𝗫𝗩𝗜𝗜𝗜. Silence
Riley podia jurar que o frio não a incomodava naquela noite. Seu braço estava ainda entrelaçado com o de Farkle, e suas risadas faziam-na esquecer o clima que estava ali fora.
Eles estavam num banco no Central Park de Nova Iorque, tomando sorvete, depois de terem andado por vários pontos turísticos da cidade.
― Então desde quando que você não gosta mais de sorvete de morango, Riles? ― Farkle perguntou, rindo. ― A Riley que eu conhecia antes faria tudo por um sorvete de morango.
― A Sunny me fez enjoar eternamente de sorvete de morango. Flocos é o novo amor da minha vida. ― Brincou.
― Queria ter acompanhado sua gravidez... ― Ele ficou cabisbaixo, deixando ela extremamente corada. ― Deve ter sido tão difícil para você.
Na verdade, Riley queria fugir daquela conversa, porque ela não iria saber nem o que falar. Ela passou anos fugindo dessa conversa e agora que ele estava bem ali no seu lado, ela só queria mudar de assunto.
― Eu não queria que aquilo tivesse acontecido com a gente... ―Ele se referiu a ter tido que se mudar, mas Riley ficou calada. ― Não vai falar nada?
― E-Eu... Tudo bem, Farkle. ― Ela sorriu um pouco falsa, já que não queria falar daquilo. ― Podemos só continuar tomando sorvete? Por favor. ― Ela olhou nos olhos dele, sinceramente.
― Riles...
― Por favor, Farkle. ― Ela o interrompeu, séria. ― Eu não quero falar sobre isso... Agora...
― O que há de errado nisso, Riley? ― Ele insistiu, ainda sem entender. ― Você a ama! Deveria gostar de falar sobre isso, por mais que tenha sido difícil, porque você conseguiu superar os problemas.
― Você não entende...
― O que eu não entendo? ― Ele perguntou.
― A Sunshine... Ela é... ― Ela travou a língua diversas vezes. ― Não, Farkle. ― Seus olhos marejaram, e o coração de Farkle doeu só de ver aquilo.
Num ato involuntário, ele a abraçou forte e beijou o topo da cabeça dela. Ele ainda não entendia o motivo de tanta aflição dela em falar sobre aquilo, mas não queria vê-la daquele jeito.
― Hey, meu amor, tá tudo bem. ― Ele segurou o rosto dela e olhou nos olhos dela. ― Não precisa falar mais nada, me desculpa. Você pode me falar sobre isso quando se sentir melhor, tá bem?
Riley suspirou, secando uma lágrima que deixou escapar. Como Farkle poderia ser tão perfeito mesmo tendo defeitos?
― Obrigada, Franklie. ― Ela riu fraco. ― Eu juro que vou te falar tudo um dia, mas hoje não... Não é a hora certa para isso. Pode acreditar em mim... ― Ela desviou o olhar para os pés.
― Franklie? Céus, Riley, como senti sua falta. ― Ele fez ela rir. ― Tô falando sério. Pensei muito em você quando estava lá, e ainda penso em você aqui. ― Ele coçou a nuca. ― É que isso é tão...
― Complicado. Eu entendo bem.
Ele sorriu em resposta.
― Você esteve longe por um bom tempo, perdeu muita coisa, mas eu não te culpo por isso. Você fez o que era preciso. ― Ela disse.
― Você acha que ter ido embora foi certo? ― Ele perguntou.
Ela pensou por uns segundos, analisando o olhar que Farkle demonstrava. Confusão.
― Não acho. ― Ela disse por fim, deixando o rapaz mais confuso ainda. ― Mas foi necessário, eu te entendo. Nós podemos mudar de assunto? Deveria ser um momento só com coisas boas, e não é isso que tá acontecendo.
― Sim, me desculpa. ― Disse Farkle. ― Eu queria falar com você sobre...
Foi interrompido por algumas notificações no seu celular. Ele quis ignorar, mas pensou que poderia ser importante, já que apesar de querer levar uma vida comum, ele ainda era dono de uma empresa multinacional. Mas era algo insignificante (ou não).
FARKLE'S PHONE ― MENSAGENS ON
BLANCA COWELL: Hey, baby.
Sentiu saudades?
Blanca??
BLANCA COWELL: Estou indo te ver, amor.
Como assim, você tá doida?
BLANCA COWELL: Supresa, amor!
Olha para frente.
FARKLE'S PHONE ― MENSAGENS OFF
Farkle bloqueou seu celular e engoliu seco. Riley olhava para ele sem entender nada.
O rapaz olhou para frente e viu uma mulher de cachos ruivos longos vindo para a direção deles. Riley finalmente percebeu o que estava acontecendo, e fechou a cara na mesma hora.
― Amorzinho! ― A ruiva tinha uma voz esganiçada tão irritante que fez Riley revirar os olhos. ― Como senti saudades. ― Ela abraçou Farkle contra a vontade dele.
― O que você tá fazendo aqui, Blanca? ― Farkle perguntou secamente.
― Credo, meu bem. ― Ela o olhou incrédula. ― Eu pedi transferência para cá e decidi ficar com você.
❝Que garota doente!❞, Riley pensou, enojada.
― Você me achou aqui como?
― Eu passei no seu prédio. ― Ela respondeu. ― Disse para o porteiro que sou sua namorada, e deu trabalho pra fazer ele acreditar, daí mostrei algumas fotos nossas para ele. ― Ela deu uma risadinha irritante. ― Deixei minhas coisas lá e perguntei se ele sabia onde você estava, e cá estou eu!
― Infelizmente... ― Riley murmurou.
― O que você disse, minha querida? ― Blanca perguntou, olhando para Riley. ― Desculpe, mas quem é você?
― Riley Matthews, querida. Prazer em conhecê-la. ― Ela deu ênfase no querida, sarcasticamente.
― Eu me chamo Blanca Cowell, e sou a namorada do Farkle. ― Sorriu falsa.
― Não é o que você tá pensan...
― Não preciso de explicação nenhuma, Farkle. ― Riley o interrompeu, se levantando do banco. ― Fale comigo quando decidir contar de verdade sobre a sua história com a sua namoradinha.
― Riley... ― Ele segurou a mão dela, impedindo-a de ir embora. ― Fica.
― Não, Farkle. ― Ela soltou bruscamente sua mão da dele. ― Eu não vou ficar que nem uma idiota aqui com essa garota aí! Eu não quero viver mais uma mentira.
― Mentira, Riley? Você quer mesmo falar de mentiras comigo? ― Farkle elevou o tom de voz. ― Não fale de mim já que é você que não consegue me contar um mísero segredo para mim, não é?
― Um mísero segredo, Farkle Minkus? É sério isso? ― Riley também se exaltou. ― A Sunny não é um mísero segredo, tá bem?
― Eu sempre confiei em você! E agora não quer me contar algo sobre a Sunny? Você sabe que eu faria qualquer coisa por ela, Riley. Eu a amo, tá legal? ― Ele já estava suando frio de nervoso.
― Você a ama, Farkle? ― Riley riu debochadamente. ― Você não pareceu a amar tanto quando foi embora para Oslo.
― Do que você tá falando, Riley? ― Ele perguntou confuso, controlando o nervosismo e a raiva.
― É sua filha, Minkus. Não era isso que você tanto queria saber? Então aí está o meu ❝mísero segredo❞. ― Apesar do sarcasmo, Riley deixou as lágrimas rolarem pelo seu rosto.
Farkle paralisou na mesma hora. Ele abriu a boca mas parecia um mudo, sem deixar soar nenhuma palavra. Ele era um mix de raiva e surpresa naquele momento.
― Sunshine é a minha filha? ― Ele perguntou pausadamente.
― Eu preciso ir. ― Riley pegou sua bolsa e saiu correndo sem olhar para trás.
Farkle poderia ter ido atrás dela, mas ainda estava paralisado com aquela notícia, tanto é que nem lembrava mais da presença de Blanca Cowell.
Foi um perfeito silência. Farkle não sabia se ficava feliz pela notícia, ou se ficava com raiva por Riley ter guardado aquele segredo dele por tantos anos. Por que contar agora? Por que não me disse antes que eu viajasse?
Eram perguntas que ele queria respostas, mas não naquela hora. O que ele queria mesmo era um banho quente para relaxar os nervos, já que era óbvio que Riley não iria atendê-lo.
― Amorzinho? ― Blanca tentou juntar as mãos com a de Farkle, mas ele a largou.
― Me deixa em paz, Cowell. ― Ele disse arrogantemente e foi embora, deixando uma lágrima escapar do seu olho.
Postei e saí correndo... Brincadeira. Eu tava ansiosa para esse capitulo. Gostaram? Comentem e votem, please <3
▸ Capitulo não revisado por motivos de preguiça e sono (acho que tô com virose aaaa, bad)
― xoxo, d.allen
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