𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 17
CAPÍTULO 17
2 dias para o fim do mundo
⦿
O carro está lotado. Se tivermos que levar Allison ou Viktor, ou os dois para casa, vamos ter algumas discussões. Cinco está dirigindo, mas está tão devagar que cogitei trocarmos de lugar, se ele não respondesse com tanta grosseria. Estou amassada entre Luther e Diego, sem janela alguma para conseguir um pouco de ar.
Na verdade, eu deveria ter ido na frente, no lugar de Klaus. Assim eu teria mais ar para preencher meus pulmões, e talvez a dor em meu peito sumisse. Estou preocupada com Allison.
— Troca de lugar comigo? — Eu cochicho para Diego, o que não serve de nada pois o carro está num absoluto silêncio e todos ouviram — Não estou me sentindo bem.
Diego suspira, fingindo que nem me escutou.
— O que você tem? — Cinco pergunta, ajustando o retrovisor para me encontrar.
— É só uma sensação ruim.
— Deve ser o cheiro do Luther, né — Diego ri, trazendo também a risada de Klaus no banco da frente.
— É sério, gente. Harold é perigoso. Não sabemos com quem estamos lidando e a Alisson está sozinha.
— Ela sabe se virar — Diego fala, se arrastando para frente com suas pernas, deixando ainda menos espaço para mim.
Dou um soco na coxa de Diego para ele me dar espaço, já que com Luther não tem outra alternativa. Ele me retorna um empurrão de ombros, e vendo toda essa briga por espaço, Luther se inclina para frente, falando bem ao lado de Cinco:
— Dá pra ir mais rápido?
— Se perguntar de novo eu queimo você com um isqueiro — ele responde, e só quando Luther volta ao seu lugar, Cinco pisa mais fundo no acelerador.
Demorou bastante para chegarmos nessa casa. Já era de noite quando finalmente saímos do carro e pudemos caminhar pela trilha em direção à porta. Como se tivéssemos combinado, eu e Cinco deixamos os outros ir na frente para termos privacidade.
— Tá melhor? — Ele pergunta, enterrando suas mãos no bolso.
— Estou. Acho que foi só o espaço comprimido que eu estava — dou uma risada fraca e autodepreciativa. Coincidentemente, andamos devagar para ganhar mais tempo.
— É uma casa bonita, não acha? Quero ter uma assim um dia… — Cinco comenta, mirando o lugar à nossa frente. Eu analiso a estrutura. De fato, parece ser uma paz morar numa casa no meio da floresta, perto de um lago e longe das buzinas da cidade.
— Empoeirada e com madeiras podres? — Digo para implicar.
— Não — ele dá um beliscão em meu ombro. — Só… tranquila.
— Acha que em dois dias você consegue comprar um imóvel desses?
Ele para de andar, virando-se para me olhar de frente.
— Vamos ter mais que dois dias, Amber. Estamos quase acabando — Cinco dá um leve aperto em meu queixo. — Hoje mesmo vamos acabar com o Harold, e tudo vai voltar ao norm…
Um grito.
De dentro da casa vem o som de alguém desesperado. Cinco e eu corremos em direção a entrada, nos esbarramos ao passar pela porta. Brigamos por quem entra primeiro, e Cinco foi na frente. Eu não tinha espaço para ver nada, com todos os meus irmãos enormes na minha frente, mas reconheço que o choro vem de Luther.
Abro espaço passando por Cinco, depois por Klaus, e então pelo Diego, só assim eu consegui me deparar com a cena sangrenta. Meu coração parou por um segundo, a mesma dor que eu senti o caminho todo no carro, só que agora mais intensa, mais real, mais incontrolável.
A blusa branca dela está completamente manchada de vermelho, assim como parte do seu cabelo descolorido, porque há uma poça de sangue embaixo dela. Allison está com a garganta cortada, de fora a fora. Quem fez isso certamente quis impedi-la de usar seus poderes. Quem fez isso estava com raiva.
Eu me ajoelho ao seu lado, meus olhos se enchendo de lágrimas e um nó crescendo em minha garganta. Ela não devia ter vindo sozinha. Ela ainda tem pulso? Estávamos tão perto. Eu não quero perder minha única irmã. Isso não pode acontecer.
Estou o completo oposto de Luther. Ele está chorando como uma criança, agarrado ao corpo de Allison, chamando pelo nome dela. Eu só… encaro ela. Uma lágrima descendo atrás da outra, mas não abri minha boca porque ainda não consigo aceitar.
— Eu vou matar quem fez isso! — Luther grita, os olhos vermelhos pelas lágrimas.
— Vamos levar ela. Mamãe pode ajudar — Diego apoia sua mão no ombro do irmão. A primeira vez em muito tempo em que vejo os dois sem rixas.
Luther carrega o corpo de Allison para fora da casa. Eu ainda não sei se consigo me mover.
— Vamos, Amber! — Cinco grita, e algo me diz que não é a primeira vez que ele me chamou. Seus olhos estão brilhando, Cinco também está sentindo muito ao ver Allison nesse estado.
Nós voltamos para o carro, e eu precisei secar minhas lágrimas diversas vezes na barra da camisa. Os meninos foram atrás, deixaram o corpo de Allison em cima de cada um deles. Passei metade da viagem olhando para trás, e fiscalizando cada tecido que eles usam para estancar o sangue da garganta dela.
°•°•°•°•°•°• ⦿ •°•°•°•°•°•°
Eu abro as portas para Luther passar mais rápido com Allison em seus braços. Ele coloca nossa irmã na maca, e nossa mãe está vestindo as luvas o mais rápido que pode. Pogo também está aqui, e está assistindo tudo com grande tristeza.
— Quem pode doar sangue? — Mamãe pergunta. Todos nós respondemos em coral nossa disponibilidade.
— Eu doo.
— Eu posso doar.
Klaus, no entanto, é o primeiro a chegar ao lado de nossa mãe esticando seu braço.
— Pode colocar, eu amo agulha.
— Senhor Klaus, o seu sangue… — Pogo começa, com cautela. — Como posso dizer? Está contaminado.
Luther tira o irmão de seu caminho, se oferecendo para a doação.
— Eu posso doar.
— O seu sangue é mais compatível com o meu. — Pogo diz, o que deixa Luther em choque.
Diego se oferece, e assim que vê a ponta fina da agulha, cai desmaiado no chão. Luther o coloca sentado numa poltrona, e assim nossa mãe pôde aplicar a agulha no braço de Diego, coletando o sangue.
Um tempo depois, quando metade dos meus irmãos já foram embora, Grace começa a suturar o pescoço de Allison. Mãe insiste para eu sair e não me forçar a assistir a cena, mas eu vou ficar. Eu quero estar aqui quando ela acordar, e quero estar aqui se ela não acordar mais.
— Amber… Precisamos ir — Cinco diz, atrás de mim. Ele saiu e entrou nesta sala pelo menos três vezes desde que chegamos, mas eu não vou embora. — Ainda temos que encontrar Harold. Ele está por aí e está com o Viktor.
— Vocês podem ir sem mim, né? — Eu pergunto, segurando mais forte a mão de Allison, sua pele mais acinzentada. Cinco suspira pesadamente, direcionado sua voz para a Grace:
— Mãe, diz pra ela que Allison vai ficar bem.
— Sim, Amber, querida. Ela vai sobreviver. Por pouco não atingiu a traqueia.
— Ouviu? — Cinco diz.
— Ela vai poder falar?
— Ainda é cedo para saber. — Grace responde.
— Eu quero estar com ela. — Eu olho para trás, encarando Cinco.
— Vem comigo — Ele segura o meu antebraço, me puxando para fora da enfermaria.
Praticamente arrastada, ele me leva até o banheiro do corredor, o mais próximo que tem. Nós dois entramos e Cinco tranca a porta, apoiando suas costas nela como se bloqueasse a minha passagem. Com os olhos e um acenar de cabeça, ele aponta para o sabão líquido na pia, e a torneira ao lado.
É, eu tenho que lavar as mãos.
O sangue já está seco, e por este motivo lavar as mãos demora mais. Uso mais sabão. O banheiro está entupido com a fragrância de erva doce.
— Amber, você precisa se recompor. Temos que continuar e eu preciso de você.
Eu seco minhas mãos na toalha de rosto. Toda vez que consigo acalmar minhas emoções, meus olhos enchem de lágrimas de novo. Eu não tenho controle e não quero ter. É a minha irmã, eu vou chorar por ela.
Eu caminho até Cinco, sentindo meus olhos arderem. A imagem da garganta de Allison simplesmente não sai da minha cabeça. Como instinto, eu procuro o lugar que mais senti conforto esses anos, e que curiosamente conheci hoje. O peito dele. Me deito em seu ombro, com minha respiração trêmula, estou me forçando a não soluçar.
— Você não precisa mais de mim, Cinco.
— Não sabemos o que podemos encontrar, porra. Você tem que estar lá.
— Você pode deixar eu escolher por mim só dessa vez? Até agora eu fiz tudo o que você me pediu. — Meu tom de voz se altera, questionando-o. Não estou brincando quando digo que não tenho condições alguma de ser útil nessa missão. Não com Allison desacordada. — Eu quero ficar.
Eu deixei de ir com Allison e Diego para ficar ao lado de Cinco quando despertasse hoje, e agora vou fazer o mesmo por Allison.
O peito de Cinco se abaixa, porque ele solta todo o ar que estava guardando. O mesmo ar que saiu trêmulo contendo a sua raiva. Uma de suas mãos se apoia em minhas costas, puxando-me para perto, enquanto a outra segura minha cabeça.
— Tá bem — ele sussurra, gentilmente adentrando seus dedos em meus cabelos. — Cuida dela.
Eu balanço a cabeça, concordando. Sinto a mão dele lentamente descendo para a minha nuca.
— Eu ainda tenho mais um crédito com você caso eu não volte ou o mundo acabe?
Sua maneira de achar que podemos fazer qualquer coisa sem limite apenas porque o apocalipse está próximo devia ser um problema, mas me parece ser o menor deles.
— Tem, sim.
Cinco sorri, levando meu rosto em sua direção, me beijando com rapidez como se estivesse com saudades, apesar de termos feito a mesma coisa hoje mais cedo. Eu seguro o rosto dele e intensifico. Tenho medo que possa ser a última vez que eu tenha a oportunidade de sentir seus lábios. Tudo está tão confuso, e eu estou pensando tanto no fim do mundo, que não sei o que vou fazer com meus novos sentimentos se o mundo for salvo.
— Eu volto o quanto antes — Cinco diz.
Ele se teletransporta, saindo do banheiro. Fico alguns minutos com a testa apoiada na porta, desejando que tudo isso acabe logo.
°•°•°•°•°•°• ⦿ •°•°•°•°•°•°
No tempo que passei esperando Allison acordar, eu encontrei revistas num cesto velho que tinha por aqui, e é legal ver modelos dos anos anteriores posando para as capas que já estão amareladas pela passagem de tempo. Em algumas delas eu encontrei Allison, deslumbrante enquanto divulgava alguma coisa.
E então eu levanto meu olhar e encontro ela na minha frente, deitada, inconsciente, vulnerável. É um contraste e tanto com a capa das revistas.
Luther passou um tempo aqui, antes de mim, cuidando de Allison. Eu o expulsei, dizendo que era a minha vez. Seja lá o que eles tiveram na infância, não foi mais forte que a minha amizade com ela.
Estou parada em frente a janela, observando a rua, talvez esperando para ver Cinco chegando. Ele, junto com Diego e Klaus, foram atrás do Harold, deixando Viktor em segundo plano. Eu achei rude, de início, mas Harold tem que ser contido o mais rápido possível, para o bem da humanidade, então Viktor pode esperar.
Logo atrás de mim, escuto alguns barulhos. Balbucios e respirações frenéticas. Eu me apresso para chegar até Allison e acalmá-la. Ela está tentando falar e ficando sem fôlego, fazendo seu monitor cardíaco disparar.
— Ei, calma. Está tudo bem — eu apoio minha mão em seu ombro. — Estou aqui.
Ela está desesperada. Sua boca forma palavras mas elas não tem som. Eu sinto muito por ela não poder se expressar como quer. O que posso fazer é entregar o bloco de notas e caneta que Luther deixou aqui. Allison escreve apressadamente no papel, virando para mim em seguida. A folha mostra seu rabisco escrito Viktor.
— Ainda não encontramos ele.
Ela sacode a cabeça, mostrando que eu devo ter entendido errado. Allison então usa o bloco de notas outra vez, a nova palavra sendo poderes.
— O quê…? Não estou entendendo.
— Bem… — Pogo aparece entrando na enfermaria, a respiração pesada. — Chegou a hora de revelar o último segredo de seu pai.
Eu ainda não consigo entender. Luther entra depressa no quarto, falando com Allison e dizendo tudo o que eu já disse. Quando ele percebe o clima estranho e a presença de Pogo, ele pergunta:
— O que aconteceu?
— O pai de vocês escondeu por muitos anos os poderes de Viktor, para o bem de todos. — Pogo inicia.
— Poderes…? Viktor tem poderes? — Luther pergunta, confuso.
— Sim, Sr. Luther. Reginald achava os poderes do irmão de vocês fortes demais para esse mundo, então decidiu escondê-los. Com a ajuda de Allison e pílulas sedativas, o Sr. Reginald conteve os poderes de Viktor.
— Então o remédio que vemos Viktor tomar desde pequenos era… sedativo? — Eu falo, indignada.
— Foi para o bem de todos, inclusive do irmão de vocês. Viktor poderia acabar se ferindo ou ferindo outros. — Pogo conclui.
Eu ainda não faço ideia da dimensão que essa história tem. Como são esses poderes? De que tipo de força estamos falando? Todos esses anos Viktor foi privado de ter uma vida normal ao lado dos irmãos por um medo de Reginald. Ou prevenção, seja como for.
Tantas coisas poderiam ser diferentes.
Ao meu lado, Luther insiste para Allison continuar na maca, mas ela consegue se desvencilhar dele e sai da enfermaria, levando o bloco de notas junto.
°•°•°•°•°•°• ⦿ •°•°•°•°•°•°
Deixei Luther encarregado para cuidar de Allison somente para eu tirar um cochilo. Não me lembro a última vez que dormi. Infelizmente, fui acordada com vozes escandalosas e familiares vindo do andar de baixo.
Desço as escadas procurando eles. Diego e Klaus estão entrando na sala, meio preguiçosos, e outros comportamentos que não esperamos quando o fim da humanidade está próximo.
— Cadê o Cinco? — Eu pergunto, cruzando os braços.
— Sei lá. Ele não está aqui? — Klaus responde, pegando uma garrafa na adega de Reginald.
— Não. E Viktor?
— Também não sei.
— Ainda não colocamos rastreadores neles, Amber — Diego diz, mostrando que o silêncio é bem mais agradável que sua voz.
— Tem um assunto sério que vocês precisam saber — eu começo, dando uma pausa, mas Diego não me deixa continuar.
— Tá bom, irmãzinha, foi bom te ver de novo. Até o seu próximo casamento — ele passa por mim, dando um beijo na minha cabeça e subindo as escadas. Eu me aproximo de Klaus, sentando ao seu lado nas banquetas da adega, buscando mais informações.
— Por que ele está indo embora? O que aconteceu quando vocês encontraram Harold?
— Ah, encontramos ele morto. Cheio de facas cravadas no corpo, uma cena gloriosa. E ele também estava, atenção… sem um olho.
Eu solto um suspiro.
— Então era ele mesmo…? Bem, se ele morreu, então o apocalipse não vai acontecer, né?
— É, acho que é. Cinco não falou muito disso, só queria achar quem foi o responsável pela morte brutal.
— Cadê esse homem?! — Dou um tapa na bancada, estressada, segundos depois escutando uma voz em meu ouvido.
— Aqui, querida.
Cinco se teletransporta para o outro lado do balcão, pegando uma garrafa só para ele.
— Já tava sentindo saudades. Que fofa — Cinco bebe diretamente da garrafa, presunçoso.
— Fofinha — Klaus balança a cabeça, apertando minha bochecha.
— Você não morreu e o mundo ainda não acabou. Me explica o que aconteceu.
— Harold está morto. O apocalipse é evitado. Simples. — Cinco dá de ombros, bebendo outro gole. Não sei porque ouvir de Cinco há mais credibilidade do que vindo de Klaus.
Eu disperso minha visão, encaixando as peças e me acostumando com a sensação que eu tinha antes de não ter os dias contados. Com um expiro, eu apoio minha cabeça nas mãos, sorrindo, e em seguida pegando a garrafa de Klaus. Eu bebo boa parte, sendo interrompida apenas por Klaus tirando a bebida da minha mão.
— O que vocês vão fazer? — Eu pergunto, agora que podemos continuar com nossos planos a longo prazo. Cinco se aproxima, sentando-se no banco ao meu lado.
— Sabe que eu nunca parei pra pensar nisso? Estou há anos atrás dessa coisa e nunca pensei no que fazer depois.
— É, já eu, vou continuar com a minha busca pela sobriedade. Já são dois dias — Klaus diz, orgulhoso, levantando os braços.
— Parabéns, querido.
— Valeu, maninha. Tem acontecido algumas coisas estranhas, sabia? Eu não consigo atravessar o fantasma do Ben, e o papai também falava sobre o meu potencial. Será que é sobre os meus poderes?
— Deve ser, Klaus. Talvez usando a arena você consiga mais concentração — diz Cinco, apontando para a direção e persuadindo Klaus a deixar o ambiente.
— Ah, é verdade! Estou indo lá.
Klaus dá um salto da cadeira e corre para as portas que levam aos cômodos do fundo. Só quando sei que ele está longe o bastante, me viro para Cinco.
— Você está até com o semblante melhor — eu faço essa observação, oferecendo uma taça para ele.
— Não é para menos.
Ele aceita o vinho, revezando suas bebidas, e me encara por um tempo. Sem se importar se essas câmeras ainda funcionam ou não, devagar Cinco chega perto da minha mão, segurando-a levemente.
— E o que você vai fazer agora?
— Não sei. Você bagunçou tudo. Acho que primeiro vou voltar para a minha casa.
— Ah, eu tenho uma ideia bem melhor, por enquanto — Cinco aponta com os olhos para o corredor. O corredor que eu sei que só tem um banheiro.
Ele entrelaça nossos dedos, levantando da cadeira e me puxando junto com ele. Eu me forço a ficar no lugar, porque mesmo que o fim do mundo tenha sido evitado, ainda temos algumas questões familiares.
— Não, Cinco, espera.
— O que foi?
— O Pogo falou algo mais cedo. — Eu começo, dando um tempo para Cinco se preparar para a notícia. — Ele disse que Viktor tem superpoderes.
— Amber, meu bem, não bebeu demais?
— Estou falando sério. Pergunte ao Luther, a Allison… Bem, ela não vai responder, mas foi ela que descobriu. Ela escreveu para mim.
— Poderes? Mas como?
— Pogo disse que o velho escondeu todos esses anos porque os poderes eram fortes demais, até para Viktor controlar.
— Merda. Onde será que Viktor está agora?
⦿ 3.038 palavras
___________________________________
exatamente ele nesse final
beijinhos curupiras cleopátricos 💛
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top