𝚎𝚒𝚐𝚑𝚝
Seus olhos encaravam cada detalhe da sua produção da noite, bem em frente ao espelho, sem saber ao certo se estava suficiente. Não sabia explicar o porquê, mas, hoje em específico, você estava bastante crítica com a sua aparência. O vestido que você tinha escolhido no dia anterior já não ficava tão bem no seu corpo, como você imaginava que ficaria. Seu cabelo e maquiagem também pareciam defeituosos, mesmo que usualmente você sempre usasse eles.
— O que foi? — Jean perguntou, assim que percebeu sua expressão desgostosa para seu próprio reflexo.
— Não sei — Deu de ombros, se virando e indo até o closet — Talvez seja o vestido.
— Tem alguma coisa de errada com ele? — O moreno começou a lhe seguir, já totalmente pronto para a festa — Você 'tá linda, como sempre, [Nome] — Olhou a hora no celular, arqueando levemente as sobrancelhas — E a gente já tá atrasado.
— Eu não gostei dele — Você suspirou fundo e se sentou na poltrona dentro do pequeno quartinho, apoiando a testa na mão esquerda, enquanto seu cotovelo estava apoiado no braço da cadeira.
— Olha, não se você 'tá de tpm ou seja lá o que tiver acontecendo com você — Ele disse, se ajoelhando na sua frente, tentando fazer você olhar nos olhos dele — Mas você 'tá uma gostosa com esse vestido — O comentário dele fez você soltar uma risada fraca involuntária — E, comigo do seu lado, ninguém vai reparar muito em você.
Você revirou os olhos e tirou a testa da mão, levantando o rosto novamente. Involuntariamente, um sorriso sincero tomou conta de seus lábios, assim que seus olhos focaram nos do seu melhor amigo. O efeito calmante e confortável que Jean tinha sob você era perigosamente eficaz. Nunca ninguém na sua vida conseguia te fazer sair do zero ao cem tão rápido quanto ele.
— Obrigada — Você falou, depois de respirar fundo mais uma vez — Eu te amo.
— Eu também te amo — Ele se levantou e estendeu a mão para você, que não demorou mais do que alguns segundos para pegar e levantar também — Agora 'vamo que Connie e Sasha já 'tão lá.
Assim que ele acabou de falar, você entrelaçou o braço no dele e, juntos, vocês saíram do seu apartamento, descendo o elevador para pegar o carro, que já estava esperando por vocês na rua.
Já havia chegado o dia da festa que sua empresa ia dar para Levi e, durante os dias que se passaram, você mal havia visto o Ackerman no empresarial. Ele tinha ficado esses primeiros dias completamente ocupado, sendo introduzindo aos integrantes da empresa e tomando conhecimento das novas atividades.
Por isso, o contato entre vocês dois não passou de "bom dia" durante esse tempo. Você só não sabia se isso era algo bom ou ruim, porque, mesmo que você ficasse relativamente aliviada por não precisar ficar naquele clima tenso, uma parte de você ainda tinha vontade de conhecer mais quem era Levi Ackerman.
— Onde vai ser a festa mesmo? — A pergunta de Jean tirou você de seus pensamentos, enquanto vocês dois já estavam no banco de trás do carro.
— Na casa do meu pai.
— A princesa vai voltar pro castelo? — A brincadeira dele arrancou uma risada alta sua, que balançou negativamente a cabeça.
— Temporariamente.
Desde que você saiu de casa, foi algumas vezes visitar o pai, mas nunca ficava muito tempo. Algumas lembranças daquele lugar ainda lhe faziam mal, por mais que você tentasse esquecer as intensas brigas que você e Erwin tiveram no passado.
Quando o carro parou de vez, Jean nem esperou o motorista abrir a porta para vocês e já saiu do veículo, basicamente lhe puxando atrás dele. As câmeras dos repórteres viraram na direção de vocês assim que perceberam suas presenças. Como de costume, você e o moreno entraram no evento de braços dados, gerando muitas especulações sobre um suposto relacionamento amoroso.
— Está atrasada — A voz de seu pai fez um deja vú se passar pela sua cabeça, fazendo você esboçar um sorriso divertido.
— Estou elegantemente atrasada.
— Na festa da sua própria empresa? — Mas, mesmo com sua brincadeira, Erwin ainda estava sério.
— Me desculpa — Falou, sincera, depois de um suspiro cansado — Algumas coisas aconteceram.
— Tudo bem — Ele rapidamente respondeu, assim que percebeu que você estava sendo sincera e o brilho usual nos seus olhos tinha sumido — Não precisa se preocupar com isso, você só precisa cumprimentar algumas pessoas e pode aproveitar a festa com seus amigos.
Você concordou com a cabeça, tentando se animar um pouco. Não sabia o que estava acontecendo, mas você não estava animada como de costume. Na verdade, a única coisa que você queria agora era ir para casa e descansar um pouco. Você estava exausta psicologicamente e só conseguia se imaginar agora na cama.
— [Nome]! — Estava tão cansada, que nem conseguiu evitar revirar os olhos ao ouvir aquela voz facilmente reconhecível te chamando.
— Boa noite, Senhor Forster — Você esboçou um sorriso falso e tentou parecer o mais simpática possível, agarrando o braço de Jean com força ao seu lado, que mantinha um olhar sério em cima do ruivo.
— Por que essa formalidade toda? — Ele se aproximou de você, com aquele sorriso pretensioso e insuportável no rosto — Não é como se a gente não tivesse intimidade suficiente.
— Cuidado como fala — A voz de Jean exalava raiva e ameaça, fazendo o ruivo desviar o olhar de você para ele, mas sem dar um passo sequer para trás.
— Isso é ciúmes, Kirstein? — Floch provocou, ainda com o mesmo sorriso no rosto — Só por que você não conseguiu dormir com ela?
— Acha mesmo que eu teria ciúmes de alguém como você?
— Pelo menos, eu dormi com ela.
— Já chega — Você interrompeu, com o olhar fixo e voz firme — Não banquem as crianças aqui. Jean, obrigada por me defender, mas eu consigo fazer isso sozinha — Olhou para o amigo e esboçou um sorriso sincero, realmente agradecia — E quanto a você — Se virou para o ruivo, que desfez o sorrisinho assim que percebeu o seu tom sério — Quero que me trate com a formalidade devida em qualquer ambiente de trabalho.
— Mas...
— O fato de termos dormido juntos não significa absolutamente nada — Não deu espaço para ele falar, continuando, ainda que em um tom baixo o suficiente para que ninguém ouvisse — Você continua sendo apenas um cliente da minha empresa e nem ouse fala com o meu melhor amigo daquele jeito — Floch tinha os olhos arregalados e a boca meio aberta, como se fosse falar algo, mas nenhum som saia dela — Se nos der licença, precisamos cumprimentar os outros convidados.
Você nem esperou por uma resposta, já puxando o braço de Jean e saindo de lá. Sabia que não deveria tratar um cliente tão importante, como o representante da família Forster, desse jeito. Mas, sua cabeça estava quase explodindo no momento e a última coisa que você precisava no momento era de Floch enchendo o seu saco.
Um suspiro de puro alívio escapou de seus lábios quando você percebeu que não estava mais no campo de visão do ruivo. Mesmo assim, também não queria ter que cumprimentar o resto das pessoas, que já tinham os olhos predadores em cima de você.
— O que 'tá acontecendo? — A voz calma e reconfortante de Jean atingiu os seus tímpanos, lhe deixando instantaneamente mais leve.
— Eu não sei — Admitiu, suspirando mais uma vez — Acho que eu só não 'tô com muita paciência hoje.
— Você menstrua daqui a quantos dias? — Por mais que a maioria das mulheres ficassem constrangidas quando um homem pergunta isso para elas, você apenas abriu o aplicativo do seu ciclo no celular, revirando os olhos assim que viu o calendário.
— Amanhã.
— Vou desmarcar o iate com o Reiner e durmo na sua casa amanhã, certo? — Você assentiu com a cabeça, sem olhar o moreno nos olhos — Agora, a gente pode falar rápido com o Levi e depois encontramos o pessoal.
Mais uma vez, você apenas concordou com a cabeça e se deixou ser guiada pelo Kirstein. Depois dos últimos acontecimentos, acabou se esquecendo que seu ciclo menstrual estava próximo. Isso explicava a baixa de autoestima e de paciência que você estava tendo durante o dia. Pelo menos, agradecia a todos os deuses que vieram na sua cabeça por seu ciclo só começar amanhã. Poderia, pelo menos, poderia passar a noite despreocupada e deixar para lidar com os problemas no outro dia.
No caminho até o novo CEO, você e Jean cumprimentaram ligeiramente algumas pessoas. Você sempre foi boa em mentir e parecer simpática na frente de todos eles não seria um problema.
Como de costume, algumas perguntas sobre se você e o Kirstein estavam juntos surgiram na roda e, toda vez, ele soltava alguma gracinha como "o caminhãozinho dele é muito grande para você". Sempre foi assim, desde que você se lembra. O moreno sempre esteve ao seu lado, com esse mesmo ar protetor e cuidadoso.
— Ele 'tá ali — A voz de Jean ao seu lado fez você sair de seus pensamentos e olhar na direção em que ele estava olhando.
Era Levi, tão lindo quanto você se lembrava. Não sabia explicar o porquê, mas ele parecia ainda mais atraente do que o normal. O smoking justo no corpo dele deixava marcado todos os músculos definidos, fazendo você se perder no quão gostoso ele ficava assim.
— [Nome]? — Você piscou algumas vezes e se virou para o Kirstein ao seu lado — Você 'tá bem? 'Tô te chamando faz um tempinho.
— Vamos acabar logo com isso — Sem esperar uma resposta, você começou a andar em direção ao Ackerman, puxando levemente Jean.
Levi conversava com mais outros dois homens, que você facilmente reconheceu como sócios de uma empresa que era associada à de vocês. Mas, assim que viu você se aproximando, o baixinho pediu licença aos outros dois e veio na sua direção.
Suas bochechas iam corando a medida em que ele se aproximava. Você estava ficando com vergonha, mas não sabia o porquê. Nunca foi difícil lidar com um homem antes, mesmo em época de tpm.
— Senhorita Smith, Senhor Kirstein — Levi assentiu levemente com a cabeça para vocês, apertando a mão de Jean logo em seguida.
— Espero que esteja gostando da sua festa — O moreno ao seu lado falou, quando percebeu que você não diria nada — E parabéns pela entrada na empresa.
— Eu agradeço — Uma expressão pacífica estava esboçada no rosto do Ackerman, que parecia mais relaxado do que o normal. As íris azuis se viraram para você no instante seguinte, fazendo todo o seu corpo tremer.
Você não conseguia controlar os próprios pensamentos ou até seu próprio corpo. O desejo que surgia na sua mente em repetir a noite em que vocês se conheceram gritava não sua mente. Só em sentir o olhar intenso dele sobre você já era motivo suficiente para fazer suas bochechas corarem.
— O que caralhos 'tá acontecendo? — Você pensou, assim que percebeu que ainda não tinha falado nada para Levi. Apenas ficava encarando aquele rosto pecaminosamente lindo, sem nenhuma reação — Me deem licença, por favor — Foi a única coisa que você falou, antes de se virar e sair andando, sem nem esperar por uma resposta.
Os dois homens franziram levemente as sobrancelhas, sem entender absolutamente nada. Eles acompanharam o seu trajeto com o olhar, até que você entrou no corredor, saindo do campo de visão de todos os que estavam no salão.
— O que aconteceu com ela? — O Ackerman perguntou, fazendo Jean suspirar fundo antes de responder.
— Tpm — O moreno pegou o celular, que estava tocando no bolso do smoking — Amanhã começa a luta — Completou, antes de atender a chamada — Fala aí, Connie.
O resto do que o Kirstein falava somente entrava pelos tímpanos de Levi, mas ele não prestava nem um pouco atenção. As íris azuis sem vida ainda olhavam para onde você tinha ido e, sem nem se despedir de Jean, ele foi atrás de você, tentando não deixar o lado racional o impedir.
Teve que evitar algumas pessoas, que iam atrás dele para cumprimentá-lo. Por mais que, geralmente, ele preferisse ser político e falar com todos, agora Levi só queria chegar até você. Por isso, quando entrou no extenso corredor, olhou para todos os lados, voltando a andar quando ouviu um barulho de algo caindo no chão.
— Porra — Você sussurrou, se abaixando para pegar o batom que tinha caído de sua bolsa.
Algumas lembranças da sua infância começaram a invadir sua mente quando você percebeu que estava no mesmo banheiro que sempre dava pt quando bebia escondida de Erwin. Naquela época, tudo era tão mais fácil. A sensação nostálgica fez você ter vontade de chorar, o que faria, se não fosse o barulho da porta se abrindo violentamente.
— Le-vi? — Você perguntou, pausadamente, assim que levantou os olhos e viu o homem entrando no banheiro, com os olhos azuis fixos em você — Quer dizer... Senhor Ackerman — Tentou se corrigir, achando patético o modo como você estava desconcertada apenas em estar na presença dele.
— Você está bem? — Ele perguntou, calmo, enquanto se aproximava em passos lentos de você.
Parecia que seu corpo inteiro estava pegando fogo e a cada passo que Levi dava na sua direção, você ficava ainda mais nervosa. Talvez fosse o começo da bomba de hormônios que estava explodindo no seu corpo, mas você precisava dele urgentemente.
Por isso, assim que o Ackerman chegou perto o suficiente do seu corpo, você, involuntariamente o puxou pelo braço, juntando seus lábios logo em seguida. Mesmo que você achasse que ele iria lhe afastar, Levi não demorou mais do que segundos para retribuir o beijo, se deixando levar completamente.
Ambos sabiam o quão errada era toda essa situação, mas não podiam ligar menos. O Ackerman rapidamente envolveu sua cintura com os braços, fazendo os seus corpos grudarem um no outro. Você aproveitou a deixa para intensificar ainda mais o beijo, entrelaçando suas línguas de forma feroz.
O desejo que vocês dois sentiam um pelo outro era evidente, principalmente porque seus movimentos estavam em perfeita sincronia. Você roçava levemente no membro dele, que já estava começando a ficar meio ereto.
Levi estava completamente entregue a você, enquanto tentava afastar o pensamento de que isso era errado. Se envolver com você era a última coisa que o baixinho podia fazer, mas era tão bom.
Sem nenhum pudor, ele agarrou suas coxas, as puxando para cima, em um sinal para você subir. Assim, você deu um pequeno saltinho e entrelaçou as pernas na cintura dele, fazendo o vestido subir quase até a sua cintura. Com as mãos agarrando firmemente as suas coxas, Levi caminhou, ainda sem quebrar o beijo, até uma poltrona que tinha dentro do enorme banheiro, se sentando lá logo em seguida.
Sentada em cima dele, você intensificou ainda mais o beijo, rebolando levemente, fazendo suas intimidades de roçarem. O Ackerman levou uma das mãos até sua cintura, lhe incentivando a aumentar o ritmo, enquanto a outra subia para a lateral do seu rosto, te guiando para um beijo mais feroz.
Você sentia o membro dele crescer entre suas pernas, ao mesmo tempo em que sua intimidade pulsava e implorava por maior contato. Mas, quando Levi levou as mãos até zíper do seu vestido, ameaçando tirá-lo, vocês ouviram uma voz vindo do corredor.
— Ainda não achei ela — Era a voz de Sasha.
— Deve ter subido pro quarto antigo dela — Você não estava mais beijando Levi e olhava na direção da voz de Connie.
— Vamos lá procurar — Assim que ouviu os passos de Jean se afastando, você se levantou de cima do colo do Ackerman, que franziu as sobrancelhas levemente, olhando na sua direção.
— Me desculpa por isso — Você falou, sem olhar nos olhos dela — Eu não devia...
— [Nome]... — Ele lhe interrompeu, mas você não deixou que ele continuasse a falar.
— Você é o sócio do meu pai e eu realmente 'tô muito confusa agora — Se conteve para não gritar nem chorar. Sua cabeça estava a mil agora e a única coisa que você queria fazer era ir para casa e deitar na sua cama — Me desculpa — Mais uma vez, você não olhava nos olhos dele enquanto falava e saiu de lá sem esperar uma resposta.
Levi queria ir atrás de você, dizer que estava tudo bem, que não ligava em ser sócio do seu pai. Mas, ele sabia que a vida dele nunca mais seria calma se tivesse você ao lado dele. Porque você era como um furacão, que agitava tudo por onde passava. O Ackerman gostava do jeito monótono que a vida dele levava, além de se dar muito bem com a rotina.
Mesmo assim, a vontade de ir atrás de você ainda não saia da cabeça dele. Porque, por mais que você agitasse demais a vida dele, ele adorava essa sensação.
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