𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟒𝟖

━━━ CAPÍTULO QUARENTA E OITO.
reconciliação entre irmãos.

ANNABETH ESTAVA SENTINDO QUE ENLOUQUECERIA E ESTAVA PERTO DE ACONTECER, não sabia dizer se seriam em dias, semanas ou messes, mas estava cansada de tanta turbulência acontecendo em sua vida e não aguentava mais passar por isso.

Marcy e Jason brigando novamente.

Ela não procurou sabe direito para não ficar mais chateada, porém parecia que no leilão beneficente ao final de semana, com o pequeno ocorrido que envolveu seu pai, Marcy foi afastada do conselho temporariamente pelo vexame e a mais velha estava chateada e grávida.

A mais velha costumava berrar ou até xingar o marido quando estava irritada, mas só conseguia chorar e começar uma discussão com ele, onde Jason implorava por desculpas e ela se afastava.

A Lawrence não queria estar lá enquanto isso acontecia, não mesmo, então quando Johnny lhe convidou para passar uns dias em sua casa aceitou de bom grado, se preocupou com Charlotte mas a mesma se prontificou de ficar em casa e ajudar os pais no que precisassem.

Annabeth tinha saído cedo, suas malas estavam no carro e antes de ir a casa do pai, ele mesmo tinha marcado um almoço com ela e Miguel como sempre faziam e a loira fez questão de buscar o amigo, estava se sentindo bem por ter um momento calmo com eles e em um dos seus restaurantes de comida italiana qual planejava conhecer.

─── Parece ser um saco, sinto muito. ─ O Diaz consolou a amiga enquanto entravam no restaurante.

─── É... segunda vez que isso acontece. ─ A loira resmungou andando entre as mesas enquanto ajeitava a regata lilás que vestia ─ As vezes eu me pergunto como pode acontecer tanta coisa ao mesmo tempo. ─ Riu seca passando a mão nervosa no jeans claro que vestia.

─── Eu também. ─ Miguel riu do rosto emburrado da amiga ─ Mas vamos esquecer isso, você vai ser minha vizinha por uns dias e vamos comer sua massa favorita para comemorar. ─ Animou-se passando a mão pelo ombro dela.

Annabeth riu agarrando a cintura do mesmo, os dois caminhavam com sorriso no rosto mas a feição deles mudou para um extremo tédio ao verem Robby sentado à mesa na frente deles.

O Keene suspirou incomodado vendo os dois, eles pareciam ter uma relação de irmãos tão bonita que o deixava com inveja por ter conseguido quebrar a sua com a irmã.

─── Deixa eu adivinhar, o papai também te chamou para o almoço. ─ Annabeth falou irônica soltando Miguel e caminhando até a mesa.

─── Chamou. ─ Robby respondeu neutro.

─── Ele não falou que eu tava vindo? ─ Miguel acrescentou frustado.

─── Não.

Robby se levantou da mesa demonstrando ir embora, exatamente como Miguel e Annabeth faziam, os três, pelo menos dois deles. Se odiavam no momento ou não queriam a companhia do outro, não ficariam ali para esse almoço.

A Lawrence parou de andar cruzou os braços ao ver o pai correr até eles, Johnny tinha chego e olhava com um rosto desesperado vendo os filhos ir embora enquanto a mais nova deles olhava irritada.

─── Ei, ei! Onde estão indo? Sentem aí, escutem um minuto. ─ O Lawrence mandou.

Robby e Miguel suspiraram indo até as cadeiras, sentando um de frente para o outro, Annabeth fez menção de voltar a caminhar para ir embora mas grunhiu irritada quando Johnny a pegou pelos ombros e a fez sentar na cadeira de anfitrião, no meio dos dois meninos.

Com todos sentados e emburrados, ele puxou uma cadeira e se sentou ao lado da filha, observando os três. Trabalhoso. Sabia que seria se quisesse juntar os três, seria mais fácil se Annabeth estivesse bem com o irmão, mas ele teria de cuidar disso também.

─── Eu menti para vocês virem aqui...

─── Jura?! Se você não me falasse eu não ia descobrir. ─ Anna resmungou irônica ─ O senhor tem que parar com isso.

─── Se eu contasse que seu irmão estaria aqui, você viria mesmo assim? ─ Johnny perguntou curioso olhando a loira.

Annabeth olhou Robby com um sorriso.

─── Claro que viria. ─ A adolescente falou vendo os lábios do irmão se curvarem em um sorriso ─ E traria um balde de água pra matar ele afogado. ─ Anna falou irritada e o sorriso no rosto do garoto sumiu no mesmo instante.

Miguel deu um riso nasal enquanto Johnny olhou tedioso.

─── Depois do parque aquático eu sabia que não viriam de boa, não é mesmo? ─ O homem ironizou olhando sua mais nova vendo ela fingir olhar as unhas ─ Eu sei que estão de mau humor porque terminaram com as namoradas. ─ Falou solidário.

Anna riu da cara deles.

─── Eu não, estou muito bem no meu relacionamento com meu namorado. ─ A loira se gabou vendo os irmãos revirarem os olhos.

─── Exceto pela irmã de vocês, que namora um nerd esquisito. ─ Johnny resmungou fazendo a menina erguer as sobrancelhas ─ Sabe, o que aconteceu no México pareceu um pequeno passo na direção certa... ─ Falou vendo os três se olhando ─ Eu achei que podíamos fazer outra viagenzinha. ─ Sorriu sugestivo.

─── Uma viagem? ─ Robby debochou. ─ Pra um shopping no bairro do lado? ─ Ironizou

─── Nem morta.

Annabeth fez menção de levantar mas bufou quando seu pai agarrou sua cintura, a pondo sentada novamente na cadeira.

─── Seu corpo pode estar num shopping amigo, mas seu paladar está prestes a fazer um tour pelo um velho continente. ─ Um garçom anunciou chegando até eles ─ Esse cara sabe do que eu estou falando. ─ Apontou para Johnny.

─── Sei mesmo. ─ O loiro se gabou.

Annabeth olhou com uma careta entediada.

─── Não importa para onde nós vamos, o berço do prazer culinário aguarda. ─ O garçom brincou ─ Vocês querem um Alfredo? Boom! Estamos em Roma. Ravioli? É a toscana! Mas temos que voltar aqui para lasanha de chocolate, porque como o beisebol e a raspadinha de refri, só no nosso país. ─ Listou animado.

Os adolescentes continuaram com expressões entediadas e o garçom ficou sem graça, todos clientes costumavam ficar animados mas eles não estavam nesse clima.

─── Olha, eu vou trazer uma cestinha de breadsticks quentinhos. ─ Afirmou se afastando ─ Já volto, é vapt-vupt.

─── Qual é? O cara se esforça abeça e vocês com essa cara? ─ Johnny reclamou quando o homem foi embora.

─── Não tô bravo com o esforço dele. ─ Miguel explicou.

─── A Itália é mais legal ao vivo, não com um discurso enquanto eu olho na cara de um traidor. ─ Annabeth alfinetou olhando o irmão.

Robby revirou os olhos.

─── Não é breadstick que vai consertar isso. ─ O Keene afirmou olhando o pai.

─── Tá falando isso porque não provou o breadstick daqui. ─ Johnny brincou ─ Uma mordida e vão esquecer porque estão bravos um com outro. ─ Garantiu.

─── Nunca vou esquecer disso. ─ Miguel falou.

─── Eu também não. ─ Robby rebateu.

─── Muito menos eu.

Os três adolescentes se levantaram da mesa ouvindo o pai bufar frustado os vendo ir embora, seria um trabalho árduo, mas Johnny não descansaria até que eles estivessem bem uns com os outros.

━━━━━━━ 🥋 ━━━━━━━

Annabeth voltou para casa com Miguel, suas malas ainda estavam no carro e ela nem teve coragem de tirar pensando que seu irmão poderia estar na casa, amava muito seu irmão mas no momento queria esgana-lo. Então manteria distância, ela mesma pediu um tempo para pensar e parecia que o universo não estava respeitando isso.

Os queria juntos de volta a qualquer custo.

A Lawrence ficou a maior parte da tarde na casa de Miguel, ambos assistiam filme enquanto reclamavam da vida até Johnny ir lá os tirando de casa e trazendo para dele que era bem em frente.

─── Relaxa, o Robby não está em casa. ─ O homem afirmou enquanto eles entravam ─ E você traga suas coisas logo, mocinha. ─ Pediu olhando a filha.

─── Tá, tá bom. ─ Annabeth suspirou soltando o amigo e passando a mão nos cabelos.

Miguel observou a pequena casa, totalmente decorada, faroeste, o lembrava exatamente isso e ele franziu o cenho confuso.

─── O que é tudo isso? ─ Perguntou curioso.

─── Cadeia? ─ Anna riu vendo a placa na entrada do corredor junto de uma porta falsa de papel.

─── Ah! Não esquentem com isso. ─ Johnny afirmou passando pela porta de papel.

Os dois se encararam alarmados, observando a sala, Annabeth fez careta ao ver uma caixa de pizza colada no alto da parede com desenhos de dois bonecos e uma boneca, completamente feios. A palavra procurado, em negrito em cima de cada um deles.

Quando ela iria gritar o pai o chamando, para questionar sobre, se virou vendo o mesmo voltar e mordeu os lábios irritada ao ver Robby aparecer enquanto retirava fone dos ouvidos.

─── Acabou de dizer que ele não tava aqui. ─ Miguel reclamou.

─── Menti de novo. ─ Johnny lamentou.

─── Ah meu Deus! Eu já pedi pra você parar com isso. ─ Anna falou brava.

─── Não é minha culpa vocês caírem duas vezes. ─ Johnny rebateu ouvindo eles resmungarem ─ Vocês tem razão, aquele lance do almoço não foi a melhor jogada. ─ Robby e Annabeth olhavam e cruzaram o braço ao mesmo tempo, irônico. Sincronizados e brigados ─ Então dei uma 'internetada. ─ Explicou pegando o notebook na bancada da cozinha o segurando apoiado no braço ─ Procurando estratégias pra construir confiança e trabalho de equipe por meio de exercícios cooperativos, o menos chato é scape room. Funciona assim...

─── Eu sei o que é uma scape room e eu não vou fazer isso. ─ Robby o cortou despreocupado.

─── É, eu também não vou fazer isso. ─ Miguel concordou se virando.

─── E eu não tô afim de ficar aqui. ─ Anna comprimiu os lábios.

A mesma se virou seguindo Miguel, esperou o amigo abrir a porta, mas ele não conseguiu.

─── Eu inverti a maçaneta, tá trancada por dentro. ─ Johnny explicou e Annabeth sentiu que poderia pirar ─ E essa é a única chave. ─ Contou erguendo a pequena chave e jogando dentro da pia da cozinha logo em seguida ligando o triturador.

Anna engoliu seco.

─── Eu também colei a janela, então ninguém vai sair daqui a não ser que trabalhem juntos. ─ Johnny exigiu ─ Como eu estava dizendo, funciona desse jeito, vocês começam com um tema beleza? Nosso tema é a guerra do condado de Lincoln. ─ Explicou pondo o notebook de volta no lugar e ligando um pequeno rádio.

Uma música baixa começou a tocar e a loira olhou entediada pela terceira vez no dia, achava a determinação de seu pai ótima mas as vezes pedia para empolgação dele ir com calma nas ideias em os fazerem virarem todos amigos.

─── Território do Novo México, 1878. Os reguladores do condado de Lincoln, José Chavez y Chavez e Josiah "Doutor" Scurlock, foram presos e serão enforcados. ─ Jonnhy contava dramaticamente ─ Você é o Chavez, óbvio. ─ Apontou para Miguel.

─── É a história de Jovem de mais para morrer. ─ O Diaz falou cansado.

─── Aliás, está muito óbvio. ─ Anna apontou para decoração.

─── Merda! Vocês viram? ─ Johnny falou surpreso.

─── Vimos! Com você. ─ Annabeth falou frustrada.

─── Quem liga? Pai, você não tá entendendo. ─ Robby falou irritado ─ Pode nos trancar aqui pra sempre que nunca vamos ser amigos.

─── É por que de repente você começou a forçar essa barra? ─ Miguel perguntou bravo.

─── Chega ser engraçado, nos três queremos morrer aqui dentro agora. ─ Anna debochou.

─── Porque, eu e a Carmen estamos meio que prestes a virar uma família. ─ Johnny falava nervoso e ambos três adolescentes olharam estranhos.

─── Uma família? Nós dois? Tá de sacanagem. ─ Miguel gritou bravo.

─── Eu já sou da família de vocês mesmo. ─ Annabeth deu de ombros irônica.

─── Talvez não dê um modo tradicional... ─ Johnny fez careta.

─── Não, de nenhum modo. ─ Robby o cortou irritado ─ Vocês tem o lance de vocês aí, ok. ─ Apontou para os três ─ Mas forçar isso só vai fazer eu socar a cara dele.

─── Aí seu otário, tenta a sorte. ─ Miguel desfiou indo até ele.

─── Pode falar a hora e o lugar. ─ Robby rebateu se virando para o mesmo.

─── Aqui mesmo. ─ Annabeth disse confiante entrando na frente de Miguel.

Johnny os observava completamente embasbacado, sabia que Robby e Miguel não suportavam respirar no mesmo ambiente mas ao ver Annabeth tão determinada em ficar distânciada ou brava com irmão o fez abrir os olhos.

Sua filha não era assim.

Annabeth sempre foi doce e gentil com todos, com seu irmão então, ela sempre foi amorosa, e com os últimos acontecimentos, ela havia mudado e ele sentiu seu coração apertar ao perceber que ela estava crescendo e mudando.

Os três adolescentes se encaravam, sentiam que travariam uma briga ali mesmo, mas a porta da frente sendo aberta tirou atenção deles com a avó de Miguel fantasiada de caipira entrando na sala.

─── Eu sou Billy, the kid e tenho uma charada para vocês. ─ Ela anunciou confiante colocando as mãos na cintura.

Annabeth queria rir, hilário. A situação em que estava, seu pai fazendo um scape room obrigando os filhos estar em boa união.

─── Obrigada por nos salvar, Rosa. ─ A Lawrence sorriu olhando a mais velha.

A mulher sorriu de volta, a loira pegou no braço de Miguel o puxando para fora agora que a porta estava aberta enquanto Robby colocava os fones novamente no ouvido e ia em direção ao corredor passando pela falsa porta de papel e entrando em seu quarto.

Johnny suspirou vendo os filhos ir embora, a mais velha observou o genro e fez uma careta desconfortável se dando conta de que tinha aberto a porta.

─── Lo caguei? ─ Rosa falou em espanhol.

O mais velho negou.

─── Não, Rosa. ─ Johnny disse nervoso ─ Fui eu, de novo. ─ Bufou.

A mulher sorriu solidária, dando um tapinha no braço dele e se afastando para voltar a sua casa. Johnny observou ela colocar a mão na maçaneta, arregalou os olhos.

─── Não fecha a porta. ─ Gritou escutando ela bater a mesma ─ Merda!

━━━━━━━ 🥋 ━━━━━━━

Mesmo que fugisse para casa de Miguel, Johnny a intimou para sair e ir pra casa dele. 'Sua casa. Palavras dele, então, ela foi.

Sabia que seu pai só tinha dois quartos em casa, consequentemente ela teria que dividir com Robby e estava pensando em fugir, mas parecia que Jonnhy havia entendido no mesmo momento e bateu a porta os trancando em casa.

Então, eles estavam presos enquanto ela sentada na mesa da cozinha observava o pai retirar as colas da janelas e planejando algo para sair de lá.

─── Você tem que abrir daí. ─ Johnny falou alto quando ouviu as batidas na porta.

─── São os bombeiros que eu chamei. ─ Anna ironizou cruzando a perna.

─── Chamaria ajuda para se livrar do próprio pai? ─ Johnny debochou se virando enquanto raspava a janela.

─── Óbvio.

Ele revirou os olhos, iria travar uma pequena discussão com a filha onde ela passaria a metade do tempo rindo e ele se queixando, mas algo chamou sua atenção, não só a dele como a de Annabeth.

Daniel LaRusso havia entrado na sala deles, com roupas de dormir, cabelos bagunçados, uma fina barba rala e fedia a bebida.

─── Oi. ─ O homem enunciou.

─── Tio? ─ Anna disse confusa se levantando.

─── Tio? Eu acho que o nome dele é Daniel. ─ Johnny debochou parando de lixar as janelas e se levantando ─ Você tá um lixo. ─ Afirmou com uma careta o olhando.

Annabeth ao lado do pai, concordou, sempre esteve acostumada a ver o homem de terno, e se estava casualmente vestia as melhores roupas e prezava por sua higiene.

Tinha certeza que era por Amanda, ela também estava no ocorrido do leilão e Daniel também estava envolvido, sabia que ela tinha tirado uns dias fora na casa da mãe junto de Samantha já que a amiga havia contado e por Anthony a cobrando as aulas de karatê, ele praticamente a fez prometer que o ensinaria pelos menos uns macetes quando voltasse.

E ela ajudaria.

Agradecia ao universo por sua mãe ainda estar em casa, e pela mensagem de Charlotte avisando que o pai tinha saído para comprar flores.

─── Preciso da sua ajuda. ─ Daniel pediu desesperado ─ Acho que o Silver pagou o Arraia pra mentir sobre o ataque do Kreese, ele tá andando por aí com seu Cobra Kai móvel. ─ Falava afobado.

Annabeth e Johnny tinham expressões tão idênticas de confusas que chegava ser engraçado, parecia loucura o que estava acontecendo na frente deles.

─── O que? ─ O Lawrence perguntou estranhando.

─── Ele foi pro Cobra Kai quando ainda era seu dojô, não é? Se você conhecer ele, poderemos acabar com o Silver de vez. ─ Daniel explicou ─ Anda Johnny, é a hora de voltar pro jogo. ─ Disse animado.

O Lawrence negou abraçando a filha pelos ombros.

─── Foi mal cara, eu tô cuidando de umas coisas de família. ─ Explicou agarrado a filha que sorriu levemente pela evolução dele ─ Eu abri mão desse lance com o Cobra Kai, depois que perdemos a competição.

Annabeth sentiu seu estômago gelar. Perderam e é a minha culpa. Sempre martelava em sua cabeça.

─── Você que começou com essa história de Cobra Kai. ─ Daniel apontou bravo ─ Se deixasse quieto nada disso tinha acontecido, você abriu a caixa de Pandora, não eu. ─ Acusou.

─── Eu não sei quem é essa tal de Pandora ou o que que tem na caixa dela. ─ Johnny apontou igualmente bravo enquanto colocava a filha atrás de si ─ Mas eu tirei o Robby de lá e eles nunca mais vão ousar mexer com a Anna, e o Kreese tá na prisão, pelos meus cálculos são três vitórias. É melhor deixar como está. ─ O Lawrence pediu.

─── Mas e as outras crianças? E desde quando você deixa as coisas como estão? O que aconteceu com aquele 'acerte primeiro. Em? ─ Daniel falava alto irritado chegando perto dele ─ Será que eu vou ter que descer a porrada em você pra acordar ou bastou perder aquele torneio pra virar um bunda-mole?

Os dois homens se encaravam, a sala em completo silêncio até a gargalhada alta de Annabeth ser ouvida, ela nunca tinha visto Daniel tão fora de si e falando palavrão que havia sido super engraçado ver ele ameaçando bater em seu pai as três da tarde enquanto Johnny suspirava frustado.

─── O que você tá fazendo? Você aparece do nada, fala que nem um maluco, tá fedendo a bebida e agora quer brigar comigo porque eu não quero voltar pra rivalidade com o Silver? ─ Johnny dizia confuso ─ O que tá rolando cara? ─ Perguntou preocupado.

Daniel suspirou cansado, exausto. Ele caminhou até o sofá do homem se sentando no mesmo enquanto Johnny ia até a geladeira buscar uma cerveja.

─── Tudo bem, clubinho da cueca, eu vou deixar vocês conversarem. ─ Anna dizia com um sorriso malicioso indo até a porta.

─── Sem se afastar por duas esquinas, Annabeth. ─ Johnny mandou vendo ela sair.

─── Que saco!

━━━━━━━ 🥋 ━━━━━━━

Annabeth voltou a casa de Miguel e implorou praticamente de joelhos para a vó do menino pedindo se poderia dormir lá hoje, ela riu a erguendo e claramente aceitou. Conhecia poucos amigos de seu neto, mas definitivamente a loira é a sua favorita.

A Lawrence e Miguel estavam prestes a voltar assistir seu filme, mas então uma enorme buzina alta os tirou de casa por estarem curiosos e preocupados com o que acontecia.

Os dois saíram para o lado de fora, Anna encontrou Robby que também havia escutado tudo e estava feito eles e outro vizinho que saiu para verificar.

─── Que que tá acontecendo aqui? ─ Perguntou o vizinho confuso.

─── Vê se não enche, balofo. ─ Johnny mandou se aproximando ─ Se manda. ─ Ordenou vendo o homem fechar a porta e voltar entrar em casa ─ E vocês parados. ─ Mandou olhando os filhos.

Os três começaram a resmungar e Johnny revirou os olhos.

─── QUIETOS. ─ Gritou os calando ─ Querem continuar com essa rixa? Ótimo. Pelos menos sejam homens e mulheres, usem os punhos em vez da boca. ─ Debochou os olhando.

─── Quer que a gente faça o que? ─ Anna perguntou monótona.

─── Eu quero que lutem.

A Lawrence arregalou os olhos.

─── Sem pontos, sem tatame. ─ Johnny explicou ─ Vocês vão lutar até o problema acabar.

─── Como assim? Agora? ─ Miguel exclamou confuso.

Robby olhava com rosto de poucos amigos e Annabeth, a loira sorriu diabólica vendo o irmão.

─── É a hora e o lugar, ou era só papo furado? ─ Johnny alfinetou.

─── Não pra mim. ─ Miguel desafiou se virando.

─── Nem pra mim. ─ Robby rebateu.

─── Adoro uma luta injusta. ─ Anna ironizou ao lado de Miguel.

─── Beleza, então comecem. ─ Johnny mandou.

A loira ficou em posição de ataque assim como eles, Miguel e Annabeth lado a lado enquanto Robby teria de se sustentar sozinho. A Lawrence saiu na frente, avançando para dar um soco no irmão mas Robby segurou seu punho.

─── Eu não vou lutar com você, Anna. ─ O adolescente disse frustado.

─── Ah, você vai sim.

A loira puxou seu braço pegando a cabeça do irmão com as duas mãos e batendo contra seu joelho o desnorteando, o pegou pela camisa e chutou suas costas o jogando em Miguel feito bola de futebol. Johnny fez careta observando a brutalidade dela, de certa forma, mesmo que ela estivesse enchendo o irmão de porrada ficou feliz em ver a mesma lutar tão bem.

Miguel deu alguns socos em Robby, com pouco menos de brutalidade que Anna e Johnny ergueu a sobrancelha os olhando.

─── Fala sério, ela é melhor que vocês. ─ O homem afirmou os olhando ─ Que lutinha furreca é essa? ─ Reclamou.

Bastou essa frase para os socos se intensificarem.

─── Achei que eram arque inimigos. ─ Johnny brincou.

Os dois se afastarem e voltaram a lutar com mais intensidade, Miguel pulou dando um soco que bateu no rosto de Robby o virando e Anna sorriu vendo o sangue escorrer pelo nariz do irmão.

─── Minha vez. ─ A loira disse confiante.

Assim que Robby ouviu a voz dela, se virou, ou melhor, ficava se virando, Annabeth e Miguel por estarem em dupla, ficavam um na frente e outro atrás dele o cercando e dificultando.

A loira por estar atrás, avançou em seu irmão o puxando pela camisa e agarrando seu braço com o pescoço o enforcando, Robby a ergueu e bateu seu corpo contra a parede fazendo a mesma o soltar.

Miguel avançou nele o puxando e lhe dando um chute, mas Robby desviou e lhe deu uma rasteira o derrubando, enquanto o Diaz e a Lawrence se levantavam o Keene se virou completamente para irmã, não queria brigar com ela mas ele sentia que só assim Annabeth conversaria com o mesmo então andava até a irmã.

─── Vamos. ─ Robby provocou.

A Lawrence gritou irritada, ela avançou dando um chute na perna do irmão e socando seu peito o jogando contra o canto de uma parede.

Miguel chegou perto dela vendo Robby se levantar, eles ficaram em posição de luta novamente lado a lado enquanto o outro sozinho estava de frente para eles. Robby pegou a perna da irmã quando ela tentou lhe chutar, Miguel aproveitou a deixa e avançou no mesmo, então Robby soltou a perna de Anna a empurrando para longe enquanto foi para cima do menino.

Anna grunhiu irritada caindo no chão, em um pulo ela se levantou e Johnny assistiu orgulhoso perto dela, correu até os garotos e entrou na frente de Miguel dando a vez dela bater no irmão.

A garota bloqueou os socos do irmão e arregalou os olhos quando ele pulou contra uma janela, Robby voou dando um chute no rosto da mesma a fazendo bater contra a parede. Miguel entrou na frente, e foi chutado para as escadas junto da mesma.

─── Ei, ei! Escada é fora dos limites. ─ Johnny gritou preocupado os chamando.

Mas eles não ouviram.

Os três se embolaram subindo as escadas feito gato e rato, quando terminaram, caíram no chão da sacada com Annabeth em cima do irmão lhe dando um soco na boca e sentindo seus dedos sujarem pelo sangue dele.

─── Ta bom, chega, a luta acabou. ─ Johnny gritava vendo os filhos um em cima dos outros.

Annabeth e Miguel, estavam em vantagem, os dois socavam Robby sem parar mas então o menino conseguiu socar a irmã de volta e rolou saindo de baixo dos mesmos conseguindo se levantar.

Miguel avançou em cima dele o pegando pelas pernas, a loira pegou o cabelo do irmão puxando com força e socando seu rosto.

─── Tudo bem gente, já chega. ─ Johnny gritava desesperado ─ Robby, Miguel, Annabeth! Parem com isso. ─ Mandava indo até as escadas em busca de separar.

Os adolescentes estavam cegos de raiva.

Annabeth agarrou o irmão pela gola da camisa, com ajuda de Miguel, os dois colocaram Robby contra a grade da sacada e o enchia de socos. A Lawrence se afastou quando o irmão empurrou os mesmos, estava completamente descabelas com as roupas sujas por rolar no chão e machucados no rosto junto do suor.

Os três simplesmente pararam de se bater, observando o estado de cada um deles, frustados abaixaram os punhos.

─── Por que pararam? ─ Robby perguntou ofegante.

─── Não entrei no karatê pra machucar as pessoas. ─ Miguel explicava ─ Entrei pra parecer maneiro e encontra equilíbrio.

─── É, eu sei como é. ─ Robby suspirou.

─── Da última vez que a gente lutou assim, por que você não parou? ─ O Diaz perguntou curioso.

─── Eu só queria terminar a luta, quer dizer... não daquele jeito, eu fiquei cego, eu tava com tanta raiva que eu... ─ Robby dizia envergonhado ─ Eu mal sabia onde a gente tava cara, se desse eu voltava atrás em um segundo, eu fui a causa do pior momento da sua vida. ─ Disse arrependido ─ E se serve de consolo, também foi o pior momento da minha. ─ Contou.

─── Serve sim. ─ Miguel curvou os lábios.

Robby olhou Annabeth, até então ela estava quieta recuperando a respiração, ele observou o lábio e a bochecha cortada da irmã junto com o ralado em seu braço o fazendo engolir seco.

─── Eu odeio brigar com você, eu parei porque eu to cansada de brigar com você. ─ Anna dizia vendo ambos prestarem atenção ─ Eu sinto falta do meu irmão, Robby. ─ Confessou com a voz frustrada.

O Keene sorriu.

─── Eu também sinto falta da minha irmã, Anna. ─ Contou sincero.

Ambos se amavam, Robby e Anna no início não tinham uma boa relação com o pai, mas eles de início, se amaram. Ambos eram completamente importantes um para o outro, o amor de irmãos deles era admirável. Se ela mentia, ele mentia. Se ele corresse, ela correria. Se ele morresse, ela morreria.

Johnny poderia ter falhado como pai algumas vezes, mas eles nunca falharam como irmãos. Mesmo brigados, afastados, um torcia pelo outro e cuidava mesmo que indiretamente.

Já estavam cansados, Annabeth era orgulhosa demais e não queria admitir mas cedeu, sua relação com seu irmão merecia isso.

─── E então, acabou? Estão de boa? ─ Johnny perguntou chegando até eles vendo o silêncio.

Os três adolescentes, completamente sujos e machucados olharam o pai com rostos cansados e aliviados.

─── Graças a Deus, porque se ainda se odiassem quando o bebê chegar-

Annabeth arregalou os olhos. A Lawrence olhava o pai abismada assim como os irmãos, sua cabeça já passava um milhão de ideias do que poderia ser.

─── O Bebê? Como é? Tipo, você e minha mãe? ─ Miguel perguntou surpreso.

─── É, a gente vai ter... um bebê. ─ Johnny contou e sentiu seu coração apertar ao ver as expressões deles ficarem ainda mais assustadas ─ Era pra gente contar junto, então finjam surpresa.

─── Aí! Cacete. ─ Annabeth gritou animada.

─── É isso aí! ─ Johnny apontou para filha.

─── Pai, isso é incrível. ─ Robby riu.

A Lawrence foi a primeira a correr até o pai e pular nos braços dele, Johnny a abraçou de volta e Robby junto de Miguel se juntaram a eles em um abraço em grupo animado.

O homem sorriu feliz, e no final do dia, finalmente Johnny Lawrence tinha o que sempre almejou e precisava.

Uma família.

ri demais escrevendo tbm, eles caindo na porrada e no final virando amiguinhos amoooooooo

Sério, eu tô me divertindo demais escrevendo esse ato, rindo horrores e chorando algumas vezes pq tô escrevendo umas cenas que meu Deus

gostaram do capítulo? não se esqueçam de votar e comentar bastante, me incentiva a escrever mais, se tudo der certo, domingo atualizo dnv pra vcs ;)

bjo, amo vcs <3

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top