━━━ CAPÍTULO TRINTA.
irmãndade.

ANNABETH FICOU TÃO FELIZ QUANDO JASON A LIBEROU PARA TREINAR, ele disse que deixaria para se defender do 'Rambo. Estava animada, já tinha liberação de todos os médicos para isso.

O treino no Miyagi-do havia sido pesado, mas Daniel pegou leve com ela a fazendo se chatear porém entendia que era por conta de sua perna.

Não conseguia chutar direito por conta da perna direita, por mais que estivesse tudo bem e andando normalmente toda vez que tentava chutar não conseguia fazer o mesmo que antigamente e isso a chateava. Perdeu as contas de quantas vezes tinha ficado irritada no treino por conta disso, assim que o acabou, ela se arrumou e foi buscar seu irmão.

Isso mesmo, depois de algumas longas semanas no reformatório Marcy finalmente tinha conseguido a liberação do menino pelos serviços comunitários que ele tinha feito. Ela não poderia buscá-lo, mas pediu Annabeth e a instruiu para o levar para casa, Marcy conversou muito com Shannon e a mãe do garoto ainda estava na reabilitação, mas a Sinclair prontificou a cuidar dele enquanto ela não pudesse.

Annabeth sorriu largo quando saiu do carro, e caminhava até o local e viu Robby, seu sorriso se tornou uma careta engraçada ao ver Daniel e Johnny com ele, e o adolescente parecia nem ligar.

─── Aí manés, ele não quer vocês aqui. ─ Brincou chegando perto deles, não era uma brincadeira porque a menina sabia que realmente o adolescente não os queria lá.

─── Annabeth? Tá fazendo o aqui? ─ Daniel perguntou.

─── Eles são irmãos, tem alzheimer? ─ Johnny debochou.

Robby sorriu fechado verdadeiro quando viu a irmã andando normalmente, a sensação de alívio que imergiu em seu corpo foi instantâneo pela presença dela.

─── Eu tava falando isso, pra esses otários. ─ O garoto falou retirando o sorriso dividindo o olhar entre os dois homens. ─ Não quero nenhum favor, estou aqui por sua causa. ─ Irritou-se olhando Daniel.

─── Sei que está chateado, mas fiz o que era melhor pra você. ─ Daniel rebateu ─ Agora que saiu, você vai ter sempre um lar no Miyagi-do. ─ Garantiu.

─── Ou comigo. ─ Johnny completou.

Robby suspirou fundo olhando para irmã como se pedisse socorro, Annabeth sorriu fechado estendendo a mão para o mesmo onde ele agarrou rapidamente.

─── Vocês dois, fiquem fora da minha vida. ─ Falou firme.

Johnny chamava pelos adolescentes mas nenhum dos dois ligou para ele, os irmão andavam de braços entrelaçados indo até o carro da garota.

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Annabeth trouxe Robby para sua casa, onde ele ficaria e Marcy agilizou o documento pela tutela dele nas próximas semanas, o tempo que Shannon estivesse bem o suficiente para sair da reabilitação.

A Lawrence falava pelos cotovelos completamente feliz por estar perto do irmão, e animada por morar com ele ao contrário de Robby que a todo momento se mostrava inseguro.

─── Tá legal, esse é o quarto de hóspedes não usamos muito mas a mamae mexeu nele um pouquinho por você. ─ A loira falava animada abrindo a porta ao lado do quarto dela ─ Pode colar uns pôsteres depois se quiser, sabe? Decorar. ─ Incentivou.

Abrindo a porta completamente, Anna deu espaço para o garoto entrar primeiro e Robby engoliu seco. Lindo. O quarto tinha tons claros, uma cama grande demais para ser de solteiro e uma das paredes era pintada de azul, também havia um closet e uma escrivaninha só para ele.

─── Só tem um problema, seu chuveiro não tem água quente mas você pode usar o lá de baixo. ─ Explicou comprimindo os lábios.

─── Eu tenho um chuveiro? ─ Questionou surpreso.

─── É. ─ A loira riu ─ Do seu quarto, ué.

Robby sorriu sem graça, ele tinha tido seu quarto na sua antiga casa mas esse era absurdamente maior e ele tinha um chuveiro só para ele. Incômodo. Sentiu essa sensação, estavam fazendo tudo isso por ele, e ele não queria incomodar.

─── Para. ─ Annabeth falou vendo o rosto do garoto ─ Essa cara, para agora.

─── Que foi?

─── Essa cara de cachorrinho perdido, eu faço isso. ─ A loira apontou fazendo ele dar um riso nasal ─ O que tá pensando? ─ Perguntou.

Robby suspirou.

─── Não quero incomodar...

Annabeth arregalou os olhos.

─── Olha, eu vou te bater. ─ A loira falou irritada vendo o garoto prender sorrir fechado ─ Não tá incomodando nada, que palhaçada, você é família precisa parar com isso. ─ Disse firme.

─── É só que, vocês fizeram tudo isso. ─ Gesticulou apontando para o quarto ─ Não quero dar trabalho. ─ Mordeu inferior da buchecha.

─── Se te consola, não fizemos nada, o quarto tá assim desde que a mamãe comprou a casa. ─ Falou vendo ele rir nasalmente ─ Só chamamos um encanador para ver seu chuveiro.

─── Só isso? ─ Estreitou os olhos.

─── E compramos uma cama nova.

Robby apontou fazendo ela gargalhar.

─── Mas é sério, não pensa nisso, você não incomoda. ─ Ela falou carinhosa se jogando nos braços dele e Robby a abraçou ─ Senti saudades. ─ Disse sincera.

─── Eu também.

Robby abraçava as costas da irmã enquanto ela estava agarrada a sua cintura, ele nunca havia pensado que se apegaria tanto a Annabeth como são hoje, sempre pensava que poderia ser uma relação turbulenta como a de seu pai mas a loira não deixaria jamais isso acontecer. Bem, ela não deixaria.

─── Você tem falado com a Samantha? ─ Perguntou ainda abraçado a irmã.

Annabeth arregalou os olhos, merda. Isso era complicado mas mesmo Samantha sendo sua melhor amiga ela não mentiria para o irmão.

─── Robby, a Sam...

─── Carrapato. ─ Jason berrou da parte de baixo da casa anunciando sua chegada.

Salva pelo gongo. Robby riu enquanto Annabeth se afastava rindo junto dele, o garoto achava engraçado a forma como ele chamava a irmã mas nunca falou mal pois adorava o apelido.

E com esse acontecimento, ele acabou tirando foco da pergunta anterior que havia feito. Mas Annabeth falaria com ele o mais rápido possível, só estava procurando as palavras certas em sua mente.

─── AQUI EM CIMA. ─ Gritou Anna fazendo Robby tapar os ouvidos.

Charlotte estava na escola, Marcy trabalhando, Jason havia acabado de chegar do serviço, um plantão de 24hrs. Que havia feito.

Os passos rápidos nos degraus eram ouvidos no corredor, segundos depois um homem animado surgiu na porta.

Jason sorriu brilhante quando viu Robby em pé no quarto, achava errado tudo que tinha acontecido com menino o garoto era apenas um adolescente e precisava de atenção, na opinião dele nada daquilo teria acontecido se ele tivesse uma figura presente ao seu lado, não por messes mas sim desde sempre.

─── Ei cara, tá bem? ─ O Sinclair falou feliz entrando no quarto.

O homem puxou o menino para um leve abraço fazendo Robby ficar surpreso, mas retribuiu seu abraço educadamente.

─── Um pouco. ─ O adolescente respondeu sem graça.

Ele não estava tão a vontade com a presença de Jason, mas não era por mal, apenas a mesma sensação que tinha contado para irmã de que estava sentindo como se estivesse incomodando.

─── Vamos melhorar isso então. ─ Falou animado fazendo os adolescentes rirem ─ Já tomaram café? Passei no mercado e comprei algumas coisas, inclusive para o nosso jantar hoje a noite.

─── Papai planejou um jantar de boas vindas. ─ Contou feliz vendo Robby assentir com um sorriso leve ─ Eu queria muito ficar e tomar café com vocês, mas estou atrasada para escola. ─ Disse puxando o celular do bolso e vendo o horário ─ Robby, toma um banho antes, mamãe colocou algumas roupas novas no closet até você buscar as suas. ─ Explicou.

─── Obrigada. ─ Agradeceu.

Céus. Se sentiu pior ainda, não estava acostumado a ter tamanha atenção e ainda mais carinho, porque todos esses acontecimentos eram um ato de carinho e atenção.

─── Qualquer coisa pode me ligar, deixei meu celular antigo para você, papai vai te entregar. ─ Falava abraçando o irmão ─ Eu troquei faz pouco tempo, então está ótimo. ─ Se afastou.

─── E-eu, obrigada. ─ Agradeceu novamente sem ter o que dizer.

Jason e Annabeth sorriam de leve, passando calma para o mesmo, sabiam do nervosismo pela forma que o garoto mexia nas mãos.

─── Boa aula, querida. ─ Desejou Jason deixando um leve beijo nos cabelos da filha.

─── Obrigada, amo vocês. ─ Sorriu indo até a porta.

─── Também te amo. ─ Falaram em uníssono.

Annabeth saiu do quarto, e os passos rápidos dela no corredor seguidamente na escada foram ouvidos. O adolescente engoliu seco nervosamente, sentindo falta da presença da irmã.

─── Então, eu vou lá em baixo preparar algo para nós comermos e você pode tomar um banho se quiser. ─ Jason sugeriu.

─── Eu quero. ─ Robby falou simples.

Jason assentiu.

─── Olha, eu sei que não sou nada seu, mas sabe, você é irmão da minha filha e é família, estamos aqui por você não precisa ficar nervoso. ─ Falou calmo vendo o garoto suspirar e esconder as mãos no bolso ─ Deve ter passado por muito, mas não estamos aqui pra te julgar. ─ Deixou claro. ─ Te espero lá em baixo? Ótimo. ─ Sorriu de leve vendo o garoto assentir.

Ele saiu do quarto e Robby suspirou aliviado, não julgava o homem apenas não confiava, sabia exatamente que Jason queria lhe passar a mesma coisa que Daniel passava. Figura paterna. E sinceramente, ele estava cansado disso.

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Annabeth entrou na escola, ajeitando sua calça jeans escura e vestia uma camiseta branca com a estampa de sua banda favorita é nos pés seus tênis brancos. Ajeitou a sua bolsa em seu ombro, enquanto prendia seu cabelo em um coque bagunçado.

Indo para o corredor, quando terminou de prender o cabelo, viu Falcão sentado com seus amigos do cobra kai. O garoto olhou para ela calmo, com a expressão indiferente e os olhos perdidos.

Anna Revirou os olhos.

Passou por ele ignorando sua existência, Falcão suspirou pesado, e cada vez mais ele conseguia fazer Annabeth Lawrence se afastar.

A loira caminhou por alguns segundos, e sorriu quando avistou Miguel e Samantha juntos, estava prestes a falar algo quando ficou em choque assim como eles.

Demetri e Yasmine estavam se beijando fortemente e afaboados, Andrew que chegou ao lado de Annabeth gargalhou alto chamando atenção deles.

─── Yasmine?! ─ Samantha falou surpresa.

Os dois se afastaram rapidamente vendo o olhar dos quatro amigos, Andrew ainda dava boas risadas deixando Yasmine sem graça e Annabeth prendia o riso dando uma cotovelada no mesmo.

─── O-Oi, a-a gente só tava... ─ Demetri falava desnorteado.

─── Fazendo um... trabalho. ─ Yasmine falou nervosa.

A Lawrence riu.

─── Claro, é labial? ─ Debochou Anna.

─── Annabeth, eca! Não, tá? Até parece que eu ia pegar esse nerd. ─ Yasmine falou nervosa olhando a amiga.

A loira foi embora rapidamente envergonhada, tentando ignorar os olhares divertido dos amigos.

─── Se liga, Cruella. ─ Demetri debochou a vendo ir embora ─ Por que não vai matar uns dálmatas? ─ Gritou e logo depois se virou para os amigos ─ Estou completamente apaixonado. ─ Falou com desespero.

Demetri saiu rápido assim como Yasmine, deixando os adolescentes aos risos e desacreditados.

─── Isso realmente me surpreendeu. ─ Andrew riu.

─── Pois é, acho que o amor supera tudo. ─ Miguel sorriu de leve para Samantha.

─── Acho que sim.

Os dois trocaram leves olhares, e Annabeth os olhou de sobrancelhas erguidas. Céus. Se fizessem seu irmão ficar chateado não sabia o que fazer, a situação só piorava e ela era melhor amiga dos dois mas Robby é seu irmão, uma situação difícil.

─── Samantha, o Robby foi liberado hoje. ─ Annabeth contou com um sorriso tranquilo ─ Deveria ir vê-lo, já que ainda são namorados. ─ Falou firme não se lembrando de nenhum término.

A LaRusso que trocava olhares com o Diaz, deixou seu sorriso cair como se amiga estivesse atrapalhando algo e Miguel se remexeu desconfortável enquanto Andrew os observava.

Annabeth sofreu muito, Robby também, e a loira estava cansada de coisas ao redor acontecendo e ainda mais com seu irmão, ele não merecia isso depois por tudo que passou. Não deixaria. Mas era inevitável.

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Os treinos voltaram intensos, todos estavam no Miyagi-do agora, treinavam trajados de Kimonos brancos e Annabeth achava engraçado a forma como Daniel estava corrigindo todos, até que ele corrigiu ela. E deixou de ser engraçado.

─── Annabeth, postura, preste atenção nos movimentos.

A Lawrence olhou o mesmo abismada, ela estava fazendo tudo certo só se deixou vacilar um pouco mas Daniel estava sendo assim com todos.

A loira sorriu quando Amanda surgiu entrando no dojô, lhe dando um sorriso amoroso que foi retribuído.

─── Gostou de quebrarem seu braço Demetri? Porque se defender assim, logo logo estará de gesso novamente. ─ Daniel falou chegando perto dele.

Annabeth que estava ao lado do amigo, olhou para trás com uma careta vendo Daniel parecer frustado. Não só ela, como todos os alunos estranharam.

─── É... olha só gente, vamos fazer um intervalo? ─ Amanda sorria sem graça ─ Tem chá gelado e limonada, vão lá. ─ Pediu.

Os adolescentes assentiram, e passaram pela mulher entrando no dojô, Annabeth riu quando a mulher a prendeu em um abraço e só a soltou quando deu um beijo em seus cabelos.

Ela caminhou animada até a mesa onde seus amigos se serviam e encheu um copo cheio de chá gelado, bebia feliz caminhando até Demetri fazendo uma dancinha estranha que fez o garoto rir.

─── Que isso? ─ Perguntou com uma careta engraçada.

─── A dança de comemoração do chá gelado, prova. ─ Explicou entregando o copo.

O menino provava, e ela ainda fazia alguns passo na frente dele, fez sinal de paz com as mãos e passava na frente dos olhos quase fazendo Demetri cuspir chá em seu rosto por querer rir.

─── QUE?! TÁ ZOANDO.

Annabeth se virou vendo Chris e seus outros amigos em cima dele, Samantha que caminhava até a amiga foi até ele.

─── O que houve? ─ Demetri perguntou devolvendo o copo de chá pra amiga.

─── Cancelaram o torneio. ─ Chris contou frustado.

Annabeth arregalou os olhos, bem na vez que ela escolheu participar eles resolvem cancelar, como é sortuda.

─── Não, eles não vão fazer isso. ─ Samantha falou nervosa.

A LaRusso saiu andando apressada até a entrada, saindo e indo até o pai e Annabeth a seguiu rapidamente não soltando seu copo de chá.

Elas pararam na frente de Daniel e Amanda, e os adultos também haviam acabado de descobrir sobre o cancelamento do torneio.

─── Você não vai deixar eles cancelarem o torneio, né pai? ─ Samantha perguntou urgente.

─── Não podem fazer isso, não na nossa vez. ─ Annabeth falou indo para o lado de Amanda.

A mulher olhou o marido comprimindo os lábios, enquanto passava o braço pelos ombros da Lawrence.

─── Eu não sei, meninas. ─ Daniel respondeu sincero.

─── Eles culpam o Miyagi-dó porque tudo que aconteceu, se o torneio for cancelado, todos da região vão achar que somos os violões da história. ─ Samantha explicou.

─── Não pode deixar isso acontecer. ─ Annabeth pediu.

O homem olhou as duas, repensando o que poderia fazer, ele achou que talvez seria até melhor sem a exibição de tortura do cobra kai, mas as duas meninas estavam certas.

Não poderiam deixar acontecer. Então ele respirou fundo, antes de assentir fazendo as duas meninas respirarem aliviadas.

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Annabeth estava sentada em um dos bancos da plateia no teatro onde acontecia a reunião da prefeitura, Acompanhados com ela, estavam Daniel, Amanda, Samantha e Marcy.

Os LaRusso pediram ajuda da Sinclair por ela ter uma influência muito grande na cidade e todos gostarem do trabalho dela.

Além de advogada, a mulher também ajudava em muitos eventos beneficentes então tinha simpatia do povo.

─── Espero que não acabe tarde, seu pai já está preparando o jantar. ─ A mulher falou entediada vendo o horário no relógio em seu pulso.

─── Você foi em casa agora? ─ Perguntou curiosa.

─── Só uma passadinha rápida, queria ver o Robby. ─ Marcy explicou vendo a menina assentir ─ Levei ele para resolver alguns probleminhas, vamos buscá-lo assim que sair daqui. ─ Sorriu de leve e Annabeth sorriu de volta.

Estavam em longos minutos de reunião, como todas as pessoas influentes da população ou apenas moradores da cidade em busca de fazerem pedidos.

Annabeth estava entediada, agarrou o braço de sua mãe deitando a cabeça no ombro da mesma e jurou que poderia dormir a qualquer minuto.

─── Ei. ─ Marcy chamou com um sorriso educado.

A adolescente ergueu a cabeça do ombro de sua mãe, e sorriu vendo Johnny sentar ao seu lado.

─── Oi. ─ Ele cumprimentou de volta. ─ E o Robby? Como está? ─ Perguntou preocupado.

─── Ótimo, vou ir te atualizando com o tempo. ─ Marcy falou calma vendo o homem concordar aliviado.

Annabeth soltou o braço da mãe, e abraçou o pai animadamente fazendo ele rir sem graça, as duas não ficaram surpresa em ver o homem lá, o mesmo tinha um dojô assim como Daniel então foi comum o encontrar.

Marcy observava os dois, e não conseguiu conter o sorriso no rosto, se fosse há um ano atrás ela acharia ruim ou até ficaria com ciúmes, mas vendo como a relação deles estava sendo construída e em como Annabeth estava feliz com isso a deixava tranquila.

─── Ta fazendo o que aqui? ─ Daniel que estava ao lado de Marcy sussurrou até eles.

Johnny revirou os olhos por ter que soltar a filha.

─── Lutando pelo torneio, e você? Lendo seu diário. ─ Debochou do caderno que o homem segurava.

─── Tô só tentando me preparar. ─ Daniel respondeu calmo.

─── Sei, não preciso disso, só mandar a real. ─ Johnny afirmou.

Daniel suspirou se virando para sua família, e Marcy precisou prender o riso. Achava as discussões dos dois irritante e desnecessária, mas não poderia negar que lhe rendiam boas risadas.

Mais algum tempo se passou, e finalmente os líderes da prefeitura entraram na pauta sobre o torneio.

─── Muito bem, agora vamos ouvir os apelos pelo cancelamento de torneio sub-18. ─ A mulher chamou atenção da mesa onde estava no palco ─ Quem irá falar primeiro? ─ Perguntou no microfone.

Annabeth fez uma careta ao ver Daniel e Johnny se levantarem juntos, tendo certeza que discutiriam lá na frente também.

─── Senhoras e Senhores, sou capitão aposentado do exército John Kreese.

A Lawrence arregalou os olhos vendo Kreese lá na frente, perto de seu pai e Daniel, certamente estava lá com o mesmo propósito que eles óbvio. Marcy ao lado dela, sentiu seu corpo ficar tenso.

─── Obrigada pelos seus serviços. ─ A vereadora que comandava o debate agradeceu amigável.

─── Foi uma honra servir. ─ O homem sorriu indo até o púlpito e falando no microfone para todos ─ E continuou servindo bem aqui na comunidade, ensinando para as crianças forças e disciplina por meio de karatê. ─ Kreese falou firme ─ Fiquei devastado pelo cancelamento do torneio por causa da briga no colégio, por que meus alunos estão sendo penalizados devido à violência cometida por, dojôs como o Miyagi-do. ─ Se virou para Daniel.

─── Espera um pouco aí... ─ Daniel interrompeu.

─── Senhor LaRusso, não é a sua vez de falar. ─ A mulher o cortou.

─── Desculpa conselheira Roberts. ─ Lamentou ─ Mas esse homem...

─── É vereadora, Roberts. ─ Kreese corrigiu.

Ele se virou para a mulher com um sorriso, vendo que tinha ganhando a confiança dela. Annabeth revirou os olhos.

─── Obrigada capitão Kreese, por favor continue. ─ Ela sorriu amigável.

─── Acho que meus colegas aqui concordariam que só queremos o melhor para nossos alunos, e nossa comunidade. ─ Kreese garantia ─ O objetivo é preparar a juventude da região para as infelizes realidades do mundo real, é difícil lá fora. Estou simplesmente ensinando eles a se defenderem. ─ Disse modesto.

─── Vereadora Roberts, me desculpe mas esse homem está se fazendo de bonzinho. ─ Daniel falava inconformado ─ Há algumas semanas meus alunos foram atacados pelos alunos do cobra kai, em um parque de diversões e um deles...

─── E quem começou a briga? Se não me engano foi sua filha descontrolada. ─ Kreese rebateu ─ Tivemos sorte da doida da Lawrence não estar junto. ─ Falou com a voz mansa.

─── COMO É?!

Amanda, Marcy e Johnny falaram juntos, mas diferente dele, as mulheres se levantaram irritadas.

─── Deixem nossas filhas fora disso, seu lixo. ─ Amanda gritou.

─── Se tocar no nome delas de novo vai levar um processo. ─ Marcy gritou em seguida.

Os burburinhos surpresos começaram fazendo Annabeth se encolher na cadeira, por todos estarem olhando para elas.

─── Mãe. ─ Annabeth e Samantha falaram juntas envergonhadas.

─── Senhoras, controlem-se por favor. ─ A vereadora pediu reprovando a atitude.

Johnny as observando morria de rir.

─── Curioso a senhora dizer isso, porque eu precisei pedir uma ordem de restrição contra elas, por me agredirem físicamente. ─ Kreese contou fingindo estar tristemente.

─── Agredir?! Você tá brincando. ─ Marcy falou com um riso incrédulo.

─── Essa é a advogada de vocês? ─ Kreese perguntou a todos vendo eles olharem a mulher com olhares negativos ─ Precisarei chamar as autoridades? ─ Perguntou.

─── Não será necessário. ─ A vereadora olhou compreensiva.

Fez um sinal aos seguranças lá em cima, e os homens foram até os assentos de Marcy e Amanda pegando as duas pelo braço.

─── Não toca em mim, muito menos nela. ─ A LaRusso falou irritada ─ Já estamos saindo.

─── Esse homem é um maluco. ─ Gritou Marcy antes de sair sendo puxada por Amanda.

Annabeth sorriu amarelo vendo algumas pessoas olharem para ela, acabou se encolhendo mais ainda no assento envergonhada.

Johnny se virou observando a filha, sentado lá da frente agora, ele fez sinal para a mesma a chamando.

A Lawrence respirou aliviada antes de se levantar, e descer rapidinho aos olhares de todos indo se sentar ao lado do homem.

─── Vereadora Roberts, eu garanto que sou uma boa influência para os meus alunos e para todos os ex-alunos que já tive. ─ Kreese falou calmo.

─── MENTIROSO!

Annabeth tapou o rosto com as mãos escutando o berro de Jonnhy e o mesmo se levantar, se sentiu envergonhada por conta dos gritos de sua mãe e agora seu pai fazia o mesmo. Era engraçado olhando de fora.

─── Excelência, Johnny Lawrence karatê Presas de águia. ─ Se apresentou caminhando lá na frente e Annabeth fez careta ao escutar o nome do dojô ─ Este homem aqui, manipula os alunos dele, eu sei bem disso porque já fui um deles. ─ Contou.

─── Somos competitivos? Claro. ─ Kreese olhou o homem ─ Mas tudo em nome desse esporte.

─── Esse homem é um bandido, é um mentiroso. ─ Johnny Ignorou ele olhando a vereadora.

─── Ele colocou uma cobra viva na minha concessionária. ─ Contou Daniel.

Burburinhos novamente fizeram a vereadora bater o pequeno martelo na mesa, chamando atenção deles.

─── Já chega, sentem-se, todos vocês. ─ Mandou.

Annabeth observou os três bufarem e irem se sentar, lado a lado, com Kreese entre Daniel é Johnny.

─── Está muito claro que este torneio está causando divisão e rivalidade na nossa comunidade. ─ A vereadora constatou ─ Senhores, vocês fizeram um excelente trabalho mostrando que este torneio precisa ser cancelado. ─ Falou firme.

Annabeth suspirou frustrada.

─── Espera.

A Lawrence reconheceu a voz de Miguel, e virou confusa vendo o amigo descer as escadas indo até lá na frente.

─── Meu nome é Miguel Diaz, eu tava na briga da escola, fui o garoto jogado do segundo andar. ─ Se apresentou no púlpito e suspirou fundo ─ Olha, eu achei que fosse ficar paralisado mas eu reaprendi a ficar de pé, reaprendi a andar e quero que o torneio continue. ─ Pediu.

─── Olha, ficamos felizes com a sua recuperação mas acho que você não entende...

─── Ele entende. ─ Annabeth falou alto se levantando.

Todos observavam a loira caminhar até Miguel, enquanto Samantha lá de cima tinha um sorriso orgulhoso olhando os dois.

─── Nós quem saímos machucados, nos que brigamos. ─ Annabeth falou ao lado do amigo ─ Eu fiquei por dias no hospital para me dizerem que minha opinião não tem importância? Nós só queremos um lugar onde possamos competir de forma justa e segura. ─ Explicou calma.

Miguel sorriu de leve para a loira.

─── Quando eu me mudei pra cá, sofri bullying. ─ Contou ─ E eu vi que não tinha para onde fugir, sempre vai ter alguém para roubar o dinheiro do lanche para fazer um cuecão ou fazer um mergulhão.

─── Mergulhão? ─ A vereadora perguntou confusa.

─── É quando enfia a cabeça de alguém na privada e da descarga, até que é engraçado. ─ Johnny explicou com um riso frouxo se levantando.

─── Johnny. ─ Annabeth se virou envergonhada.

O homem rapidamente se sentou sob o olhar reprovador da filha, não gostando da atitude naquele momento pelos burburinho seguidos.

─── Mas ao invés de se esconder, fingir que o bullying não existe, ou esperar que isso acabe, a criança precisa aprender a se defender. ─ Miguel voltou a falar.

─── Fisicamente e mentalmente. ─ Acrescentou Annabeth. ─ As vezes as cicatrizes que não vemos, são as mais profundas. ─ Engoliu seco se lembrando de uma de suas crises de pânico.

Johnny a observava e não conseguia esconder o olhar satisfeito e orgulhoso, não só ele como os LaRusso.

─── Karatê é força interior, são lições que podem ser ensinadas pelo resto da vida e escuta eu não sei onde estaria hoje ou quem eu seria se não fosse pelo meu sensei. ─ Miguel apontou para Johnny ─ Não precisamos do torneio para mostrar uns golpes ou vender ingressos, precisamos do torneio para mostrar aos valentões que não temos mais medo, o nome já diz que é um torneio para todo mundo, todo mundo terá chance de mostrar o que pode fazer, de lutar de se tornar campeão. Merecemos essa chance. ─ Pediu.

A vereadora trocou olhares com os colegas sentados com ela na mesa, e respirou fundo observando os dois adolescentes.

─── Na verdade, eu não entendo esse fascínio que esse lugar tem por karatê mas... se isso é tão importante para todos vocês. ─ Ela falava calma fazendo o sorriso de Annabeth aparecer ─ E se assinarem um termo afirmando que a cidade não é responsável, então, o torneio regional de karatê su-18 vai ser oficialmente restaurado. ─ Bateu com o martelo na mesa.

Todos bateram palmas, Annabeth riu animada se jogando nos braços de Miguel e o garoto pegou a amiga tirando um pouco do chão. Logo depois, Johnny foi abraçar os dois é assim eles comemoraram.

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O jantar de boas vindas de Robby havia ocorrido bem, por mais que ele ainda estivesse retraído com a atenção constante ficou calmo pela forma que as mulheres da casa lhe deixavam a vontade. Perdeu as contas das inúmeras vezes que riu de Charlotte falando algum absurdo e Marcy a repreendendo.

Annabeth adorou seu dia, e finalizar com um jantar em família tinha sido ótimo, agora ela subia as escadas do quarto se preparar para tomar um banho e se recolher.

Se sentou na cama, retirava seus tênis e andou até o closet pegando um conjunto de pijamas e saiu do cômodo jogando em cima da cama.

─── Anna. ─ Robby chamou aparecendo na porta do quarto ─ Pode me emprestar seu carro? Se não for incomodar claro. ─ Apressou-se em dizer.

Annabeth se virou, mesmo confusa pegou a chave no bolso da calça e jogou nele que agarrou de onde estava no batente da porta.

─── Onde vai? ─ Perguntou curiosa.

─── Preciso ver a Sam. ─ Explicou.

Robby viu o olhar da irmã, que se tornou duro o fazendo estranhar.

─── Que houve?

─── Tem certeza? Ela não foi te ver uma vez, Robby, nem te ligou. ─ Annabeth falou com calma ─ Ela é a minha melhor amiga, você é meu irmão, ver isso é péssimo e eu não quero que se machuque. ─ Falou sincera.

O garoto engoliu seco, ele mesmo sabia que algo estava errado já que Samantha o traiu e houve tudo aquilo e a menina o ignorava mas ele precisava falar com ela e não descansaria enquanto fizesse.

─── Volto logo. ─ Garantiu.

─── Tudo bem, boa sorte. ─ Annabeth desejou calma.

A loira observou Robby se afastar e suspirou fundo, antes de pegar suas coisas e ir até o banheiro de seu quarto e começar sua rotina antes de dormir.

Tomou seu banho, vestiu seu pijama que consistia em uma regata lisa na cor rosa e uma calça de bolinhas brancas com o fundo rosa, lavou seu rosto e passou seus cremes, penteou os cabelos e escovou os dentes.

Saiu do banheiro e foi se deitar na cama, antes pegou um livro qualquer na cama para ler enquanto esperava o irmão e optou por um da saga maravilhosa de hóquei da Elle Kennedy.

Enquanto estava lendo, sua cabeça ficou em seu irmão, Robby era tão amoroso com Samantha, sabia que isso era o mínimo mas ver que ele não receberia nem o mínimo de volta a chateava.

Algum tempo se passou e Annabeth estava entretida com o livro, sabia que estava tarde pois seus pais mesmo já haviam se recolhido assim sua irmã mas ela ficou acordada esperando pelo irmão.

Passos lentos foram ouvidos no corredor, o quarto de Annabeth estava com a luz apagada apenas a luz de seu abajur iluminava o ambiente com ela sentada encostada na cabeceira. A loira tirou sua atenção do livro, vendo Robby cabisbaixo aparecer em sua porta.

─── Ei. ─ Anna falou.

O garoto ergueu o rosto mostrando os olhos inchados e vermelhos fazendo ela arregalar os olhos, ele se aproximou pondo a chave do carro dela em cima da penteadeira.

─── Valeu. ─ Agradeceu.

─── Vem cá. ─ Chamou.

O garoto caminhou até a irmã, retirou os tênis dos pés e se permitiu sentar ao lado de Annabeth esticando suas pernas e aproveitou para descansar a cabeça no ombro da mesma quando ela entrelaçou seu braço com o dele.

─── Peguei você irmão. ─ Brincou fazendo o menino rir desanimado ─ Como foi? ─ Perguntou calma.

Robby respirou fundo.

─── Ela estava com o Miguel. ─ Contou ─ Nada de novo. ─ Ironizou. ─ Você já sabia né? ─ Perguntou.

─── Sabia, queria te avisar mas não sabia como, desculpa. ─ Falou envergonhada.

─── Não é sua culpa. ─ Afirmou.

─── A Samantha é minha melhor amiga mas quando se trata de responsabilidade afetiva, ela erra tanto que chega da raiva. ─ Bufou irritada ─ Ela é muito confusa e é melhor assim, você precisa focar em você agora. ─ Aconselhou.

Robby assentiu.

─── Vou fazer isso.

Annabeth sorriu, mas se ela soubesse onde Robby esteve depois de visitar Samantha, não ficaria tão contente por ele focar em si mesmo.

capitulo calminho pq os próximo amores, vão estar o caos e eu amo dms... ESTAMOS QUASE NO FINAL DO ATO 3.

e já estou escrevendo o ato 4, tô surtando tanto precisavam que vejam logo por isso esse final de semana estarei bem ativaKKKKK

gostaram do capítulo? não se esqueçam de votar e comentar bastante, me ajudam a saber se gostaram e me incentiva a escrever mais :)

bjo amo vcs <33