𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 43
CAPÍTULO 43
Meses depois.
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Precisávamos de uma maneira para anunciar a gravidez. Algum jeito que terminasse melhor do que no anúncio do casamento. Sabemos que a essa altura nossos irmãos não se juntariam outra vez para um jantar, mas uma festa talvez animassem mais. Então eu e Cinco organizamos essa festa, com muita bebida para eles, carne para churrasco e sobremesas para quem quiser.
É um banquete maravilhoso, eles têm que vir.
Esperamos alguns meses, até a fase de maior risco passar. Precisávamos desse tempo para assimilar um com o outro as nossas vidas daqui em diante, que nunca mais serão as mesmas.
Cinco ficou insuportavelmente protetor. Não me deixava entrar na piscina, descer escadas desacompanhada, e comprou chinelos antiderrapantes para eu não escorregar e, em seus pesadelos, bater a barriga. Em compensação, a minha fome triplicou e ele sempre dá um jeito de conseguir um lanche aleatório no meio da noite.
Achei que essa super proteção diminuiria quando ele soubesse o sexo do bebê. E eu estava errada. Só aumentou.
— Eu não falei pra você sair de perto do fogo? — Cinco fala, chegando perto de mim. Ele não percebe, mas é dessa forma que ele quer me proteger. Vai chocar ele, mas eu sobrevivi me cuidando há 30 anos, consigo fazer isso por mais cinco meses.
— Eles estão chegando e você não vai dar conta de fazer tudo sozinho. — Eu argumento. Meu trabalho não é perigoso, só estou abanando o carvão para o fogo se espalhar.
— Consigo sim, querida. Senta lá no sofá. — Ele beija a minha cabeça, começando a abanar por mim.
Eu vou, porque nem sempre consigo vencer dele numa discussão. Eu estou dormindo muito nas últimas semanas, quando estou acordada, só quero gastar mais energia e dormir de novo. Mas Cinco insiste em me mandar da cama pro sofá e do sofá pra cama.
Eu confiro a mesa de jantar. Finalmente ela está cheia com comida para um batalhão. A mesa é grande demais, e no dia a dia, eu e Cinco só ocupamos o cantinho dela. Assim me deixa mais animada, como se a casa ganhasse vida e fico mais ansiosa pela chegada deles.
Pela sexta vez no dia, eu entro no quarto em reforma. Meu coração bate mais rápido, imaginando onde ficarão as próximas decorações. Por enquanto, só há um armário para futuras roupinhas e sapatos, ao lado, uma cômoda seguindo o mesmo tom de madeira, e um berço, que eu e Cinco montamos juntos. Gosto de me dar o crédito por lhe entregar os parafusos, já que ele não me deixava carregar as madeiras.
As paredes tem um tom verde-água claro, nada muito forte, foi minuciosamente escolhido. Às vezes ainda consigo sentir o cheiro da tinta. Encontramos adesivos de parede com animais de olhos gigantes e brilhantes que os deixam ainda mais fofos. Eu chorei quando compramos.
Todos esses móveis estão vazios, pretendemos enchê-los aos poucos, começando semana que vem. E os adesivos e decorações apenas na reta final, pois só essa semana, mudamos a distribuição dos móveis do quartos umas três vezes.
Eu passo a minha mão sobre a barriga, notavelmente maior. Estou usando uma jaqueta por cima da blusa, e acredito que assim consigo esconder a surpresa até a hora de revelar.
De repente, um ar quente arrepia meu pescoço, e eu vejo os braços de Cinco me abraçarem em minha barriga. Ele beija meu pescoço, inclinando meu rosto para alcançar minha boca. Exatamente quando seus beijos se intensificam, escutamos a campainha.
— Chegaram. Eu vou atender. Você tá pronta?
Eu suspiro, dando uns pulos para aliviar o nervosismo.
— Sim!
Cinco sorri, me dando um selinho, e saindo do quarto para abrir a porta aos nossos irmãos. Fecho a porta do quarto e a tranco, podendo escutar o murmurinho dos meus irmãos enquanto entram. Vou até eles e os recebo com um grande sorriso. Dessa vez, Lila está junto, porque com o passar do tempo, o ressentimento não é mais forte que a nossa escolha para maridos, e que nos forçam a estar na mesma família. Ela está sendo uma boa amiga.
— Tem comida? Estou com fome? — Klaus vai direto para a cozinha, parando no caminho para pegar pedaços das comidas na mesa.
— Posso usar o banheiro? — Luther pergunta, cruzando as pernas e dizendo o quanto a viagem foi longa. Apesar do exagero, nossa casa fica consideravelmente longe de qualquer um deles.
— Ela dormiu, posso deixar em algum quarto? — Pergunta Allison com a filha no colo, agora grande demais para estar lá.
Indicamos o primeiro quarto do corredor, o de visitas, e que nunca foi usado a não ser por Cinco, quando brigamos no meio da noite. Allison deixa Claire dormindo lá, e todos os meus irmãos se espalham pela casa.
Cinco contorce o seu rosto quando escuta o barulho característico de quem pulou na piscina. E fica ainda mais desapontado quando percebe Diego tirando algumas carnes da churrasqueira antes da hora.
— Tá cedo demais para eles irem embora? — Ele sussurra para mim.
— Aguenta mais um pouco, vai. — Dou uma risada.
Eu me junto a Viktor na mesa, preparando o meu terceiro prato hoje, e enchendo-o como se fosse o primeiro. Nenhum deles sabe além de Cinco. Chamamos todos eles para a mesa, com exceção de Klaus, que comeu sentado na grama do lado de fora, com o prato que preparei para ele, porque de maneira alguma ele iria entrar molhado dentro da minha casa.
— Claire começou a fazer ballet esse mês. Quando ela acordar, vai querer mostrar para vocês o que aprendeu. — Allison diz, rindo, e servindo comida em seu prato.
Uma vontade desconhecida e incontrolável enchem meus olhos de lágrimas, e eu coloco minha mão sobre a perna de Cinco, por baixo da mesa, olhando para ele e achando a coisa mais linda do mundo a nossa sobrinha fazendo ballet.
— Luther foi demitido de novo. — Diego fala, naturalmente, porque realmente precisamos nos atualizar.
— E o Diego não arruma um lugar para morar. — Luther rebate, também num tom normal, como se eles evitassem uma futura discussão.
— Bom, eu estou tocando no teatro todo final de semana. — Viktor diz, melhorando o clima na mesa.
— Que bom, estou feliz por você. — Eu respondo, sorrindo.
— Bem que dizem que casamento engorda. A Amber não tá…? — Diego fala, enchendo suas bochechas de ar e curvando seus braços sobre o corpo. Algo exagerado, pois eu mesma sei que não mudei muita coisa. Ou então ele reparou um volume que de fato não existia na minha barriga.
— Impressão sua. — Respondo, calmamente, pois irmãos como o Diego, só dizem isso para me ver furiosa.
— Pra mim continua gostosa. — O homem sem limites ao meu lado torce seus lábios para baixo, com indiferença, usando seu garfo e faca de forma ameaçadora. Senti a necessidade de lhe dar uma cotovelada.
— Tem sobremesa? — Pergunta Luther, ignorando.
— Várias. — Respondo, também servindo-as para mim com a quantidade que todos duvidam que vou conseguir comer.
Ao passo que eles vão terminado o almoço, se enchem de sobremesas também. Os meninos, sem avisar, tiraram suas roupas e mergulharam na piscina. É raro ter tantas pessoas em casa ao ponto de conseguirmos fazer brincadeiras na piscina, então me empolguei para entrar também.
Fui direto ao meu quarto, procurar por algum biquíni, e quando a porta abriu, eu já sabia quem era e o que iria dizer.
— Você vai entrar mesmo?
— Sim. Você não? — Eu falo, óbvia, tirando minha calça.
Também tiro a jaqueta e a blusa na sequência, e Cinco vez ou outra olha em outra direção. Não está me dando privacidade, mas controlando a si mesmo para não dar mais nem um passo em minha direção.
— É, eu vou. Mas você sabe, eles vão ver a sua barriga.
Eu tiro o meu sutiã, pegando o parte superior do biquíni em cima da cama enquanto ele coça a nuca, umedecendo os lábios e dando rápidos olhares para mim.
— E o que que tem? Podemos já contar agora.
Cinco não luta contra si mesmo e caminha até mim, segurando a minha cintura e acariciando.
— Tem certeza?
— Absoluta. Depois da piscina eles vão ficar cansados e dormir. Tem que ser agora
— Tudo bem. — Ele pressiona o meu corpo contra o dele, beijando o meu pescoço enquanto uma de suas mãos adentra o meu cabelo. Depois de algumas marcas, ele me dá um beijo longo, mas não se arrisca em repeti-lo.
Ainda assim, ele fica relutante em soltar meu corpo do seu, e por ainda precisar vestir a parte inferior do biquíni, eu o afasto. Sua vez foi mais simples. Ele só tirou a sua camisa e colocou uma sunga.
— Olha como cresceu. — Cinco diz, me olhando pelo espelho e segurando a minha barriga. Ele faz um movimento do começo até o final deste volume, e sua mão quase preenche por completo. Ele assume outra voz, uma mais divertida, que começou a usar desde o dia que descobrimos que teríamos um filho. — Vou tentar proteger a sua mãe no vôlei, mas se prepara aí dentro. Ela é maluca e esquece que você tá aí.
— Eu não esqueço. Eu só consigo fazer tudo perfeitamente como fazia antes.
— Mas não precisa. Você tem seu marido para fazer por você.
Revirando os olhos levemente para que ele não perceba, eu coloco uma saída de praia por cima. Só porque não quero assustar meus irmãos com essa notícia logo de cara. Nós saímos do quarto e fomos direto para o lado externo. Os meninos se divertem na piscina com suas brincadeiras seguras com base em afogamento, enquanto minha irmã bebe um drinque numa espreguiçadeira, assistindo como eles são seres humanos mal desenvolvidos.
— Vocês podem não se matar por um minuto e prestar atenção aqui? — Cinco pede, deixando escondida em suas costas a primeira roupinha que compramos.
— Fala, chatão. — Klaus diz rindo, soltando a cabeça de Diego.
Eles se organizam em uma fileira na borda da piscina. Para dar uma proximidade e seriedade no assunto, Cinco e eu sentamos nas espreguiçadeiras, ao lado de Allison.
— Bom, moramos longe, não conversamos muito, e é muito difícil achar um dia como esse em que vocês todos possam vir juntos até aqui. — Cinco começa, cautelosamente.
— Verdade, só aconteceu uma vez. — Viktor relembra.
— E já já preciso ir embora. Tenho filmagem amanhã. — Allison acrescenta.
— Sim, nós entendemos. Mas chamamos vocês aqui para mais do que uma festa e matar a saudade. Porque eu mesmo não estava com saudade. — Cinco faz questão de falar. — Mas também porque temos que dizer algo a vocês.
— Ih, outro divórcio, Amber? Caramba. — Luther lamenta.
— Para a sua surpresa, continuamos muito bem casados, loirinho. — Algo divino e poderoso segurou a minha mão para não arremessar o meu copo d'água na cabeça dele.
— Pois é. Tão bem casados que a família aumentou. — Cinco diz, e podemos ver como os queixos deles caíram em sincronia. — Vamos ter um filho.
Um silêncio absoluto.
— Meu. Deus! — Eles dizem, cada um em seu tempo. Mas todos eles ficaram chocados o bastante para saírem da piscina.
Cinco coloca sua mão na frente e mostra com orgulho a primeira roupinha. Um macacão lilás com pequenas margaridas.
— Uma filha. — Eu falo, acrescentando, e sorrindo tanto que meus olhos enchem de lágrimas mais uma vez.
Eles abrem ainda mais a boca, como se fosse possível.
— O quê?!
— Levanta, amor. Quanto tempo tem? — Cinco pede, e quando estou de pé ao seu lado, ele afasta a saída de praia para conferir a pequena bebê que temos.
— 21 semanas — Me pego cometendo algo que sempre julguei. Eu só me acostumei a seguir as fases da gravidez como me ensinaram no hospital.
— Traduz.
— 5 meses.
— Vocês esconderam por 5 meses?! — Diego e Allison se revoltam e fazem a mesma pergunta.
— É, por segurança e tals. Não foi fácil, tá? A Amber já pegou o telefone várias vezes e eu cortei a energia, mas estávamos esperando um dia em que vocês pudessem vir pessoalmente.
— Meu Deus, a gente vai ter outra sobrinha? — Viktor coloca as mãos na cabeça, como se estivesse perdido e feliz ao mesmo tempo.
— Meus parabéns, maninha! — Luther vem até mim, me abraçando com seus braços enormes molhados ao ponto de me tirar do chão. Ele me chacoalha um pouco, repetindo uma vogal cada vez que me balança.
— Põe minha mulher no chão agora. — Cinco diz, dando para notar sua fúria pela voz. Se eu sequer posso chegar perto do fogo, ser abraçada pelo gorila com super força é outro pesadelo para Cinco.
— Parabéns, irmão. — Luther hesita, mas estende a sua mão para bater na de Cinco.
— Vocês já tem um nome pra ela? Eu tenho vários em mente. — Allison diz, animada. Cinco logo diz:
— Obrigado, mas achamos que Jade é o nome perfeito. Porque vai ser uma pedra preci…
…osa igual a mãe dela. É, Cinco repetiu isso algumas vezes enquanto beijava a minha barriga durante a noite. Deve ser a coisa mais brega que ele já me falou, e eu não concordei com esse nome pelo mesmo motivo que o dele. Mas era o mais bonito que conseguimos entrar num acordo.
Até o quarto ele pintou de verde para dizer essa mesma frase à nossa filha no futuro. E para qualquer pessoa que perguntar o nome dela.
— É um lindo nome. Parabéns. — Allison diz. Consigo me lembrar como se fosse ontem do dia em que ela estava decidindo nomes femininos para a sua bebê, e agora a sensação de déjà-vu é absurda.
— Amber vai ser uma boa mãe. Tenho certeza disso. Já o Cinco… — Diego comenta, alfinetando.
— Cinco não nasceu pra ser mãe. — Klaus fala, e então complementa seu raciocínio. — Mas vai ser um bom pai. Sabe, essas tarefas brutas de pai, ele vai mandar bem. Até sumir e não voltar mais ele sabe fazer.
Cinco não move um músculo de seu rosto, enquanto todos os outros irmãos riem.
— Vocês já estão tempo demais aqui. Tá na hora de ir embora. — Ele fala.
— O quê?! A gente ainda nem jogou as meninas na piscina. — Diego fala, fazendo-me lembrar das brincadeiras sem graça que eles faziam quando crianças.
Bem, isso não mudou, pois Diego corre em direção de Lila, agarrando-a pela cintura e correndo para pular na piscina. Eu nego milhões de vezes, mas Luther faz o mesmo comigo. Antes dos ruídos irem embora e minha cabeça ser submersa, pude escutar Cinco dizer que mataria o Luther.
Quando eu consigo voltar à superfície, Luther já está fora da piscina trazendo Allison arrastada de sua espreguiçadeira. Cinco murmura xingamentos e planos de morte para os meninos enquanto caminha em minha direção. Ele se abaixa, sentando na borda da piscina e deixando apenas seus pés dentro d'água.
— Eu vou acabar com ele. Anota as minhas palavras. — Meu marido continua resmungando como um velho, e eu nado para apoiar minha cabeça em sua perna.
— Eu tô bem, foi só uma brincadeira.
Uma brincadeira de muito mal gosto pois essa água está gelada.
— Entra, vem.
Puxo os braços dele até ele ceder e pular. Ele mergulha para se acostumar com a temperatura, e quando volta, chacoalhando a sua cabeça e fazendo seu cabelo respingar em mim, penso se não é melhor mesmo todos irem embora para eu tê-lo só para mim.
— O último que subir, perde. — Klaus diz, apostando, e os meninos aceitam. Eles fazem uma contagem regressiva e mergulham a cabeça completamente.
— Tomara que não suba nenhum. — Cinco diz, nadando para trás de mim e me abraçando pela cintura.
Vez ou outra ele passa sua mão sobre minha barriga, e sempre que faz isso beija o meu pescoço, como se me agradecesse.
Eu deito minha cabeça para trás, em seu peito, e vejo como o céu está escurecendo. O brilho laranja que está sobre nossas cabeças não é mais suficiente para iluminar o nosso quintal, então tudo o que vemos são meras sombras com risadas contagiantes sob um fundo laranja.
Parece um sonho. E se for, eu não quero acordar.
Tivemos muitos dias ruins até agora, não vou mentir. Acredito que meus hormônios enlouquecidos e a superproteção disfarçada de medo de Cinco colaboraram para discussões desnecessárias e cansativas. Mas nunca mudou quem somos lá no fundo. Eu só amo ele ainda mais.
Vivemos tempos conturbados demais. A incerteza de que o dia seguinte não terminará em catástrofe era sufocante. Sinto que merecemos toda essa paz e calmaria. Nosso maior desafio não é lutar contra palhaços armados, mas decidir a cor do enxoval.
Cinco simplesmente não concorda que o lilás vai combinar com o verde-água que ele insistiu em pôr nas paredes.
Honestamente, prefiro problemas assim.
— Já deu, né? Podem ir embora! — Cinco diz, gritando atrás de mim.
— Só mais vinte minutos. — Diego diz, pegando impulso para correr, dar um mortal e cair na piscina, espirrando água em todos nós.
— É, seu rabugento. — Luther concorda.
— Fica na sua! Se acontecer algo com a minha filha por causa da sua brincadeira, eu juro por Deus, Luther, que eu mat… — Cinco me solta para ameaçar o irmão, apontando o dedo e andando lentamente.
Entretanto, eu seguro o seu braço, e falo por cima de sua voz.
— É pessoal, já deu a hora. O Cinco tem tempo limite de paciência e já acabou.
Eles ficam frustrados ao sair da piscina, mas logo se acumulam na cozinha para pegar sobremesas outra vez. Agora sozinhos, Cinco nada de uma ponta até a outra da piscina, na última volta saindo dela. Ele busca várias toalhas e me ajuda a sair, porque segundo seus pensamentos, eu posso escorregar na escada e cair.
Mas quando estou sã e salva na grama, ele enrola uma toalha grande em volta de mim, colocando outra sobre o meu cabelo. Ele me leva até uma área reservada, com sofás e uma lareira apagada, e ali me abraça para me esquentar com o calor de seu corpo.
— Tá com fome?
— Sempre.
— Espera um pouquinho.
Ele nem se assusta mais quando estou com fome a todo momento. Segundos depois, ele volta com um prato idêntico ao que eu fiz no almoço, e senta comigo nos sofás para esperar eu comer. E todos os dias ele é assim. Eu até tento fazer as coisas por mim, mas se ele descobrir que preciso de algo, não vai pensar duas vezes em fazer no meu lugar.
O que esperar do garoto que me dava comida na boca quando eu quebrei a perna.
— Quer mais? — Pergunta ele, ao me ver deixar o prato vazio em cima da mesinha.
— Não, eu tô ótima.
Ele sorri, me observando por um tempo, em seguida beijando minha cabeça. Cinco coloca mechas dos meus cabelos úmidos atrás da minha orelha, passando seu polegar sobre a minha bochecha.
— Ela vai ter os seus olhos.
— Os meus?
— Sim. Vão ser azuis como os seus. E ela vai ser linda. — Ele diz, tão concentrado em meu rosto que deixou sua intenção nas entrelinhas. Mas pensar com quem nossa filha irá se parecer me fez ter uma dúvida que eu não consegui guardar para mim.
— Meu bem, e se ela tiver poderes? É possível com os nossos genes, não é?
Cinco pensa por um momento.
— Não faço ideia. Isso é um problema para o meu eu do futuro. — Ele puxa minhas coxas para cima dele, de cada lado de seu corpo, conferindo por cima do meu ombro se não sobrou nenhum irmão na área externa.
E então eu adentro meus dedos em seu cabelo molhado, sentindo sua boca subir dos meus seios até minha boca. Escurece ainda mais, e conhecemos nossos corpos bem o bastante para não precisar de luz.
É o sonho mais real que já tive.
⦿ 3.258 palavras
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a cabecinha do Cinco quando alguém chega perto da esposa dele:
eu peço encarecidamente que vcs nao me matem pela demora dos capítulos, é por um bom motivo 🙏🧡
bjs curupiras bafônicos 💋
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