010 - Mau comportamento
— O que diabos fez você mudar a cor do seu cabelo? — Luka questionou. Sua voz estava cheia de descrença enquanto ele se sentava na minha frente e dobrava cuidadosamente as pontas da sua camisa social.
— Não mudei tanto assim. Ainda está no espectro vermelho — resmunguei baixinho e peguei Luka revirando os olhos.
— Sim, está da cor do seu cérebro, idiota.
Ele me deu o fora.
Mudei de um vermelho fogo para um tom escuro de vermelho. Sempre que os pesadelos retornavam, meu cabelo sofria as consequências. Foi por causa do quanto ele gostava do meu cabelo que nunca mais o pintei de preto, mas sempre senti que meu interior estava prestes a explodir se eu não mudasse alguma coisa nele.
Luka ficou em silêncio por alguns segundos.
— Os pesadelos estão de volta, não é? — eu assenti com um sorriso triste.
— Mas não se preocupe. Ele está trancado e não pode mais me machucar.
— Você tem certeza disso? — ele perguntou. — Porque você está tremendo com a menção da existência dele. Não consigo imaginar como seria se eu dissesse o nome dele em voz alta. Quando foi a última vez que você foi à sua terapeuta?
Fiquei quieta. Luka tinha as melhores intenções no coração, e tudo o que isso era, era uma maneira dele mostrar o quão preocupado ele estava. E, por mais que eu quisesse mentir para mim mesma que não havia nada com que se preocupar, eu estava, lá no fundo, ainda tão petrificada quanto eu estava todos aqueles anos atrás.
Tentei empurrar os pensamentos para o fundo da minha mente, mas eles sempre pareciam encontrar um caminho de volta, para rastejar nas profundezas da minha consciência e ganhar controle total.
Foi uma experiência assustadora.
Uma experiência que tive que viver.
— Escuta, Luka… — mordi meu lábio inferior e tentei descobrir qual seria a melhor maneira de pedir sua ajuda. Ele faria isso, sem pestanejar, era só que eu não queria começar a depender de outras pessoas para me ajudar, justamente quando eu tinha ficado mais forte e quando eu finalmente estava bem em ser capaz de fazer as coisas sozinha.
Luka riu para si mesmo.
— Não se preocupe, Daph. Eu cuido de você. Vou verificar o que está acontecendo na prisão e ver se algum dos presos fala algo útil.
— Obrigada — eu sorri.
Olhei para Luka. Seu penteado usual era com o cabelo cacheado solto, mas agora, ele o tinha colocado em um coque masculino com duas mechas da frente caindo pela bochecha. Ele ficava bem com esse penteado. Então, meus olhos vagaram até seu pescoço e fiquei chocada, para dizer o mínimo.
— Que porra é essa? — meus olhos estavam grudados no chupão em seu pescoço, mas o sorriso mais largo apareceu no canto dos meus lábios.
— O quê? — Luka ficou confuso.
Levantei meus olhos para encontrar os dele e dei um leve sorriso.
— A marca de amor.
— Merda — Luka xingou enquanto tentava ajustar a gola da camisa e trazê-la mais para perto do pescoço. — Eu nem percebi.
— Então, quem fez isso?
Luka estava observando a diversão no meu rosto, e por um tempo, ele ficou em silêncio. Ele pensou se deveria me contar ou ficar quieto, mas sabia que eu não pararia de bisbilhotar até obter uma resposta satisfatória.
— Escute — ele começou. — O que vou lhe dizer não sai desta mesa, você entendeu?
Eu bufei.
— Não é como se eu tivesse alguém para conversar sobre sua vida sexual. Desembucha.
— Então, eu conheci uma mulher... e vamos apenas dizer que ela me pegou de surpresa. Ela é um pouco diferente do que eu estava acostumado…
Pisquei e minha sobrancelha esquerda se ergueu ligeiramente.
— Diferente, como?
Luka engoliu em seco, e eu vi um toque de rubor subindo por suas bochechas. Eu mal me contive de rir da cara dele.
— Ela é uma dom.
— Nem fodendo! E você foi sub?
Ele exitou.
— Não exatamente. Ok, então foi quando você estava na Inglaterra com Estevan e houve um problema em um dos cassinos, eu fui verificar e lá estava ela, sozinha no bar. Ela era extremamente linda e eu comprei uma bebida para ela, começamos a conversar e acabamos tendo uma noite só. Eu definitivamente queria ver como ela se encaixaria na subcategoria e potencialmente ter um contrato com ela, então eu a deixei se exibir, sabe? Para minha surpresa, ela era uma dom do caralho. E depois disso eu simplesmente fui embora.
A última frase fez isso por mim. O riso irrompeu do meu estômago e eu não conseguia parar. O olhar de derrota cruzou o rosto de Luka e, de alguma forma, foi ainda mais engraçado vê-lo contemplar suas decisões de vida. Consegui me acalmar com uma última risada.
— Ok, mas isso foi, o quê, há semanas atrás? O chupão está fresco.
Luka cerrou os dentes.
— Ela me rastreou e decidiu tentar procurar um emprego na minha empresa. De alguma forma, isso nos levou a ter outra rodada de sexo, ou algumas, na verdade, e estou muito confuso agora.
Eu ri de novo.
— Ela te acorrentou?
Luka pegou a almofada decorativa do meu sofá e jogou, mirando na minha cabeça. Eu me abaixei a tempo de ele errar e mostrei o dedo do meio.
De alguma forma, tudo isso soou tão familiar e eu não conseguia me lembrar, mas eu queria. Luka estava falando sobre algo, mas eu não conseguia ouvir ou focar em suas palavras. Tudo o que eu pensava era em quão familiar a história e a situação eram, e como eu era incapaz de juntar todas as peças.
Então, a compreensão me atingiu.
— Não me diga que é a Cora, por favor, pelo amor de Deus, não me diga que é a porra da Cora.
Ele parecia aterrorizado.
— Como é que você sabia?
Eu fiz uma careta. Cora me contou uma história sobre conhecer um cara em um cassino e como isso levou a outra noite de sexo que não significou nada. E ela me contou a história esta manhã quando estávamos tomando café da manhã
Lambi meu lábio inferior.
— Ok. Escute, vocês dois são dois adultos crescidos e podem fazer o que quiserem. No entanto, duas coisas. Número um, não engravide-a, senão eu corto seu pau fora.
Ele piscou.
— E número dois, por mais forte que ela pareça, ela também é um ser humano. Se você fizer qualquer coisa, e eu quero dizer qualquer coisa, para machucá-la, eu vou te caçar e você vai se arrepender por toda a sua vida. Você entendeu?
— Eu sabia que você era protetora com ela, só nunca soube o quanto — ele murmurou, mas eu ouvi tudo. — E além disso, e se ela me machucar?
— Nós dois sabemos que seu coração está definitivamente fechado, por enquanto. Mas se chegar a esse ponto, eu farei a mesma coisa com ela. Vocês dois são as pessoas mais importantes na minha vida, e por favor, não machuquem um ao outro. Eu não quero ser forçada a escolher lados.
— Não se preocupe, Daph — disse Luka. — Pode nem levar a nada. É só sexo casual por enquanto.
E por mais verdadeiras que fossem suas palavras, eu tinha dúvidas em minha mente. Tudo o que eu esperava era que não acabasse como Landon e Sophie porque eu não era Erin, e eu não seria capaz de lidar com isso tão bem quanto ela.
Eu odiava totalmente a segunda-feira. Muito mais agora que Ellie e eu estávamos fazendo papelada pelas últimas quatro horas. Parecia não ter fim e a pilha de arquivos nunca diminuía, não importava quanto trabalho fizéssemos ou o quanto tentássemos terminar tudo até o meio-dia.
E a pior parte? Theodore entrou em seu escritório há uma hora e, além de um breve "bom dia" e um aceno de cabeça, ele não disse muita coisa. No entanto, assim que meus olhos pousaram nele, e a maneira como ele parecia extremamente bem, fiquei excitada.
E, puta merda, estava ficando insuportável e mais intenso. Tentei pensar em qualquer coisa que levasse minha mente para uma direção diferente, mas não tive sucesso, pois os pensamentos dele me chicoteando e me espancando sempre voltavam.
Então, por que não enviar uma mensagem arriscada?
Quão ocupado você está?
— Daphne — Ellie disse e eu pulei. Rapidamente, bloqueei meu telefone e o coloquei na mesa, antes de olhar para cima. — Alguns de nós estão fazendo uma pausa para o almoço e vamos ao restaurante na rua em meia hora. Você vem?
— Já te respondo sobre isso!
Ellie assentiu e voltou ao trabalho, e meu telefone tocou.
Theodore
Extremamente, por quê?
Agora, essa era a parte em que eu não tinha certeza. Vários pensamentos voaram pela minha cabeça enquanto eu digitava a resposta, e o lado racional literalmente me implorou para não ouvir a parte inferior do meu corpo e não enviar o texto, mas eu fiz isso de qualquer maneira.
Que pena. Eu queria te chupar…
Algo quebrou dentro do escritório de Theodore e todas as secretárias olharam para a porta. Sons abafados dele xingando e o vidro quebrando no chão. Então, por um momento, ficou tudo quieto.
Ele abriu a porta do seu escritório, surpreendendo a todos nós. Ele parecia tão estoico como sempre enquanto seus olhos vagavam pelo local. Abaixei minha cabeça para conter o riso e, antes que eu percebesse, sua voz ecoou na sala.
— Vocês estão livres para fazer uma pausa para o almoço — literalmente todos voaram de seus assentos. — Exceto você, Srta. Preston. Preciso falar com você.
— Que pena para você — Ellie riu e eu revirei os olhos para ela. — Não se preocupe, vou pegar uma porção para você também.
— Obrigada, Srta. Summers.
Eles desapareceram lentamente de vista e Theo retornou ao seu escritório, a porta ligeiramente aberta. Eu fui em direção a ele, tudo isso enquanto criticava minhas decisões de vida que levaram a esse momento.
— Você me chamou, senhor?
Por que eu não estava nervosa ou ansiosa? Theodore deixou bem óbvio no contrato que nosso relacionamento não interferiria em nosso trabalho, e eu sabia que ele poderia facilmente me demitir agora mesmo. Então, por que eu estava me sentindo animada e excitada quando ele me deu um de seus olhares característicos e inexpressivos?
— O que foi isso? — suas mãos repousavam na poltrona enquanto ele se recostava na cadeira de couro confortável. Ele levantou uma sobrancelha curiosa para mim, e eu apenas sorri em resposta.
— Nada, eu só estava me sentindo… um pouco excitada, só isso.
Ele piscou.
— Tudo bem.
Seu rosto inteiro mudou, em uma fração de segundo. Seus olhos ficaram mais escuros e o olhar que ele me deu me disse que eu estava em apuros. A maneira como ele era capaz de escolher qual lado queria mostrar estava além da minha imaginação, pois era algo que eu nunca fui capaz de fazer.
Theodore inclinou a cabeça para o lado e me deu um leve sorriso.
— Então rasteje. Rasteje até mim e me mostre o quanto você quer meu pau na sua boca.
Fiquei surpresa.
— Ah, não. Eu não engatinho.
Theodore canalizou seu Damon Salvatore interior e, quando fechei os olhos por um breve momento, ele estava na minha frente, com a mão na minha garganta e um olhar assustador no rosto. Eu me senti intimidada e, honestamente, não sabia o quanto aquela frase idiota iria provocá-lo. Sua raiva estava nas alturas e eu amei cada momento.
Theodore me deu um sorriso amargo.
— Então aprenda. Ou eu farei você aprender.
Mensagem recebida. O aperto na minha garganta desapareceu e ele foi rápido em retornar à sua posição anterior, eu me ajoelhei, muito ciente do fato de que meus seios estavam em sua visão. A camisa estava ridiculamente apertada em mim e eu sabia o quão gostosa eu estava.
Eu não estava tentando me apressar, mas de alguma forma, eu estava na frente dele antes de pensar no plano. Ele nunca quebrou o contato visual, mas seus olhos também não me disseram o que ele queria. Theodore Estevan era um homem difícil de ler e eu odiava nunca saber quais eram seus pensamentos ou sentimentos.
Cuidadosamente, usei minhas mãos para abrir o zíper de suas calças enquanto ele olhava para mim, sem mudar de posição uma única vez para tornar as coisas pelo menos um pouco mais fáceis para mim.
Minhas mãos foram arrancadas.
— Você realmente não aprende, não é? — ele balançou a cabeça. — Você usa as mãos quando eu digo. Entendeu?
Eu queria revirar os olhos, mas isso teria resultado em um tapa. No entanto, ainda estávamos no trabalho e eu não precisava que ninguém visse isso.
Lutei por um minuto inteiro para abrir o zíper dele com os dentes, mas de alguma forma consegui, embora eu tenha usado minhas mãos para puxar seu pau para fora, pois era impossível fazer isso sem as mãos.
Eu não queria perder nada do tempo limitado que tínhamos, e imediatamente comecei a trabalhar. Ele já estava duro como uma pedra e, a julgar pela forma como sua respiração ficou rápida, Theodore estava gostando.
Uma batida veio à porta e nós dois congelamos. Ele foi rápido em me empurrar para baixo da mesa e recuperar sua postura, embora ele nunca tenha tido tempo de fechar o zíper das calças novamente. Não que isso fosse visível sobre a mesa, no entanto.
— Entre — a voz severa de Theodore ecoou na sala e a porta se abriu.
— Desculpe por perturbar sua hora de almoço, senhor — era a voz de Ellie. — Recebi uma ligação sobre sua reunião com o chefe da Westwood Publishing House, e parecia uma parecia uma emergência.
Theodore assentiu com a cabeça.
— Continue.
Eu tive a pior ou a melhor ideia. Lentamente, coloquei meus lábios na ponta do seu pau e comecei a girar minha língua em volta dele. Theo congelou em seu lugar enquanto tentava ouvir as palavras de Ellie, embora eu soubesse que de um milhão de pensamentos que estavam passando por sua cabeça, nenhum deles estava relacionado ao discurso de dela.
Uma das mãos dele puxou meu cabelo, como se fosse me empurrar, mas quando eu estava prestes a parar, senti que ele me puxava em direção ao seu pau. Abri a boca e tomei o máximo que pude dele e ele começou a se contorcer na minha boca.
Minha língua subia e descia à medida em que ele tremia. Suas mãos apertaram meu cabelo mais forte e me empurravam em sua direção, fazendo com que seu pau ficasse ainda mais dentro da minha boca.
A adrenalina que corria por minhas veias não era nada comparada à excitação que ele sentia. O mero pensamento de ser descoberta em tal posição, com sua assistente, era muito... humilhante para seu ego, e embora ele tentasse resistir, não conseguia.
Theodore gozou direto na minha garganta enquanto eu engolia tudo. Quando ele terminou, eu ainda podia senti-lo se contorcer e eu sabia o quanto eu estava encrencada.
— O-obrigado — começou a falar, mas notou a tremedeira em sua voz. Eu segurei uma risada enquanto ele limpava a garganta. — Obrigado, Srta. Summers. Você está livre para ir, agora.
— Sim, senhor — ouvi a resposta curta de Ellie e, enquanto a porta se fechava atrás dela, esperei pela reação de Theodore com o sorriso mais largo do mundo.
Ele me puxou para fora e eu caí no colo dele. Calafrios percorreram minha espinha porque ele não só parecia furioso, mas também emocionado.
— Ah, você está fodida, Daphne.
E eu mal podia esperar.
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