5.1
Estava escurecendo, não sabia ao certo o que havia acontecido, já havia perdido a consciência ao menos uma três vezes naquele curto período de tempo, seu corpo inteiro tremia, havia escutado o médico conversando com alguns enfermeiros, sua febre havia voltado e seu corpo parecia muito mais fraco do que antes; sentiu um calafrio correr por sua espinha, Orie ainda estava deitada ao seu lado, haviam mudado sua medicação do soro, não fazia a mínima ideia do que estava tomando naquele momento.
— Mamãe? — Orie chamou com a voz baixa, você abriu os olhos de modo cansado, se sentia zonza, fitou o teto acima de si antes de correr o olhar até a garota deitada sobre seu braço e o começo de seu peito, murmurou um "Hm?" de maneira fraca fazendo com que ela abrisse um sorrisinho frágil em seus lábios — A gente pode voltar na casinha dos pandas ursos depois, você pode segurar um urso bebê, vai fazer você se sentir melhor.
Ela disse de maneira sincera, você riu baixinho antes de concordar com a cabeça devagar, deixou um beijo fraco contra o topo da cabeleira ruiva da garota, tossiu baixinho, sentiu seu corpo tremer novamente, estava com frio, muito frio, seu ventre havia voltado a se remexer de maneira inquieta, parecia queimar como o inferno, queria vomitar, respirou fundo forçando um sorriso em lábios ao sentir os olhos castanhos da mais nova sobre você.
— A mamãe vai amar segurar um bebê urso, Orie, obrigada por estar cuidando de mim.
— A Orie sempre vai cuidar de você, tipo um super-herói.
— Uau, você vai ser um super-herói quando crescer?
— Sim, um super-herói, vou ter uma fantasia de urso e morder os ladrões bem forte.
— Fico mais aliviada por ter uma heroína tão forte para me proteger então.
Murmurou com a voz suave por entre um riso baixo, escutaram passos adentrando no quarto, virou o rosto suavemente para o lado se detendo com Anna, a mulher loira tinha uma expressão aflita em seu rosto, se aproximou mais de você se sentando na poltrona ao seu lado, pousou a mão sobre seu rosto, prensou os lábios.
— Você está mais quente do que antes, pimpolha? Como está se sentindo?
Ela indagou de maneira quebradiça quase como se fosse começar a chorar a qualquer segundo por lhe ver naquele estado decadente, você respirou fundo sentindo mais uma pontada forte contra o pé de sua barriga, fechou os olhos com força antes de dar de ombros.
— Cansada, muito cansada, parece que eu não durmo a dias, posso dormir um pouco?
Perguntou com a voz fraca abrindo os olhos devagar, Anna acariciou sua bochecha com o polegar, negou com a cabeça devagar.
— Eu prefiro que não, aguente acordada só mais um pouquinho, está bem? Apenas até eles encontrarem algum remédio que controle as reações de seu corpo.
Você concordou com a cabeça preguiçosamente, estava cansada demais, triste demais e amargurada demais, sentia que nenhum daqueles sentimentos eram benignos para o seu estado de saúde atual, apenas queria descansar, fechar os olhos e dormir por uma semana seguida, quem sabe assim seu corpo se acostumasse com sua nova vida. Dois filhos. Aquilo era coisa de mais para você mesmo que tivesse seus amigos em sua vida, mesmo que amasse Aurora com todas as suas forças não sabia se daria conta de tudo aquilo.
Oikawa adentrou no quarto, havia sido impedido de sair por Hadassah que contou sobre como o seu estado havia piorado, ele andou em passos vacilantes em sua direção, tinha uma feição assustada em seu rosto, parecia tão aflito como Anna, curvou o corpo sobre o seu deixando um beijo trêmulo contra sua bochecha.
— Vou comprar todas as pizzas de salada de frutas do mundo quando você melhorar, está bem? Eu prometo
Ele disse com a voz tão fraca que parecia que ele se desmancharia em lágrimas, afastou o rosto devagar, olhou para os dois que estavam ali, riu baixinho antes de arquear uma das sobrancelhas.
— Pelo amor de deus, que feições são essas? Vou ficar bem, sou advogada e mãe solteira, passei por coisas piores do que isso na minha vida.
Murmurou por entre o riso, sentia sua garganta doer, mesmo naquela situação tentava parecer forte, como se não ligasse, mas estava tão assustada que chegava a ser vergonhoso, nunca havia ficado daquele jeito antes, sentiu algo quente correr por suas bochechas, seus lábios tremeram, começou a chorar baixinho sentiu Anna pousar a mão em seu ombro.
— S/N...
— Eu estou assustada, estou muito assustada, quero ir para casa, quero ver o Shoyo, alguém trás ele aqui, por favor... por favor, eu não quero mais ficar sozinha, não posso ficar longe dele.
Pediu aos prantos, sentiu sua vista se escurecer por uma fração de segundos, seu choro passou de soluços para ofegos baixos, sentiu seu corpo ter um espasmo forte de dor antes de começar a chorar novamente, todos ficaram em silêncio até a voz de Orie se fazer presente.
— O lençol da mamãe tá vermelho.
Ela disse por fim, você fechou os olhos de modo cansado, seu corpo teve um tremor forte, sentiu alguém afastar Aurora de você, passos ao redor da sala quase que desesperados, quis gritar para que levassem ela de volta para você seus lábios simplesmente não se mexiam.
— Ela está tendo uma hemorragia intensa, vai perder a consciência a leve para a sala agora!
Alguém gritou, seus ombros tremeram, tudo ficou escuro, não sabia o que estava acontecendo mas por uma fração de segundos tudo parou, simplesmente parou, não sentia mais nada, sua mente parecia um enorme clarão.
Abriu os olhos devagar, estava no mesmo quarto do hospital de antes, seu corpo não estava dolorido nem havia uma agulha sobre a sua pele, olhou ao redor confusa, parecia estar de dia, abaixou os olhos para o próprio lençol, não estava vermelho como Orie havia dito antes, escutou passos próximos a si.
— Mocinha?
Uma voz mais do que conhecida se fez presente, você olhou para o lado rapidamente se detendo com o homem de cabelos ruivos, tinha Orie em seus braços, arfou baixinho se levantando da maca de uma vez correndo até ele o abraçando com força, Aurora riu baixinho.
— Você voltou, você voltou!
Exclamou de maneira animada sentindo seus olhos marejarem, ele riu antes de colocar a criança no chão com cuidado, segurou seu rosto por entre as próprias mãos, aproximou suas bocas com cuidado, conseguia sentir a respiração quente do mais velho se chocando suavemente contra sua pele, roçou seus lábios, sorriu contra eles antes de lhe beijar por fim, era um beijo profundo que fazia questão de deixar seu estômago gelado.
— E eu nunca mais vou embora.
Ele sussurrou contra sua boca afastando seus lábios em um estalo baixo, você riu baixinho levantando o olhar em sua direção, se sentia completa.
— Vamos para casa, ruivinho.
Shoyo sorriu ao ouvir suas palavras, lhe beijou mais uma vez, se sentia em paz, os tormentos de dias não assolavam mais sua mente ou seu corpo.
Não precisaria mais se preocupar, porque ele estava ali.
— Você quem manda, mocinha.
Ele sussurrou por entre o beijo, você estava mais do que feliz.
Mesmo que aquilo não fosse real.
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