessando até demais pela verdadeira você.

Mesmo assim, não tinha espaço na vida dele para outra pessoa. A rotina de Levi já era organizadamente preenchida e ele não estava disposto a abandonar o usual por causa de uma mulher, por mais que ela seja única, como você.

O Ackerman precisou respirar fundo para não deixar transparecer a surpresa com a nova notícia de que sua colega de trabalho seria a mulher com quem fodeu a noite passada inteira. Por isso, somente quando estava 100% preparado para te encarar de novo, bateu na porta três vezes.

— Deve ser ele — Erwin falou, se levantando da cadeira e indo até a porta.

Você estava verdadeiramente ansiosa para conhecer o novo sócio de vocês. Sabia que teria que manter certa distância dele e ser extremante profissional, mas não achou que isso seria um problema. Mas, assim que seu pai abriu a porta da sala, uma sensação de pânico atingiu o seu peito, enquanto você tentava, ao máximo, não transparecer o desespero.

— [Nome], esse é o nosso novo sócio — Erwin disse, com um sorriso orgulhoso no rosto, apontando para o baixinho de cabelos escuros e olhar intimidante — Levi Ackerman.

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