𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 19
CAPÍTULO 19
1 dia para o fim do mundo
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Não sabíamos onde Viktor estava. Nem sabíamos por onde começar a procurar. Queríamos conversar com ele, tentar entender seus poderes e ajudá-lo. Mas enquanto ele não aparece, seguimos nossas vidas normalmente, agora com o apocalipse adiado.
— A sua antiga empresa aceitou isso numa boa? — pergunto a Cinco. Fico curiosa como deu certo por esse lado também.
— Bom, se não vieram atrás de nós até agora… Então está tudo bem.
Dou um sorriso fraco. É bom que tudo esteja em seu lugar novamente. Cinco bebeu algumas doses de vodca, mas está sóbrio o suficiente para lembrar do nosso passado.
— Quer voltar para 2002? — Ele diz, um sorriso de canto, chegando mais perto de mim.
— Tô fora das suas viagens no tempo.
— Não desse jeito — ele aponta com os olhos para o teto, o que me faz lembrar do último andar da casa.
Eu abro um sorriso, sentindo nostalgia. Não posso recusar, tem muitas lembranças naquele lugar que eu gostaria de visitar novamente.
— Vamos — eu aceito imediatamente, me apressando para subir as escadas. Ele diz atrás de mim:
— Era pra irmos à moda antiga, mas podemos ir a pé também.
Cinco vem atrás, tentando me alcançar, enquanto eu estou a todo vapor subindo o seis lances de escada. Sem fôlego, eu paro em frente a porta, minha garganta seca mostrando que estou absurdamente sedentária. Pela ansiedade de entrar nesse sótão outra vez, eu me emociono um pouco. Ainda dói depois de todos esses anos.
— Cinco.
Ele apoia seu ombro na parede, olhando em meus olhos, demonstrando atenção.
— Eu não entro aqui desde que você foi embora.
— Você não queria se lembrar? — Ele pergunta, juntando as sobrancelhas.
— Pelo contrário, eu queria reviver e me lembrar de você. Mas eu não conseguia — dou uma risada fraca para esconder o quanto eu estava deprimida na época por conta disso. — Eu nunca achei a chave, nem nas coisas da Grace. Eu fiquei presa do lado de fora.
Sempre pensei assim, que aqui é o lado de fora, porque dentro do sótão é onde tenho minhas melhores lembranças, e é para lá que eu me colocava quando precisava de um descanso mental. Quando eu precisava fugir de tudo e escutar a voz dele.
— Só consigo entrar com você.
Meus olhos lacrimejam um pouco. Eu nunca pude contar isso para ninguém, nem mesmo para o meu marido, então carreguei esse sentimento amargo esse tempo todo calada e sozinha.
— Ah, Amber… — Cinco solta uma risada, levando minha cabeça até seu peito. Ele pode até achar graça ou achar fofo a forma como me importei em perder o nosso lugar no mesmo dia que perdi ele, mas foram tempos tenebrosos para mim. — Tá pronta?
— Prontíssima.
Ele segura o meu ombro, suas mãos brilham por um milésimo e, num piscar de olhos, estamos dentro do sótão. É difícil de acreditar. Ainda bem que minha mente não me sabotou esses anos, e o sótão é exatamente como eu me lembrava.
Está tão empoeirado que Cinco e eu tossimos, abanando a nuvem de partículas. Há um raio de luz vindo da abertura do vitral, expondo toda essa poeira. A cada passo nosso, mais as madeiras velhas rangem sob nossos pés.
Esse lugar envelheceu tanto quanto nós.
Suspiramos ao ver cada detalhe: o vitral fumê com a vista para a rua; a coluna de madeira que eu arranhei para escrever nossas iniciais; até as caixas que usávamos de bancos.
— Ei, você lembra disso? — Cinco chama a minha atenção, rindo, pegando do chão uma muleta bem menor que ele.
— Meu Deus! — Abro um sorriso enorme, as memórias nítidas vindo como avalanche. — Eu lembro! O velho brigou comigo por ter perdido.
— E pra descontar, você brigou comigo. Filha da puta.
Eu cubro minha boca, escondendo a risada. Cinco também ri, nostálgico, olhando ao redor. Eu nunca imaginei que estaria rindo disso com ele, já que aquele tinha se tornado um dos piores dias da minha curta vida de treze anos.
— Parece que foi ontem, né? — Cinco comenta, caminhando até o vitral e observando a rua com as mãos para trás. Eu tenho essa sensação, às vezes. Enquanto os anos em que fiquei sem ele parece o dobro do que realmente foi.
Devagar, eu me aproximo de Cinco. Fico ao lado dele, de frente para o vitral que agora parece menor. A proporção de tudo aqui no sótão parece menor, porque eu cresci. Cinco, de repente, alcança uma caixa de papelão. Abrindo-a, ele encontra um par de revistas em quadrinhos um tanto empoeiradas.
— Ainda está boa — Ele passa a mão pela capa, tirando a camada de pó e revelando a ilustração desbotada de Batman. — Quer ler?
— Nunca gostei muito, mas agora eu quero.
Retornar à história dezessete anos depois? Claro que eu quero.
Cinco e eu nos acomodamos no chão de madeira ripado, sem tanta flexibilidade quanto tínhamos quando crianças. Ele avança algumas páginas, tentando se lembrar de onde parou. Assim que encontra, ele começa a ler, em voz alta. A voz dele vai lentamente perdendo a emoção, ao passo que eu começo a bocejar e pesar minha cabeça sobre seu ombro.
— Que chato.
— Não tem tanta graça mais — Cinco fecha a revista e a joga de lado.
É quase um choque de realidade perceber que nunca vamos recuperar nossos anos perdidos. Nunca vamos ler gibis com o mesmo entusiasmo. Boa parte do que fazíamos antes ficou para trás, porque éramos só crianças. O tempo cuidou para que nossas lembranças fossem boas, mas não adianta tentarmos reviver tudo o que fizemos quando éramos só adolescentes trancafiados.
O sótão parece menor agora, vazio da magia que eu romantizei, carregado com a realidade da passagem do tempo. Ficamos ali, perdidos em nossos próprios pensamentos, enquanto as lembranças continuam a se dissipar, como páginas desgastadas de um gibi que nunca mais será lido com a mesma inocência.
— Quer sair daqui? — Cinco convida, se erguendo.
Balanço a cabeça, fazendo que sim, e ele estende sua mão para me levantar. Nós saímos do sótão, com o mesmo sentimento estranho de que nada do que fizermos vai ser igual. Mas um pouquinho realizados de ter a chance de visitar.
Ao invés de lermos revistas em quadrinhos, descemos para a adega de Reginald, para consumir todo o álcool que ele acumulou em seus anos de vida.
— O que estamos brindando? — Eu pergunto, quando Cinco enche as duas doses para nós e levanta a sua.
— As bilhões de vidas que foram salvas? A morte de Reginald? O seu divórcio? Pode escolher
Dou uma cotovelada em Cinco antes de brindarmos. Não preciso escolher, estou brindando por todos esses motivos. Temos anos de vida pela frente, a única pessoa que sabia do nosso caso está morta, e não tenho mais que dividir o mesmo teto com Ethan. Só tenho motivos para comemorar.
— Onde você vai viver agora? Aqui na Academia? — Eu puxo assunto, mesmo muito interessada na resposta. Quero saber onde vou poder encontrá-lo.
— Acho que sim — Cinco olha a sua volta, os olhos demonstrando estar cansado das mesmas paredes, ainda que tenha morado aqui há vinte anos. — Mas penso em me mudar logo. E você? Vai continuar naquele prédio abandonado?
— Pelo menos eu tenho um lugar pra ficar.
— Amber.
— Já você…
— Eu entendi.
Cinco se serve mais uma dose. Já perdi as contas do quanto ele bebeu, e não sei se é hora de interferir. Não quero lidar com outro episódio de Cinco bêbado. Enquanto ele está à procura de mais uma garrafa, eu apoio meu braço na bancada e deito sobre ele. Já impedimos o apocalipse, mas por que ainda parece que esquecemos de algo? Sinto que tem algo pendente, mas não sei se é a minha relação com Cinco ou o destino do planeta.
As duas coisas ocupam espaços iguais na minha cabeça.
— Como a gente fica? — Eu digo, minha voz abafada pelo meu braço. Eu me arrependo de ter perguntado, mas já é tarde. Cinco escutou, e deu meia volta para ficar de frente para mim. Me encarou e devolveu a pergunta.
— Como você quer que a gente fique?
— Não faço ideia — Eu apoio meu queixo sobre a minha mão. — Te conheço há sete dias.
— É muito tempo. Já devíamos marcar um encontro. Um de verdade, dessa vez — Cinco diz, com um tom brincalhão que me arranca um sorriso. — Tô falando sério. É só me dizer quando está livre.
Balanço a cabeça, como se eu fosse conferir minha agenda. Eu com certeza cancelaria qualquer compromisso para sair com ele.
Cinco termina sua última dose, e leva sua mão até meu cabelo, arrastando-o para trás da minha orelha. Eu observo quando ele se aproxima para encostar seus lábios em minha bochecha, mas por algum motivo, ele não termina o que começou. Apenas pigarreia e se afasta de mim.
— Luther? — Cinco diz, surpreso. Eu me viro para trás, encontrando o Número Um parado na sala. Não sei se está lá tempo suficiente para escutar minha conversa com Cinco.
— Vocês dois precisam vir. Agora.
Eu e Cinco nos entreolhamos, mas seguimos Luther. Imagino ser algum tipo de reunião, só que eu não sabia que iríamos descer tantas escadas. Ainda encontramos um elevador, do qual eu nunca soube da existência.
Tem uma atmosfera muito sombria por aqui. Luther está com seu queixo erguido e em silêncio, gerando mistério. Estou ficando apreensiva e queria poder segurar a mão de Cinco agora.
— O que está acontecendo? — Eu pergunto, dando uns toques no ombro de Luther. Sem nem olhar para mim, ele responde, num tom superior e que não combina com ele.
— Você já vai descobrir.
Que merda. Por que nada pode ser fácil com Luther?
Assim que as portas do elevador se abrem, nós três saímos. Luther caminhando rápido até o final do túnel, enquanto eu e Cinco pisamos cautelosamente pela primeira vez nesse chão. Eu olho as paredes úmidas com infiltração e as poças escuras que tem no chão, tudo isso sendo iluminado por lâmpadas tubulares que não param de piscar.
No fim do túnel, encontro as silhuetas de Klaus e Diego, ambos de costas, observando a grande porta de metal.
— Ah, então é aí que ele está — Cinco debocha, também encarando a porta. Quando me aproximo, vejo através de um vidro que Viktor está lá dentro. Encontraram ele. Parece estar desesperado.
— Você prendeu o nosso irmão porque acha que ele tem… poderes? — Diego direciona a pergunta para Luther. Essa jaula que estou vendo na minha frente é para conter os poderes de Viktor? Como isso tudo existe sem termos desconfiado?
— Não, eu sei que ele tem. O Pogo me disse. Para mim e para Amber.
— Ah, é? Amber, por que não falou pra gente antes, cacete? — Diego questiona, dando um empurrão em meu ombro.
— Eu tentei, seu imbecil. Mas você não me escuta. Contei para Cinco sobre os poderes de Viktor.
— E eu achando que ela estava bêbada… — Cinco reflete, cochichando para os irmãos, mas vendo que eu estava certa.
— O Pogo sempre soube e o papai também — Luther revela aos outros tudo o que ouvimos do Pogo mais cedo.
— Por que esconderiam isso da gente? — Diego reflete, assistindo Viktor bater as mãos contra o vidro em prantos. Nem um som sequer ultrapassa a parede de metal. — Será que eu sou o único que não sabia da existência desse lugar?
— Ele escondeu porque tinha medo… dele. — Luther dá um passo em direção à porta, encarando o irmão do outro lado.
— Ah, isso é ridículo.
— O papai mentiu sobre todo o resto, por que é tão difícil de acreditar? — Luther vira para trás.
— Se for assim, talvez ele tenha matado o Peabody — Cinco diz, e o loirinho completa:
— E cortou a garganta da Allison.
— Ela sabe que vocês prenderam ele? — Eu cruzo os braços.
— Não, espera aí. Espera aí! Desculpa, vamos voltar um pouquinho só? — Klaus interfere. — É do Viktor que a gente tá falando, do nosso irmão. Aquele que chorava quando pisava em formigas quando era criança.
— É, eu sei. Sei que é difícil de aceitar.
— Não é difícil de aceitar, é impossível aceitar!
— Ele tem razão. Não podemos mantê-lo preso sem provas. — Diego apoia Klaus.
— Quê? De que provas você precisa?
— Por que a gente não abre essa porta e pergunta? — Klaus caminha até a porta, as mãos inclinada para alcançar algo parecido com um timão, a fim de libertar Viktor.
Luther segura o irmão pelo ombro, impedindo-o de passar. Klaus se desvencilha da mão de Luther e volta ao seu lugar, olhando fixamente para ele.
— Ainda que seja verdade, ele precisa da nossa ajuda, e não podemos ajudar se estiver trancado numa jaula! — Diego aponta para o vidro.
— É, e até onde a gente sabe, ele pode estar tendo dificuldade com esse novo poder. Deve ser horrível isso. Assustador — Klaus diz com compaixão. Me dói só de ver Viktor com as palmas das mãos coladas no vidro, chamando por ajuda.
— Se metade do que o Pogo me contou for verdade, ele não é só um perigo para nós. — Luther fala, deixando suas palavras ecoarem.
— Não pode mantê-lo aí para sempre. Ele precisa de nós. Está lidando com algo que não conhece — Dou uma volta por trás dos meninos e tento chegar até a porta. Consigo tocar minhas mãos no vidro e sentir como se estivesse segurando as mãos de Viktor.
Ele não precisa passar por isso. Já não bastou toda a nossa infância, onde ele era excluído da maioria das atividades, e agora que sabe que é exatamente como nós, não precisa ser trancado como um animal.
— Amber, ele vai ficar lá! — Os dedos de Luther agarram a minha cintura e me levam para longe da porta com a maior facilidade. Parece que estou até flutuando.
— Você é um péssimo líder. Errou todas as vezes e está errando de novo — Eu digo, me balançando para conseguir voltar ao chão. As pontas dos dedos dele vão deixar marcas em mim desse jeito. — Está me machucando, idiota!
— Solta ela, porra! — Cinco diz, a voz grave e dando um passo em nossa direção. Luther me larga desleixadamente no chão, e graças a Klaus, eu não caí.
— Vamos embora — o loiro idiota caminha de volta ao túnel, sendo seguido por Diego e Klaus, que está levando as mãos à cabeça.
Não sei como todos eles podem deixar isso acontecer.
— Cinco — Eu chamo, e ele me olha como se soubesse o que vou pedir. — Você pode entrar lá.
— Não, Amber…
— Você pode tirar Viktor lá de dentro, não está vendo o quanto ele está assustado?
— Eu não vou fazer isso.
— Acha certo deixá-lo sozinho?
Cinco mira o chão, arrumando a postura.
— Você ouviu o Luther. Viktor não é perigoso só para nós.
Tomada pela raiva e impotência de ajudar Viktor, eu levo meus punhos ao peito de Cinco. Empurro ele várias vezes, furiosa.
— Vai se foder.
Continuo empurrando seu peito para longe o máximo que consigo, e só paro quando ele segura meus pulsos para me imobilizar.
Eu imediatamente saí daquele lugar. Passo pelo túnel, pego o elevador e me apresso em direção ao meu quarto. Me jogo na cama sentindo meu pulso acelerado pela ira. Isso é totalmente injusto. Tivemos todo os treinamentos e auxílio necessário, por que Viktor não pode?
Se é tão perigoso assim, não é melhor tê-lo do nosso lado e não contra a gente? Pogo com certeza sabe mais e pode nos ajudar. Chega a ser desumano manter Viktor numa jaula à prova de som, no porão de uma mansão, sem absolutamente ninguém.
Além da atitude de Luther, a decisão de Cinco também me deixa enfurecida. Ele escolheu não ajudar o irmão do qual tinha tanto apreço. Vai ver os anos sozinho no apocalipse o fizeram esquecer da amizade que tinham.
Escuto batidas na porta que já está aberta, e pelo ritmo, eu reviro os olhos.
— Ei.
O colchão afunda ao lado das minhas costas. Estou contendo as minhas emoções para não mandá-lo embora daqui com um grito.
— Vai ser melhor para todo mundo. — A mão de Cinco se apoia em meu ombro. — Viktor já machucou a Allison, ele não sabe controlar.
— Pelo o que eu me lembro, você não nasceu sabendo se teletransportar pelo espaço com perfeição.
— É muito diferente. Olha o estrago que ele fez em dois dias com esses poderes. São escalas absurdas, não tente comparar.
Estou tão farta dessa história. Preciso ir para a minha casa, talvez ficar longe daqui tire a sensação de que eu estou negando ajuda a Viktor. Me levanto da cama pegando a mochila do chão, abrindo-a e tirando todas as minhas roupas das gavetas para colocar lá dentro.
Quase não cabe porque estou colocando todas elas amassadas dentro da mochila, mas eu não me importo, só preciso sair logo daqui. Cinco ainda não deu uma palavra sobre isso, é melhor assim.
Assim que fecho a mochila, um barulho de explosão deixa meus ouvidos zumbindo por um tempo. O chão começa a tremer, poeira e pequenas pedra caem do teto. O que está acontecendo?
Cinco se levanta rapidamente para chegar até mim, envolvendo meu ombro com seu braço enquanto desvia dos sedimentos caindo.
— Ainda quer soltar ele? — Cinco pergunta com sarcasmo, retoricamente, me arrastando para fora do quarto.
É Vitkor que está fazendo isso? Esse terremoto?
Nós avançamos pelo corredor. As rachaduras nas paredes vêm crescendo cada vez mais, enquanto algumas partes do teto estão caindo. A casa inteira está tremendo e desmoronando.
No andar de baixo avistamos Klaus e Diego, que estão correndo para não serem atingidos pela coluna de madeira despencando. Os meninos conseguem passar na nossa frente, e nesse exato momento, uma rocha desaba em cima de mim.
Acerta bem o meu ombro, com a mão de Cinco em cima, e nos leva ao chão de imediato. Devemos ter perdido a consciência por alguns segundos. Eu só abri os olhos quando ouvi Cinco gritar, se levantando depressa.
— AMBER, CUIDADO!
Eu olho para cima, mas a poeira entra nos meus olhos e não vejo mais nada. Somente sinto meu braço sendo puxado com a maior força bruta e impulsividade, seguido de um barulho estrondoso. Eu me encolho e agarro os braços que me seguram. Quando enfim consigo abrir os olhos sem a poeira dentro deles, encontro um bloco enorme que caiu do teto, provavelmente pesando toneladas.
Eu suspiro, ofegante, emocionada, assustada. Era para eu estar morta.
— Te peguei. — A voz trêmula de Cinco diz em meu ouvido, pressionando minha cabeça contra o seu peito. Ele afirma em seguida: — Você está bem, querida. Tá comigo.
Aperto ainda mais os braços dele, encarando o enorme bloco de concreto na minha frente, que teria caído sobre as minhas pernas. Minha vida passou diante dos meus olhos, mesmo eles fechados, e a sensação de quase morte me acendeu o comentário de Cinco semana passada.
— Será que foi assim que você encontrou metade de mim?
— Como você sabe disso?
— Esquece. Vamos embora daqui.
⦿ 3.145 palavras
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a Amber com a perna dela:
KKKKKKKKKK EU TAVA GUARDANDO ESSE MEME
beijos curupiras cooperativos 💛
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